Despertar escrita por Melaine_, Cassia Cardoso


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

O capítulo ficou grande? Sim.
Não conseguimos dividir? Não.
Nos desculpem hahaha
Espero que gostem do capítulo!



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O tempo passou sem grandes novidades em Hogwarts até a semana que antecedia a primeira tarefa do Torneio Tribruxo.

Desiré visitava todos os dias sua amiga e companheira de visões na enfermaria, local que agora estava sendo usado por Dumbledore para ministrar as aulas ‘castigo’ das meninas. Nessas aulas elas aprendiam truques e dicas para usar sempre que tivessem uma nova visão, e o diretor também as ensinava como prever coisas mais simples como pequenas decisões de outras pessoas, além de constantemente aplicar aulas sobre poderes que Freya supostamente dominaria cedo ou tarde.

Juan sempre que podia aparecia na porta da enfermaria no final da tarde para caminhar um pouco com Desiré e acompanhá-la no jantar. Como ele não tinha muito tempo livre para se conhecerem ou programarem outras coisas para fazer a garota podia participar das reuniões na casa comunal de Juan, a Lufa-lufa, porém, a sessão pipoca que fora perdida no dia em que Freya foi internada não se repetiu nos dias seguintes restando a eles apenas a hora do jantar para tentar se conhecer melhor.

Os campeões pareciam realmente nervosos com a proximidade da primeira tarefa, ninguém sabia do que se tratava e o castelo vivia cheio de cochichos e especulações sobre supostas dicas encontradas. Desiré achou graça nos adereços inventados por Draco e seus amigos contra Harry Potter: os alunos contrários a escolha do garoto como segundo campeão andavam pelos corredores com bottons enfeitiçados onde lia-se a frase ‘Potter fede’. Era uma maldade pois era notável que Harry não estava contente em ser um dos campeões.

Draco apesar de continuar pegando no pé de suas desavenças mostrava um ar de tristeza que era escondido com suas maldades e veneno que ele fazia questão de destilar quando estava na frente de seus seguidores, mas Desiré sempre o via espiando em frente da enfermaria tentando saber noticias de Freya. Ele estava envergonhado demais para ir até lá e pedir desculpas a garota.

Alguns dias depois da entrada de Freya na enfermaria, Krum foi visitá-la e contar sobre a pesagem das varinhas.

–Pesagem das varinhas? – perguntou Freya.

–É... Acho que queriam ver a quantas andam a minha varinha. – respondeu Krum.

–E, ela está boa?! – se perguntou pensando na sua varinha.

–Está ótima, pronta para uma boa competição.

Freya saiu da Ala Hospitalar uma semana antes da primeira tarefa, o que deixou Krum realmente feliz. Durante toda a estadia dela lá ela teve dores e muitos sonhos. Em todos, ela se via cercada de fogo ou temporais, e sempre uma sensação de culpa a acompanhava. Madame Pomfrey a liberou na terça-feira na hora do almoço. Freya então desceu até o salão principal e encontrou seus amigos sentados no mesmo lugar de sempre onde pode ver também Draco que parecia triste e totalmente se apetite.

–Oi pessoas. – cumprimentou seus amigos fazendo Draco se virar ao ouvir sua voz.

–Porque você não avisou que ia sair hoje? Nós tínhamos te esperado. – disse Krum puxando-a para um abraço forte.

–Porque nem eu sabia oras. – Freya se sentou ao lado de Draco e ele a olhou como se quisesse dizer algo, e ela sabia bem o que era.

–Você está bem? – perguntou Desiré - Pelo menos parece bem melhor.

–Estou sim, mas me sinto irritada e com muita energia. Já estou boa para jogar quadribol.

–Iiih, ficou louca de vez. – falou Kayo. -Tá, até parece que você vai jogar logo depois de ficar tão doente.

–Não tem nada demais... Afinal estou melhor. - Justificou Freya

–Quem pareceu enlouquecer foi o seu amigo Krum, ele fica enfiado na biblioteca o tempo todo. – contou Desiré.

