Ruin escrita por Cabbie


Capítulo 11
Tobias


Notas iniciais do capítulo

Então, gente, eu sei que vocês tinha uma perspectiva totalmente diferente desse capítulo, mas eu não consegui evitar. E, antes que perguntem, esse capítulo é totalmente narrado pelo Tobias. Eu tentei deixar o menos meloso possível, acreditem em mim. Espero que dê para entender como ele se sente com relação a Tris, por enquanto. Tem a parte dois, mas eu não sei se eu irei postá-la.
Enfim, gente, boa leitura



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Capítulo Bônus - Tobias.

Eu já tinha a visto irritada. Muitas vezes, na realidade. E, em todas as vezes, eu gostava daquilo. Na mente de um garoto, era divertido ver uma garota extremamente nervosa. Principalmente, quando eu ganhava todas as discussões. Eu tinha a satisfação de esfregar na cara dela o quanto eu podia ser melhor do que ela sequer imaginava.

Nunca consegui entender Tris Prior. E também nunca consegui entender como começamos a nos odiar. Em parte, era culpa minha.

Desde pequenos, estudamos juntos. Logo no primeiro momento em que eu havia me recusado a emprestar um giz de cera desgastado para Tris Prior, nós, concidentemente, notamos que não podíamos falar um com o outro...sem brigarmos.

Quando eu estava no quinto ano, eu fiz o favor de encher sua mochila com uma gosma nojenta que Zeke havia trazido para a escola. Em troca, ela espalhou para todo mundo que eu estava tendo um caso com Zeke, e pediu, com toda a educação que restava a ela, que eu saísse do armário o mais rápido possível.

No sétimo, começamos nossa implacável batalha; os professores não suportavam ter de cuidar das desavenças que ocorriam quase todos os dias. Então, a partir daí, já era quase impossível terminar com a linha de ódio que nos unia.

Toda a vez que eu a via, eu insistia em fazer comentários perturbadores sobre Prior. Para meus amigos e eu, aquilo era pura comédia. E, por muitos anos, acreditei naquilo.

Já tentei parar de brigar com ela, é verdade. No entanto, o desastre já havia sido feito há muitos anos atrás, e ela desenvolveu uma espécie muito forte de rancor por mim. Depois de ver que não teria jeito, desisti, porque, na minha cabeça, eu não ia perder o meu tempo tentando fazer as pazes com Tris Prior.

Então, eu continuei a irritá-la. Aquele era mesmo o meu passatempo preferido. Em todas as vezes, eu ignorava a voz em minha cabeça que dizia que eu tinha uma obsessão doentia por ela.

Até parece que eu ia acreditar naquela merda.

– Você nunca presta atenção por onde anda, Careta? – perguntei, assim que havia esbarrado com ela nos corredores.

Ela arqueou sua sobrancelha, irritada. Fiz questão de dar ênfase no apelido que eu e Zeke inventamos para ela. Fala sério, a garota era sempre superconservadora e parecia ter medo de garotos, apesar de ela já ter dezesseis anos. Prior era esquisita, na menor das hipóteses.

– Você foi o único que entrou na minha frente – ela retrucou, com raiva.

Eu revirei os olhos. Ela sempre dava respostas idiotas.

– Como sempre, irritante – eu continuei andando – Você tem que parar com essa sua língua afiada, Careta.

O pior de tudo é que essa discussão terminou com um soco. Sim, a garota deu um soco na minha cara. Se fosse com qualquer um, eu teria rido, mas tudo o que eu consegui pensar era o quanto eu detestava aquela garota idiota.

Deixei para lá porque tudo o que minha cabeça conseguiu focar foi na festa que teria naquele mesmo dia. Ainda assim, dava para ver que Prior havia ficado incomodada com nossa discussão mesmo do outro lado da sala. Ela estava furiosa e prestes a dar outro soco em mim, caso fosse preciso.

– Ela é louca – eu resmunguei para Zeke, que concordou em resposta.

– Esquece ela, cara – tentou Zeke, vendo minha mudança de humor – Daqui alguns anos, você nem vai ver mais a cara dela.

