Pov. Damon

Encarei Klaus e Caroline tendo a conversa de começo de relacionamento, olhei meu relógio, teria que sair para almoçar com Lisa em 20 minutos, e nada da sócia da Srta. Forbes chegar, já estava começando a ficar nervoso, Klaus por sua vez estava rindo como um idiota com a loira a nossa frente, ela era linda, olhos azuis cor do mar e cabelos loiros que caiam em cachos obre os ombros, não era muito meu tipo, sempre preferi as morenas.

– Bom Srta. Forbes, acredito que sendo a primeira vez que sua sócia deve se encontrar com novos clientes ela, pelo menos, deveria ser pontual. – Falei interrompendo a conversa dos dois, Klaus me fuzilou com o olhar.

– Você chegou atrasado ontem Damon, não pode reclamar da...

– Ele está certo – A loira o interrompeu – Ela deve ter tido algum problema, vou ligar para ela e já volto.

Ela então se levanto indo até o canto da sala com o celular no ouvido, Klaus cutucou meu braço porém eu fingi não perceber pegando meu celular e mandando um rápida mensagem para Lisa dizendo que provavelmente iria me atrasar para o almoço, a loira voltou a se sentar na nossa frente porém não disse nada para mim, só voltou a conversar com Klaus.

– Estou curioso quanto ao porque uma mulher tão linda quanto você esta solteira. – Klaus falou e eu contive o riso.

– Obrigada, mas acho que ainda não arranjei a pessoa certa. – Ela respondeu, notei que tinha ficado envergonhada.

– Qual é Nik? Paga um jantar para ela pelo menos. – Klaus me repreendeu novamente e tenho certeza que amaldiçoava o fato de eu estar aqui.

– Vocês realmente me desculpem, minha sócia não costuma demorar tanto. – A voz da loira estava nervosa.

– Desculpe você, o mal jeito do meu sócio, ele está prestes a noivar e está nervoso, por isso disse essas coisas. – Revirei os olhos, oque tinha demais eu noivar, quer dizer, isso acontece com todos não é? É normal.

– Desculpem o atraso, eu acordei um pouco tarde e tinha um acidente no cami... – Nos viramos, meu coração parou quando encontrei um belo par de olhos castanhos me olhando, notei lagrimas se formando neles, meus lábios formaram uma palavra muda “Elena”, a morena fechou os olhos impedindo que as lagrimas descessem, ela sempre foi péssima em demonstrar sentimentos – Da... Damon?

– Elena? – A olhei sorrindo e olhando para os lados, aquilo era realmente real? Era bom demais pra ser verdade, com certeza.

– Vocês se conhecem? – A loira perguntou, não dei bola para pergunta e andei até Elena a envolvendo em meus braços, ela ficou imóvel por um tempo e quando finalmente se moveu se afastou de mim olhando nos meus olhos, sorri para ela que não retribuiu.

Foi quando ela ergueu a mão e deu um tapa no meu rosto, me inclinei com a ardência que sobrou em meu rosto, levantei meu rosto e vi que ela tinha se virado, andando rapidamente até a porta e batendo a porta, depois uma segunda batida foi ouvida, Klaus e Caroline me olhavam surpresos, me endireitei e engoli em seco tentando absorver oque acontecia a meu redor.

– Oque diabos foi isso? – Klaus foi o primeiro a falar algo.

– De onde vocês se conhecem? – Caroline perguntou ficando de frente pra mim e me encarando, tal como Elena fizera antes – Quer saber? Saiam daqui, já sei oque aconteceu.

– Ótimo, poderia me contar? – Pedi e ela revirou os olhos – Porque ela me tratou assim?

– Hipócrita. – Foi tudo que a loira disse antes de sair pela porta.

– Vem Damon – Klaus segurou meus ombros me guiando até o elevador – Oque foi isso? De onde vocês se conhecem?

– Nós somos amigos de infância, namoramos na adolescência, ela terminou comigo, eu vim pra cá, aconteceu tudo aquilo com meu pai, passei um ano na Itália, quando eu fui vê-la descobri que ela tinha ido embora – Ele arqueou as sobrancelhas esperando que eu continuasse – Foi só isso, Klaus.

– Isso não explica oque aconteceu a dois minutos atrás. – O elevador abriu e nós saímos indo até meu carro no estacionamento.