–Cê ta doente, amigo?! – Perguntou Freya medindo a temperatura de Krum com as mãos gesto que fez até Draco rir.

–Pára com isso! – disse Krum bravo. – Eu apenas estava procurando algo para usar na tarefa.

–Sei, sei. – disse Desiré desconfiada.

Após o almoço, todos decidiram ir para os jardins, aproveitar o sol que estava realmente quente aquele dia. Krum e Kayo foram correr e deixaram as duas amigas conversando na beira do Lago Negro.

–Eu vi você e o Draco se olhando durante todo o almoço. – disse Desiré.

–Ah é? Eu queria agradecer ele por ter me levado até a ala hospitalar, mas eu não sabia como ele ia me tratar então deixei quieto.

–Ele parecia muito envergonhado para se desculpar.

–A culpa de eu ter desmaiado nem foi dele.

–Freya, eu vou ali chamar a Aimé para ficar com a gente. - Disse Desiré se levantando

–Tá bom. -Freya acenou para a amiga e voltou sua atenção para algumas folhas que pairavam a beira do lago.

–Oi... – Freya reconheceu a voz de Draco e o olhou.

Desiré havia visto Draco indo na direção delas e quis deixando-los conversar, chamar Aimé era apenas uma desculpa para se afastar e deixar que quem sabe os dois se entendessem.

–Oi…- Respondeu Freya meio deslocada.

–Eu.. humm.. Posso me sentar com você? – Draco parecia custar muito para ser educado e isso a divertia e muito.

–Claro... Está gostoso aqui fora. Eu adoro essa parte do jardim.

–Eu já percebi... Você sempre se senta aqui.

–Lá na Durmstrang é sempre muito frio. Eu sempre gostei muito do frio, mas esse sol daqui me fascina.

–Você está melhor? - Perguntou Draco.

–Estou sim, não agüentava mais ficar naquela cama.

–Você parecia realmente mal, afinal o que você tinha?

–Acho que foi uma virose. Mas me diz, perdi muita coisa ficando lá deitada?

–Sim... Quero dizer... Só isso mesmo. – Draco mostrou o bottom que dizia “Apóie CEDRICO DIGGORY” e “POTTER FEDE”.

Freya, assim como Desiré, achou o bottom muito engraçado e disse rindo:

–Ual... Que criatividade! Quem fez?

–Uns meninos da minha casa. – disse Draco sorridente. – Quer um?

–Claro. Mas aviso que não poderei usar, Karkarrof me mata se me ver usando isso.

–Não faz mal. Eu queria te pedir... - começou Draco.

–Draco, não foi culpa sua eu ter desmaiado…

–Tá, mas me desculpe por aquele dia na tenda e por tudo o que e te falei.

–Draco, tudo bem. Você deve ter sido criado assim, eu não posso dizer para você pensar como eu.

–Mas eu penso assim também, pelo menos em relação a você. – Confessou Draco.

–Claro que eu te desculpo, e fico feliz por você falar a verdade.

–Hum... Eu ouvi você dizendo que queria jogar quadribol…

–Sim, desde o ano passado que eu não jogo, estou sentindo falta já.

–O meu time organizou uma partida contra o time da Corvinal na quinta-feira à tarde, eu ia te convidar para jogar no nosso time, mas você ficou muito tempo na ala hospitalar, e também acho melhor você se recuperar direito antes, então eu quero te convidar para ir me assistir jogar.

–Ver você jogar?

–Sim…

–Na quinta-feira a tarde?

–Sim, sim. – Draco estava pensando que talvez ela não o tivesse perdoado realmente.

–Claro! Eu adoraria. – respondeu Freya dando risada - E obrigada por tudo Draco. Por me levar até a enfermaria, por se preocupar, pelo convite e claro, pelo bottom. – disse Freya sacudindo o bottom fazendo Draco rir.

–Engraçado... – continuou a garota.

–O que?

–É que é estranho ver você rir.