Senti meu estômago embrulhar com esse pensamento. Algo em mim, bem lá no fundo, não estava contente com a perspectiva de nunca mais ver a Prior. Quem é que eu ia irritar agora?

Zeke tinha sérios problemas com bebida. Logo no começo da festa, ele ficou chapado o suficiente para não saber mais quem eu era. Deixei com que ele se agarrasse com uma garota ao seu lado. Ela apertava meu melhor amigo como se sua vida dependesse disso, e isso não apareceu incomodá-lo nem um pouco. Eu sentia como se os dois pudessem transar ali mesmo.

Vendo que aquela era a minha deixa para sair, fiquei olhando para as pessoas que estavam na pista de dança, entendido. Por incrível que pareça, nenhuma daquelas garotas haviam me chamado a atenção. Minha mente continuava a ecoar o pensamento de nunca mais ver Prior. Eu já estava ficando puto por não conseguir tirar aquilo da minha cabeça.

Apoiei meu corpo na parede atrás de mim, irritado. Assim que eu estava certo de que aquela era a hora de ir embora e arrastar Zeke comigo, meus olhos foram imediatamente para a pista de dança, interessados. Eu sentia como se estivesse sendo puxado até lá.

A garota com vestido branco parecia interessante, eu refleti. Rapidamente, me animei, aliviado por ter uma distração para tirar Prior da minha cabeça. Ela dançava como se não ligasse para nada, como se não estivesse nem aí para o fato de ter vários garotos olhando para ela.

Me adiantei para chegar até ela, antes que outra pessoa o fizesse.

– Você está sozinha? – Eu perguntei, bem próximo dela.

Coloquei minhas mãos em sua cintura. Ela era pequena e, mesmo que estivesse usando uma máscara, eu podia ver o quanto era bonita.

Reconheci um brilho estranhamente familiar em seus olhos. Era como um forte sentimento de déjà vu. E, merda, tudo o que eu consegui pensar era como seria ótimo beijar os lábios que estavam tão próximos dos meus agora.

– Você é tão bonita – eu sussurrei, vendo-me incapaz de não dizer isso a ela.

Mesmo não conhecendo aquela garota, eu senti uma forte atração por ela. Em um momento, eu estava bem longe da pista de dança, entendido. Agora, eu me via incapaz de sair ali. Me vi incapaz de não ceder à tentação do seu cheiro, seu toque.

Ela deixou com quem eu a beijasse pela forma com que se inclinava para frente, nunca desviando os olhos dos meus. Queria apressar as coisas, mas eu sabia que poderia assustá-la, então deixei com que tudo acontecesse calmamente, como parecia que deveria ser.

– Tris, o que você está fazendo?! – Alguém perguntou ao fundo, parecendo extremamente nervoso e irritado.

Ignorei o som da palavra Tris ecoando em toda a minha cabeça. A garota de vestido branco não estava tão calma, no entanto. Ela parecia ter saído de um transe e, num pulo, afastou-se de mim.

A distância entre nós era estranha para mim. Eu queria que ela voltasse para a proximidade de antes. Por que ela estava fugindo de mim?

– Onde você está indo? – Questionei, assim que ela soltou a sua mão da minha.

Ela não respondeu, mas eu a segui.

– Vou com você – declarei. Ela ainda não havia se virado para me olhar.

– Certo – ela respondeu, ainda incomodada.

Fomos para onde estava acontecendo um tumulto. Muitas pessoas estavam ali para fazer uma daquelas brincadeiras que aconteciam em festas, e confesso que fiquei surpreso ao ver a garota de vestido branco entrar na sala onde todas aquelas pessoas estavam indo.

Sete minutos no paraíso. Aquela ideia parecia ridícula na minha cabeça. Quase resmunguei, tentado em puxar a garota para um canto e beijá-la até que eu não pudesse mais. Mas foi aí que uma ideia surgiu em minha cabeça. Caso fôssemos escolhidos para entrar no armário, ela não teria como escapar de mim.

E foi exatamente isso o que aconteceu. Estávamos presos no cubículo que era o armário. Ao contrário de mim, a garota de vestido branco não estava contente. Ela estava lívida, e isso me fez lembrar muito de alguém que eu conhecia.

