Colorful escrita por Isabelle


Capítulo 22
Capítulo 21 - Noah


Notas iniciais do capítulo

Moça, sai da sacada
Você é muito nova pra brincar de morrer
Me diz o que há, o que que a vida aprontou dessa vez
Venha, desce daí
Deixa eu te levar pra um café
Pra conversar, te ouvir e tentar te convencer
— Supercombo
[PS: Me desculpem a demora, tava sem criatividade, fiquei doente, festa das nações chegando, aparelho, provas, enfim, mta coisa]



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A véspera de natal trouxera consigo um calor inexplicável, e ao mesmo tempo uma Celeste com uma TPM simplesmente insuportável de se aguentar. Ela ficava falando e dando ordens, e quando não as executávamos por estarmos fazendo outra coisa que ela pedira, sua voz em um tom agudo e alto entrava em ação, me fazendo querer a matá-la enquanto ela ainda não tinha contagiado a todos nós.

Will estava com um bom humor, que eu acreditara ser fingido pois não era possível toda aquela aura contente, enquanto sua mulher gritava com você, e reclamava de tudo que você fazia. Mas, ao contrário de mim que rebatia toda hora, ele apenas a beijava e sorria para ela, ou soltava algum comentário sarcástico, não se deixando abalar por tudo que ela disse. Acho que ao longo do tempo que você convive com uma mulher você aprende as táticas para conviver com a sua TPM.

Eu estava arrumando a árvore-de-natal pela decima segunda vez. Na primeira vez eu tinha colocado as bolinhas muito perto uma das outras, na outra vez, tinha posto tudo muito colorido demais, e pelo que Cely tinha dito, estávamos no Natal e não no carnaval. Era só eu ter paciência que fevereiro já estava ali. Nas outras vezes, ela encontrou diversos problemas que nem existiam, como os piscas pisca estão muito embolados, ou que eu era um tonto e não sabia diferenciar que as guirlandas vermelhas iam mais inclinadas e as verdes iam em diagonal, ela falava coisas sem sentido, que eram as coisas que eu estava fazendo, mas para ela não estava bom. Então, mais uma vez, eu a tinha desfeito e começado a fazer tudo de novo.

Sally entrou trazendo em um de seus braços algumas sacolas de compras e no outro braço Amanda que estava segurando um picolé de morango. A criança parecia tão feliz que era simplesmente impossível de explicar aquele sorriso que abrangia seu rosto.

Sally estava linda e parecia bem, pelo menos por fora, pois por dentro algo tinha morrido, e isso era tão claro. Celeste havia comentado comigo que ela tinha algum tipo de trauma, isso era obvio, depois do pesadelo daquele dia. Ela não havia se aberto com ninguém, e depois disso, ainda haviam tentado a matar aquele dia. Qualquer um ficaria daquele jeito. Mas, o pior, era que tinha algo a mais, e era notável.

Ela sorria tanto quanto Mandy, acho que tudo estava mais iluminado aquele dia. Os cabelos de Mandy, até mesmos escuros, ainda conseguia mostrar uma discrepância com os de Sally que eram tão mais escuros. Os olhos verdes e azuis entravam em pleno contraste, e elas usavam vestidos floridos para abafar o calor que incomodava todos nós.

Celeste olhou para filha, e pela primeira vez ao dia abriu um sorriso ao ver a boca da menina toda lambrecada de sorvete de morango. Os olhos castanhos esverdeados se iluminaram, e eu pude sentir aquele mal humor indo embora. Tudo por causa de uma criança dos olhos azuis.

Ela caminhou até Sally e a tirou dos braços, balançou e disse algumas coisas para a garota que ria e beijava a mãe. Todos sorriram, e até o dia pareceu ficar mais alegre por conta de uma só criança. Mandy me ajudou a decorar a árvore, e ficava me contando o que ela e Sally haviam feito de um jeito meio confuso, mas eu conseguia entender.

Sally ficou ajudando Celeste na cozinha, e as duas pareciam rir enquanto desenvolviam o trabalho. Will começou a arrumar a mesa que ele havia comprado e colocado na sacada, que era tipo uma área de lazer, e onde passaríamos a nossa noite de natal. Eu, e Amanda ficamos responsáveis por não atrapalhar nenhum deles, e preparar algum tipo de sobremesa. Nós fizemos pudim, que parecia ser o mais simples, para falar, eu fiz, e Mandy ficou me mostrando onde ficava cada coisa em sua casa, mas, mesmo assim, trabalhamos em conjunto.

A noite nos reunimos todos na sacada. O calor tinha descansado um pouco, mas ainda estava claramente envolta de nós.