Não, eu não passei 6 anos sem vê-la para tomar um tapa sem nem mesmo uma explicação, algo que justificasse, olhei para Klaus que estava entrando no carro, joguei as chaves pra ele que pegou desajeitadamente, e me olhou confuso.

– Eu já volto, preciso resolver isso – Me virei e entrei novamente no prédio, as recepcionistas tentarão me impedir, mas eu consegui chegar ao elevador, levou mais tempo do que o previsto para chegar ao ultimo andar assim que as portas se abriram Elena estava parada do outro lado, inexpressiva, somente entrou no elevador e apertou o botão do térreo, fiquei esperando que ela dissesse algo porem ela simplesmente ficou lá, parada olhando para o nada – Você não vai falar comigo? – Perguntei por fim, me aproximei dela porem as portas do elevador abriram e ela saiu em disparada, a segui o mais rápido que pude – Não pode fingir que eu não existo! – Ela continuou andando até que finalmente chegamos ao estacionamento, ela parou em um carro – Fala comigo, Lena.

– Elena Gilbert pra você. – Ela falou se espremendo dentro do carro, notei que ela não travou o carro então dei a volta rapidamente e me joguei no banco do passageiro.

– Agora vai ter que falar – Sorri olhando para a frente do carro e ela suspirou – Porque está me tratando assim?

– Saia do meu carro ou eu chamo a policia. – Ela falou grossa, olhei para ela por um tempo, abri a porta e sai do carro andando o mais rápido possível até meu carro, Klaus estava encostado no capo jogando a chave para cima varias vezes, peguei a chave enquanto ela ainda estava no ar e ele me olhou surpreso.

– Preciso ir a um lugar. – Falei abrindo a porta.

– Mas você precisa me dar carona. – Ele falou meio desesperado.

– Tenho certeza que você prefere ficar com a Caroline, por favor cara, preciso mesmo ir. – Ele assentiu.

Dei partida no carro e consegui ver o exato momento em que o carro de Elena saiu do estacionamento, a segui por algumas ruas até que ela estacionou em uma escola infantil, e desceu rapidamente, falou alguma coisa com uma mulher parada na porta e entrou, desci do carro e fui caminhando lentamente até a escola, a mulher parada na porta me olhou desconfiada.

– Veio procurar alguém senhor? – Ela falou arqueando as sobrancelhas.

– Não sei se ajuda, mas Elena... Elena Gilbert. – Ela balançou a cabeça.

– Algum parentesco com o Adam? – Ela perguntou. Quem é Adam?

– Quem? – Ela balançou a cabeça.

– Sinto muito, não pode entrar se não for parente de algum aluno. – Balancei a cabeça em concordância.

– Tudo bem, mas pode me dizer quem Elena veio ver, qual aluno? – Ela negou.

– Desculpe. – Assenti me virando novamente.

Meu celular vibrou no meu bolso, uma mensagem de Lisa surgiu na tela “Você vai vir Damon? Não posso ficar muito tempo aqui.” Olhei mais uma vez para a escola antes de voltar a olhar para o celular, a escola não sairia daqui não é?

“Estou chegando, querida”

Voltei para o carro dando ligando-o e dirigindo até o restaurante, era um lugar calmo, em uma das ruas mais antigas e clássicas no centro de Londres, entrei no lugar e logo avistei Lisa, sentada na mesma mesa de sempre, comendo sua tradicional entrada, uma salada, andei até ela dando um rápido beijo em sua testa e me sentando na cadeira a sua frente.

– Porque demorou? Pensei que não viria. – Ela me olhou sorrindo.

– Pessoas chegaram atrasadas e tivemos uma discussão então...

– Discussão? – Ela virou um pouco a cabeça confusa.

– Quer dizer, Klaus e eu discordamos sobre aquela coisa do prédio e... não vamos falar sobre isso, como foi com seu pai? – Perguntei e ergui a mão chamando o garçom.

– Ele insistiu que eu não deveria ir morar com você, mas aceitou o jantar em dois dias. – O pai dela tem algum problema comigo desde que eu conheci Lisa.

– Um Wellington Beef, por favor – Pedi ao garçom quando ele se aproximou – E uma taça do vinho de sempre.

– Claro Sr. Salvatore.

– Acho que devemos mudar de restaurante – Sussurrei para Lisa que franziu os lábios com minha observação – O garçom já sabe até meu nome.

– Para de bobagens Damon.

