Lost Stars escrita por filha de Afrodite


Capítulo 24
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Hello, gente!
Bem, assim, depois de quase um mês eu estou dando o ar de minha graça por aqui... Gente, que vergonha! Mas foi tudo por causa dos estudos. E é por isso que, nas notas finais eu darei um AVISO IMPORTANTE, então é melhor que vocês leiam pra não terem duvidas depois, okay?
Ah!! Obrigada ao pessoal que favoritou a fic! Achei uma gracinha porque agora são 40 favoritos! Obrigada, gente!
Obrigada também ao pessoal que comentou capítulo passado! Sendo estes; vitorhmc,Lua Stoll, Maia, Biancaamacedo,mary chase delacour potter,Uma Garota de Papel,LauraCK,Rafa, Isaah (minha mais nova amiga de Twitter *u*) Luluca e Unicornio saltitante.
E por ultimo, mas não menos importante, muito pelo contrario:
Muito Obrigada à Rafa, que foi um amor de pessoa deixando uma RECOMENDAÇÃO muuuuuuuuito da linda aqui na fic! Obrigada mesmo, Rafa! Você é um amor! Esse capítulo, mesmo que não esteja à altura, será dedicado à você!
Ahn... Acho que é só!
Boa Leitura!
Aviso Prévio: capítulo meloso



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"We can be ourselves now

Lying in this simple moment
You don't gotta worry now
Just let your hair down

It's only us here"

Debruçado sobre a bancada da cozinha, Percy mantinha os olhos verdes atentos à garota com respingos de chocolate espalhado pela calça jeans de lavagem clara, assim como massa azulada recém-preparada que manchava parte da blusa fina de seda rosa que a mesma usava.

Definitivamente, Annabeth não levava jeito no quesito cozinhar.

– OW! – a loira sorriu em comemoração, retirando o tabuleiro de inox por de dentro do forno – Eles ficaram bonitinhos dessa vez, Sally!

– Viu só? Eu lhe disse que era só uma questão de prática. – a mãe de Percy garantiu, orgulhosa.

– Muita prática mesmo – o moreno murmurou, lançando um olhar significativo a namorada – Só hoje foram seis fornadas desses cookies. Se você ainda não aprendeu a fazê-los, minha sugestão é que desista, Annabeth.

– Eu sei cozinhar. – ela insistiu pela milésima vez e então levou o tabuleiro em frente ao rosto dele em sinal de provocação – Desta vez parece que estão bons, ou não está sentindo o cheiro?

– Os anteriores ficaram tão, mas tão queimados, que eu simplesmente não consigo distinguir outro cheiro senão o deles.

– Não ficaram tão queimados desse jeito, Percy, pare de ser exagerado. – Sally balançou a cabeça em negação.

Percy suspirou. Nas últimas horas bem que tinha tentado se manter positivo quanto a incentivar os dotes culinários fracassados de Annabeth, mas depois de provar os cookies mais, com o perdão do adjetivo, horríveis de sua existência, se sentia na obrigação de ser sincero. Não era possível alguém no mundo que cozinhasse tão mal quanto a loira, mas mesmo assim ela havia se empenhado plenamente durante quase toda a tarde de sábado na casa dos pais de Percy só para aprender a fazer a antiga receita de Sally; cookies azuis com gotas de chocolate. A diferença, porém, era que os da mãe do rapaz eram realmente saborosos, no entanto, os de Annabeth...

– Está bem – ele deu um sorriso com o canto dos lábios enquanto via a expressão facial de sua mãe que claramente dizia “Não seja grosso com a Annabeth” – Os da terceira vez até que ficaram razoáveis.

– Então experimente desses aqui! – Annabeth sorriu em expectativa, já despejando uma boa quantidade de cookies quentinhos no prato disposto em frente à Percy – Sei que ficaram muito melhores!

O rapaz sentiu o estômago revirar, já havia experimentado tantos cookies naquele dia que somente o cheiro estava lhe dando enjôo, não se atreveria a comer mais durante um mês inteiro ou mais.

– Annabeth... – ele começou a protestar, torcendo o nariz.

– Ah, Percy! Por favor! – ela interrompeu o discurso dele, os olhos escuros de decepção – Só esses! Não te peço mais nada por hoje!

– Mas Annabeth... – ele tornou a tentar.

– Peça pra ele, Sally– Annabeth segurou as mãos da mulher entre as suas, em súplica – Só você pode convencer o seu filho!

Sally deu um breve riso anasalado fitando a expressão pidona da garota à sua frente e acabou por ceder a solicitação da mesma.

