"I have died every day waiting for you

Darling don't be afraid

I have loved you for a thousand years

I'll love you for a thousand more
And all along I believed I would find you

Time has brought your heart to me"

Quando os olhos de Percy tiveram um vislumbre de Annabeth andando a passos rápidos em sua direção, as cores lhe pareceram mais vívidas, o tempo deu-o a sensação dolorosa de passar mais devagar e, o seu coração bateu mais acelerado.

Era engraçado porque, antes mesmo de trocarem uma só palavra ou gesto, ele já estava para morrer por tanta vontade de tê-la inteiramente para si e mais ninguém.

Os braços de Annabeth adornaram intensamente o pescoço dele, o tecido de seu sobretudo palha e de seu vestido de seda estampado em poá acariciando levemente o corpo do rapaz em um abraço ansiado.

– Senti sua falta - ele murmurou baixo contra o ouvido dela.

– Uma semana não é tanto, Percy – ela comentou casualmente enquanto se separava dele.

– Um simples dia é muito para alguém apaixonado, Srta.Chase – Percy disse , abrindo educadamente a porta de seu carro para que a garota entrasse.

Ela ficou estática em seu lugar, o encarando.

– O que foi? – o rapaz perguntou, ainda segurando a porta do veiculo para que ela entrasse.

– Tem algo errado com você – Annabeth declarou por fim.

–Ahn – ele trocou o peso do corpo de um pé para o outro e coçou o cabelo negro – Não. Não tem nada de errado comigo.

Annabeth o analisou. Ela sabia que havia sim, algo de errado em Percy. Bem, ele estava usando uma camisa social verde claro e uma calça jeans azul escuro. Até aí tudo certo. Mas quando os olhos cinzentos dela passaram mais uma vez pelo rosto dele, ela teve a confirmação de que uma coisa extremamente importante estava faltando por ali.

– Ah... tem sim. Tem algo de muito errado – a loira passou umas das mãos pelo rosto dele – E eu quero te matar por isso.

Ele retirou a mão fria dela de sob seu maxilar e crispou os lábios.

– Mas o que... – Percy começou a perguntar mas acabou sendo interrompido.

– Por que você fez a barba? – a voz dela soou incrédula, quase como um lamurio.

– Porque sim – ele respondeu simplesmente e então sorriu, satisfeito – Estou até me sentindo mais jovem, se você quer saber. Parece que tenho dezesseis anos de novo.

Annabeth quis verdadeiramente o socar ali mesmo, na rua.

– Era sexy – ela frisou bem a última palavra, como se explicasse todo o motivo de sua revolta.

– Eu ainda sou sexy – Percy destacou a palavra da mesma forma que ela havia feito – Só que com cara de adolescente.

A garota passou por ele, entrando no carro preto e revirando os olhos, vendo-o dar a volta e aparecer no banco ao seu lado.

– Perseu, você é muito chato – ela resmungou. – Sabia do quanto eu gostava da sua barba mal aparada.

Embora Annabeth não estivesse perguntando e sim, afirmando, Percy não se importou em a responder.

– É, eu sabia. Foi você mesma quem pediu pra que eu a deixasse uma vez, lembra?

– Lembro, Claro que eu lembro. Mas você está fazendo justamente o contrario agora.

Ele deu partida no carro e sorriu minimamente.

– Então, como minha namorada está se sentindo ao completar vinte e três anos de idade? – indagou, dando uma olhada de soslaio na direção de Annabeth, a tempo de vê-la fechar ainda mais a expressão com a menção do aniversário.

– Odeio aniversários. Estou me sentindo uma velha. – ela franziu as sobrancelhas , olhando as ruas pelo vidro do carro.

Percy riu.

– Pare de drama, Annabeth. De maneira alguma uma pessoa é “velha” aos vinte e três. Se esqueceu que eu vou fazer vinte e cinco no mês que vem?

– Estou quase chegando nos trinta – ela parece nem dar ouvidos,voltando a argumentar – E a velhice está perto. Eu sinto.

– Se lhe serve de consolo –ele começou- Parece que você tem uns dezesseis anos ainda.

– De qualquer forma, não quero comemorar a data de hoje.

Percy preferiu permanecer calado diante daquilo, afinal, não era exatamente assim que ele tinha planejado as coisas.