– Olha – ela começou a contragosto -, podemos passar os sete minutos sem fazer nada, está bem? Apenas dois estranhos... Dividindo o mesmo espaço.

– Você parece me odiar muito rápido para quem acabou de me conhecer – observei.

– Eu fico feliz que você tenha reparado – ela resmungou de volta, nervosa.

Os próximos minutos se passaram como um flash em minha cabeça. As costas da garota de vestido branco bateram violentamente no apoio do armário, meus lábios estavam à centímetros da tenção, e minhas mãos foram direto para a sua cintura, levantando-a.

Assim que eu a beijei, todas as garotas com quem eu fiquei pareciam ter sido nada comparadas a ela. Suas mãos foram até minha nuca, arranhando-a. Minha boca estava por toda a parte. No seu pescoço, no seu lóbulo, sua boca, suas pernas...

Me senti incendiar com o seu toque. Mordi o seu lábio inferior, arrancando um gemido dela, e eu fiquei determinado em fazer com que aquele som saísse de seus lábios – mais uma vez. E eu consegui, e era pura música para os meus ouvidos.

Eu estava prestes a tirar aquela droga de máscara do rosto dela, mas suas mãos foram até as minhas, fazendo-me pensar que não era aquilo o que ela queria. Mais uma vez, me enganei. Ela levou suas mãos pequenas até a minha máscara, parecendo querer tirá-la, também.

E, assim que ela o fez, eu nunca fiquei mais chocado do que naquele momento. Cada parte do meu corpo ficou imobilizada. Por um momento, consegui esquecer o meu próprio nome e como é que eu havia conseguido parar ali. Tudo, tudo parecia ser uma piada contra mim.

– Isso só pode ser brincadeira – grunhi, irritado – Eu não acredito que, de todas as pessoas, eu beijei a Careta.

– Bem, a situação não é muito diferente para mim! Você... Você é Tobias Eaton. E, droga, eu deixei que... Droga, eu te beijei.

Pela primeira vez, eu sorri. Meus olhos brilharam em divertimento. A ideia de ter beijado Tris Prior estava me incomodando, mas, ainda assim, vi uma parte de humor naquilo tudo. Ela sabia como beijar alguém, a final de contas.

– Essa parte... Eu sei – eu disse, voltando a ficar sério - E essa situação é ridícula.

– É – ela concordou – É.

Ficamos em silêncio. Minha cabeça girava, quase como se eu tivesse bebido tanto quanto Zeke. Depois de anos, anos de pura resistência, eu havia perdido o controle. Eu havia beijado ela.

Eu havia beijado Tris Prior! A garota que eu mais detestava. A garota com que eu sempre impliquei. No entanto, a tensão ainda estava lá, um lembrete nítido de que eu a queria – do quanto eu sempre a quis, durante todos esses anos.

Ótimo – ela sibilou – Acho que eu deveria ir.

Ela colocou a máscara e saiu do armário, deixando-me sozinho. Apoiei a cabeça nas mãos, irritado. Eu a queria, merda. O pior de tudo era que eu queria! Eu a queria de novo.

Arrastei Zeke para fora daquela festa. Eu não estava mais com cabeça para nada.

– Vamos logo – eu resmunguei, enquanto ele reclamava – Cala a boca, cara! Entra no carro.

Quando cheguei em casa, tive de aturar uma série de reclamações de minha mãe, mas não prestei atenção em nenhuma delas.

Eu beijei Tris Prior.

~ w ~

Eu tinha muito azar, concluí.

Não bastava ter beijado a Careta, ter de arrumar as coisas para uma futura mudança, que já havia sido proposta por minha mãe há anos desde que o idiota do meu pai sumiu de nossas vidas, estar todo fodido de pensamentos, eu ainda tinha de ser vizinho dela.

– Isso só pode ser brincadeira – mordi o meu lábio para não gritar, temendo que minha mãe reclamasse sobre o quanto eu estava sendo grosseiro.