– Percy, meu filho, experimente pela última vez os cookies da Annabeth.

Ele ergueu os olhos verde musgo na direção da mãe, incrédulo com o que Annabeth conseguia fazer com as pessoas.

– Mãe!

– Por favor – as íris tom de cobre da mulher encontraram as verdes de seu filho.

– Pelo amor que você tem à sua mãe, Percy. – Annabeth acrescentou com seriedade.

– Ah! Assim não vale! – ele reclamou – Eu amo muito a minha mãe.

– Tome – Annabeth tirou um dos cookies de sobre o prato de porcelana e o enfiou na boca do namorado – Coma isso logo e deixe de nojo.

O rapaz, contra a vontade, se forçou a mastigar o conteúdo que lhe fora indelicadamente colocado na boca, ainda lançando um olhar de repreensão para a loira, que se surpreendeu ao vê-lo contorcendo a face numa careta.

– Está péssimo, Annabeth! Meu Deus! Que negócio horrível! – ele grunhiu limpando o canto dos lábios com um guardanapo.

Ela arregalou os olhos e levou ambas as mãos sobre a boca, envergonhada.

– Percy, eu...

A risada melodiosa dele ecoou pela cozinha, interrompendo-a.

Annabeth colocou uma mão de cada lado de sua cintura e o encarou com ceticismo, as sobrancelhas franzidas e os lábios franzidos.

– O que é tão engraçado?

– Você – ele riu, se controlando desta vez – Devia ter visto sua cara quando disse que o cookie estava péssimo!

– Mas... Não está péssimo?

Ele balançou a cabeça, negando.

– Eu só estava brincando, impressionantemente, dessa vez eles não ficaram ruins, na verdade, nem parece que foi você quem fez. – o moreno comentou e em resposta recebeu o lançamento de um pano de prato na direção de seu rosto – Wow! Cuidado com isso, Annabeth! – resmungou agarrando com uma das mãos o pano branco e bordado.

– Você é um chato mesmo – ela constatou – Quase morri de constrangimento! Por que você faz isso comigo na frente da sua mãe, Percy? O que você quer que a Sally pense de mim, hein?

– Que você não sabe cozinhar – Percy disse – O que também não deixa de ser verdade.

– Para, Percy – Sally pediu – Ela sabe sim, se não soubesse não tinha feito nada hoje durante a tarde inteira.

– Isso. – Annabeth confirmou – Você devia dar ouvidos à sua mãe, Perseu.

– Não se preocupe – ele ergueu as sobrancelhas – Eu sempre faço isso. Aliás, com toda essa sua vocação com relação à culinária, até acho que está apta a se casar.

– Mas é claro que eu estou – a loira respondeu sem delongas – Eu sempre estive, só me falta um noivo.

– Então não seja por isso, Srta. Chase – Percy segurou a mão dela por sobre a bancada e depositou um beijo sutil por aquela parte do corpo da garota. – Eu mesmo me voluntario a ocupar tal posição em sua vida.

Annabeth sorriu, achando graça da brincadeira repentina.

– Sua mãe é testemunha do que você está me dizendo agora – ela disse – Não poderá mais voltar atrás em suas palavras, Jackson.

– Ouviu não é, mãe? – Percy olhou para Sally – Annabeth está selando compromisso comigo e, se algum dia se recusar a cumpri-lo, eu terei de obrigá-la.

– Farei questão de atestar a veracidade do acontecimento – Sally garantiu-o.

– Ótimo, assim a Annabeth não terá escapatória – ele disse com um meio sorriso, logo em seguida levantando-se do assento - Agora, se vocês me duas me dão licença, eu vou subir.

– Por que? – a garota perguntou, vendo-o se levantar apressado.

– Você acha que eu estou indo fugir, Annabeth? Pelo amor de Deus –Percy resmungou do pé da escada.

– Onde você está indo então? – exigiu ela.

Percy suspirou exaustivamente e se virou para a loira novamente.

– No banheiro – disse e escorou um dos braços no corrimão da escada – Satisfeita agora? Ou deseja mais detalhes?

– Com certeza não – ela negou rápido – Pode ir.

Ele assentiu e subiu no mesmo instante.

– É impressionante o quanto ele gosta de você. – a voz por detrás de Annabeth fez com que ela se virasse instantaneamente e encontrasse os olhos da mãe de seu namorado sobre si.

– Mas e eu? - ela sorriu minimamente, encabulada – Não aparento gostar dele da mesma forma?

– Claro que aparenta, querida.