– Você entendeu, Percy? – ela repetiu, diante da falta de resposta da parte dele.

– Já disse o quanto você está linda hoje? – o rapaz sorriu, mudando, ou pelo menos tentando mudar o foco da conversa.

–Percy. – ela ralhou.

– Tá bom. Sem comemorações. Entendi. – o moreno suspirou.

Ela sorriu.

–Ótimo.

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Annabeth fez uma nota mental de rever o conceito de entendimento de Percy sobre determinados assuntos. Porque, sinceramente, ela achava que havia sim, sido bem clara quando dissera “Não quero comemorar a data de hoje.” Nem era preciso dizer que seus amigos fizeram exatamente o contrario do que ela pedira, já que , quando chegara no apartamento de seu namorado, fora saudada com um grande “Feliz aniversário” por parte deles.

Ela não foi capaz de conseguir conter o revirar de olhos para aquilo.

– Não faça essa cara, Annabeth – Thalia logo avisou, ainda deitada no sofá bege claro da sala de Percy com a cabeça no colo de Nico.

– Nem é como se nós tivéssemos feito uma festa como aquela nos seus dezessete anos – Leo ,trajando sua tradicional jaqueta de couro preta, surgiu de algum lugar da cozinha, segurando o que parecia ser uma garrafa de vinho.

– Aquela festa foi incrível – Jason concordou, se levantando em seguida para abraçar Annabeth.

Piper franziu o cenho, assim como Percy.

– Estou me sentindo um excluído – O moreno declarou por fim – Porque eu não faço idéia de que festa foi essa.

– É porque você não morava em San Francisco – Thalia falou com um sorriso maldoso. – Assim como Piper e Calipso também não.

– E eu também não – Nico a olhou, indignado por ela não o ter mencionado.

– Definitivamente, você também não – Leo respondeu – Nessa festa da Annabeth eu peguei tantas garotas... Saudade daquele tempo.

– Saudade daquele tempo? – Calipso arqueou as sobrancelhas e encarou Leo , incrédula -Sério isso, Valdez? Então você está com saudade? Bom saber disso. - Ele arregalou os olhos castanhos e negou com a cabeça:

– Eu não quis dizer isso, querida. É sério, eu amo você. Saudade de ser solteiro? – estalou a língua – Nunca. Nunca mesmo.

– Sem discussões de casal agora - Piper pediu – Por favor.

– Claro que não, Piper! – Thalia a cutucou com os pés – Brigas de casal são ótimas.

– Thalia, pare com esse seu péssimo hábito de estimular brigas – Annabeth fez a amiga se sentar ao invés de ficar deitada ocupando quase todo o sofá de canto.

– Sabe, eu acho que devíamos fazer um brinde ao fato de a Annabeth , mesmo com essa chatice insuportável, ter conseguido arrumar um namorado. É um milagre. – Thalia opinou.

– Um milagre é você ter um namorado, isso sim. – a loira rebateu

– O Percy também merece um brinde por ser rico e dar comida aos amigos – Leo acrescentou.

– Percy não merece brinde porque ele é lerdo.

– Então me dê essa taça de vinho que, no caso, pertence à mim – Percy retirou a taça da mão de Thalia.

– Não, Percy! Não quis dizer que você era lerdo e sim que você era.... lento? – ela tentou consertar a fala anterior.

– Lento? Piorou, Thalia.

– Lindo?

– É, eu sou mesmo lindo – ele ponderou por um instante. – Só por você ter admitido, eu vou te devolver sua taça.

– Obrigada.

– Onde estão meus presentes? – Annabeth indagou para ninguém em especifico.

– No meu quarto – Percy a fitou momentaneamente, voltando a dizer algo para Nico.

– Você vai adorar o que eu comprei, Annabeth – Piper contou, animadíssima.

– E o que eu comprei também – Calipso comentou.

– O meu é o melhor , só pra deixar claro. – Thalia disse e se levantou, fazendo os coturnos amarronzados se chocarem contra o porcelanato branco do chão com um baque surdo, logo puxando Annabeth consigo – Andem logo, vamos ver o que a Annabeth ganhou de legal pra emprestar para as amigas queridas dela.