Sally sentou-se em um canto afastada de nós, e manteve a linha dos olhos fixa no horizonte. Ela estava tão avoada esses dias. Queria que ela se abrisse comigo. Que ela conseguisse me dizer o que ela estava sentido, e qual era sua preocupação. Mas fosse, o que fosse, toda vez que mencionava o assunto, ela apenas sorria, balançava a cabeça e dizia que estava tudo bem, que eu estava me preocupando a toa.

Me levantei, e olhei de relance, Will e Cely brincando com Mandy, enquanto ela ria. Caminhei lentamente até a garota dos cabelos negros perdida em seu próprio mundo, e me sentei ao seu lado. Seus olhos se locomoveram para mim e ela abriu um leve sorriso de lado. Peguei suas mãos entre as minhas, e ela encostou a cabeça no meu peito, enquanto o vento era o único barulho que nos cercava.

Ficamos parado naquela posição, e eu só conseguia sentir o quanto meu coração estava agoniado de vê-la daquele jeito. Queria que ela conseguisse se abrir, mas algo dentro dela estava trancado a sete chaves. Algo que estava suavemente deslizando dessa caixa onde ela havia prendido, e agora, estava prestes a sufocá-la.

― Comprei seu presente de natal. ― Eu disse, e ela levantou o olhar, fitando meus olhos.

Os olhos verdes tão doces e misteriosos, agora estavam vermelhos e pesados. As olheiras haviam dominado seu rosto.

― Combinamos que não íamos trocar presentes. ― Ela disse baixinho. ― Mas, sabia que não ia cumprir isso, então também comprei o seu. ― Ela sorriu.

― Viu? ― Eu disse passando a mão em seu cabelo. ― Você é tão teimosa quanto eu.

― Claro que não. ― Ela disse e deu de ombros.

Um foguete estourou ao nosso lado, um tanto distante, mas, mesmo assim, fez com que nós todos nos assustássemos. Sally deu um pulo que despertou a risada de todos, mas mesmo que ela estivesse rindo, não sei explicar, era como se tudo a sua volta estivesse morto.

A meia-noite decidimos fazer a ceia. Nos reunimos na mesa onde estavam todas as comidas, e demos as mãos. Mandy já havia dormido morrendo de sono, mas isso só após abrir seu presente, e descobrir que tinha ganhado uma casa de boneca quase do seu tamanho, e depois de ter desfrutado alguns minutos do brinquedo, ela adormecera. Fizemos uma oração breve, e depois comemos. Aquela noite estava sendo tão pacata, que algo dentro de mim me alarmava para ficar preparado.

Depois do jantar, ficamos sentados e conversando até tarde. Sally parecia impaciente, como se estivesse louca para poder ir logo embora, e acho que Cely e Will perceberam esse seu jeito meio indiscreto, começando a deixar brechas para que ela pudesse ir embora.

Depois de algumas horas, fomos para o nosso apartamento, e mesmo assim sua impaciência ainda estava dominando-a. Sentamos no sofá, e conversamos. Ela sorria para mim levemente e ficava esfregando as mãos uma na outra. Os olhos ficavam dispersos pelo universo, como se eu nem mesmo estivesse ali falando com ela, mas sim como se ela estivesse em algum centro de observatório, em que ela pudesse ficar totalmente perdida.

― Bem, acho que vou dar seu presente agora, ― Eu disse e me levantei.

Caminhei até meu quarto e peguei o presente que estava no meu guarda-roupa. Estava embrulhado em um papel colorido meio amassado mas que tomava a forma da caixa que estava ali dentro.

Desci as escadas, e ela estava sorrindo para mim, sinceramente desta vez, e um pouco menos impaciente, segurando também, um embrulho que parecia ser meio verde-água com alguns símbolos estranhos.

― O que é isso? ― Eu perguntei me fazendo de tolo, e ela revirou os olhos me entregando.

― Não é muita coisa, porque não tinha muito dinheiro, mas é isso ai… ― Ela deu de ombros delicadamente.

― Tudo bem. ― Eu disse, e nós trocamos os presentes.

Eu abri o pacote querendo descobrir logo o que era e quando o abri, havia uma camiseta branca, normal, mas que continham as palavras “I'm sexy and I know it”, da música do LMFAO. Soltei uma gargalhada ao ver aquela camiseta e ela me olhou convencida, como se soubesse que era aquilo que eu queria ganhar. Bem, não o que você almeia sempre, mas algumas semanas antes, quando rinhamos saído juntos, eu havia citado esta frase para ela em algum momento, e agora ela me dera uma camiseta com a mesma frase.

― Obrigada mesmo. ― Eu a envolvi em um abraço. ― Sua vez de abrir.

Ela olhou meio ressentida para o papel e depois para mim. Analisou a caixa embrulhado naquele papel amassado, e depois começou a desprender a fita crepe.

― Você não vai me pedir em casamento, nem nada disso, certo? ― Ela disse, e eu ri.