–Eu venho te pedir desculpa e você ainda me... – Draco ficou revoltado.

–Ei, calma! É estranho porque você está sempre zoando as pessoas e está sempre de cara feia. Mas não quer dizer que eu não goste do seu sorriso. – disse Freya corando.

–Bom eu tenho que ir, vou ter aula... – disse Draco se levantando rapidamente.

–Tenha uma boa aula.

Draco saiu correndo em direção ao castelo deixando Freya brincando com o bottom.

Não demorou muito e Desiré chegou com Aimée.

–E aí? Deu tudo certo? – perguntou Desiré a amiga.

–Sim, obrigada. Finalmente conversamos e esta tudo certo.

–Ainda bem... O Draco andava muito cabisbaixo durante os dias que você ficou na enfermaria.

–Isso é verdade! Você está melhor? – perguntou Aimée.

–Sim, claro. - Respondeu Freya - Obrigada por perguntar.

–Ai, o Cedrico é realmente muito bonito... – disse Aimée ao vê-lo passar.

–E como... – suspirou Desiré com o comentário da amiga.

–Ele é forte... né?! – complementou Freya.

As meninas ficaram comentando sobre quem seriam os meninos mais bonitos de Hogwarts e depois lembraram dos meninos de suas respectivas escolas.

Durante o resto da semana o programa do grupo de amigos se resumia a conversas no jardim, biblioteca e a explorar o castelo. Freya se sentia bem melhor, mas Desiré estava preocupada com a amiga. Como se sentisse que algo ia acontecer a ela. Já fazia um tempo que Desiré não tinha visões e estava agradecida por isso, pois lhe dava a segurança de que nada de ruim iria acontecer.

Alguns dias depois, na quinta, amanheceu com um tempo fechado que parecia piorar com o decorrer das horas. Durante o almoço, Draco lembrou Freya do jogo e a informou que ia começar as 15hrs.

Ela convidou a amiga para assistir, mas Desiré disse que já tinha marcado com o seu Dom Juan de ir a uma reunião da casa dele. Assim Freya ficou com Desiré, Krum e Kayo na biblioteca até o horário do jogo e depois foi sozinha se aventurar naquela tempestade.

Depois que Freya foi para o jogo, Desiré que estivera concentrada em seu livro de capa azul turquesa teve seu foco desviado por Krum que parecia não muito familiarizado com o ambiente de estudos e insistia em um joguinho com Kayo que consistia basicamente em uma disputa sobre quem acertava mais bolinhas de papel encantadas na garota.

Ela constantemente era acertada por alguma dessas bolinhas no olho ou algo do gênero, porém não dava muita importância para isso e apenas lançava um olhar intimidador para os garotos. Krum que ainda parecia um pouco receoso em ser pego como culpado pela brincadeira apontava com cara de inocente em direção a Kayo toda vez que a garota o olhava.

Depois de mais de meia hora de leitura a garota resolveu dar uma olhada em outros títulos da biblioteca, até porque parecia que tinha sido uma péssima escolha tentar ler perto de seus dois amigos. Quando chegou na sessão de livros de Herbologia, Desiré notou que Krum olhava fixamente para a porta da biblioteca e que Kayo estava tentando chamar a atenção do amigo testando um de seus novos feitiços de transfiguração em uma pena que Kayo dizia conseguir transformar em um pássaro maravilhoso, artimanha que Desiré duvidara ser possível para estudantes tão jovens.

Ali estava o foco do olhar atento de Krum, aquela garota que outro dia fora tão simpática com Freya e Desiré, Hermione Granger. Ela estava se dirigindo para a mesa e parecia ter vindo devolver uma grande pilha de livros, Desiré que não poderia desperdiçar essa oportunidade se dirigiu em direção à garota e quando passou por Krum ele lhe lançou um olhar assustado.

– Hey, olá! – Cumprimentou Desiré

– Olá, parece que só nos encontramos por aqui não? – Hermione respondeu

– Sim, nossa você gosta bastante de ler heim?

