Werewolf Fever escrita por Petr0va


Capítulo 29
28 - Eichen House


Notas iniciais do capítulo

SABE O QUE EU TENHO PRA DIZER?
PREPAREM-SE
BEIJOS MIGAS/OS



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Adivinha como foi a nossa comemoração pela volta de Stiles? Dormindo. Comemos pizzas e não aguentamos mais, caindo duros no chão da minha casa. Todos estavam atirados em um canto, agarrados e poupando o pouco espaço que tinha no sofá. Até o xerife Stilinski decidiu ficar por aqui e já estava dormindo em uma poltrona, junto com o meu tio. No meu quarto dormia Lydia, e o resto das meninas. Sem mais lugares para dormir, fui até o quarto do meu tio, pronta para deitar naquela cama quentinha.

Bem, e quem dormia ali era Parrish. Não me importei muito, eu estava morrendo de sono e eu já não raciocinava mais. Tentei ser o mais sutil possível ao sentar na cama, mas acabei fazendo a cama gemer quando deitei-me nela. Resultado? Jordan acordou.

— Toma — ele desenrolou-se do edredom, abrindo-o mais e colocando sobre mim. Ele estava sendo tão gentil, e aqui estava eu tentando evita-lo desde a coisa do elevador.

— Obrigada — dei um sorriso amarelo, pegando o travesseiro e ficando em frente a Parrish, pronta para dormir.

Contudo, eu não consegui, mesmo com os olhos fechados eu sentia o olhar de Jordan queimando sobre mim. Abri meus olhos e encarei o homem dono dos olhos verdes.

— O que foi? — Perguntei curiosa.

— Me permite? — perguntou suavemente.

Ele colocou sua mão em cima da minha bochecha, e continuava a me encarar. O seu olhar era tão intenso que eu sentia o calor do meu corpo indo diretamente para as minhas bochechas. E pelo jeito ele achou graça, já que estava com um sorriso abobado em seu rosto, notando o quão envergonhada eu estava.

Mas vergonha não era a única coisa que se apoderava de mim. Eu estava me sentindo bem com ele. Entretanto, de algum modo, eu me sentia culpada também; me sentia culpada ao sentir isso enquanto estávamos cercados por perigo.

Era bom ter Jordan ao meu lado. Ele estava ao meu lado apoiando-me enquanto fazia caricias em minha bochecha, apoio que começou desde que eu cheguei nessa cidade.

Eu iria aproveitar isso.

— Você estava me evitando? — Perguntou ele, não deixando de fazer o carinho gostoso em minhas bochechas.

Ajeitei meu travesseiro mais uma vez e fui mais pra frente, quase encostando meu nariz do dele.

— Por que você acha isso? — Devolvi com outra pergunta.

Ele continuou a me fitar intensamente com aqueles olhos verdes penetrantes, suspirou e não pensou demais, já que eu sabia que a resposta estava na ponta de sua língua.

— Você não fala comigo.

Interrompi-o aproximando-me ainda mais, e sem pensar beijei-o. Eu não sei o que deu em mim, eu só achei que era necessário o calar com um beijo.

Meu coração palpitou e deu variadas cambalhotas com nomes esquisitos.

Eu decidi que iria assumir tudo aquilo que eu sentia e escondia.

No mesmo instante que eu colei meus lábios nos seus, Jordan colocou uma de suas mãos em meu quadril, fazendo um carinho circular com o polegar no ossinho saltado que havia ali. Ele beijava-me com delicadeza e sem nenhuma pressa, tratando de explorar todos os cantos da minha boca. Meus olhos estavam fechados suavemente enquanto eu o deixava controlar tudo aquilo, eu queria isso. Era o nosso primeiro beijo, e foi realmente algo muito bom e satisfatório. As borboletas em meu estomago não foram tão fortes como deveriam ser, mas eu não podia culpa-las, tudo era novo demais. Suas mãos foram da minha cintura ao meu quadril, levantando um pouco a minha camisa e fazendo minha pele se arrepiar por causa da sua mão máscula. Arrepios me preenchiam por inteira, isso era um tanto quanto surpreendente, era como se um gelo deslizasse sobre a minha espinha. Era bom.

Parrish parou o beijo e chupou meu lábio inferior, olhando-me feroz.

Eu estava com sono, e como não poderia beijar mais aquela boca do mesmo jeito que tinha feito agora, dei vários selinhos seguidos e me entreguei naquilo.

— Você é tão nova para mim, me sinto um pedófilo— sussurrou.

— Eu não me importo — falei após revirar seus olhos, calando-o com um beijo depois.

.

A pessoa que acordou mais cedo naquela casa levantou-se às duas horas da tarde, e aquilo não era muito surpreendente, já que ontem dormimos quase seis horas da manhã.

