Despertar escrita por Melaine_, Cassia Cardoso


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

A história começa no quarto ano porque a chegada das outras escolas permitiu colocar duas novas personagens sem ter que começar do primeiro livro.É a nossa primeira fanfic. Espero que gostem, beijos.



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Parecia um ano normal na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Parecia, até Dumbledore anunciar que a escola seria sede de um grande evento acadêmico e que, além disso, abrigaria estudantes de duas escolas competidoras.

O evento não era realizado a um século. O “Torneiro Tribruxo” no qual três escolas competem entre si na realização de tarefas que testam o conhecimento e as habilidades dos estudantes. Cada escola deve ser representada por seu aluno mais competente escolhido por meio de sorteio. O evento tem início em outubro, e enquanto isso os alunos de Hogwarts tem aula normal.

O salão principal estava mais cheio que o habitual com grandes grupos de estudantes que se formavam por todos os lados. O local onde habitualmente ficavam as mesas das casas com seus respectivos alunos agora estava tomado por um grande numero de estudantes.

Os monitores, como sempre, tentavam organizar suas casas e a mesa dos professores já estava ocupada. Havia um novo professor de defesa contra as artes das trevas, cargo que carrega a 'maldição da aula de defesa contra artes das trevas' com sua anual troca de professor, que dessa vez, teve a entrada do auror Alastor Moody. Será que a chegada desse auror significaria algo além de uma simples substituição de professores? Essa foi uma pergunta que poucos fizeram mas que alteraria o destino de todos.

Os estudantes falavam e gesticulavam energicamente e o silencio só ocorreu a partir do momento em que Dumbledore tomou seu lugar e começou a falar com todos os presentes, era impressionante como aquele caos se extinguiu em uma fração de segundos.

A apresentação das escolas participantes deixou clara a magnitude do torneio que estava por vir tendo como destaque principal a participação das garotas veelas, representantes da Academia de Magia de Beauxbatons acompanhada de sua diretora Olímpia Maxime e o artilheiro de quadribol, Victor Krum, representando o Instituto Durmstrang de Magia e Bruxaria com seus colegas e o diretor Igor Karkaroff. Após apresentados os representantes das duas escolas se juntaram a mesa de professores, eram dois novos rostos: uma senhora gigante com uma aparência peculiar que parece ter encantado Hagrid e um homem com expressão fechada e carrancuda.

O diretor de Hogwarts deu aos alunos os avisos habituais, apresentou as regras da escola as turmas participantes do torneio e designou dois monitores para apresentar a escola aos moradores temporários enquanto a turma do primeiro ano tinha suas casas designadas na cerimônia com o chapéu seletor.

Após uma expedição de reconhecimento dos terrenos e principais instalações do colégio os alunos da Durmstrang voltaram ao seu grande navio e os alunos da Beauxbatons voltaram à sua carruagem puxada por cavalos brancos, afinal havia sido um dia cheio e todos precisavam de seu respectivo descanso.

Em meio ao grande jardim de Hogwarts, dentro da carruagem azul da escola Beauxbatons, os estudantes estavam animados com o torneio e comentavam sobre a estrutura do castelo.

– Nossa, é realmente um castelo muito bonito com toda aquela decoração de quadros e armaduras. – disse Desiré Thierry.

– Quê? Não acredito que achou aquele castelo bonito. É tão... Rústico! – disse Fleur Delacour demostrando insatisfação e desdém.

– Mas tem que ser, não?! É um castelo Fleur! – disse Desiré.

– Que seja, Desiré. Eu vou me deitar... Essa viagem cansou a minha beleza. – disse com um sorriso que mataria qualquer garoto.

Fleur saiu e foi em direção ao seu dormitório, Desiré saiu logo atrás dela para se deitar também, não só porque a viagem havia sido realmente cansativa, mas porque queria ter tempo para explorar o castelo tanto quanto pudesse.

Os alunos do Instituto Durmstrang instalados em seu navio ancorado no Lago Negro não estavam comentando sobre o castelo, não só porque moravam em um, mas porque eram pessoas um tanto quanto reservadas. Exceto por um trio formado pelo jogador de quadribol Victor Krum e os irmãos Ivanitch, Freya e Kayo, que falavam sobre o torneio.