– Ah, eu já li quase todos esses exemplares anteriormente, na verdade eu estou tentando ajudar meu amigo Harry Potter em sua tarefa do Torneio Tribruxo.

– Ah sim, deve ser realmente difícil para ele sendo tão jovem ter que competir com o pessoal mais adulto.

– Você parece ser uma das poucas pessoas que se preocupa com Harry ao invés de apenas criticá-lo, obrigada por isso.

– Não há o que agradecer, além do mais eu e Freya não conseguimos acreditar que ele tenha colocado o nome no cálice e tudo isso.

– E não foi realmente ele.

Um grande estouro foi ouvido pelas garotas, algo que parecia ter abalado um pouco os livros que descansavam nas prateleiras, Desiré e Hermione viraram na direção de onde o barulho parecia ter vindo e puderam ver Kayo coberto pelo que pareciam ser milhares de penas e segurando algo que antes fora sua varinha e que agora parecia um grande chumaço de penas brancas... Desiré estava certa, Kayo não conseguiu executar o complicado feitiço.

– Oh meu deus, olha só que grande bagunça! - A bibliotecária foi correndo em direção ao garoto para lhe dar uma grande bronca, mas antes que ela pudesse chegar mais perto Kayo saiu em disparada para fora da biblioteca.

– Não se preocupe, Srta Patrisc, eu dou um jeito nisso em um instante! - Hermione foi em direção a mulher que tomava conta da biblioteca da escola, uma bruxa magra com seus cabelos sempre presos em um rabo de cavalo muito longo e que sempre parecia de mau humor.

– Não quero mais saber de magia estudantil nessa biblioteca mocinha.

Desiré que estava agora ao lado de Krum empurrou o garoto em um gesto que mostrava para ele que essa era a hora dele agir.

– Olá, eu posso ajudar se você quiser. – Se candidatou Krum.

– Ótimo, mas vocês terão que fazer isso á maneira trouxa. – Respondeu a bibliotecária.

– Sem problema! - Os dois disseram juntos.

Sem dizer mais nada, a bibliotecária foi para sua mesa terminar de checar os livros devolvidos por Hermione e deixou os estudantes limparem aquela bagunça.

– Permitam-me apresentá-los! Hermione esse é o Krum o grande jogador de quadribol da Durmstrang e Krum essa é minha amiga Hermione Granger!

– Olá. – Hermione deu um sorriso tímido para o garoto

– Olá. – Krum parecia deslocado algo que Desiré achou que devia ser inédito.

– Bem eu acho que vou ver como Kayo está... Vejo vocês depois!

Sem dizer mais nada, Desiré saiu da biblioteca, feliz por ter conseguido finalmente juntar o casal e com a certeza de que Krum agora a estava devendo uma.

Freya demorou um pouco para chegar ao campo, pois não sabia a sua localização exata.

–Achei que tinha desistido de vir, e deveria, não gostaria que ficasse doente de novo. – disse Draco feliz por vê-la e preocupado por dar a ela uma gripe de brinde.

–Não se preocupe. Eu falei que vinha…

–Eu já vou entrar para me arrumar. Os melhores lugares da arquibancada são os de cima.

–Boa sorte. – desejou Freya e subiu até a parte mais alta da arquibancada para ter uma boa visibilidade do jogo.

–Ah.. Você veio.. – disse Pansy.

Não achando conveniente responder algo e se estressar, Freya a ignorou e começou a olhar o tempo que ficava cada vez pior. Agora dava para ver vários raios caindo em direções diferentes, mas muito longe do campo.

O jogo começou com a Sonserina com a posse da goles, enquanto Freya queria prestar atenção no jogo, Pansy ficava falando da sua história com Draco.

–Sabe, foi amor a primeira vista. No primeiro ano assim que nos vimos na mesa da Sonserina ele se apaixonou por mim. Ele não demonstra muito sabe, mas sei que ele gosta de mim... - Pansy parecia apaixonada e muito segura sobre o sentimento de Draco em relação a ela.