Eu acordei em um pulo, não tive pesadelo algum, apenas acordei desse jeito. Desajeitadamente — já que o braço de Parrish estava pousado em minha cintura, impedindo-me de me movimentar facilmente — me virei para ver se ele estava em um sono profundo, assim permitindo eu tirar aquele braço sem acordá-lo. Mas não, ele estava com os olhos bem abertos, provavelmente estava observando minha cabeleira castanha antes de eu me virar.

— Tá acordado desde quando? — Perguntei com a minha voz totalmente rouca, e eu não sei por que, mas a voz saiu meio sexy sem intuito algum.

Jordan engoliu em seco, provavelmente notando aquilo também, mas bastou olhar algum lugar que não fosse a minha boca e ele se recuperou. Ele não estava acostumado comigo desse jeito.

— Faz algum tempinho — falou o dono nas írises verdes mais bonitas que eu já vira.

— E ficou encarando meus cabelos esse tempinho todo? — Inquiri arqueando as sobrancelhas, interessada em sua resposta.

— É legal encarar seus cabelos, eles são bonitos — ele deu um sorriso.

— Eu vou descer — disse, e logo me desfiz das cobertas. — Você vem junto?

Como resposta, Parrish se desfez das cobertas também e logo me acompanhou até lá embaixo.

E eu me esqueci de comentar, a única pessoa que não quis se misturar ontem foi Derek. E eu o entendia, completamente, ele estava sem um lugar para se segurar, totalmente atordoado, descobriu um segredo de sua que sua mãe deveria contar aos filhos sem pestanejar.

Mas ela não contou.

E foi por isso que eu não me surpreendi quando ele abriu a porta de minha casa e apareceu com a típica carranca em sua face. Mas dessa vez havia algo diferente... havia dor.

E eu também posso admitir que ele me pegou totalmente desprevenida quando entrou em minha casa e disse que devíamos ir para o famoso hospício de Beacon Hills, a Eichen House.

— O que nós vamos fazer lá? — Perguntei hesitante, aquele hospício era famoso justamente por causa dos suicídios, e sem orgulho algum, eu tenho que admitir, eu não me dou bem com mortes.

— Vamos visitar meu tio Peter, ver se ele tem algumas respostas sobre... isso — ele disse duro. E mais uma vez, eu o entendi. Ele nem sabia como chamar o assunto “Miriana Wilhealm possivelmente é minha irmã perdida”.

Mas mesmo assim eu engoli em seco. Eu sabia exatamente quem era Peter só por causa das coisas que os meninos me contaram, e certamente ele e Anne dariam um ótimo casal. Eu estou tão ferrada, eu só não iria em Eichen House, como também iria visitar Peter Hale.

— Eu não sei se isso é uma boa ideia, Derek — falei apreensiva. Eu estava com medo, e não só por causa da fama suicida daquela casa, mas também por causa de Peter, a Anne versão masculina.

Derek bufou mal-humorado, pelo jeito ele não havia dormido muito bem hoje. Estava pior e diferente do seu jeito de ser, e mais uma vez, não podia culpa-lo. E isso era uma pena.

— Eu não me importo se é uma má ideia ou não, nós temos que ir — ele disse ríspido, um tom que eu nunca tinha visto ele usar, mesmo sendo grosso do jeito que era.

E eu estremeci com aquele tom, mesmo não querendo. Pegou-me totalmente sem palavras, e me amaldiçoei por ter sido fraca daquele jeito. Mas infelizmente, eu era assim.

— Só porque você pode ser irmão dela, não significa que você pode trata-la assim! — Gritou tio Thomas para Derek, e mesmo meu tio não sendo tão ameaçador quanto o lobo, Derek engoliu em seco, maneando a cabeça em concordância, e eu esperava que era porque ele tinha se dado conta que havia agido como um cretino.

— Me desculpa... Eu... — Derek nem conseguiu completar a frase de tão envergonhado que estava. E com uma coragem súbita, peguei meu casaco e disse:

— Vamos.

Derek me olhou surpreso, porém não disse nada.

Jordan — que eu tinha me esquecido que se encontrava na sala — puxou-me pelo braço e me deu um simples selinho. Não me acostumei ainda.

— Se cuida — murmurou ele em meu ouvido.

.

Enfim chegamos naquele lugar, quando botamos o pé ali o ambiente escureceu, parecia que uma matéria negra e sombria havia pairado sobre nós. Na frente tinha um grande portão de ferro escrito “Eichen House”, e era assustador. A recepção era um grande quadrado vazio cheio de cadeiras de rodas e sem ninguém por perto.

— Posso ajudar? — Uma moça de olhos castanhos e cabelos loiros apareceu de algum lugar perguntando isso para Derek.