Decidi deixar pra lá, conversamos pouco durante o almoço, Lisa era planejada, cada segundo seu era estrategicamente programado, como por exemplo, depois do almoço ela teria 20 minutos para namorar, depois deveria visitar a ONG de seu pai, eu deveria seguir esse horário também, mas geralmente a faço ficar sempre mais do que o planejado.

– Aonde vamos? – Ela perguntou depois que eu paguei a conta.

– Estava pensando em mudar, você não cansa de ir no Hyde Park sempre? – Ela negou – Que tal irmos para o Big Ben, vivemos em Londres, mas vamos tão pouco lá.

– Pode ser, contanto que seja rápido, só tenho mais 17 minutos. – Revirei os olhos, ela segurou meu braço e andamos juntos até meu carro.

Chegamos ao Big Ben em questão de poucos minutos, já que era tão perto que poderíamos ter ido a pé, Lisa e eu descemos do carro e ela segurou minha mão me abraçando de lado, e afundando a cabeça no meu peito, dei um rápido beijo em seus cabelos e ficamos andando entre os turistas por muitos tempo, mas logo os 20 minutos acabaram e Lisa quis ir embora.

– Fica mais um pouco. – Pedi segurando seu braço.

– Não Damon, sabe que eu não posso. – Ela fez um biquinho e eu fiz o mesmo.

– Por favor, eu senti tanta saudade. – Ela mordeu o lábio inferior.

– Tudo bem, mas me deixa ao menos ligar e avisar que vou demorar mais pra chegar. – Ela suspirou rendida.

– Ótimo – A soltei e ela foi para um lugar mais silencioso com o celular, como eu amava isso, esses momentos calmo e tranquilo, fechei os olhos sentindo o vento no meu rosto, mas quando eu os fechei a imagem de Elena se projetou em minha mente, as orbes castanhas me encarando, os jeito como ela estava, meus pensamentos foram interrompidos por alguém se chocando contra minhas pernas, abri os olhos e olhei para baixo, um garotinho de olhos verdes e cabelos loiros tinha batido em mim, ele ficou olhando assustado para mim –Ei, qual é seu nome?

– Ethan – Ele respondeu se encolhendo – Desculpe.

– Tudo bem, e cadê seus pais Ethan? – Ele balançou a cabeça um pouco assustado com minha pergunta.

– Eu não sei, eles...

Parei de escutar quando me puxaram para trás, percebi ser Lisa e a olhei furioso, ela só deu de ombros e começou a me puxar entre as pessoas, me soltei rapidamente dela e me virei procurando pelo garotinho, mas ele havia sumido.

– Porque você fez isso? – Perguntei falando um pouco alto.

– Ele não é problema nosso, e você precisa me levar pra ONG, não posso chegar atrasada. – Ela falou naturalmente guardando o celular no bolso.

– Você tem noção do problema que esse garoto deve estar enfrentando? – Ela deu de ombros despreocupada.

– Continua sem ser nosso problema, vai me levar agora ou...

– Pega um taxi. – A interrompi e me virei procurando o garoto, porém ele não estava mais ali.

Desisti de procura-lo depois de uns vinte minutos, voltei para meu carro e fui diretamente para minha casa, o prédio era longe do centro, então levei quase 40 minutos para chegar, depois de deixar o carro no estacionamento, subi até meu apartamento, joguei minha coisas no sofá e fui direto para meu quarto.

Porque aquele garoto mexeu tanto comigo? Talvez porque eu tenha visto Elena hoje. E tenha lembrado do nosso filho, ele deveria ter a mesma idade que o garoto que eu vi hoje, imagino como ele seria, descobrir que você seria pai quando seu filho não existe mais dói, dói muito, talvez seja por isso que Elena me bateu hoje, eu trago memórias ruins para ela, memórias de um tempo em que eu achava que a teria para sempre, mas depois de uma discussão eu fui idiota o suficiente para deixa-la ir, e quando eu voltei ela já não estava mais, tudo oque me restou foi a noticia de que eu seria pai, e que eu jamais seria.

Já tentei esquecer isso milhares de vezes mas ainda me lembro do dia em que cheguei em Mystic Falls e me contaram sobre a gravidez de Elena, e que ela havia ido embora assim que perdeu o bebê, aquele dia jamais sairia de minha mente, o pior dia da minha vida...

Continua.....