A mãe de Tris e a minha conversaram a maior parte do jantar. De vez em quando, eu fitava Prior, temendo agarrá-la ali mesmo, na frente dos pais dela e da minha mãe. Quando eu já me vi incapaz de pensar em algo mais, eu me levantei, falando de súbito:

Tris – era extremamente estranho falar o seu nome – Eu posso falar com você, em particular...?

Ela assentiu, meio relutante.

Ela esperou que eu falasse. Seu rosto estava ficando vermelho, fazendo-me parar por alguns segundos para observá-la.

Que merda, Tobias! Pare de se distrair, idiota!

– Olha – eu limpei a garganta, chegando perto dela -, acho que devíamos, você sabe, esquecer o que aconteceu. Nós nem sequer gostamos um do outro. Eu só... Só não quero que fique... Eu só não quero que fiquemos estranhos um com o outro.

Ela franziu a testa. Aquelas não eram as palavras exatas que eu queria dizer a ela, mas me pareceram certas, de qualquer maneira. Só agora, depois de anos, eu notei o quanto eu estava atraído por ela, e eu me recusava a aceitar que eu podia ver minha pior inimiga de outra forma. Eu conseguia ficar irritado só com esse pensamento.

– Você fala como se tivéssemos tido algo grande, sabe. O que aconteceu, aconteceu. Eu não esperava beijar você, Tobias. E, falando honestamente, eu não irei implorar para virar sua namorada, ou algo do tipo. Então, nem precisa ficar com esse pensamento de que eu estou gostando de você, porque eu não estou.

Aquelas palavras feriram o meu ego, confesso. No entanto, ignorei. Ela nem sequer conseguia pensar no que eu estava sentindo. Eu a agarrei pelo braço, sentindo-me idiota por notar o quanto sua pele era suave ao toque.

Você está virando a porra de uma menininha, Tobias.

– Você pode não gostar de mim, Tris, mas, nesse momento, eu estou me segurando para não beijar você. Porque tudo o que eu quero agora é te deixar sem fala e sem reação. E, apesar disso, eu estou me segurando para não fazer isso. Eu.

Ela parecia não acreditar no que eu estava falando. Encarei seus lábios descaradamente, sem nenhum intuito de soltá-la. E tudo o que eu disse era verdade. Pensei em beijá-la até que ela não pudesse falar mais, até que ela perdesse todo o ar e ficasse, principalmente, sem a sua postura arrogante e metida de sempre.

Mas não o fiz.

– Até segunda-feira – eu sussurrei em seu ouvido, adorando vê-la perder o controle -, vizinha.

Ela ficou puta, mas eu apenas sorri, afastando-me dela.

No dia seguinte, tive de contar tudo para Zeke logo no início do dia, quando ele havia reparado no meu comportamento estranho. E o pior de tudo é que eu não conseguia esquecer o quanto Tris Prior estava tendo um péssimo efeito sobre mim.

– Você está me zoando, não é, Tobias? – Ele perguntou, mas eu discordei, esperando os xingamentos – Você é um otário, cara. Já notou que você beijou a Careta? Isso é hilário.

– Cale a boca, idiota – eu retruquei, também ficando irritado – Alguém pode te ouvir.

– Olhe lá, sua dama está precisando da sua ajuda – apontou Zeke para Tris, que parecia ridícula tentando segurar os vários livros que carregava.

Eu e Zeke nos aproximamos dela, rindo do comportamento dela, mas não de uma maneira ruim. E isso era o pior de tudo.

– Você não consegue nem fazer isso sozinha, Careta? – Provoquei, dando um pequeno sorriso enquanto a encarava.

– Me dê algum crédito – ela resmungou, sua voz transbordando ironia – Nem todos têm a grande sorte de serem tão perfeitos como você.

Eu sorri, adorando todo o seu sarcasmo. Pela cara de Zeke, ele não estava gostando nem um pouco de ficar de vela. Com isso, sugeri com que eu carregasse os livros de Prior até a sala, fazendo meu melhor amigo ficar aliviado por poder sair dali o mais rápido possível.