— Quero ver meu tio — respondeu ele sem rodeios.

— Me desculpa, mas no momento que assinaste o contrato o senhor concordou que ele não receberia visitas... — falou a morena que pelo visto sabia exatamente com quem estava falando.

— Não me importo com o que eu assinei ou não, quero ver ele agora! — Ordenou Derek um tom mais alto, mas sem estar realmente gritando. A mulher olhou-o mais uma vez e assentiu levemente, nos levanto para o lugar onde Peter estava.

Descemos escadas e mais escadas, e a casa realmente fazia jus ao seu nome, ecos dos quartos me falavam que naquela escada ocorrera vários suicídios, e eu posso afirmar que estremeci um pouco, não gostava de morte, mesmo que isso fosse bem irônico.

— Volto em quinze minutos — informou a enfermeira ou o que quer que ela fosse, abriu uma grande porta de ferro e nos deu a visão de uma sala. Ela tinha uma grande parede de vidro, duas camas, e lá jaziam dois homens, um deles estava aparentemente dormindo, enquanto o outro balbuciava alguma coisa e fitava seus dedos que se mexiam.

— Brilha, brilha, estrelinha, quero ver você brilhar. Brilha, brilha, lá no céu — o homem parou de cantar e grunhiu raivoso. — Eu te odeio estrelinha, você não deveria brilhar, deveria viver em uma escuridão eterna igual a minha.

Sim, o cara estava louco, não que isso surpreendesse, ele estava em um manicômio, afinal.

Derek foi até aquela parede e eu dei alguns passos para dentro, não querendo permanecer tão perto daqueles homens, por isso continuava a encarar as costas do meu até então irmão.

— Oi, tio — cumprimentou Derek sem emoção alguma em sua voz. Oh, então aquele que estava cantando era Peter.

Peter congelou, parou de mexer suas mãos assim que ouviu a voz grossa de Derek, fechou fortemente seus olhos e os abriu depois, porém continuou fitando suas mãos.

— Você me colocou aqui e ainda tem a audácia de me chamar de tio? Monstro! — falou ele rapidamente com a voz afetada com alguma coisa que eu não conseguia identificar. Raiva? Angustia? Eu não sabia.

Peter olhou para frente para encarar seu sobrinho, entretanto seu olhar não foi para Derek, mas sim para um ponto desconhecido da sala, seus olhos se encheram com um brilho desconhecido, e só depois vi que ele estava olhando para mim.

— Eliza, seu irmão malvado a achou? — indagou ele em um sussurro e um sorriso carinhoso estampado em seu rosto. Com isso, me aproximei do vidro e fiquei ao lado de Derek, ainda confusa. — Sentiu minha falta?

Fiquei em silêncio, atônita. Peter encostou a face no vidro em segundos, fazendo eu dar um salto para trás assustada, me recuperei e fui até onde estava anteriormente. Peter desencostou-se do vidro e balançou sua cabeça.

— É óbvio que você não se lembra, Talia apagou todas as suas memorias —virou-se para Derek e prosseguiu. — Assim como a sua e a de todos, mas como sempre, consegui escapar. — deu um sorriso convencido.

Olhei para Derek, mas ele continuava a encarar seu tio com um semblante indecifrável, franzi o cenho e voltei a encarar Peter.

— Por que? — perguntei. Peter abriu outro sorriso, um sorriso que eu não sabia exatamente o que demonstrava, ele estava com as suas mãos espalmadas sobre o vidro.

— Ela teve que te dar pra adoção, querida. Nossa família era muito rígida, você não havia nascido com o gene. Talia te amava, mas não teve escolha. — disse ele. — Como seu pai era humano, isso já era esperado; suas chances eram raras, mas Talia não desistiu até ver a verdade.

Olhei para Derek de novo, ele estava com um olhar perdido, e eu sabia o porquê. Sua mãe havia o traído, tinha um relacionamento com um humano que ninguém sabia, ou até podia saber, mas não se lembrava por causa de suas memórias apagadas.

— Quem... quem era meu pai? — inquiri aflita.

Peter fez uma cara de desgosto, olhou profundamente em meus olhos e falou:

— Thomas Wilhealm, o nome do caçador que estragou a vida da minha irmã.


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Notas finais do capítulo

Sim, o nome da mãe e o do pai da Miriana já saiu tudo de uma vez. INCLUSIVE BEIJINHO COM O PARRISH.
E gente, Werewolf Fever tá na reta final!
Eu vou dar um tempinho na fanfic pra eu terminar de vez, já que eu tô escrevendo os últimos capítulos e só quero postar quando estiver tudo pronto.
Deixem suas humildes opiniões aqui, elas são sempre bem-vindas