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As garotas foram “ver os presentes” e decidiram ficar lá mesmo, porque já fazia certo tempo em Percy só conseguia distinguir a voz delas vindas de lá de seu quarto. E, bem, ele já havia parado de prestar atenção na conversa com Leo e Nico – Jason se encontrava desmaiado num canto, dormindo profundamente e, internamente, Percy se perguntou como o cara conseguia adormecer tão facilmente.

– Estou preocupado com o Jason – Percy pensou alto. – E se ele tiver morrido?

– Bobagem – Leo disse com descaso, dando uma olhada rápida na direção do loiro – Jason dorme em qualquer lugar, a qualquer momento. Nem sei como a Piper consegue aturar ele com esse sono eterno.

Então, do nada, Nico riu, fazendo com que Percy o olhasse confuso:

– O que foi?

– Imaginei a Piper beijando o Jason e daí, do nada, ele começando a cochilar.

Leo riu dessa vez, acompanhado de Nico.

– Vocês dois são uns idiotas mesmo, coitado do Jason, isso sim. – Percy balançou a cabeça.

– Estou muito orgulhoso de você, viu Percy? – Leo repousou uma das mãos no ombro de Percy.

– Ué, por quê? Nico o encarou, os olhos semicerrados.

– Como “por quê”, di Angelo? – Leo disse, exasperado – Porque o Percy venceu a friendzone, é lógico. E, agora, eu vou poder ser padrinho do casamento e dos filhos dele com a Annabeth.

– Leo,vai com calma – Percy tirou a mão do amigo de cima de seu ombro – Annabeth e eu nem completamos um mês de namoro ainda.

–E daí? – Leo o olhou indiferente àquela informação.

– Tá, agora eu estou com medo do Jason estar morto – Nico se pronunciou – Ele nem se mexe. Vocês não acham melhor acordarmos ele?

– Pra quê?

– Pra irmos embora, Valdez – Nico deu um tapa na cabeça de Leo.

– E pra quê irmos embora agora?

– Cara, a casa é do Percy. Não está passando pela sua cabeça que ele talvez queira ficar sozinho?

– Não. Você quer que a gente vá embora, Percy?

Percy abriu a boca para responder, mas Nico foi mais rápido:

– Leo... Você não está entendendo... O Percy quer ficar com a Annabeth, não com nós dois e, bem, o Jason.

– Aaaaaah! Entendi! – Leo arqueou as sobrancelhas e fez um “O” com a boca – Por que você não disse logo, Percy! Seu safado...!

– Leo, não é nada disso...

– Jason – Leo interrompeu, sacudindo o loiro –Anda, acorda! Jason!

– Hm? – os olhos azuis de Jason giraram nas orbitas.

– Vamos, levante! Eu vou chamar as meninas pra irmos embora. O Percy está querendo fazer umas outras coisas. Sem a nossa presença.

– Não – Nico disse – Eu mesmo vou chamar as garotas.

– Você vai ficar quieto aqui, Nico – Percy puxou o amigo de volta para a sala. – E você também, Leo. Não estou entendendo o porquê de vocês quererem ir embora, assim, tão de repente. Ainda tem uma torta de chocolate na geladeira, sério que nenhum de vocês vai querer um pedaço?

– Ahn – Leo fraquejou, empurrando um Jason sonolento novamente no sofá – Então nesse caso a minha partida vai ser adiada.

– Leo! – Nico resmungou.

– Nico – disse o Valdez, cruzando os braços sobre o peito, o semblante transbordando de seriedade, algo incomum para ele – Não me julgue, cara. É torta de chocolate. Eu não posso recusar torta de chocolate. E acho que você devia fazer o mesmo. Ao contrario, nunca será como o Leo, ou seja, Gostoso pra dedéu.

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A vontade de Leo de ir embora durou relativamente pouco, uma vez que Percy o convencera a ficar somente com a menção da torta de chocolate. Na verdade, nem mesmo depois da torta ele demonstrava vontade de sair dali.

– Vem, Leo – Calipso o chamou, ajeitando seu sobretudo pelo corpo e estendendo a mão –Vamos embora.

– Não quero mais ir embora.

Ela virou a cabeça na direção dos outros amigos como se perguntasse silenciosamente se eles haviam ouvido o que Leo acabara de dizer.

