Let Me Go escrita por Rosalie Potter


Capítulo 12
Capítulo Doze


Notas iniciais do capítulo

Gente do céu!
Estou maravilhada com a quantidade de visualizações dessa fanfic. Tem me deixado boquiaberta de felicidade.
Em contrapartida, a quantidade de comentários tem diminuído e eu não consigo entender. Amo escrever essa fic, mas eu realmente preciso de algum incentivo.
Espero que gostem do capítulo.



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–Ela está grávida Gabriel! –Falei na visita noturna de meu irmão. –Grávida, tem noção? Ela está linda, parece brilhar.

–Não acredito Atena. –Gabriel tinha os olhos azuis brilhando, profundos. –Fico feliz que tenha ido para a casa dos nossos pais.

–Eu também Gabe. –Suspirei e então o vi sorrir.

–Quando iria me contar que está tendo um caso com o príncipe? Só querendo saber por curiosidade.

Engasguei com a pergunta e arregalei os olhos até ficarem do tamanho de ovos de ganso. Senti meu corpo gelar e provavelmente meu rosto perdeu a cor no mesmo instante:

–Como?

–Ah Atena, não tente me esconder. Quero dizer você não me contou o que deu aquela coisa das canções de madrugada, mas o Felipe não está aparecendo com olheiras então eu deduzi que você está indo cantar pra ele. Você e ele estão com este brilho e ânimo estranhos. Ele está me perguntando direto sobre você. E esse foi o golpe final, ele te levou para casa. É óbvio que estão tendo algo e chega á ser irônico levando em conta que vocês tinham aquela guerrinha de começo.

–Gabe... –Suspirei. Agora não dava mais para esconder e eu nem queria. Meu irmão era meu melhor amigo naquele lugar, não achava justo que ele não soubesse. –Sinto muito não ter te contado. Eu ainda estou bastante confusa sobre tudo isso. Por Deus, não sei nem o que a gente tem.

–Atena, está tudo bem. Eu entendo você não ter contado, é pra sua segurança. Se descobrirem que você está de caso com um nobre, vão sumir contigo num segundo. Mas... Explique-me, como isso aconteceu.

–Quando eu cuidei dele da doença a gente acabou conversando muito e... Eu realmente não sei quando ou como eu me apaixonei. –Aquela era a primeira vez que eu admitia que estava apaixonada pelo príncipe. –Pelos céus, eu estou realmente apaixonada por Felipe Augustus. Estou perdida.

–Atena, calma. Continue sim?

–Ele me beijou e eu me lembro que eu fiquei muito brava. Pensei que ele estava brincando comigo, querendo me dar uma lição por estar sempre desafiando ele. Então ele pediu para eu aparecer no jardim e nós nos beijamos e desde então estamos nisso. A gente se encontra, se beija, conversa, ri. Não sei direito o que pensar Gabriel.

–Olha Atena... Ele é o seu amor. Você está apaixonada irmã, mas... Eu não sei se isso é o suficiente. Felipe tem o mundo aos seus pés e eu não sei se ele pode retribuir isso e é uma relação sem futuro, você sabe. E apesar de eu, se tivesse algum juízo, ter que dizer para você parar, eu não vou dizer isso. Porque sinceramente, você foi presa á um castelo por seis anos e merece algo bom aqui dentro. E acho que tem que arriscar sim, porque o amor é algo lindo. E você tem que viver Tena.

Não resisti a abraçar meu irmão com força, escondendo meu rosto no pescoço dele:

–Obrigada Gabe. De verdade. Eu estou com tanto medo de acabar quebrando a cara, me decepcionando ou coisas do tipo. Mas... Eu não consigo me afastar. Dói ficar longe, você me entende?

–Entendo Atena. Chama-se paixão e você não vai ficar livre tão cedo.

–O que vai acontecer quando ele tiver que se casar? Por Deus, não sei nem se ele sente o mesmo. Quero dizer, ele disse que gosta de mim, mas estar apaixonado é outros quinhentos.

