Midday Sun - Sol do Meio-dia escrita por Prica


Capítulo 10
Capítulo 10 - O Labirinto.




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Capítulo 10 – O Labirinto.

 

 

Jacob estava em sua casa. Havia acabado de acordar. Foi para a cozinha e sentou-se numa das cadeiras. Pôs os cotovelos sobre a mesa e apoiou a cabeça sobre as mãos.

 

- Fiz ovos mexidos para o café da manhã... – Billy falou colocando o prato na mesa.

 

- Eu to sem fome... – Jacob emburrou o prato e virou o rosto.

 

- Você? Sem fome? – Billy riu. – Está assim por causa do que aconteceu entre você e a Leah?

 

Jacob bufou enquanto olhava pela janela. Billy continuou falando:

 

- Não sei por que vocês terminaram... Formavam um casal perfeito. Mas agora você tem que tentar reconquistá-la...

 

- Eu não quero reconquistá-la! – Jacob falou virando-se para o pai.

 

- Mas porque não? Quer ficar a vida toda sozinho? – Billy perguntou. Jacob odiava quando ele se intrometia em sua vida.

 

- Não, pai! Eu não amo a Leah, e você sabe disso! – Jacob se levantou. – Você sabe quem eu amo...

 

- Pensei que tinha se esquecido dessa menina. – Billy sabia de quem o filho realmente gostava. – Ora, Jacob, ela está namorando aquele meio vampiro igual a ela, não está? Deixe-a para lá...

 

- Não! – Jacob deu um soco na mesa e derrubou o prato no chão. Billy se afastou um pouco, mas ainda olhava sério para o filho quando ele continuou a falar, aumentando o tom de voz - Ela é o meu imprinting! Eu a amo e sempre amarei!

 

Jacob saiu da cozinha. Billy foi atrás dele, e ao vê-lo abrir a porta para sair, perguntou: 

 

- Aonde você vai?!

 

- Vou falar com a minha Nessie, e se eu tiver que fugir com ela, é o que vou fazer! – Após responder isso, Jacob fechou a porta com força e correu para o carro.

 

            Ele chegou à casa dos Cullen e viu todos eles na garagem entrando em seus carros. Sem entender o que estava acontecendo, desceu do carro e se aproximou deles.

 

- O que está acontecendo? – Jacob quis saber. Todos continuaram a fazer o que estavam fazendo, sem se incomodar com a presença dele ali.

 

- Ai que cheiro horrível! – Rosalie tapou o nariz, mas não olhou para Jacob.

 

- Bella, coloque isto no nosso carro... – Edward nem ligou para Jacob.

 

Jacob percebeu que os vampiros pareciam nervosos e angustiados com alguma coisa. Então, ao perceber que Renesmee não estava com eles começou a se angustiar também. Ele puxou o braço de Bella e perguntou cerrando os dentes:

 

- Bella, o que está acontecendo? Cadê a Renesmee?

 

Bella olhou para ele com os olhos tristes. Ao ver Jacob segurando o braço da esposa, Edward o empurrou e mostrou os dentes como um animal raivoso. Jacob fez o mesmo e rosnou alto para ele.

 

- Parem! Agora! Não temos tempo para isso! – Carlisle falou alto para os dois.

 

- Liguei para o John, ele falou que vai nos emprestar o jato dele. – Esme falou entrando na garagem. – Assim chegaremos mais rápido.

 

- Jato? Para onde vocês vão? – Jacob perguntou.

 

- Não é da sua conta! – Rosalie gritou pra ele, colocando a cabeça para fora do carro. Jacob fechou as mãos e franziu as sobrancelhas.

 

- Vamos atrás de Renesmee, Nahuel a levou para os Volturi... – Bella choramingou baixinho.

 

- O que?! – Jacob explodiu.

 

- Venha conosco Jacob, precisaremos de ajuda e não temos mais tempo para chamar mais ninguém. – Carlisle convidou.

 

- Ah Não! – Rosalie reclamou.

 

- Mas porque ele fez isso? Não foi ele mesmo que a salvou dos próprios Volturi há sete anos trás? – Jacob perguntou confuso.

 

- Pois é... Por isso não fazemos idéia do porque ele fez uma coisa dessas. – Carlisle respondeu, depois se virou para os outros e continuou – Bom, todos sabem onde John mora, não sabem? Então nos encontraremos lá. Jacob pode ir com seu carro, é só nos seguir.

 

- Acho que vou ter que parar num posto para encher o tanque, to sem gasolina. – Jacob falou.

