Werewolf Fever escrita por Petr0va


Capítulo 34
33 - Âncora - Parte Um


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Então gente, eu sei que faz mais de um ano que eu não posto e que a maioria dos leitores desapareceram, porque eu sei como é ruim esperar. Mas eu tenho minhas explicações, aqui vão elas:
Ano passado, entrei pro ensino médio, e foi bem pesado pra mim e uma época cheia de mudanças, muitos trabalhos e etc.
E eu mudei, SIM, EU MUDEI!! Afinal, são já dois anos de fanfic, e quem não muda em dois anos? O estilo da minha fanfic já não me agrada mais e não sinto tanto prazer em escrever ela, mas estou aqui já escrevendo o penúltimo capítulo pra não dever essa história pra vocês ♥ Vou continuar postando sim, até terminar ela, mas não quero manter como uma obrigação.
Depois que eu terminar essa fanfic, vou mudar de nome de usuário e investir mais em histórias originais, porque é o que eu amo de verdade ♥ Obrigada por tudo gente, e estamos na reta final já! Sinto muito por tudo ♥



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Era fim de semana, e eu estava aliviada com isso.

Mas de outra maneira, nem tanto.

O paradeiro de Anne voltou com tudo na minha cabeça e na dos meus amigos, e como não sabíamos onde ela estava, tudo estava um tanto desesperador, no entanto, também não queríamos gastar recursos ao procura-la. E talvez também não quiséssemos encarar a realidade e ver que tínhamos mais um inimigo para enfrentar.

Era um tanto quanto cômico ver que o pack de Scott – o pack que eu fazia parte – enfrentou um alfa desconhecido, um kanima, uma alcateia de alfas, um druida do mal e um nogitsune, porém não conseguia enfrentar um simples lobisomem ex-caçador.

E para tentar ao menos voltar um pouco à realidade, bem...

— Alô? Parrish? — Falei assim que ouvi a linha sendo atendida.

Ana? —É tão bom ouvir meu apelido com o seu tom de voz; eu conseguia imaginar seus lábios proferindo ele. — Aconteceu alguma coisa?

Não — disse simplesmente, tentando não demonstrar o meu nervosismo horrível.

Ok, já que você se deu o trabalho de me ligar porque não aconteceu nada, o que você quer? — Perguntou travesso, fazendo aquelas palavras não soarem tão “duras” quanto aparentavam ser.

— Como... como você sabe que eu quero algo? — Balancei minha cabeça em negação assim que ouvi a risada rouca do outro lado da linha. — Eu fiquei pensando se você gostaria de jantar com o meu tio. Aquele jantar, quero dizer.

Ouvi apenas a respiração de Parrish do outro lado da linha, e tive certeza de que ele não estava pronto para isso.

— Como se estivéssemos juntos? — Sussurrou hesitante.

Suspirei em alívio.

— Sim, como se estivéssemos juntos.

.

Desci do meu quarto para arrumar a mesa, meu tio/pai não se comprometia com essas coisas, e eu tenho certeza de que se eu não falasse que arrumaria a maldita mesa, eu disse que eu apenas iria convidar alguém para jantar, e eu acho que ele pensava que era Liam.

O nosso jantar? Iria ser pizza. Que eu pedi, aliás, meu tio não se comprometeu nem com isso. Revirei os olhos só por causa do pensamento.

— Você vai vestir isso? — Indagou meu tio, pegando-me desprevenida. Nem me dei o trabalho de olha-lo, aposto que ele estava de calças surradas e uma flanela rasgada.

E inicialmente, eu nem queria ter um jantar desse. Thomas considera Parrish um amigo, sobrinho talvez, e não o cara que a sobrinha/filha tem um relacionamento não definido, ainda. Contudo, não me atreveria a deixar tudo isso passar, como não queríamos nos arriscar a procurar por Anne e ela não dava as caras, eu decidi não criar expectativas, esperando que eu sobreviveria em um encontro com ela. Eu queria harmonia, e o próximo passo seria falar com Derek e depois... com meu tio.