–Atena Mercer, você disse para a gente viver um dia de cada vez. Faça isso um pouco ruiva. –Ele beijou minha testa. –E é melhor eu já ir. Você tem um encontro mais tarde.

Gabriel se levantou, mas então olhou pra mim:

–Eu sei que estou te apoiando nisso, mas se ele te magoar eu juro que não importo se ele é príncipe ou rei, mas darei uma surra nele.

–Obrigada. –Respondi rindo.

~X~

Eu não mais cantava ao chegar ao jardim, só cantava depois que Felipe voltava para o quarto, para que ele pudesse dormir. Então eu só cheguei e sentei no balanço. Fechei os olhos levemente e de repente senti o balanço mexer. Era Felipe, me balançando. Ri e pulei do assento, o dando um selinho:

–Ainda vou cansar do seu rosto, fuinha. –Brinquei.

–No dia que eu cansar do seu, fedelha. –Ele brincou também, mas eu percebi que ele não estava bem.

–Ei Lipe, o que houve?

–Nobres vão chegar a partir de amanhã. Meu aniversário de vinte um anos está muito perto Atena.

Era verdade. Com vinte e um, Felipe pegaria o trono e ele sabia que Vinicius aproveitaria para casá-lo também. Aquilo me atingiu tanto quanto atingia ele, acredito eu. Suspirei.

–Felipe, eu sei que isso está te preocupando meu anjo. Mas... Escute, olhe pra mim. Você vai ter que deixar rolar. Não tem como mudar o que vai acontecer e ficar se torturando com pensamentos e previsões para o futuro só vai piorar tudo. O que deves fazer é ficar calmo, respirar fundo e começar á se acostumar com o fato de algumas responsabilidades. –Segurei as duas mãos dele com carinho, um carinho profundo, que me inundava de dentro para fora. -Você vai conseguir Lipe. Não fique pensando que não vai, porque eu te conheço. E eu confio na sua capacidade. De verdade.

Ele sorriu lindamente e me puxou para um beijo doce, calmo, que eu entendia como um “obrigado”. Eu acabei sorrindo entre o beijo. Era bom saber que eu tinha conseguido o acalmar porque não havia acalmado á mim. Não queria perder aquele loiro. Não suportava sequer a idéia, embora sempre soubesse que isso acabaria acontecendo.

–A parte boa é que meu primo Theodore virá pra cá. Ele é meio que meu melhor amigo, mas como somos nobres de dois lugares diferentes e distantes fica complicado nos vermos.

–Isso é bom. –Dei um pulo no lugar de alegria. –Você sempre me parece tão solitário, com exceção do Capitão é claro.

E era verdade. Felipe tinha o Capitão, mas sempre me pareceu ser mais sozinho. Toda essa coisa de castelo, proteção, responsabilidades, isso o deixava murado com o mundo. Conversamos sobre isso algumas vezes já que eu também tive problemas com a solidão quando era menor e isso só acabou mudando com a minha nova família aparecendo na minha vida.

–Realmente, mas tenho tudo que preciso bem aqui na minha frente.

Acabei corando e rindo com o comentário, um riso realmente feliz. Esse tipo de comentário me fazia muito bem. E por alguns segundos eu podia até fingir que ele gostava de mim na mesma quantidade que eu gostava dele.

–E então, vai fazer o que eu te pedi?

–Ai Atena... Eu tenho medo de acabar te machucando e eu nunca me perdoaria.

–Felipe, você vai me ensinar defesa pessoal. É claro que pode acabar me machucando em algum momento. E estou bem com isso. Eu só quero aprender. –Olhei nos olhos dele, fazendo um biquinho. –Por favor?

–Vamos lá. –Ele suspirou.