Annabeth bateu as mãos sobre sua calça jeans, tirando alguns dos vestígios de chocolate que estavam espalhados pela peça e mordeu o lábio inferior, pensativa.

– Sally? – ela chamou após curtos minutos.

– Sim?

– Acha que... – a garota começou meio sem jeito, procurando as palavras certas a se dizer – Bem,você acha que Percy gostaria mesmo de... se casar... algum dia?

–Tem medo de que ele não queira? – a mais velha cruzou os braços sobre o peito.

– Tenho medo de que ele queira. – Annabeth confessou.

O semblante de Sally pareceu confuso por um momento, Annabeth pôde distinguir porque a expressão facial dela tinha sido a mesma que Percy normalmente fazia, e mesmo que o rapaz tivesse tanto do pai, fisicamente falando, havia claramente traços maternos em sua personalidade.

– Então é você quem não quer. – Sally concluiu, o rosto atemporal com uma expressão de pleno entendimento – Entendi.

– Tenho que admitir que a ideia não me é nem um pouco atrativa.

– Nunca é.

– Quando você era mais nova também não queria? – Annabeth indagou, curiosa. – Se casar, quero dizer.

– Não fazia questão – ela contou – Só aconteceu porque eu já estava grávida.

– Eu entendo, mas... seu filho é tão tradicional,e eu temo que algum dia ele mencione o assunto.

– Ele acabou de mencionar.

– Tem razão – a loira sorriu concordando – Só que eu também acho que, se isso for fazer dele mais feliz, sou bem capaz de aderir a ideia.

– Casamento é complicado – Sally comentou por fim – Mas devo lhe dizer que isso não muda o fato de Percy ser bem simpatizante.

– Eu sei.

– Não se preocupe, querida – Sally começou a confortar Annabeth, sendo interrompida por uma melodia vinda de algum lugar acima de onde as duas se encontravam , mudando o rumo da conversa – Mas será possível que um certo alguém resolveu voltar a tocar?!

– Não me diga que...- Annabeth começou a perguntar, mas se forçou a parar. Não. Não podia ser isso. Definitivamente não.

– Há algum tempo eu não ouço Percy tocar – Sally constatou sorrindo com o canto dos lábios – Não é maravilhoso que ele tenha decidido voltar justo hoje?

– Ahn... – a loira coçou o cabelo – Para falar a verdade, eu nem sabia que ele tocava alguma coisa.

– Suba – incentivou a mais velha – Suponho que saiba onde ele está.

E Annabeth sabia, não era a primeira vez que visitava a casa dos pais do rapaz e já tinha notado o piano branco de cauda localizado no andar de cima, na sala elegante, espaçosa e com uma sacada que dava para o jardim da frente, só nunca havia imaginado que Percy sabia tocá-lo.

O caminho dela foi quase que instintivo, assim que subiu toda a escada e virou à direita, na direção onde o som suave soava de forma mais intensa, parou abruptamente.

Sentado de costas, Percy parecia totalmente absorto em deslizar os dedos por sobre as teclas do piano ao canto da sala.

– Você nunca tinha me dito que tocava piano – ela murmurou quando as notas do que a garota identificou como umas das composições de Debussy chegou ao final.

Pego de surpresa,Percy olhou-a por sobre o ombro, deixando que o canto dos lábios se retorcessem num sorriso mínimo.

– Você nunca me perguntou.

– Como eu podia imaginar que você levava jeito para música? – questionou ela, andando na direção dele.

– Eu não levo – Percy discordou enquanto indicava para Annabeth o lugar ao seu lado no banco acolchoado em veludo marrom – Não mais, pelo menos.

– Modesto você – a loira comentou após se sentar.

Ele riu de leve e fez um gesto de negação com a mão.

– E o que você toca? – ele se virou meio de lado, as íris verde musgo analisando a garota.

– Nada. Nunca levei jeito nem com música nem com dança.

– Você consegue ser pior que eu, Annabeth! – o rapaz se indignou.

– A culpa não é minha – ela deu de ombros – Mas e então? Você irá tocar para mim agora?

– Algum pedido especial? – Percy arqueou uma sobrancelha sugestivamente, olhando de esguelha para a namorada.

– Clair de Lune? – sugeriu Annabeth.

– Clair de Lune então – ele concordou com a cabeça, arregaçando as mangas compridas do suéter azul marinho de linho na altura dos cotovelos e começando a deslizar de maneira hábil e admirável os dedos esguios sobre as teclas do piano,os lábios rosados também estreitados numa linha fina e rija, as sobrancelhas negras juntinhas em sinal de concentração, de maneira a formar um vinco na testa.