Tris era bonita, eu reparei. Ela podia não se preocupar muito com a aparência, mas isso só a deixava mais atraente. Ela era baixinha, tinha o cabelo loiro perfeito e, bem, seus olhos eram incríveis. Um tom inesquecível de azul. Eu era muito idiota para não ver o quanto ela estava ficando bonita com o passar dos anos.

Acontece que tudo terminou com ela no meu sofá, agarrada a mim. Depois de tê-la feito subir no caminhão da mudança, minhas mãos, que estavam agindo por conta própria, eu juro, mal conseguiam se manter afastadas da pele desnuda dela.

A princípio, quando eu a convidei para entrar em minha casa, eu não pensei em agarrá-la. Por incrível que pareça, eu só queria a companhia dela, porque, depois de termos nos beijado, nosso relacionamento, se é que podemos chamar assim, estava mais ameno do que antes. Não haviam tantas brigas ou o ódio que costumávamos ter um pelo outro.

– O que você está fazendo? – Indaguei, assim que acordei com os seus dedos acariciando o meu cabelo.

– N-nada! – Ela gaguejou, parecendo adorável.

– Você estava me observando dormir, Tris? – Eu perguntei, sorrindo maliciosamente para ela.

– N-não – ela negou mais uma vez, cada vez mais constrangida.

– Ah, porque eu acho que você estava.

– Isso não importa, não é? – Ela tentou desviar de assunto, mas eu fui mais rápido em tentar manter a conversa onde estava.

– Por que você está tão nervosa, Tris? –Meu nariz estava quase encostando no dela, de tão próximos que estávamos – Você está constrangida?

– Não! – Ela negou mais uma vez.

– Ah, então por que você está tão vermelha?

Eu a deitei no sofá, ficando por cima de dela. Ela arregalou os olhos, assustada. Coloquei suas mãos em cima de sua cabeça, pensando no quão bonita ela ficava vermelha de vergonha.

– Meu Deus – ela sussurrou, assim que encostei meus lábios em seu pescoço – Tobias, pare com isso. TOBIAS!

Eu a ignorei, largando suas mãos e segurando-a firmemente pela cintura. Beijei seu pescoço mais uma vez. Depois, meus lábios foram em direção ao lóbulo de sua orelha

As mãos de Tris viajaram em meu cabelo. Ela ofegou e comecei a retirar a sua blusa, beijando sua barriga perfeitamente desnuda. Por breves segundos, observei seu sutiã, extremamente tentado em retirá-lo. Meus beijos foram mais para baixo de seu corpo, alcançando o cós da sua calça jeans.

Tris arrancou minha camiseta com extrema violência, assim como eu fiz com a sua calça jeans. Minhas mãos seguiram o exemplo dela, brincando com o seu cabelo curto, enquanto ela pressionava o corpo pequeno dela ao meu.

Não havia mais espaço entre a gente. E, assim que minhas mãos de Tris foram até meus ombros, apertando-os e sentindo minha pele extremamente quente ao seu toque, eu mandei todo o meu bom senso se foder. Ela sentou no meu colo, fazendo-me gemer ao ter apenas a sua calcinha separando-me de seu calor.

Beijei o colo de seus seios, minhas mãos indo em direção ao fecho do seu sutiã. Me pressionei ainda mais a ela, agarrando sua bunda. Também agarrei um de seus seios, fazendo-a gemer. Assim que eu estava prestes a jogar para longe aquela peça incômoda que era o seu sutiã e lamber cada centímetro de sua pele, minha mãe, que havia chegado repentinamente, estragou totalmente o momento.

Mas estava tudo bem, pois eu tinha a certeza. Tris Prior, de uma vez por todas, estava presa a mim, e ela não tinha mais como fugir da atração que tínhamos um pelo o outro.

~ w ~

– E aí – começou Zeke, vendo minha expressão conflituosa -, quando é que você vai se declarar para Tris Prior?

– Que engraçado – grunhi, me arrependendo de contar as coisas para ele.

– Você está gostando dela – Zeke deu de ombros – Só estou tentando fazer você se dar conta da real.

– É verdade – eu comecei, fazendo Zeke parar abruptamente o caminho por onde andávamos – Talvez, talvez, eu goste dela.

– Você está fodido – ele concluiu o que eu já sabia.