~X~

Sentei no balanço ao fim da aula, exausta. Eu sabia que algumas partes do meu corpo acabariam ficando roxas ou marcadas devido á impactos e quedas, mas eu estava satisfeita com o meu desempenho para uma primeira aula. Minha altura finalmente servia de alguma coisa, me dando rapidez e agilidade. Claro, eu ainda não tinha chegado nem perto de conseguir vencer Felipe num duelo corpo a corpo, mas eu tinha fé que esse dia ainda iria chegar.

–Você seria uma boa atiradora de facas. Ou seria mortal com uma espada na mão, só que teria que ser uma especial, mais leve. –Felipe comentou enquanto eu sentava no balanço. –Você tem talento, muito, assim como o seu irmão.

–Obrigada, embora você tenha me derrotado lindamente nesse nosso primeiro duelo.

–Para um primeiro duelo de uma fedelhinha foi muito bom. –Ele elogiou com um lindo sorriso. –Ainda não entendi porque você quer aprender esse tipo de coisa.

–Como eu disse, prezo todo o tipo de sabedoria. Mas eu sempre quis saber me defender, é um desejo antigo. –Dei um sorriso. –Obrigada por estar me ajudando nisso.

–Sempre que precisar, pequena.

Aproximei-me e sorri pra ele, lhe dando um beijo bem de leve:

–Nós precisamos dormir. –Murmurei. –Acordo bem cedo amanhã.

–Eu não quero dormir. –Ele enlaçou minha cintura roçando levemente os lábios nos meus. –Mas tudo bem. Amanhã no mesmo horário?

–Claro.

~X~

O dia estava passando rapidamente. Meu corpo doía levemente em algumas partes, principalmente sobre as quais eu tinha caído na aula com Lipe de madrugada. Naquele momento a tarde já estava quase acabando e logo o sol iria se por. E olha, eu estava indo em direção ao escritório do rei com uma bandeja de chá com biscoitos.

Dei duas batidas firmes, mas delicadas ouvindo o “entre” firme que já estava acostumada. Abri a porta e me deparei com um Vinícius de cenho franzido, focado em papéis em sua mesinha:

–Vossa Majestade?

–Deixei aqui menina. –Ele apontou para um lado na mesa. Fui lentamente até ali e coloquei a bandeja, sem conter minha curiosidade em olhar o que ele estava observando. Claro. A ameaça de guerra iminente pelo povo de Andrebur que era um reino que estava á nossa frente em questão de localização geográfica.

–Vossa Majestade... –Me pus ao lado dele e coloquei o dedo no povoado de Castellar que ficava ao lado esquerdo de Andrebur. –Conquiste estes. É fácil. Eles são um povo historicamente muito embevecido de si mesmos. Teça enormes elogios e os terá na palma da mão. –Mudei o dedo para Andalus, que ficava ao lado direito do nosso rival. –Esses daqui são extremamente preocupados com seu território. Fale dos riscos de Andrebur tomar esse lugar e os terá como aliados também. –Mudei novamente o dedo, dessa vez para Ygyr. –Esses daqui são completamente fáceis de conquistar, sempre quiseram uma aliança conosco. Assim que conseguir os três, Andrebur estará cercada. Com os três exércitos eles não vão querer uma guerra armada porque serão dizimados. Aí é só entrar com uma missão diplomática, eles aceitarão qualquer acordo.

O rei estava me olhando estupefato e eu realmente temi pela minha cabeça. Daquela vez eu havia ido longe demais, sugerindo soluções ao próprio rei. Mas eu simplesmente não consegui observar aquilo calada, ele tão nervoso, tão centrado. Alguém tinha que sugerir algo.

O silêncio que se seguiu me deixou extremamente tensa. Vinícius me analisava da cabeça aos pés.

–Quem é você? –Finalmente perguntou, mas não num tom ofensivo. Ele realmente só queria saber quem eu era.

–Ninguém importante. –Fiz uma reverência leve. –Com a sua licença.

Em passos leves saí daquela sala.


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