Lindo, pensou Annabeth.

Ela realmente não se cansava de admirá-lo, era involuntário, quase que normal, sua atenção sempre se esvaia, embora na ocasião seu cérebro ainda conseguisse processar determinados fragmentos das notas calmas da canção instrumental que preenchia o cômodo de uma tranqüilidade incessante, exatamente como ela gostava.

– É incrível como desaprendemos certas coisas – Percy se queixou quando finalizou a música – Quando eu tinha dezesseis anos, sabia tocar Clair de Lune direitinho.

– Você tocou direitinho, Cabeça de Alga – Annabeth elogiou-o.

– E você só está dizendo isso pra não perder o namorado, Sabidinha – ele tocou a ponta de seu dedo indicador na ponta do nariz arrebitado dela.

– Acredite – Annabeth segurou o pulso dele, fazendo-no tirar o dedo de sua face – Eu sempre busco abaixar seu ego, então, quando digo que você faz alguma coisa bem, não duvide, porque é a pura verdade.

– Okay – ele sorriu – Fico feliz por ter você ao meu lado pra sempre minimizar meu ego inflado.

–E o que mais você fazia? Tipo, você praticava algum esporte na adolescência? – a loira quis saber.

– Natação – ele respondeu rápido – Sempre gostei de água, então minha mãe me pôs numas aulas de natação e eu me encontrei, por assim dizer.

– Ah – Annabeth semicerrou os olhos cinza tempestade – É por isso que você tem um peitoral interessante! Natação,é claro.Eu já devia ter imaginado.

– É, natação ajuda a fortalecer os braços e o peitoral – ele sorriu – Mas eu também fiz esgrima.

– Por que você fazia aula de tantas coisas?!

– Era pra parar de estudar um pouco. Meu pai que incentivava, porque senão eu vivia dentro do meu quarto.

– E o Nico? Vocês já eram amigos, não?

– Amigos de infância – o tom de Percy foi orgulhoso – Como meu pai e o pai dele foram.

Annabeth franziu o cenho, não sabia muito sobre a família de Nico.

– Percy, eu sei que não é da minha conta... Mas, o Nico nunca mencionou a família dele. O que aconteceu?

– Bom, é um assunto meio delicado para ele – Percy ajeitou os fios negros que insistiam em cair sobre sua testa – A família do Nico, os pais e a irmã mais velha dele, morreram num acidente de carro pouco depois de ele ter completado dezoito anos.

– Ele estava no carro?

– Não. Foi perda total do veiculo, não sobrou literalmente nada. Na noite do ocorrido ele estava aqui em casa.

– Deve ter sido difícil pra ele.

–Foi bem difícil – o rapaz corrigiu – Mas como ele era maior de idade, não havia muito o que pudesse ser feito, tecnicamente ele já era um homem e tudo mais, herdou todo o patrimônio do pai e pronto, teve de seguir com a vida.

– Mas a sua família ajudou, certo?

– É, meus pais fizeram e ainda fazem tudo o que podem por ele. Considero Nico como o irmão que eu nunca tive.

– Vocês até se parecem - a garota sorriu observando a semelhança dos dois rapazes por meio das fotos dispostas na estante de mogno próxima de onde estava – Os cabelos são negros e bagunçados do mesmo jeito.

– Nico devia ter os olhos verdes, assim seria lindo como eu.

– Na verdade, ele seria lindo como eu –outra voz masculina surgiu pelo cômodo – Ou você se esqueceu de que essa sua beleza vem da minha genética, Percy?

– Pai – Percy se virou, encontrando a figura de Poseidon com os braços cruzados e as costas encostadas na parede – Minha beleza vêm da genética da minha mãe.Ela sim é linda.

– Sua mãe é linda , mas não tem os olhos verdes encantadores e o cabelo negro bagunçado e charmoso, então, meu caro, sua beleza só pode ter vindo da minha genética. – objetou Podeidon.- E você deveria parar de ser tão mal agradecido, olhos verdes são muito raros, só três por cento da população os tem, e você só foi abençoado por minha causa.A propósito, olá Annabeth. – o homem sorriu no final.

– Oi, Poseidon – a voz dela soou tão animada, pensou Percy, que parecia que, ao invés do sogro,era o rei da Inglaterra que havia acabado de chegar por ali.

–Você sumiu – notou o homem – Aposto que o Percy não estava te deixando vir visitar a mim e à Sally.