— Qual o problema? — Perguntei olhando para minha calça jeans e a camisa simples, os tipos de roupa que eu sempre estava.

— Você com certeza é minha sobrinha... — Deixou escapar, e eu conseguia ver o sorriso torto desenhado em seu rosto.

Olhei para trás, surpreendida com a escolha das palavras. Eu não era sua sobrinha, nunca fora, sou sua filha.

— Sobre isso... — comecei, com o olhar baixo. Eu ainda estava com raiva, mas eu queria um pai agora.

Sequer toquei no assunto e a campainha foi tocada.

Respirei fundo. Eram forças superiores, só podia.

Fui até a porta, e eu não estava tão nervosa quanto eu pensei que estaria. Era Parrish. Apenas ele. Parrish e Thomas.  Pensando bem, iria dar muito errado, Thomas considerava Parrish da família!

Peguei na maçaneta, e Thomas ficou lá, sentado no sofá como se não se importasse com a visita que supostamente iria ser do Liam, mal sabia ele. Só que ele se importava, eu sabia. Eu tinha certeza.

Abri a porta.

Dei de cara com um Parrish de cabelos bagunçados e jaqueta de couro, ele estava um completo badboy, claro, sem contar que nas suas mãos estavam flores roxas que eu nem sabia o nome.

Eu ri.

— O que? O que foi? — Inquiriu com os olhos verdes serenos e as sobrancelhas franzidas, preocupado de que tenha feito algo errado.

— Nada — sorri.

Sem me conter, minhas mãos foram parar em seu cabelo negro, bagunçando-o para ele ficar ainda mais bagunçado, exatamente do jeito que eu gostava.

Parrish mordeu seu lábio inferior, contendo um sorriso.

Ele estava tão, tão sexy.

Eu nunca havia pensado isso dele...

Deus, eram os hormônios, apenas os hormônios.

— Isso é tão brega — falei ao pegar as flores não identificadas.

Passei meus braços – segurando um buquê de flores – pelo seu pescoço, ficando ainda mais perto do seu rosto másculo. E lindo. E sexy. E com lábios carnudos.

Eu estava horrível.

Parrish se preparou, fechou os olhos e fez um biquinho atraente e totalmente beijável. Me aproximei vagarosamente em direção aos seus lábios, porém, quando eu estava a milímetros de distância, parti para sua bochecha, perto de sua orelha.

— Meu tio tem uma arma — sussurrei. Senti ele engolir em seco. Sorri satisfeita, partindo e selando sua boca na minha. As mãos de Parrish firmaram-se em minha cintura.

— Eu também tenho uma — sussurrou de volta.

Eu precisava disso, precisava desesperadamente.

— Eu tenho uma arma — meu tio soltou atrás de mim, fazendo-nos dar um pulo, nos separando rapidamente.

— Thomas — cumprimentou Parrish.

— Sr. Wilhealm pra você — sorriu travesso.

.

O jantar foi ótimo, era tudo que eu conseguia dizer. Eu acho que fui um pouco paranoica ao pensar que o jantar seria um fiasco, afinal, eram Parrish e Thomas, os amigos e colegas de trabalho. Agora eu e Jordan éramos oficialmente alguma coisa, e isso era assustador.

Estava eu e Thomas, eu lavando a louça e ele secando, estava tudo um silêncio. Antes ele tentava me fazer algumas perguntas, mas eu apenas respondia com palavras monossilábicas, eu estava imersa em devaneios e tentando reunir coragem para tentar falar com ele. Eu deveria resolver as coisas, deveria resolver antes que eu morresse.

Eu lavava a louça atentamente, com medo de virar o olhar e fitar Thomas, entretanto eu conseguia vê-lo com o canto do olho, ali, sem ele saber que eu prestava atenção em seus movimentos. Ele suspirou, secou as mãos no pano e jogou-o com raiva em cima do restante da louça que estava no secador.