No final das contas, por conta de uma confusão entre duas amigas, tive de fazer dupla com Tris para um trabalho que seria entregue poucos dias mais tarde.

Ao que parecia, Tris e Christina não estavam se falando. Eu tentei não perguntar nada sobre o assunto, porque, por mais idiota que parecesse, eu não queria vê-la triste, então tentei ignorar o quanto ela parecia chateada com a situação.

Depois que as aulas terminaram, caminhei até o meu armário, mas parei no meio do caminho por conta do som da voz irritada de Al do outro lado do corredor.

Parecia que um minuto de silêncio inteiro se instalou pelo local. Novamente, ele começou a falar:

– É assim agora, não é? – Ele explodiu, batendo a mão no armário e assustando Tris – Não pense que eu não notei vocês dois juntos. É por causa dele, não é? Meu deus, Tris, como você pode ser tão burra?

– Burra?! – Ela perguntou, ficando com raiva – Eu nem sequer sei do você está falando.

– Você e Tobias Eaton – ele grunhiu, fazendo-me franzir a testa ao som do meu nome – Não faça a burrice de se apaixonar por ele, Tris. Por que você não consegue ver que eu sou melhor do que ele?

Ele agarrou seu braço. Dava para perceber ele estava usando muita força, fazendo-me ficar com raiva por estar tratando Tris daquele jeito. Ela parecia estar prestes a dar um tapa na cara dele, mas eu o empurrei para longe dela, muito antes que Al a machucasse para valer.

– Ei! – Eu puxei para Tris para perto de mim, mal controlando a minha raiva.

Al levantou-se e olhou Tris, enojado. Depois, balançou negativamente a cabeça e andou rapidamente pelo caminho oposto.

Eu a segurei pela mão, levando-a até uma sala de aula vazia. Assim que fechei a porta, Tris sentou-se no chão, parecendo chocada demais para falar alguma coisa.

– Você está bem? – Eu perguntei, verificando a vermelhidão em seu braço.

– Um pouco – ela sorriu, e notei que algumas lágrimas escorriam de seus olhos – Obrigada, Tobias.

– Sem problemas.

Novamente, veio o silêncio. Eu estava furioso. Tudo o que eu conseguia pensar era bater em Al até que ele perdesse a droga da consciência por ter feito Tris ficar daquele jeito. Era estranho, é verdade. Eu nunca pensei que poderia desenvolver um lado protetor por Tris, nem em mil anos.

– Não estamos em um relacionamento – ela começou – Não estamos.

– Tris? – Eu estava confuso, mas ela não deixou que eu a interrompesse.

– Somos completamente opostos. Na realidade, somos o típico clichê adolescente: unidos por essa ridícula relação de amor e ódio – ela suspirou alto – E, por causa disso, não podemos negar a atração que temos um pelo outro.

– Eu não estou negando nada disso – retruquei.

– E nem eu – ela concluiu – Mas nós não estamos em um relacionamento, e eu não quero isso para mim. Posso apostar que, assim como eu, você não me vê de uma forma romântica, ou algo desse tipo... Gosto da sua companhia, e não me importaria que fôssemos amigos, mas.... Se vamos continuar a ignorar nossa razão, eu queria deixar claro: você pode me beijar, sim, mas não quero quaisquer laços de compromisso nos unindo.

– Então, você está dizendo que...?

– Me beije – ela pediu, ofegante – Me beije agora.

Antes que me desse conta, eu já estava com os lábios nos de Tris, beijando-a de forma agressiva, com fome. Ela me puxou para cima dela, parecendo desesperada e incapaz de esperar com que nos beijássemos. Eu admirei isso. Por fim, era como se ela não estivesse mais negando a atração que tínhamos um pelo outro, e isso fez com que eu sentisse uma estranha euforia dentro de mim.

– Não estamos em um relacionamento – Eu a lembrei, beijando seu pescoço.

Não estamos em um relacionamento.

Sem a menor sombra de dúvidas, Tris era a pior de todas.

Tris Prior ia ser a minha ruína.


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram? Querem a parte dois, ou essa já está bom?
Até domingo, gente.



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