Percy revirou os olhos. Na cabeça de Poseidon, o filho era um grande egoísta que o impedia de ver sua adorada nora, a pobre Annabeth.

– Bem, dessa vez não foi culpa dele, Poseidon – Annabeth explicou – Sou eu quem está sem muito tempo para visitas.

– Ah, sim – Poseidon assentiu com a cabeça – Me esqueci que você está no final do curso de Arquitetura. A formatura é no mês que vem, não é?

– Sim, é no mês que vem. -a loira concordou, fitando Percy logo em seguida – E você deveria parar de ser mal agradecido, a genética do seu pai é muito boa, Percy.

– E você é muito puxa saco do meu pai, Annabeth. – o rapaz rebateu.

– Não ligue para ele, Annabeth –Poseidon repousou a mão sobre o ombro da garota – Não sabe dar o devido valor as coisas. Se não fosse por mim, Percy, as garotas nem iam ficar correndo atrás de você, meu filho.

– Que garotas? – Percy pareceu perdido passando uma das mãos pelo cabelo liso.

– Aquelas que ficavam loucas por você quando você era mais novo. - Poseidon disse como se fosse lógico – Vai me dizer que não se lembra daquela história com a Rachel?

– Pai... Nem comece, por favor.

– Você tinha uns quinze anos quando ela te agarrou a força no carro, lembra?

– A Rachel te agarrou, Percy? –Annabeth riu – Como você era sem atitude...

– Eu fiquei totalmente assustado no dia – o rapaz fez uma careta – Quer dizer, como assim uma garota te beija do nada? Sem aviso prévio? Eu nem estava preparado psicologicamente! Amigos não saem beijando uns aos outros!

– Nós éramos amigos – Annabeth se ofendeu.

– Mas é diferente – Percy explicou, endireitando o colarinho visível por sobre o suéter – Eu nunca quis ser apenas seu amigo, Annabeth.

– A Rachel também não queria ser só sua amiga – Poseidon murmurou baixo.

– Só que o sentimento não era recíproco, sem falar que , de tanto ela me pressionar, eu não suportei, cortei relações.

– Coitada, Percy! – Annabeth se compadeceu da outra garota – Da próxima vez que nós a virmos, me lembre de sentir pena ao invés de ciúme. Você quebrou o coração dela...!

– Eu sempre deixei claro que só sentia amizade por ela.

– E aquela garota do estádio, Percy? Aquela morena que tinha se sentado do seu lado e quando o Chelsea fez um gol, ela te beijou de tanta emoção?Como era o nome dela mesmo...? – Poseidon fez uma expressão pensativa – Tenho certeza que era algo como Rena... ou seria Reia? Não,não! Lembrei! Era Reyna! Isso! Reyna.

– Acho que ela tinha um distúrbio psíquico– Percy refletiu – Nem nunca a tinha visto, mas ela não pensou duas vezes antes de me puxar de lado e me dar um beijo... Francamente, olha só como o mundo está hoje em dia...

– Ela até escreveu o numero de celular na sua mão, lembra? – Acrescentou Poseidon.

–Ainda bem que eu nunca mais a vi. Corria o risco de eu ser violentado, isso sim.

– Então até as desconhecidas te agarravam? Coitado do Percy, gente! – Annabeth apertou a bochecha dele – Isso que dá ser lindo!

– Percy, você lembra-se daquela outra também? Aquela que ... – Poseidon começou, sendo interrompido pelo filho:

– Está bem, pai. Chega dessas histórias, por favor – o mais novo pediu –Odeio relembrar esse tempo.

– Mas eu gosto de saber desse tempo – Annabeth sorriu para Poseidon e Percy suspirou,sempre que Poseidon e Annabeth se viam ,eles tiravam o dia para contar as histórias mais constrangedoras possíveis.

–Eu também gosto – Poseidon trocou um olhar cúmplice com a loira.

–Onde está aquele álbum do Percy,Poseidon? – ela sorriu maldosa.

– Não. Não, Annabeth. Sério, você sabe que eu não gosto quando vêem esse meu álbum! – Percy contestou, as sobrancelhas franzidas de irritação – Não comece, por favor.

– Mas você está tão lindo nas fotos daquele álbum! – ela comentou com um muxoxo de decepção – Principalmente naquela em que você tem uns três aninhos de idade e está no banheiro!É tãããão fofo!

– Eu não estou fofo naquela foto – ele olhou no fundo dos olhos dela – Eu estou pelado naquela foto.Pelado, tipo, sem nada. Sem uma fralda sequer.