– Como?

– Se importa se eu passar a morar com você a partir de agora, Percy? – ele indagou encarando o amigo ao seu lado.

– O Percy já tem namorada, Leo – Thalia revirou os olhos azuis – Desista.

Os outros riram.

– Leo, desculpe ferir seus sentimentos, mas eu realmente não vou terminar com a Annabeth pra ficar com você. Desculpe – Percy brincou.

–Iiiih, cara. Saí pra lá - Leo o afastou com uma das mãos,num movimento de descaso – Eu não estou interessado em você. Eu amo a Calipso, ta legal? Só quero morar aqui pra você me dar comida todos os dias. O Jason não me alimenta.

– Que mentira. Eu até cozinho! – o loiro se defendeu.

– Cozinha – Leo concordou – E cozinha mal.

– Pipes, fale que eu cozinho bem. – Jason olhou para a namorada.

– Ahn... –Piper, de repente, pareceu extremamente interessada na manga de seu blazer preto - Você cozinha de forma razoável.

– Péssimo. – Thalia resumiu – Você é péssimo em cozinhar, Jason. Sou sua irmã, acredite em mim. E você, Valdez – ela apontou o dedo na direção dele – Vamos embora. Annabeth já está com ciúme de você aí com o Percy.

– Tá bom – Leo resmungou, indo em direção à porta – Mas só porque a Annabeth está querendo me matar.

– Eu não. – Annabeth negou – Se você quiser, posso te vender o Percy, Leo. Não se preocupe.

– Poxa, Annabeth – Percy a fitou, incrédulo – Achei que você me amasse.

– Bem, não quero ficar aqui pra participar dessa DR então, tchau pra vocês dois – Nico acenou enquanto Thalia meio o abraçava e meio o tinha como apoio de sustentação.

– Você vai ficar aqui, Annabeth? - Thalia ajeitou a gola do casaco escuro de Nico e olhou para a amiga, erguendo uma sobrancelha.

– Hm – a loira mordeu o lábio inferior e olhou meio sem graça para o namorado – Eu meio que me convidei a ficar com você. Tudo bem ou...?

– Ah, sim – Percy passou um dos braços pelos ombros dela – Claro que está tudo bem.

– Certo, certo – Thalia murmurou – Inocência de a minha parte ter imaginado que vocês iam ficar separados logo hoje.

Leo deu uma cotovelada em Nico e sorriu. Os demais se despediram também e, Percy bem que deveria os ter acompanhado até a portaria, mas estava cansado para isso, alem de que seus amigos não se importariam em descer sozinhos.

Ele fechou a porta por detrás de si e suspirou com um sorriso.

– Finalmente a sós. –declarou fitando Annabeth.

– Isso te deixa feliz, Jackson?

– Isso me deixa extremamente feliz, Srta. Chase. – o sorriso dele aumentou enquanto se encaminhava até ela – O que acha de ganhar seu presente de aniversario agora?

– Achei que meu presente já fosse você.

O sorriso de Percy se transformou numa leve gargalhada:

– Não creio que eu possa ser considerado um presente para alguém. Portanto, fique quietinha aqui que eu vou buscar seu verdadeiro presente no meu escritório.

Ela confirmou com a cabeça mas quando o viu seguir pelo corredor, se enfiou no quarto do rapaz. Realmente gostava do cômodo, principalmente por conter o perfume de Percy de forma mais vigorosa. Viu-o retornar a sala mas logo abrir a porta de seu próprio quarto, por fim a encontrando sentada na beirada da cama.

– Lhe disse para ficar quietinha. – ele comentou e Annabeth notou a caixa retangular de veludo azul escuro em suas mãos.

– Prefiro ficar no seu quarto. – ela contou, apoiando as mãos sobre os joelhos cobertos pela meia calça preta.

– Espero que goste – Percy a estendeu a caixa.

– O que é? – ela indagou, antes de abrir a delicada caixa, o veludo roçando suas mãos.

– Abra – ele a incentivou simplesmente.

Annabeth o obedeceu, levantando cuidadosamente a tampa superior.

Sua respiração falhou por um instante e seu coração pareceu parar.

Seus olhos encontraram os verdes de Percy quase que instintivamente.