 

- Não temos tempo para isso, vai ter que ir de carona com algum de nós. – Carlisle olhou para a família para escolher em que carro Jacob iria.

 

- Acelera Emmett! – Rosalie falou baixo e o carro deles disparou pela rua.

 

Carlisle suspirou e depois falou:

 

- Bom... Com Emmett e Rose, não vai dar pra você ir... Edward?

 

Edward deu de ombros, não queria nem saber se Jacob iria em seu carro ou não, naquele momento o que mais lhe importava era sua filha, nada mais.

 

            Edward e Bella sentaram-se na frente e Jacob foi no banco de trás. Bella mexia num pequeno pedaço de papel, amassando ele todo de tão nervosa que estava. Edward pegou na mão dela para tentar acalmá-la. Então começou a ver as imagens que passavam na cabeça de Jacob. Eram de total violência, onde Jacob como lobo, arrancava a cabeça de Nahuel. Logo depois ouviu Jacob pensar “Ai que fedor esses dois! Ainda bem que a minha Nessie não fede assim!”. Edward percebeu que Jacob não parava de pensar por nem um minuto, e os pensamento corriam tão rápido, isso sempre acontecia quando ele estava nervoso. Logo depois ouviu o outro pensamento dele, “A culpa foi minha, se eu não tivesse deixado a Nessie sozinha com aquele sanguessuga maldito nada disso estaria acontecendo... Meu dever é protegê-la, sempre foi... Mas agora, nem que eu tenha que morrer para salvá-la, vou tentar!” Edward entendeu que tudo o que Jacob sentia por sua filha era exatamente igual ao que ele sentia por Bella quando ela era humana, nada mais importava a não ser a segurança dela.

 

***

 

            Agora, Renesmee, Nahuel e a outra mulher, estavam dentro daquele lugar, que para Renesmee, parecia um castelo. Nahuel não olhava para ela, mas sim para a mulher a sua frente, mas ele ainda segurava bem forte o braço dela. Renesmee estava com medo, então perguntou baixinho:

 

- Nahuel, o que está acontecendo?

 

- Não precisa ficar com medo, queridinha. Ninguém vai te morder... Eu acho. – A mulher respondeu por Nahuel.

 

            Os três entraram num grande salão, onde havia outras pessoas. Na hora, Renesmee percebeu que não eram pessoas comuns, mas todos que ali estavam eram vampiros. Três deles estavam sentados em cadeiras que mais pareciam tronos e Renesmee imediatamente os reconheceu. “Volturi...” Ela pensou e sua respiração ficou ofegante.

Nahuel soltou o braço dela. Um dos que estavam sentados se levantou, olhou para a mulher que lhes havia trazido e falou em italiano:

 

- Molto bene, Chelsea! Fatto un ottimo lavoro! – A mulher lhe agradeceu com a cabeça. Jane fez uma cara de inveja ao ouvir seu mestre elogiar Chelsea. Então ele andou até Renesmee, sorriu para ela e perguntou - Olá, Renesmee. Lembra-se de mim?

 

Renesmee tremeu ao ver os olhos vermelhos dele. Depois falou baixo:

 

- Aro...

 

Aro deu sua gargalhada e depois virando-se para os outros falou alto:

 

- Vocês viram? Ela se lembra de nós! Esplêndido! Depois de tantos anos e ela era só um bebê...

 

- Ai que droga! Chega de tagarelar Aro! Vamos logo ao que interessa! – Nahuel gritou. Todos olharam para ele.

 

Aro ficou sério e olhando Nahuel dos pés a cabeça, falou:

 

- Ah... Havia me esquecido do “Pazzo”...

 

- Eu a trouxe aqui, como vocês pediram, agora vai me dar o que quero! – Nahuel ainda gritava. Renesmee não acreditou no que ele dizia.

 

- O que? Você planejou isso Nahuel? – Renesmee perguntou indignada.

 

- Estupendo não?! Mesmo vocês sendo meio humanos, são tão imprevisíveis quanto eles! – Aro gargalhou mais uma vez. E depois continuou – Foi tão fácil... Sempre estivemos de olho em sua família, os Cullen já nos deram muito trabalho, por isso resolvemos como poderíamos trazer um de vocês para cá. E, você está aqui!

 

- Agora temos o tesouro precioso dos Cullen. – Marcus falou.

 

- E Nahuel foi de grande ajuda. – Caius completou.

 

- Pensei que você fosse amigo de minha família, não um traidor, Nahuel! – Renesmee falou para ele, mas Nahuel nem ao menos olhava para ela.