– Então! É muito fofo! – Annabeth fechou as mãos em punho, simulando um aperto – Dá vontade de morder!

– Eu não vou te deixar me morder, se é o que você está querendo fazer – ele avisou previamente.

– Pegue o álbum, Poseidon! – Annabeth bateu palmas surdas, animada– Por favor!

Poseidon se levantou prontamente e foi em direção a uma das estantes, procurando o tal álbum, enquanto Percy escondeu o rosto entre as mãos e apoiou os cotovelos sobre o piano, respirando fundo pela última vez, afinal, já dava pra perceber que aquele final de tarde seria longo.

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Percy girou a maçaneta da porta de seu quarto com o maior cuidado possível e andou lentamente, isso tudo para não despertar a garota com as mechas loiras escuras espalhadas pelo travesseiro e o rosto enfiado debaixo da coberta.

Assim que deu uma analisada em Annabeth para se certificar de que ela ainda estava dormindo, ele se virou de costas e começou a tirar a camiseta impregnada ao corpo, fazendo o mesmo a bermuda logo em seguida.

– Onde você estava? - a voz abafada e sonolenta de Annabeth ressou pelo cômodo, e, mais rápido do Percy achava ser possível, ele voltou a subir a peça ate a altura do quadril, de onde nunca devia ter saído.

– Meu Deus, Annabeth! Quer me matar do coração?! – ele se virou de frente para a cama de casal mais uma vez,passando os dedos pelo cabelo negro, completamente aturdido e desorientado – Pensei que você estivesse dormindo!

– Eu estava – ela recostou -se na cabeceira aveludada , fitando-o com a expressão tranquila – Mas você me acordou.

–Me desculpe, tentei fazer o mínimo barulho possível.

– Onde você estava?- ela repetiu a pergunta feita segundos antes.

– Fui... dar uma corrida – ele disse pausadamente.

–Ah é...Verdade.Esqueci.- Annabeth confessou, olhando os fios de cabelo pregados de suor na testa dele, as bochechas rosadas e os ombros curvados.

– Da próxima vez, vê se não começa a falar assim tão de repente, quase tive um treco – ele comentou com uma das mãos no peito, o coração batendo acelerado.

– Da próxima vez, vê se não começa a se despir na frente dos outros – a garota replicou com uma sobrancelha erguida. – Eu agradeço.

– Eu realmente achei que você estivesse dormindo – o rapaz tornou a repetir, se sentando na beirada da cama.

– Então se lembre de verificar direito da próxima vez.

– Eu vou. – Percy assentiu com a cabeça e deu um sorriso de canto, inclinando o tronco para beijar Annabeth, porem, ela se esquivou num segundo quando percebeu intenção dele, e , como se não bastasse, empurrou-o pelo peito.

– Que nojo, Percy – ela franziu o nariz, desgostosa – Você está suado.

– Quê?

– Que no-jo – Annabeth falou com excesso de pausa, como se ele tivesse um problema de entendimento – Vo-cê es-tá su-a-do.

– E vo-cê es-tá sen-do fres-ca. – ele tentou mais uma vez beijá-la.

– Não encoste em mim! – ela deu um pulo pro outro lado da cama.

– Deixa de frescura, Annabeth – ele se irritou – Venha aqui.

Ela não respondeu, e Percy entendeu como uma negação.

– Tudo bem – ele deu de ombros – Acho que vou descer e ver se há uma garota que não é fresca e quer me beijar mesmo eu estando suado, já que minha namorada não é capaz de fazer isso.

– Não! Você não pode ir! – Annabeth o abraçou por trás e, a contra gosto, beijou o ombro dele – Não sem camisa. Nenhuma outra garota além de mim pode te beijar ou te ver sem camisa, entendeu?

Percy retirou os braços dela de ao redor de seu corpo e sorriu torto.

– Não. Não entendi. Por que você não me explica? – ele incentivou – Você fica linda explicando as coisas.

– Vai tomar banho, Jackson – ela revirou os olhos, empurrando-o da cama.

–Okay. Entendi. – ele resmungou levantando-se e , quando ela achou que ele finalmente estava indo tomar o banho, Percy deu meia volta e roubou um demorado beijo dela, que, ao contrario da primeira vez, não resistiu, apenas agarrou-se aos braços dele.

– Vai – ela ordenou com a voz baixa e os lábios colados aos dele – Vai agora.

– Está bem. Mas só porque você fica linda mandona. – ele assentiu e, em provocação, mordeu o lábio inferior dela.