–Ah é? – disse Freya sem emoção.

–Siim, juro! E ele sempre está comigo né... É uma prova!

–Acho que sim. – “Acho que é ao contrário” pensou Freya.

Os raios começaram a ficar cada vez mais próximos do campo, Freya podia jurar que estavam até ao redor dele. Mesmo só conhecendo Draco no time e apesar de Pansy ficar irritando-a cada vez mais, ela acompanhou o jogo. A Sonserina ganhava por 40 pontos da Corvinal. Draco era realmente rápido em sua vassoura de ultima geração e parecia não perder o pomo de vista a não ser os raros momentos em que ela achava que ele estava olhando para onde as garotas estavam sentadas.

–Vou te falar uma coisa... Acho que não vai demorar muito e o Draco vai me pedir em namoro. Ele anda tão diferente... Pelo menos ele não vai ficar com você, ele só gosta de meninas de puro sangue... Ele mesmo me disse.

“Essa história de novo” – pensou Freya . E então o sonho veio à tona, mas não era um sonho e sim uma visão. A pessoa que estava com ela era a Pansy e o que chamava a sua atenção no céu era o Draco que era acertado por um balaço, o acidente ocasionou os gritos.

“Ele vai cair” – pensou Freya segurando o seu colar.

–Sabe eu não me admiraria se Draco me pedisse em namoro hoje…

O raio caiu bem à frente delas fazendo Pansy gritar de terror. Freya olhou o seu colar e viu o brilho nele assim como viu em seu sonho, e quando olhou pra cima viu Draco parado e o balaço indo em sua direção. Freya olhou fixamente para o balaço desejando que ele explodisse e não acertasse Draco. Então algo inesperado realmente aconteceu... O balaço pegou fogo e explodiu na frente de Draco assustando e fazendo-o cair de sua vassoura.

Freya desceu correndo a escada que levava até o campo para ver se Draco estava bem, mas ao chegar lá havia muita gente em volta e o que a deixou mais preocupada foi o fato de não ouvir a voz dele. “Ele deve ter desmaiado” – tentou adivinhar Freya. Não demorou muito e uma enfermeira apareceu com uma maca flutuante e o colocou lá o levando diretamente para a Ala Hospitalar.

Enquanto isso no castelo…

Desiré andava saltitante planejando qual seria seu pedido para Krum quando esbarrou em um estudante desavisado que saiu de um dos corredores do terceiro andar, mas aquele não era um estudante qualquer, ele era como Freya costumava dizer : ‘ seu Dom Juan’.

– O meu deus, me desculpe! – Disse Desiré sem jeito

– Será que sempre vamos nos encontrar assim? – Juan parecia divertido com a situação

– É eu acho que isso está se tornando um hábito!

Os dois ficaram conversando sobre coisas bobas como o tempo e como a tempestade que estava se intensificando, poderiam ter passado horas sem que nenhum dos dois notasse quanto tempo estavam ali, pois apenas pela companhia um do outro aquela conversa parecia valer a pena.

Decorrido algum tempo, Desiré começou a se sentir estranha, aquela sensação que ela não sentia a algum tempo e que agora estava se intensificando, Juan percebeu que havia algo errado com a garota e disse preocupado:

– Você está bem?

– Eu preciso me sentar. - Disse Desiré.

Juan pegou a mão da garota e a levou para um banco que ficava perto dali, era um local de onde eles conseguiriam ter uma visão maravilhosa dos jardins do castelo em um dia ensolarado, mas que hoje só parecia intensificar a força da tempestade que caia lá fora. Apesar de estar se sentindo mal a garota fez uma nota mental sobre aquele lugar perfeito para futuras conversas com seu Dom Juan.

O garoto não soltou a mão de Desiré nem por um segundo, ela já sabia o que viria a seguir e alertou o garoto sobre o que poderia acontecer.

– Não se preocupe se eu parecer estranha por alguns instantes, certo?

– Está certo, eu estarei aqui com você.