 

- Graças ao dom dele! – Novamente Aro gargalhou.

 

- Dom...? - Renesmee perguntou confusa.

 

- Ora, ele não te falou? Nahuel tem dupla personalidade! Chelsea simplesmente mexeu com esse lado adormecido dentro dele e o fez acreditar que se trouxesse você até nós, ele poderia se tornar um membro de nossa guarda. Bem... Mas isso será impossível...

 

Nahuel ficou doido ao ouvir isso e gritou para Aro:

 

- E porque será impossível?!

 

- Porque isso aqui não é um hospício. – Aro falou simplesmente.

 

Nahuel pareceu se transformar num animal. Correu em direção a Aro, com os dentes a mostra e as mãos esticadas parecendo garras. Quando estava quase chegando perto de Aro, este apenas falou:

 

- Jane...

 

Jane então olhou para Nahuel e começou a torturá-lo mentalmente. Nahuel se jogou de joelhos no chão e gritou. Depois caiu de peito no chão e se contorceu todo. Vendo aquilo Renesmee pediu:

 

- Pare! Por favor!

 

Aro levantou a mão e Jane parou. Nahuel ficou estirado no chão desacordado. Aro se aproximou dela e falou:

 

- Engraçado... Tive um pequeno “Déjà vu” agora... Certa vez, neste mesmo lugar, uma garota humana me pediu para não fazer isso com seu namoradinho vampiro...

 

Renesmee sabia que ele falava de seus pais. Aro estendeu a mão para pegar na mão dela e falou:

 

- Bom vamos ver se você quer proteger este ser desprezível, pela mesma razão que a mamãe quis proteger o papai... – Renesmee hesitou um pouco em dar a mão para ele, mas acabou cedendo. “Não quero protegê-lo porque o amo, mas porque vocês, seus nojentos, se aproveitaram desse problema de dupla personalidade dele para conseguirem algo!” Aro ouviu o pensamento dela e logo soltou sua mão. Então falou admirado:

 

- Magnífico! Então esse é o seu dom? Foi por isso que sempre quisemos trazer um Cullen para morar conosco, os dons de vocês são espetaculares!

 

- Qual é o dom dela, Aro? – Caius quis saber.

 

- Mostre para ele querida. Vá até lá. – Aro empurrou gentilmente Renesmee para perto de Caius. Depois ela suspirou, esticou a mão e tocou o rosto dele. Então Caius ouviu, “Eu não sou um brinquedo, seus estúpidos!”. Caius também admirou-se.

 

- Só com um toque dela, podemos ouvir seus pensamentos! – Aro falou.

 

- E porque me trouxeram até aqui? – Renesmee começava a perder o medo deles.

 

- Eu já disse, porque queríamos um Cullen aqui. – Aro respondeu.

 

- Mas... Vocês querem... O meu sangue? – A voz de Renesmee falhou um pouco.

 

- Oh, não! Seu cheiro é tentador, mas seus dons são muito preciosos para serem jogados fora... E a sua beleza... – Aro tocou o rosto dela. – Pode nos servir com ela...

 

Renesmee se afastou dele. Aro chamou Heidi e falou algumas coisas em italiano que Renesmee não entendeu. Depois pediu para que ela seguisse Heidi. Renesmee fez que não com a cabeça e Aro falou:

 

- Não vai? Então terei que torturar seu amiguinho mais um pouco... – Renesmee então seguiu Heidi, não queria que eles machucassem Nahuel outra vez. Aro continuou a falar – Ótimo! Heidi vai explicar seu trabalho. E alguém tire esse doido da minha frente!

 

Felix pegou Nahuel, que ainda estava desmaiado, com só uma das mãos. E Assim que Heidi e Renesmee saíram, Renata, também da guarda Volturi, havia acabado de ver que os Cullen haviam chegado à cidade, então falou para Aro:

 

- Mestre, temos visitas...

 

***

 

            O sol já estava quase se pondo quando os Cullen chegaram em Volterra. Se encontraram com Alice e Jasper e todos se dirigiram para a frente do “castelo” Volturi. Foram surpreendidos quando a porta foi aberta por Jane.

 

- Me acompanhem, o mestre os espera. – Ela virou-se e todos olharam para Carlisle para saber se deveriam segui-la. Carlisle fez que sim com a cabeça, então todos a acompanharam.

 

Edward então leu a mente de Jane, “Vai ser o melhor de todos os jogos! Nunca jogamos com vampiros. Pena que não posso participar...”. Edward olhou para Carlisle, que entendeu que ele queria falar alguma coisa. Carlisle então chamou Jane e pediu educadamente:

 

- Por favor, preciso falar com minha família, a sós. Sei que Aro entenderá.