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– Tudo bem, mãe. Entendi perfeitamente, não precisa se preocupar – Annabeth tranquilizou Athena pelo celular – Eu vou desligar, tudo bem? Percy está fazendo chá e eu quero tomar antes que esfrie... – a loira aguardou pela resposta da outra linha – Eu te amo, okay? Beijo... Ah, o quê? Tem certeza? Tá bom, vou passar para ele.

– O que foi? – Percy perguntou baixo, limpando de forma rápida as mãos em sua calça social escura enquanto olhava para Annabeth por sobre o ombro.

– Minha mãe quer falar com você – Annabeth sorriu amarelo.

– Um segundo – ele pediu, despejando com habilidade parte do conteúdo quente do bule em uma xícara de porcelana branca com desenhos em dourado, atravessando a cozinha em seguida para entregar à loira – Aqui.

– Toma – ela fez a troca do celular pela xícara quente com cuidado.

Percy sorriu de leve, notando o empenho dela em não deixar nada cair por conta do desastre, e posicionou o celular entre o ouvido e ombro, já empolgado por estar indo conversar com Athena.

– E então? Como vão as coisas, Athena? Tudo bem? Ah, sim! Eu estou ótimo, não se preocupe. – Percy dizia enquanto abria a torneira da pia e lavava as mãos – É, eu sei... Se eu dormi com ela? Não, não. Foi ela quem dormiu comigo.Sim, pode acreditar... Ela vem para o meu apartamento quase todos os finais de semana... Não! Meu Deus do céu! Não pense uma coisa dessas! Eu sou um homem sério e direito... Posso esperar. Arram, formatura... Sei... Entendo... A formatura dela está bem próxima, então acho que tudo bem... Não me importo. De verdade.Estou tranqüilo... Sem problemas por minha parte. – o rapaz riu da resposta dada por Athena e começou a andar em círculos pela cozinha – Meu sotaque britânico é lindo? Eu também acho, sabe? – Annabeth revirou os olhos ao ouvir essa parte – Não, está tudo certo, mas por favor, não comente nada com o Frederick, isso não irá fazê-lo gostar mais de mim... Ah, claro! Pode ir! Nos falamos depois... Tchau... – ele finalizou a chamada se escorando na pia mais uma vez, até que por fim dirigiu o olhar à Annabeth. – Ela desligou. Acho que já tinha dito tudo o que queria à você.

– Uhum – Annabeth assentiu, balançando suas pernas de maneira ritmada, sem parar.

– Você não vai parar com isso não? – Percy andou até a bancada na qual ela estava sentada em cima e apertou seus joelhos, fazendo-a parar de movimentar as pernas energicamente daquele jeito – Estou ficando perturbado.

– Desculpe – ela deixou os ombros relaxarem – Acho que estou nervosa.

– Nervosa com o que? – ele perguntou, acariciando as pernas dela.

– Não sei. – a loira deu de ombros – Apenas estou nervosa.

– Você bebeu o chá?

– Bebi. – ela confirmou com a cabeça – Acho que não adiantou muito.

– Já sei – ele envolveu a cintura dela, colando suas testas – Me dê um beijo que essa sua energia repentina passa.

– Engraçadinho – ela enrugou o nariz e semicerrou os olhos cinza – Beijar não vai acabar com minha energia.

– Claro que vai – Percy descordou, abraçando-a forte contra si –É só você beijar com intensidade.

Ela riu contra o pescoço dele e puxou alguns fios da nuca do rapaz, vendo-o suspirar e erguer a cabeça em deleite.

– Abaixe a cabeça – ela pediu incomodada com a diferença de altura entre os dois. Os 1,70 que Annabeth tinha de altura não eram páreo para os 1,93 de Percy, ainda mais com ela sentada na bancada e ele em pé entre suas pernas. – Assim não dá para te beijar, esqueceu?

– Esqueci – ele admitiu,balançando o tronco dos dois de um lado para outro, como se estivessem dançando uma espécie de valsa da cintura para cima.

– Você está querendo dançar? É isso? – ela sussurrou ao ouvido de Percy, os braços finos o rodeando pelo pescoço.

– Digamos que eu estou treinando para a sua festa de formatura – o moreno pressionou o quadril dela, ainda os embalando sem música alguma – Estou me saindo bem?

– Ótimo – ela comentou de olhos fechados, aproveitando a sensação – Pena que eu não sei dançar.

Com eficiência, Percy a levantou da bancada e a pôs de pé no chão.