De repente a garota não estava mais nos corredores aconchegantes do colégio de mãos dadas com Juan, tudo que ela podia ver era o cenário do qual a alguns instantes ela estava protegida. Só que agora ela parecia estar bem no meio daquilo tudo, por todos os lados havia raios caindo e a chuva era trazida com um vento que jogava gotas pesadas na garota fazendo com que sua visão ficasse turva, ela não sabia porque estava ai, em um clarão produzido por um grande raio ela pode ver que haviam vultos pairando acima do lugar onde ela estava e ela percebeu que estava no meio do campo de quadribol do colégio. Quando olhou para as arquibancadas pode ver duas garotas, uma delas havia se levantado e olhava fixamente para o céu acima de Desiré, a garota segurava algo que emitia uma forte luz e poucos instantes depois um forte barulho levou Desiré a olhar para o que parecia ser uma bola incandescente prestes a explodir.

– Freya – Gritou.

– Desiré? Você está bem? – Juan parecia preocupado.

Assim como a visão havia surgido ela foi embora e a garota viu-se sentada no banco segurando as mãos de Juan com muita força.

– Oh, Juan eu realmente sinto muito.

– Não se preocupe, eu gostei de ser útil, você está bem?

– Sim, estou. Agora eu preciso ir!

– Ir para onde? Eu acho que você deveria ir à enfermaria.

– Não, eu preciso ir lá fora.

– Nem pensar, está chovendo muito.

Sem prestar atenção no que o garoto dizia, Desiré levantou-se e começou a andar em direção as escadas, mas foi rapidamente impedida por Juan que atravessou na sua frente bloqueando a passagem.

– Eu já disse que você não vai sair lá fora, eu vou te levar para enfermaria agora.

– Não, eu já disse que vou sair sim. Eu não preciso ir a enfermaria e se você não sair da minha frente quem precisará disso será você. – Disse Desiré que agora estava completamente irritada com a teimosia de seu Dom Juan.

– Me desculpe por isso, mas você não está me deixando escolha.

Desiré não entendeu inicialmente o que o garoto quis dizer com aquela frase, mas no momento seguinte antes que ela pudesse ter alguma reação ele já havia pegado a garota pela perna e jogado-a com a maior facilidade em suas costas deixando-a completamente inábil para sua fuga em direção a chuva.

– Ora, seu garoto estúpido me largue!

– Hey assim você ofende meus sentimentos! – Juan parecia se divertir com a raiva da garota.

Desiré esquecera completamente que aquele era seu objeto de desejo e resolveu usar seus poderes de influência sobre o inconveniente garoto do mesmo modo como havia feito com Krum. Ela imaginou Juan sendo atingido por uma goles em suas partes baixas, algo que a garota imaginou que seria suficiente para que ele a largasse e ainda ficasse impedido de correr atrás dela mais uma vez.

Ela seria largada a qualquer instante, era agora…

– Isso mesmo, comporte-se. É assim que eu gosto sem tantos socos ou pontapés! – Disse Juan em meio a risos.

– Porque isso não funciona em você? Mas que droga!

Completamente revoltada com a inutilidade de seus poderes Desiré que havia desistido de lutar contra o garoto agora conseguia ver que eles estavam no corredor da enfermaria e logo a frente havia um grande tumulto, eram alguns alunos vestidos com uniformes de quadribol encharcados que estavam na porta da enfermaria.

Quando Juan chegou perto suficiente para identificar os jogadores molhados que estavam na porta da enfermaria, ele colocou Desiré que parecia desesperada no chão e disse:

– Como você sabia?

Desiré apenas lançou-se em direção à enfermaria correndo quando pode ouvir uma voz que a fez paralisar.

– Desiré!

Freya estava vindo correndo em direção a amiga e elas deram um abraço apertado.

– O que aconteceu? Eu tive uma visão! Você está bem?

– O Draco ia ser atingido por um balaço e eu apenas desejei que ele explodisse e Buuuum! Tudo foi pelos ares.