― Não, eu não vou. ― Eu disse, e ela continuou abrindo.

― Tudo bem então. ― Ela pegou a caixinha que era meio comprida, e a abriu.

Suas pupilas se ampliaram tanto que eu pensei que ela tinha acabado de ver um monstro ali dentro, mas ela apenas estava fascinando o meu presente.

Uma semana depois dela ter quase sido morta, saímos para almoçar juntos. Andamos a tarde toda por aquele centro, não só como amigos, mas com aquela conexão obvia entre nós. Até que paramos na vitrine dessa loja que exibia os colares, óculos, pingentes, brincos, e outras coisas. Sally manteve o olhar tão firme em um colar que tinha uma corrente mais longa, e o pingente era bem maior com uma estrela. Contudo, quando ela viu o preço, ela mudou o olhar e começou a conversar comigo sobre algo totalmente diferente.

Depois daquilo, tinha tentado voltar a loja pra comprar o colar que ela queria, mas a vendedora me dissera que ela tinha vendido o último um pouco mais cedo, então, apesar dela ter amado o outro, eu comprei um semelhante, que também tinha a corrente um pouco mais longa, mas que ao invés do pingente de estrela, tinha um pingente de coração mediano de ouro.

― Não, não, não mesmo, Noah, não posso ficar com isso. ― Ela tentou me devolver.

― Ah, não tanto como pode, como você vai. ― Eu olhei bravo para ela. ― O que eu vou fazer com esse colar?

― Sei lá, você pode dar pra alguém, pra uma das suas transas.

Eu olhei insultado para ela, como se em todos aqueles meses eu não a tivesse ensinado nada.

― Sally, meu pequeno gafanhoto, ― segurei o colar em minhas mãos, ― você nunca, nunca mesmo, dá presentes as suas transa, porque afinal de contas, você quer que ela vá embora na manhã seguinte, e não ache que com um colar você deu permissão para ela permanecer na sua vida.

― Então, você não quer que eu vá embora? ― Ela perguntou para mim.

Ela não era uma das minhas transas, mas já tínhamos ficado, e depois daquele dia, a última coisa que eu queria, era que aquela menina saísse da minha vida.

― Não, eu não quero. ― Eu disse, e sorri. ― Nunca.

Ela soltou um sorriso lateral e olhou para o chão, evitando meu olhar.

― Então use você.

― Claro que não. ― Eu disse bravo. ― Não combina pro meu pescoço, a vendedora disse… ― Ela olhou para mim firme. ― Sally, eu estou te dando, é um presente, não pode recusar assim. ― Eu retruquei. ― Sério, quero que fique com ele, e quero mais, quero que você use todos os dias, e se não usar, eu vou surgir no além, com umas fumacinhas envolta, e…

Ela ficou nas pontas do pé, e se aproximou, me dando de leve um beijo nos lábios. Aquele não foi como o outro, foi puro, sem língua. Somente um selinho, selando aquela nossa relação confusa. Eu desci minhas mãos por sua cintura, e ela se afastou. Os olhos dela encontraram os meus, e ela sorriu lentamente, deitando sua cabeça em meu peito.

Fechei as mãos em sua cintura, e ficamos balançando lentamente. A cabeça dela pesando contra mim. Tão calma, tão pacifica. Tão pura. Dizem que o corpo do ser humano é feito de 70% de água, então eu acreditava, que de algum modo, toda aquela sua pacifiques, era um método discreto dela estar se afogando, e desta vez, nela mesma.

***

As cinco da manhã, a janela deixava um ar frio tomar conta do meu corpo. Eu abri os olhos lentamente, e mesmo morrendo de frio e preguiça, tirei o edredom de cima de mim, e caminhei até a janela, demorando um pouco para fechá-la, mas conseguindo no final. Ela estava bem velha, então ficava emperrando, mas depois de alguns minutos brigando com ela, eu finalmente consegui.

Escutei os passos vindo do quarto ao lado. Eles tentavam ser abafados, lentos, precisos, e silenciosos. Fora como destino me fazendo acordar e vendo-a a sair.

Abri a porta do quarto, mas somente uma frestinha em que eu conseguisse a ver, e observei-a saindo. Ela usava o pijama ainda. Uma calça de moletom rosa, e um abrigo cinza pro cima. Seu cabelo estava solto todo bagunçado, e se eu não conseguisse realmente perceber que ela estava consciente, poderia afirmar claramente, que Sally era sonâmbula.

Coloquei uma blusa de frio e uma calça jeans, e esperei ela sair. Assim que a porta do apartamento se fechou, eu caminhei lentamente até a porta, e pressionei meu ouvido para ter certeza de ouvir o barulho do elevador. Depois, me retirei tentando fazer o mínimo barulho possível, e resolvi usar as escadas.