– Não gostou? – ele franziu as sobrancelhas. – Posso levá-la para escolher outro modelo se desejar...

– É perfeito – ela balbuciou em resposta – É... Lindo. – e voltou a analisar o colar disposto por dentro da caixa – Ahn, não sou muito boa em identificar pedras... Essa é um...?

– Cristal. – Percy sorriu e indicou o pingente delicadamente feito em forma de gota – É um Cristal Swarovski . E, pela cor, a corrente é nitidamente em ouro rosé.

Annabeth torceu o nariz e voltou o olhar para Percy.

– Isto – ela indicou o colar – Deve ter custado caro, Percy. Não precisava disso tudo.

– Bem, nada que seja para você é considerado caro para mim. E sim, precisava disso tudo. Depois que te pedi em namoro, me dei conta de que ainda não havia dado a você um presente ou algo simbólico pra representar nossa relação. Achei o colar uma boa idéia porque... Bem, você pode usar diariamente e... Não sei, talvez... Se lembrar de mim.

– Percy, sabe que não preciso de um colar ou qualquer outra coisa para me lembrar de você.

– Sei, mas... Eu achei que seria um bom símbolo. Quer dizer, os cristais levam tempo para se formarem, alguns são formados em segundos, já outros levam dias, e até mesmo milênios – ele pausou brevemente, pensando em suas seguintes palavras - O tempo trouxe seu coração de encontro ao meu e o que sinto por você, Annabeth... Formou-se em dias também, a cada momento que compartilhamos juntos, cada respiração, e cada suspiro que tive ao seu lado, e, se pudesse pedir por algo nesse momento, pediria que nosso amor durasse por mais uns mil anos.

– Sua meta era me fazer chorar? Porque, se sim, devo lhe parabenizar já que você está bem perto disso. – ela fungou, limpando o canto dos olhos com um dos dedos.

– Não! Meu Deus, Annabeth! Não chore! – Percy segurou as mãos dela entre as dele – Você está acabando com minha tentativa de ser romântico!

– Se essa foi apenas uma tentativa, me pergunto como seria se você se assumisse como um verdadeiro romântico. – ela deu um sorriso mínimo. – Acho que seria demais para mim.

– Ah, deixe de besteira – o rapaz arregaçou as mangas compridas de sua camisa social até os cotovelos , puxou a caixa azul escura de veludo e retirou pela primeira vez o colar que jazia ali dentro. – Aqui – estendeu a mão livre para que Annabeth se levantasse e a virou de costas para ele – Acho que esse colar vai ficar ainda mais belo se posto em você ao invés de se repousado nessa caixa.

As mãos dele afastaram gentilmente o cabelo ondulado de Annabeth, de forma que ficasse completamente ajeitado do lado esquerdo, e, com habilidade prendeu a corrente fina de cor rosada ao pescoço dela.

– Feliz aniversário – ele sussurrou contra o ouvido da garota.

Ela suspirou e, por fim, se virou, ficando de frente a ele, os braços finos rodeando o pescoço do rapaz.

– Amo você. – disse e, soando meio insegura, se forçou a repetir a frase com mais firmeza – Eu amo você.

Um brilho passou pelo par de olhos verde musgo de Percy, e ele sentiu que, involuntariamente, um sorriso esboçou sua face.

– Pode repetir?Preciso gravar essas palavras na minha memória.

– Não precisa gravar, Cabeça de Alga – ela puxou os fios lisos da nuca dele – Eu mesma farei questão de lembrá-lo disso sempre.

– Repita – ele insistiu em pedir,abaixando o rosto na altura do de Annabeth e fazendo os narizes de ambos se roçarem – Por favor.

– Eu amo você.

Dito isso, Percy quebrou a mínima distancia restante entre os dois com um bom e adequado beijo apaixonado. Embora um beijo e,muito menos, palavras fossem capazes de demonstrar um terço do que ele sentia naquele momento. Na realidade, ele achava que nada nunca seria capaz de demonstrar, mas, por ora, três palavras lhe pareciam a melhor e mais cabível opção:

– Eu amo você.

E, apesar de mais nada ter dito, Percy esperava, do fundo de seu coração, que aquele fosse o primeiro de vários outros aniversários em que ele passaria ao lado de Annabeth.