– Eu vi isso na minha visão!

– Mas Draco se assustou com a explosão e caiu da vassoura e agora não me deixam entrar para vê-lo, Pansy fez o favor de dizer que sou de outra escola e agora a enfermeira chefe disse que é hora da visita apenas dos amigos íntimos.

– Não se preocupe, vamos conseguir te colocar lá dentro.

Desiré e Freya decidiram revelar seu segredo para Juan uma vez que o garoto seria de vital importância para o plano das garotas de tornar possível a entrada de Freya na enfermaria ao anoitecer daquele dia. Conforme foi informado a garota por Madame Pomfrey, Draco deveria ficar 2 dias em observação pois a queda tinha sido de uma altura considerável e ele havia torcido o pé. Nada muito grave considerando que se o balaço o tivesse realmente atingido talvez agora o garoto teria vários ossos quebrados tendo que ser reconstituídos.

Juan se mostrou bem compreensivo com a situação e até contou as garotas que uma de suas tias possuía clarividência e que estava acostumado com coisas como visões.

Eles combinaram de se encontrar no corredor do 3º andar ás 22hrs daquela noite. Juan ficou encarregado de contrabandear de seus amigos Fred e Jorge alguma invenção que parecesse com uma bomba de fedor que seria usada para causar uma grande bagunça e desviar as atenções em volta da enfermaria.

Todos estavam preparados e na hora combinada os três se encontraram no corredor do terceiro andar e combinaram os detalhes da missão. Freya subiu sorrateiramente por uma escada que saia logo atrás de uma grande estátua que ficava próxima a ala hospitalar e ficou escondida esperando receber o sinal de que tudo estava livre para ela. Desiré e Juan colocaram a bomba de fedor em uma lata de lixo que ficava ao lado da escada no terceiro andar e a explodiram logo que Freya desapareceu na direção oposta do corredor.

Depois que a bomba foi explodida eles tiveram que agir rapidamente, Desiré se jogou no chão e começou a fingir que estava passando mal pelo cheiro do corredor e Juan subiu as escadas correndo em direção a ala hospitalar gritando:

– Alguém por favor nos ajude!

Madame Ponfrey que já havia saído na porta da ala hospitalar quando ouviu o barulho da explosão foi em direção ao garoto perguntando

– O que aconteceu? Você está ferido?

– Oh, a senhora não vai acreditar, estava indo para minha casa comunal conversando com uma amiga quando de repente algo aconteceu, uma lata de lixo que estava perto de nos explodiu. Foi horrível!

– Onde está sua amiga?

– Ela está lá em baixo, não consegue se levantar e eu achei que seria melhor não mexer nela.

– Vamos, me leve até lá agora.

Juan conduziu Madame Ponfrey a direção de onde tinha vindo e lançou para Freya uma discreta piscadela que significava que a enfermaria estava livre para a garota…

Freya entrou na enfermaria e viu Draco olhando para a porta preocupado com o barulho e quando a viu deu um grande sorriso.

–Como você está?

–Estou bem, apenas um tornozelo torcido. Você sabia que é proibido visitas a essa hora?

–Sabia, por isso que uma bomba explodiu acidentalmente aqui perto…

–Você não fez... – começou Draco descrente, mas riu quando Freya afirmou com a cabeça.

– Vem cá, como você não viu aquele balaço?

– Antes do raio você ficou parada lá olhando para o nada... Achei que o raio tinha te acertado. No que estava pensando?

–Em como azarar a Pansy sem ninguém ver. – mentiu Freya, apesar de achar que isso não seria uma idéia de se jogar fora. A mentira pareceu divertir Draco. -Eu acompanhei a enfermeira até aqui depois que você caiu, mas a sua quase-namorada fez o favor de falar que eu não podia entrar, pois não era sua amiga.

–Quase namorada? – perguntou Draco atônito.

–É, a Pansy. Ela estava me contando sobre o seu relacionamento com ela durante o jogo, quase não me deixou assistir. – disse Freya com raiva.

