Save me escrita por Vany Myuki


Capítulo 3
Auxílio


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridas leitoras e Bellarkes ♥
Hoje não tinha faculdade então, como agradecimento pelo lindos comentários (eu amei de paixão♥), aqui está um novo capítulo.
Espero que vocês gostem de ler, assim como eu estou amando escrever.



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P.O.V Autora

_Pode, por favor, parar de andar de um lado para o outro?_a voz de Bellamy estava exausta, enquanto seus olhos apreciavam a visão privilegiada do céu estrelado.

_Faz semanas, Bellamy! Você não está preocupado?

A voz de Raven, sempre tão calma e contida, agora subia umas boas oitavas.

O rapaz levou os dedos as têmporas e massageou as mesmas.

_Eu estou preocupado tanto quanto você.

Algo dentro de Bellamy se acendeu, uma chama quente e fugaz, que parecia incendiar seu peito e gritar o contrário, gritar que a sua preocupação era maior do que a de qualquer um ali. Mas Bellamy odiava se sentir em patamar de igualdade com qualquer pessoa que fosse. Ele não podia admitir para Raven que estava desesperado, isso seria assumir fraqueza e, para variar, Bellamy não queria parecer vulnerável.

_Devíamos tê-la procurado. Tenho certeza que Abby concordaria com isso._Raven andava de um lado para o outro, sua mente trabalhando de forma ágil, enquanto seus pés se moviam como se fossem parte do projeto.

_Raven.

Bellamy a deteve pelos ombros, fazendo-a parar no lugar e encará-lo.

_Abby deixou bem claro que ninguém, ninguém mesmo, deveria ir atrás de Clarke.

_Mas Marcus falou que...

_Marcus_interrompeu Bellamy impaciente_não é o Chanceler. Lembre-se disso.

Raven o olhou confusa, uma chama ardendo em seus olhos.

_E desde quando seguimos ordens? Não foi por não seguirmos ordens que viemos parar na Terra?_perguntou atônita, a ironia brincando em sua fala.

_Mas essa ordem, em especial, não deve ser violada.

_Bellamy..._Raven o encarava com tristeza_Ela é nossa amiga. Sabe, ela pode ser irritantemente exagerada e preocupada com todos e, definitivamente_Raven fez uma careta_ muito irritante quando deseja._Bellamy riu.

_Qual é o seu ponto, Raven?

A garota pousou as mãos no quadril, uma postura séria.

_Que devemos, apesar de todos os defeitos dela, procurá-la.

_Por quê...?

Raven arqueou uma sobrancelha.

_Eu não vou dizer que amo a Clarke, se é isso que está tentando me fazer falar._disse com o peito estufado, um sorriso de vitória emoldurando seu rosto fino.

Bellamy riu pela primeira vez em semanas.

O som saiu estranho e inteligível, como se fizesse anos desde sua última gargalhada.

Raven riu junto, mas sua risada foi morrendo aos poucos, enquanto seus ombros se curvavam.

Bellamy se aproximou dela e passou seus braços ao redor dos ombros da figura de Raven.

Durante alguns minutos tudo que Raven fez foi chorar, enquanto Bellamy acariciava seu cabelo, murmurando palavras de consolo.

_Eu não posso, Bellamy. Não posso perder mais ninguém._Raven chorava contra o peito de Bellamy, suas lágrimas criando uma poça na camiseta do garoto.

_Clarke não está morta, Raven._a afirmação foi automática, quase como uma súplica em suas palavras.

_Como você pode saber?

Bellamy não precisou parar para pensar.

A resposta parecia estar entalhada em seu coração.

_As estrelas continuam brilhando.

Raven levantou a cabeça do peito de Bellamy e o encarou, confusa por suas palavras.

Ela seguiu os olhos de Bellamy e se perdeu na imensidão do céu.

_O que as estrelas têm a ver com a Clarke?

Bellamy pode ver a confusão acompanhando todas as linhas do rosto de Raven.

Ele pensou em responder, mas a única coisa que fez foi sorrir-lhe uma última vez antes de rumar para o outro lado do acampamento.

***

Com a lança em mãos e tão silenciosa quanto conseguia, Clarke mirava bem no peito de um coelho felpudo, encorajada pela crescente fome que a consumia.

O animal estava entretido demais com uma casca do que parecia ser uma noz. Clarke aproveitou o momento para se aproximar mais dois passos.

A criatura continuou indiferente, muito ocupada para ligar para a ponta afiada da lança.

Clarke havia levado dias, para não dizer quase semanas, preparando uma lança feita a partir de um pedaço de tronco de árvore.

Ela lembrava-se vagamente, como se tudo aquilo houvesse ocorrido em outra vida, que no acampamento dos Cem os garotos ficavam responsáveis pela fabricação de armas. Clarke se odiou por muitos dias por não ter prestado mais atenção a fabricação das mesmas.

Ela moveu mais um pouco os pés, os olhos fixos na presa, enquanto o estômago roncava baixinho, como em reconhecimento a comida fresca.