 

Jane sorriu e falou:

 

- É claro. Depois é só seguirem até o final do corredor à direita, creio que já conheça. – Carlisle assentiu e Jane continuou – Se eu fosse vocês, correria para encontrar a garotinha, ela pode estar em perigo... – Todos, menos Carlisle, ficaram espantados e ainda mais preocupados. Jane torceu o nariz ao olhar para Jacob, ele desviou o olhar. Depois ela saiu dali, deixando-os a sós.

 

- Edward, o que queria dizer? – Carlisle perguntou imediatamente.

 

- Jane, estava pensando num jogo... Parecia que iria jogar com vampiros... Alguma coisa assim... – Edward tentou lembrar.

 

- Esqueça isso, vamos atrás de Renesmee, ela falou que nossa sobrinha pode estar em perigo! – Emmett falou com desespero.

 

- E esse é o jogo! – Carlisle falou segurando Emmett pelo braço.

 

- Que jogo? – Bella perguntou.

 

- É um antigo jogo dos Volturi, já faziam desde que eu estava aqui com eles, mas eu nunca concordei. O nome do jogo é “O Labirinto”. Eles escolhiam uma família grande, geralmente as que estavam com todos os membros, a mãe, o pai, os filhos, os avós, os tios... E então pegavam o membro mais novo dessa família, que chamavam de “prêmio”, e o escondiam em um lugar bem difícil de achar...

 

- Renesmee... – Alice falou baixo. Carlisle continuou:

 

- Então mandavam que os membros da família procurassem o caçula, como um caça ao tesouro. Era desesperador, no começo as pessoas achavam que era uma brincadeira, mas depois como não encontravam o seu “prêmio” começavam a ficar loucos. Ficavam dias procurando, e acabavam morrendo por diversas causas; fome, sede, loucura, desespero... Quando não viravam o alimento dos Volturi...

 

- Mas eles pegaram Renesmee só para poderem fazer este jogo idiota conosco? – Rosalie perguntou.

 

- Não creio nisso. Aro deve ter tido essa idéia assim que chegamos aqui. – Carlisle respondeu.

 

- E o que eles faziam com o membro mais novo depois que o resto da família morria? – Jasper perguntou, com medo da resposta.   

 

Carlisle apenas abaixou a cabeça e todos entenderam. Bella quase desmaiou. Rosalie tapou a boca com a mão. Edward fechou os olhos com força. Jacob quase gritou quando falou:

 

- Mas isso não vai acontecer!

 

- Não, não vai! As pessoas morriam porque eram seres humanos, mas nós somos diferentes, podemos encontrá-la! – Carlisle falou. – Quero que cada um vá por um lado, mas tomem cuidado, a guarda deve estar esperando para lutar, é claro que eles não iam deixar o jogo tão fácil para nós. E eu vou falar com Aro.

 

Rapidamente Emmett correu para um lado, Rosalie para o outro, Jasper seguiu por um corredor, enquanto Alice correu no sentido contrário e Esme desceu umas escadas. Edward e Bella viraram-se para ir também, mas Carlisle os chamou:

 

- Vocês dois vem comigo.

 

- Mas Carlisle... – Edward falava quando foi interrompido pelo “pai”:

 

- Vocês vem comigo. Porque nos jogos que vi, os pais da criança que estava escondida eram sempre os que ficavam loucos primeiro.

 

  Edward e Bella se olharam. Jacob ainda pensava por onde deveria ir, então olhou para as escadas ao seu lado e pensou em subir. Quando pôs os pés no primeiro degrau, Bella o chamou, ele se virou para ela. Bella se aproximou dele e pediu:

 

- Sei que eu não deveria pedir nada a você depois do modo como lhe tratei, mas... Por favor, encontre a minha filha e a traga de volta para mim a salvo! – Bella parecia chorar, mas como era vampira, nenhuma lágrima caia de seus olhos.

 

- Pode deixar Bella! – Jacob respondeu tocando o rosto frio dela. Bella sorriu para ele. Depois Jacob correu escada a cima.

 

- Vamos. – Carlisle falou. E os três seguiram para o grande salão onde Aro e os outros estavam.

 


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Notas finais do capítulo

Tradução:   Molto bene, Chelsea! Fatto un ottimo lavoro! - Muito bem, Chelsea! Fez um ótimo trabalho!    “Pazzo” - "Louco"