– Eu com certeza vou participar. É uma chance única! Você também né, Freya?- Disse Krum empolgado.

– Esqueceu que eu não tenho idade?- disse Freya, desanimada com o fato de não poder participar.

– Bem que eu queria, acho que teria chance de ganhar! – disse Kayo, um menino alto para a sua idade e com a pele morena, que o diferenciava bastante da sua irmã.

–Ah claro, só se você fosse mais velho e já tivesse aprendido tudo o que o ano do Krum aprendeu. - disse Freya, olhando a cara do irmão e lhe dando um sorriso.

– Bom, a conversa está boa, mas vou me deitar. – disse Krum encerrando o assunto.

– Acho melhor irmos também, mana. – disse Kayo.

– Boa noite. – Freya disse se despedindo do irmão.

Todos foram para seus respectivos dormitórios para descasar da viajem e se preparar para o dia seguinte, mas Freya já estava pensando que lugar do castelo ela desejaria visitar outra vez.

Todos em Hogwarts estavam dormindo e sonhando com o torneio e as novas pessoas que vão conhecer daqui para frente, exceto duas garotas, Desiré e Freya, que começam a ficar com o sono agitado. Um mesmo sonho, na mesma hora.

Escuridão, ruídos, sentimentos difusos. Então uma imagem começa a tomar forma, não parecia um lugar estranho parecia uma ponte escura, não se sabe ao certo... Um vulto pode ser avistado ao longe no outro extremo e a garota começa a caminhar em direção a ele, talvez essa fosse a chave do seu mistério e tudo poderia fazer sentido uma vez na vida... Chegando mais perto, a garota percebe que não era um vulto ou fantasma, era outra garota de sua idade que ergue a mão em um sinal convidativo para um aperto, elas se aproximam receosas, ambas temerosas... A garota sente uma grande energia a sua volta, é algo inexplicável que parece fazer tudo tomar sentido agora… Mas...

–Não! - sussurou Desiré em seu sonho agitado.

– São passos... - Freya descreveu o que estava ouvindo envolta no sonho que estava tendo.

E então a visão tornou-se turva e as imagens formaram apenas borrões indefinidos…Mesmo distantes as duas garotas acordam assustadas, mais pálidas que o normal e com o mesmo sentimento de urgência alertando-as. Elas indagavam sobre quem deveria ser a outra menina do sonho e onde ficava aquela ponte. Elas ficaram recordando o sonho repetidas vezes, tentando encaixar as peças que faltavam até que em um solavanco ambas disseram ao mesmo tempo: - É aqui! A ponte é em Hogwarts!

Desiré Thierry já estava acostumada com visões e imagens difusas, mas nunca havia conseguido formular uma visão completa como acontecera esta noite, ainda mais em um lugar tão inesperado como em seus sonhos! As visões de Desiré aconteciam inesperadamente nas mais diversas situações como no meio de um encontro romântico ou enquanto os professores explicavam a matéria, mas em sonhos não, por isso nada fazia sentido naquele momento! Em meio ao seu devaneio ela começou a se perguntar: Quem seria essa garota que com um simples aperto de mão fez todas as peças que voavam dispersas se juntarem rapidamente? Esse sonho seria um sinal? Convencida de que aquele sentimento de urgência que ecoava em seu peito estava ligado ao seu sonho e àquela ponte Desiré decidiu ir até lá em busca de respostas.

Freya Ivanitch estava com várias perguntas ecoando em sua cabeça: E se essa garota fizesse com que suas visões fossem todas completas? E se ela tivesse a chance de prever coisas boas também? Ela queria respostas, e para conseguir isso teria que ia até aquela ponte e ver se a garota realmente existia.

Não duvidava de seus pressentimentos, já que com eles conseguiu evitar várias coisas, mas havia tanta energia naquele sonho... como tudo mudaria com um simples aperto de mão?

Freya levantou decidida a encontrar a ponte e aquela menina, ela colocou seu casaco do uniforme e tentou sair do navio sem ninguém ver. Uma vez fora do navio, começou a correr com seus cabelos ruivos cacheados esvoaçando e com o desejo de respostas crescendo em seu peito a cada passo.