A garota preparou o braço, impulsionando-o para trás, esperando que, quando sua força agisse sobre a lança, o tiro fosse certeiro.

Por algum motivo a lembrança de Bellamy veio a mente de Clarke.

Seria tão bom tê-lo ali para ajudá-la na caça.

Ele era um verdadeiro gênio quando o assunto era saciar a fome das pessoas.

Clarke impulsionou o braço, os dedos fechados com força ao redor da lança, um sorriso pequeno cresceu no canto de sua boca, enquanto os olhos do coelho capturaram o movimento de sua captora.

_Não vai doer.

Suas palavras pareciam perdidas no ar, enquanto a criatura a encarava estagnada no mesmo local, os grandes olhos vermelhos atentos aos movimentos de Clarke.

Seu estômago voltou a rugir em protesto, pressionando-a.

Clarke lançou toda sua força no ar, atirando-a contra o coelho.

Mas errou o alvo, fazendo-o correr por entre as plantas e se esconder sob os arbustos.

Clarke soltou um suspiro exasperado, enquanto seu estômago parecia lutar dentro dela, aborrecido por não receber sua recompensa.

A garota recolheu sua lança e prendeu-a sob as costas com o auxílio dos cipós que encontra pelo caminho.

Nas últimas semanas Clarke vagou por entre a floresta sem rumo, se virando com o que encontrava e tentando sobreviver ao começo do inverno.

Durante sua jornada ela se deparou com dois terra-firmes, um deles atacara, como era de seu feitio, causando-lhe um hematoma na base da bochecha esquerda e uma perna seriamente machucada. Clarke, por algum milagre, havia sobrevivido ao ataque.

Talvez fosse apenas a corrente de adrenalina que passara pelo seu corpo, mas no momento em que a luta entre ela e o terra-firme estava sendo travada, ambos machucados, mas, ainda assim, teimosos demais para sucumbir, ela deixou que a raiva, a mesma que estava tentando abafar dentro de si, fluísse para seu corpo, liberando um instinto selvagem e cruel o qual levou a morte do terra-firme.

Machucada e sem saber como prosseguir, Clarke ficou vários dias perambulando devagar, os pés movendo-se em ritmo lento.

Em uma das noites capturou os olhares de outro observador, um terra-firme o qual estava utilizando os arbustos para segui-la, a garota estava tão febril e cansada que, mesmo sabendo que dois olhos a observavam, ela deixou-se relaxar, esperando, pela primeira vez, que o terra-firme fizesse o serviço completo e a matasse ali mesmo, em meio a floresta verdejante e cheia de vida.

Mas seu pedido não se concretizou.

Na manhã seguinte, quando os primeiros raios de sol atingiram seu rosto, Clarke se espantou ao notar suas feridas limpas e emplastadas com um tipo de unguento.

Ficou tentada em se atirar no primeiro riacho que encontrasse, no intuito de tirar aquela mistura de seus machucados, mas desistiu assim que percebera o quão melhor estava se sentindo.

Nos dias que se passara o rosto de Clarke adquiriu uma fina cicatriz, quase imperceptível, onde um dia houvera um corte profundo e visível, enquanto sua perna se acostumava a se movimentar, não da forma correta, um pouco mais trôpega que o normal, mas suficientemente bem para Clarke seguir caminho.

Agora, ali parada, enquanto o coelho fugia de sua visão, Clarke percebeu o quanto, embora seus machucados estivessem melhores, seus reflexos estavam danificados. Ela imaginava que, mesmo que tentasse atirar com a arma que tinha presa ao cós da calça, ainda assim erraria o alvo com facilidade.

Totalmente exasperada e furiosa, a garota voltou a caminhar por entre os galhos e pedregulhos.

Antes que pudesse alcançar o outro lado de uma inclinação, Clarke percebeu um movimento em sua visão periférica.

Logo seu corpo se tencionou, sabendo que não estava sozinha.

Clarke levou a mão a arma e a ergueu. Haviam poucas balas, mas seriam o suficiente se ela não errasse mais do que duas vezes.

Num giro rápido, Clarke estava com a arma em mãos, os olhos atentos na figura a sua frente.

Um suspiro de surpresa engolfo-lhe, enquanto sua respiração tornava-se ofegante e entrecortada.

O corpo do coelho, à pouco sua isca, estava estirado no chão, uma flecha certeira transpassando-lhe o peito.

Os olhos de Clarke correram por entre as árvores, mas não havia nada ali, pelo menos não que seus olhos conseguissem capturar.

Com o corpo exausto e cansada de tentar manter-se firme e controlada, Clarke guardou a arma e se aproximou do coelho, arranco-lhe a flecha num golpe rápido.

O animal estava morto e para constatar o ato o estômago de Clarke roncou alto.

Ela riu, sabendo que poderia ser atingida por uma flecha a qualquer momento, mas faminta demais para se importar.

_Hora do jantar._falou antes de rasgar o peito do animal ao meio.


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Notas finais do capítulo

Comentem!
Recomendem!
Acompanhem!
E, o mais importante, se apaixonem cada vez mais por esse casal Bellarke ♥
Beijos ;*