– Uma mão no meu ombro - ele instruiu Annabeth, colocando gentilmente uma das mãos dela por sobre o ombro esquerdo dele – E a outra na minha mão – continuou, esticando seu braço direito junto com ela, as mãos entrelaçadas.

O rapaz aproximou o corpo dos dois e começou a mover os pés devagar, guiando Annabeth como se ele realmente soubesse dançar.

– Um, dois, três para lá – ele disse – Um, dois, três para cá... E um para trás. Agora volte.

– Não acredito que você está me fazendo dançar uma valsa improvisada no meio da cozinha – Annabeth revirou os olhos, mas ela não sabia se era de incredulidade ou por causa do perfume de Percy próximo demais dela, deixando-a totalmente prazerosa.

– O que há de errado nisso? Acontece com os melhores casais.- o rapaz contou e então beijou o maxilar da loira.

– Acontece quando o casal é formado por Percy Jackson, o maior manipulador do mundo, e Annabeth Chase, aquela que é muito fácil de se coagir. – ela sentiu o peito nu de Percy tremer levemente contra o seu em razão do riso contido dado por ele.

– Persuasão é o meu charme – ele sorriu torto, aspirando o aroma do cabelo de Annabeth, continuando a os embalar na dança repentina – Eu poderia convencê-la a me devolver minha camisa agora mesmo – sorriu descendo a mão para a barra da camisa social preta grande demais para o corpo de Annabeth, mas que ela insistia em usar e ele não reclamava,achava lindo vê-la andar por todo o apartamento trajando apenas a camisa.

– Você não precisa dessa camisa – ela sorriu, descansando a cabeça no ombro descoberto dele – Até porque, eu prefiro quando você não a usa. Exatamente como agora.

A mão de Percy, antes repousada na cintura de Annabeth, começou a subir vagarosamente pelas costas dela, chegando até a nuca da garota, onde ele acariciou os fios de cabelo presentes pela região.

– E eu prefiro que solte seu cabelo – ele sussurrou com os lábios rosados contra o ouvido dela, puxando o coque frouxo que prendia as mechas loiras escuras de cabelo da garota – Quando estivermos sozinhos, quero que solte o cabelo e me deixe passar meus dedos por ele... – pediu e, com cuidado, deslizou os dedos entremeio aos fios loiros , roçando seu nariz no dela – Quero que sempre seja você mesma quando estiver ao meu lado, que não se preocupe com nada... Porque somos só nós dois aqui, sem hora marcada e agindo como bobos ao dançar na cozinha em pleno domingo de manhã... – com um meio sorriso, Percy colou sua boca sobre a dela – Mas agindo como o melhor tipo de bobos; os apaixonados.


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Notas finais do capítulo

Capítulo meloso de dar diabete em qualquer um, pqp. Desculpa gente, mas eu vi um filme essa semana, e ele era tão "Awn", daí o capítulo saiu esse grude danado... Vou fazer menos mel no próximo, okay?
AHHH! Agora vou dar meu AVISO IMPORTANTE.
Gente, seguinte, eu não queria ter que fazer isso, mas as circunstancias não me dão outra escolha; vou ter que dar um tempo na fic. Eu sei que vocês até já perceberam, porque sim, eu postava todo o domingo, sem pular nenhum, era tipo, sagrado. Só que isso era no inicio do ano, quando eu estava mais tranquila na escola, agora, estou tendo MUITA materia mesmo, trabalhos nem se falam, meu dia é uma correria e, como ano que vem eu vou para outra escola, tenho que me esforçar muito muito e muito para conseguir notas mais que ótimas pra que eu seja enturmada na turma 1, como eu sempre fui. De maneira alguma eu irei abandonar a fic, mas o tempo de postagem vai sim, variar. Eu posso voltar semana que vem, tanto quanto posso voltar no mês que vem, ou daqui há dois meses, não sei. Tem também a questão da escrita, porque eu sei que a minha já foi imensuravelmente melhor do que esta, e, se for pra escrever mal escrito, eu prefiro não escrever. Quero deixar claro que não é por falta de criatividade, isso nunca, porque eu tenho até o epílogo da historia meio que "pronto" aqui em casa. Contei também os capítulos que faltam e deu uma media de 10, mas eu vou tentar reduzir pra 8.
Enfim, é isso.
Acompanhem,Comentem, Favoritem ou Recomendem, eu ficarei feliz!
Espero nos vermos semana que vem com mais um capítulo, mas não prometerei nada...
Acho que já disse tudo, então agora é com vocês; Comentem!
Kisses e até... os comentarios? Espero que sim! :)
Byee, amores!



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