— Eu estou cansado disso, Miriana! — Olhou-me com um vinco entre suas sobrancelhas, a voz firme e as narinas dilatadas. — O que eu fiz de errado? Por que você tá agindo assim comigo?

Respirei fundo e continuei a lavar o prato atentamente, eu precisava me controlar, precisava mesmo. Eu não estava pronta, eu definitivamente não estava pronta.

— Olhe para mim! — virou-me bruscamente quando colocou a mão em meu ombro, ele sabia que não me machucaria, e por isso o fez. O prato que antes estava firme, escapou de minhas mãos e quebrou-se na pia.

— Você quer saber? — Perguntei tranquila, como se nada daquilo me afetasse. Todo o ambiente sereno do jantar esvaiu-se, dando lugar para um Thomas irritado e uma Miriana que não se importava. — Bem, pai, deixe-me falar então! — gritei firme e cínica.

— Pai? — Indagou confuso.

— Quando eu fui em Eichen House para saber quem era meu pai, sabe o que Peter falou? Que Thomas Wilhealm arruinou a vida de sua irmã! Que deu à ela uma filha de um caçador, e por isso teve de me doar! — Gritei com todo o ar do meu pulmão enquanto a feição de Thomas suavizava e passava a entender tudo o que eu estava dizendo. — Você amou Talia e desse fruto teve uma filha... eu, eu sou a filha. E eu não consigo lidar com o fato de que você suspeitou disso desde o começo, mas não me falou. Eu não consigo lidar, não consigo.

— Eu nunca... eu nunca soube que Talia engravidou, eu nunca suspeitei, Miriana. Entenda isso. — sussurrou, estendendo sua mão até mim como se aquilo fizesse eu entender, como se fizesse eu magicamente aceitar tudo aquilo, só que não fazia. Franzi minha boca e fui para trás, ergui o queixo e não me permiti chorar por aquilo. Notando como eu fiquei, Thomas fechou sua mão em punho e colocou-a no peito. Ele não sabia como lidar com isso também.

— Eu vou sair — informei-o sem pedir a sua permissão, eu não precisava dela mais. Sequei minhas mãos molhadas na minha calça, sem querer chegar perto de Thomas para seca-las apropriadamente.

— Onde você vai? — perguntou preocupado.

— Para algum lugar.

.

Subi as escadas de incêndio, completamente encharcada e com frio. Por que tinha que chover logo na hora que eu decidi sair de casa?

Eu só conseguia falar uma coisa: trabalhar na delegacia é muito útil.

Minha cabeça estava à mil, eu nem estava pensando direito, minhas pernas apenas guiaram-me até aqui, o endereço que eu decorei só por lê-lo uma única vez, talvez eu soubesse que poderia ser útil algum dia. E chegou o dia.

Bati na janela de vidro com os nós dos dedos.

Eu não conseguia enxergar nada devido ao vidro dar deformidades, impossibilitando a pessoa do lado de fora ver por dentro, a única coisa que eu conseguia enxergar era pele, muita pele.

Parrish abriu a janela, que causou um ruído grotesco que me fez encolher. Ele me olhou confuso e preocupado.

— Pelos meus conhecimentos quem deveria estar batendo na sua janela era eu — satirizou com um sorriso debochado no rosto, porém seus olhos transbordavam preocupação.

— Parece que o jogo virou — coloquei meus pés pra dentro, sem nem mesmo esperar um convite.

Preparei-me para virar para Parrish e dar um beijo sem fôlego dele, porque eu precisava. Só que quando eu levei meu olhar até ele, dei de cara com uma coisa que eu não estava acostumada: ele estava sem camisa. Bem que eu vi bastante pele pela janela.

Olhei para outro canto rapidamente.

— Parece que você precisa de roupas — falou ele deparando-se com o meu estado encharcado, com os cabelos molhados e lambidos.

Tudo desceu em mim novamente, a briga com Thomas, o fato dele ser meu pai e eu não estar aceitando isso muito bem.

— E de um abraço também — pronunciei, estendendo meus braços e não me importando mais se ele estava sem camisa ou não.