Tentando se lembrar qual o caminho certo para a ponte, as duas correram o mais rápido possível, cada uma partindo de seus dormitórios temporários. A ponte podia ser avistada não muito distante dos jardins do lado direito do castelo. As garotas correram e conforme se aproximavam o sentimento de urgência crescia como se lhes avisasse que a partir daquela noite nada mais seria igual.

No calor do momento, correndo mais do que estava acostumada, Freya tropeça na grama e solta uma exclamação de raiva e dor: Merda, quem manda ser sedentária nas férias?! - Não ligando para a dor ela continua correndo, ouvindo o seu coração bater cada vez mais rápido e forte.

Enquanto isso Desiré corria com classe pelo gramado graças ao seu porte de dançarina, mas teve que dar uma paradinha para respirar tentando evitar um ataque do miocárdio por quase ter sido atropelada por uma coruja desgovernada. Quem poderia ser o dono de uma coruja tão atrapalhada!?

Porém nada disso interessava no momento e após recuperar o fôlego ela retomou sua elegante corrida rumo à ponte.

Poucos minutos depois as garotas chegaram, cada uma em um extremo da ponte.

A cena parecia se repetir, era como se nenhuma delas tivesse realmente despertado daquele sonho. O vulto se aproximava tomando forma, lá elas já estavam reconhecendo a estranha garota que habitou poucos minutos antes o sonho uma da outra. O sentimento de urgência fora trocado por uma certeza quase que absoluta de que elas estavam tomando a decisão correta. Conforme se aproximavam aquela energia do sonho aumentava, nenhuma delas tinha jamais presenciado algo tão surreal em suas vidas.

E olha que a vida delas era bastante surreal afinal, elas eram bruxas em plenos poderes, além disso, Desiré ainda possuía as habilidades das veelas enquanto Freya tinha grande facilidade com invocações e adivinhações, pois era descendente de antigas e poderosas bruxas e ainda era integrante da equipe de quadribol de seu colégio. Além do fato de ambas terem visões incompletas que acabavam se concretizando poucos dias depois...

Freya e Desiré estavam cada vez mais perto uma da outra fazendo crescer entre elas uma energia cada vez mais poderosa. A cada passo que elas davam, a curiosidade crescia em torno daquela energia e da sensação de que tudo estaria resolvido em breve.

Foram andando até que uma parou de frente para outra. Foi como se houvesse uma estranha conexão, uma sabia o que a outra estava pensando, o que a outra estava sentindo e assim como no sonho, as duas seguiram os seus sentimentos e deram as mãos. No momento em que suas mãos se tocaram uma luz saiu por entre os dedos entrelaçados, essa mesma luz fez brilhar tanto o colar de Freya, que era herança de sua família bruxa, como a linda pulseira de Desiré, herança das veelas. Era como uma grande troca de energia que durou apenas alguns segundos mas que deu às meninas a certeza de que alguma coisa havia mudado. Era como se tivessem ficado mais poderosas.

Antes de soltarem as mãos as duas partilharam de uma mesma visão, algo inédito e especial, pois as duas estavam vendo claramente, sem desfoque e sem cortes. Estava tudo ali, límpido como água. Elas não participavam da cena, era como se estivessem assistindo a um filme.

Tudo se passava no salão principal do castelo, muitos estudantes estavam comemorando porque os participantes do torneio tinham sido escolhidos e elas podiam ver seus rostos,mas em meio aquela confusão de celebrações dos estudantes das escolas a taça iluminou-se novamente. Aquilo era totalmente inesperado e fez com que todos os estudantes e professores se calassem instantaneamente e prestassem atenção apenas na taça. De repente outro papel foi expelido e caiu lentamente no chão, nele havia apenas um nome escrito, ''Harry Potter”.

A visão foi desfocada pelo barulho de passos que pareciam vir na direção delas. As imagens foram tornando-se cada vez menos nítidas conforme os passos iam se aproximando das garotas e a ultima coisa que elas conseguiram distinguir foi a voz de Dumbledore ecoando no grande salão chamando Harry Potter.

As garotas permaneceram paradas em choque. Nunca suas visões tinham sido tão nítidas. Elas só conseguiram virar na direção dos passos, mas já era tarde para correr ou tentar alguma outra saída, elas estavam realmente encrencadas...




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