Quando a alcancei, ela estava deslizando para dentro de um táxi, com um olhar um tanto inseguro no rosto. Meu coração disparava, e possibilidades já começavam a aflorar em minha mente. Tentava entender o que ela poderia fazer acordando aquele horário, mas a minha única solução era segui-la, então entrei no meu carro mesmo desta vez, sem ir com a viatura para chamar atenção. Naquele momento tudo que eu precisava ser, era discreto.

Chegamos no prédio em que nos conhecemos. Ela deslizou do táxi, e entrou pela porta dos fundos que ficava na lateral, antes de haver outro prédio grudado, em um beco escuro. Depois de um tempo, subi as escadas que tinha subido há tanto tempo atrás, e senti o cheiro que havia sentido aquela noite. Continuei subindo, e a encontrei sentada no mesmo lugar, olhando para as mesmas estrelas. Eu queria poder ajudá-la, mas era impossível.

A paisagem era totalmente impassiva, e eu fiquei arrepiado rapidamente. Não porque estava frio, mas sim, por causa daquele pressentimento de coisa ruim prestes a acontecer. Esfreguei uma palma da mão uma na outra, e fui me aproximando. Meu sapato colidia com o chão e fazia um barulho irritante, mas eu não me importava com aquilo, neste momento. Sally estava me escondendo coisas há muito tempo. Eu merecia respostas.

― Por que você está me seguindo? ― Ela perguntou, sem nem ao menos se virar.

― Por que você escolheu vir aqui? ― Eu perguntei, fitando a imensidão de prédios. Alguns com as luzes acesas, outros apagados.

― É um bom lugar pra pensar, ao mesmo tempo que você encara esse espaço vazio. ― Ela soltou um suspiro longo.

― Entendi. ― Eu fui me aproximando.

― O que está fazendo aqui, Noah? ― Ela perguntou em um tom de voz suave, mantendo toda a sua calma.

― Não sei, ― eu conclui de fato, ― queria seguir você pra tentar entender o que está acontecendo, sabe? ― Eu disse e me sentei ao seu lado. ― Quero saber o que está acontecendo com a gente, com você, com a sua vida… Quero que você desabafe.

O olhar dela ficava olhando para o horizonte, e não para mim. Ela estava nervosa, ficavam rodando um papel em sua mão, que parecia ter um número de telefone. Eu queria que ela falasse, mas ela apenas ficava em silencio. Me deixando naquela curiosidade total. Faziam semanas, que ela já havia quase sido morta, e depois de um tempo, ela ficara mais tranquilo, porém, depois de uma noite, em especifico, quando ela recebeu uma ligação que tudo mudara. Como se alguém a tivesse ameaçado, e isso piorado já que ela tinha quase sido morta.

Os olhos dela deslizaram para mim, e ela tinha os olhos brilhantes de lágrimas, nenhuma ousando ser derramada. Ela soltou um sorriso para mim, e segurou a minha mão. Permiti aquele gesto caloroso, e até mesmo permiti que ela deitasse no meu ombro, e permanecesse em silencio. Contanto, isso tudo, todas essas coisas que estavam acontecendo, estava me sufocando. Quase tanto quanto ela. Precisava que ela falasse.

― Noah, preciso que entenda uma coisa, eu não sei, não sei.. ― Ela olhou para cima. ― Eu transbordo, entende? Sinto demais, sou muito insegura, preciso que você não fique me pressionando com essas coisas.

― Mas, Sally, eu quero ajudar, eu vejo você ai, você não tá bem, não sei, é só que…

― Eu sei que quer, mas eu preciso me ajudar, antes de deixar alguém me ajudar, e… E eu não to preparada para isso… ― Ela soltou um sorriso meio triste. ― Eu to te pedindo. ― Ela me olhou de lado, focando bem nos meus olhos. ― É o melhor que você pode fazer agora, não posso lidar com tudo ao mesmo tempo.

― Tudo bem. ― Eu assenti, mas minha mente ainda almejava por mais. Precisava saber o que estava acontecendo na cabeça daquela menina. O que todos aqueles traumas, e mistérios significavam. E mal sabia eu, que estava tão próximo de descobrir o que nos rondava.

Ficamos ali, até o amanhecer, vimos o sol fundir suas cores do horizonte. O céu ficando mais claro, com os tons de rosa e laranja o purificando, enquanto Sally encostada com a cabeça no meu ombro estava imersa em seus pensamentos confusos. E eu, no meio disso tudo, ainda não tinha novidade nenhuma sobre o nosso caso. Tudo bem que era natal, mas alguma coisa dentro de mim apitava, falando que mais cedo ou tarde, esse cara causaria grandes problemas. E algo apontava que seria mais cedo.




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