–Que historia é essa dela ser minha quase namorada?

–Bom ela falou que você …

Freya foi interrompida pela voz de Juan que parecia se aproximar.

–Ela vai desmaiar! – gritou Juan mais alto do que era necessário.

–Droga! Tenho que ir. Espero que me deixem te ver amanhã. Melhoras.

Freya bagunçou o cabelo super-arrumado de Draco e saiu da enfermaria se escondendo na escada novamente. Ela pode ver Desiré se arrastando sendo amparada por Juan que fazia cara de extremamente preocupado e Madame Ponfrey vinha logo a frente dos garotos, quando chegaram na porta da enfermaria Madame Ponfrey olhou diretamente para o local onde Freya estava e instantaneamente Desiré caiu aos pés da enfermeira desviando totalmente a atenção da mulher.

– Ó meu Deus, Desiré! – Juan pegou a garota nos braços e entrou correndo na enfermaria sendo seguida pela enfermeira.

Na manhã seguinte Freya procurou por sua amiga na hora do café, mas não obteve sucesso, pois ninguém parecia saber onde ela estava. Como havia prometido a Draco logo depois do café ela foi até a enfermaria e dessa vez foi liberada para ver o garoto e não pode deixar de rir ao ver que Desiré fora forçada a passar a noite ali também.

–Isso não tem graça. – falou Desiré nervosa.

–Desculpe. – Foi só o que Freya conseguiu dizer e se sentou na cadeira que havia ao lado da cama de Draco e a virou para frente, para assim ver também Desiré.

–Sabe eu ainda não consegui entender como o balaço explodiu.... – disse Draco.

–Ele não explodiu sozinho. Alguém deve gostar muito de você.

Freya não havia pensado ainda sobre o que ocorrera durante o jogo, ela desejara tanto que o balaço explodisse e isso aconteceu. “É só coincidência”- Pensou ela.

–Você viu algo? - perguntou Draco.

“Não pode ser” – pensava Freya. - “Ter visões já é o suficiente.”

–Você está bem? – perguntou Desiré.

–Seu colar está brilhando. – disse Draco

–Quê?

–Seu colar…

–Ah, não é nada. É só um reflexo. – Freya voltou de seus pensamentos e rapidamente colocou seu colar dentro da blusa.

–Então você viu alguém destruindo o balaço? – perguntou Draco novamente.

–Não. Eu estava olhando para você e vendo o balaço se aproximar.

–Foi muito estranho... Enfim, vocês vão poder ir a Hogsmeade?

–Aonde? – perguntou Desiré.

–O povoado que fica aqui ao lado de Hogwarts.

–Você vai poder ir? – perguntou Freya a Draco.

–É amanhã! Amanhã eu já vou receber alta.

–Parece interessante. – disse pensando que quem sabe o seu Dom Juan pudesse ser seu guia.

–Você quer ir, Freya?

–Claro, mas não sei se Karkaroff vai permitir.

–Ele já permitiu!

Dumbledore entrou na Ala Hospitalar e parou de frente a cama de Draco.

–Como assim?

–Minha cara senhorita Ivanitch, eu achei que talvez você e a senhorita Thierry quisessem ir, então tomei a liberdade de pedir para seus diretores. Karkarrof, como você conhece bem, demorou um pouco a permitir.

–Então podemos ir? – perguntou Desiré.

–Seus diretores já convocaram os alunos para dar a notícia. Como eu sabia onde estariam vim falar pessoalmente.

–Obrigada senhor. – disseram as garotas juntas.

–O senhor teve muita sorte, Malfoy. - O diretor fez uma pausa e olhou para as garotas dizendo:

–Espero que não haja necessidade de outra bomba, certo meninas? - E então os deixou conversando sobre os lugares que iriam no dia seguinte.


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Notas finais do capítulo

Estão gostando?
Críticas e elogios são muito importantes para nós, nos deixam animadas a continuar com fic, então, não deixem de comentar =D



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