Imediatamente senti seus músculos fortes entrando em contato com o meu corpo pequeno e encharcado, ele era alto e fazia minha cabeça ficar enterrada em seu peito, o lugar onde eu podia ver seu coração batendo descompassado. Seu queixo se apoiou em minha cabeça molhada.

— O que aconteceu? — Inquiriu.

— Eu falei com meu tio, falei tudo — minha voz saiu abafada porque eu estava, bem, eu estava com a cabeça em seu peito, cheirando seu perfume que era de sabonete.

— E por que você está aqui e não tendo um momento pai e filha?

— Porque nós brigamos.

— E você quer falar sobre isso agora?

— Não.

— Então por que você veio aqui?

— Para tentar esquecer isso por algum tempo — sussurrei, tirando minha cabeça de seu peito e olhando-os nos olhos, olhando atentamente e com todo o meu carinho.

— Eu sei um jeito — disse simplesmente, caminhando para frente e me levando junto, claro, sem tirar as mãos de mim.

Minhas costas bateram em algo, e por eu estar toda molhada isso causou um choque por causa do frio.

— O que você está fazendo? — Perguntei, e seu olhar sobre mim foi feroz, estremeci... mas não de medo.

Colocou as mãos em minha cintura e levantou-me com uma delicadeza e sem nenhuma dificuldade. Suas mãos, elas me causavam algo que eu não conseguia explicar, elas eram firmes contra a minha pele, e isso me fazia bem. Imediatamente eu estava sentada em uma coisa que possivelmente era um balcão e com Parrish entre as minhas pernas.

Ah, eu entendi o que você está fazendo — engoli em seco.

Jesus.

— Cala a boca — sorriu.

E essa era a parte no qual eu morria.

Parrish levou seus lábios até os meus, duramente e de uma forma feroz, fazendo eu suspirar em sua boca. O atrito fez eu ir para trás, fazendo Jordan tirar suas mãos de minha cintura para parar em minha nuca. A única coisa que eu conseguia fazer era suspirar, depois corresponder tudo, e depois suspirar de novo. Eu não estava acostumada com nada daquilo. Eu acho que meus olhos estavam se revirando.

Quando o ar se fez necessário, Jordan partiu com beijos molhados do meu maxilar até o meu pescoço, fazendo eu ter que abrir meus olhos para ver se aquele cena era quente como eu estava pensando.

Eu sentia meu pulso totalmente acelerado, a batida frenética do meu coração batendo em meus ouvidos, era bom, era uma sensação estranha de poder imensa.

Abri minha boca sem nenhuma intenção, e uma de minhas mãos foram para no braço musculoso de Parrish para me conter.

Eu ouvi um gemido, um gemido de dor.

Abri meus olhos e deparei-me com minhas garras sobrenaturais perfurando o braço de Jordan enquanto ele me observava ambíguo.

O pulso acelerado.

A sensação de poder.

Parrish pegou meu pulso e fez um carinho ali, fazendo eu me sentir ainda mais culpada. Eu o rasgava e como bônus ele acariciava meu pulso.

— Não foi sua culpa — falou simplesmente.

E minhas garras sumiram, meu coração desacelerou e tudo foi embora.

Encarei Parrish com outros olhos e a boca aberta, tudo fazia sentido agora, tudo fazia; e isso era assustador. A vez em que eu estava praticamente me transformando dentro da viatura de polícia e foi só Jordan colocar sua mão sobre a minha, quando eu estava na van e bastou apenas seu braço em meu peito para eu parar de ter pensamentos assassinos. Eu estava assustada porque ele tinha todo esse poder sobre mim.

— Você é minha âncora — murmurei embasbacada e surpresa, estava tudo na minha frente e eu nunca havia percebido.

— E isso é ruim? — Indagou ainda com a mão em meu pulso, prestando atenção na veia saliente que eu tinha e olhando-me através de seus cílios.

— Isso é péssimo.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por aguentarem minhas fases, uhul ♥



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