Fallen Gods escrita por Fernanda Dixon


Capítulo 5
Capítulo IV – S.H.I.E.L.D.


Notas iniciais do capítulo

Yoo povo! o/ - desvia de várias pedras, tochas e lanças -

Calma aí, eu sei que demorei pra caramba para postar o capítulo. Incrível como logo no capítulo quatro já me atraso, mas, tudo tem um motivo meu caro - Modo Shakespeariano: On -

Problemas familiares, saúde, viagem, aniversário, Vingadores 2 - QUEM VIU GENTE? PIETRO LINDO! WANDA DIVA! VISÃO FODÃO! -, notas ruins, computador uma merda, idéias e fics novas, mãe doente e castigo.

Ufa! Acabei de fazer um resumo. E eu não estou de castigo, literalmente, minha mãe tirou meu PC que tinha consertado os cookies, então isso é um castigo. Sim, estou usando escondido, devo voltar a usar daqui alguns dias.

Bom, pessoal o capítulo não tem muita ação. Infelizmente, mas isso é só inicio de tretas em geral! Obviamente, muitas vão me matar pelo inicio do capítulo, mas vai valer a pena ashuashuashua.

Espero que gostem do capítulo e desculpem pela demorar.

Boa Leitura :)



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Capítulo IV – S.H.I.E.L.D. | Asgard – Fevereiro de 2010

Os olhos do moreno estavam arregalados, enquanto ainda era segurado pelos braços. Tentava se soltar, debatendo-se, porém era inútil. Os dois guardas eram mais fortes que ele. Ele só podia ficar ali, parado, segurado, vendo o sofrimento da doce mulher. As lágrimas rolavam pelo rosto arranhado, pequeno e jovem dela; os soluços eram ouvidos pelo salão cheio. Era visto seus braços acorrentados perto do peito todo machucado nas inúmeras tentativas de se soltar; a cabeça baixa, deixando os cabelos ondulados e escuros a cobrirem como se fosse um véu, o vestido completamente sujo e um pouco rasgado. Loki sentia raiva só de ver o estado dela.

Tentou mais uma vez se debater, porém apenas recebeu apertos fortes dos guardas. Não gemeu. Não daria satisfação disso. Apenas queria tirá-la dali antes que fosse tarde, antes que Odin fizesse o inevitável. O moreno não era o único que estava sendo segurado: Thor, Frigga, Sif e os três guerreiros estavam segurados pelos guardas por ordem do rei, pois ele sabia que eles tentariam impedir o julgamento.

Odin desceu os degraus de seu trono, caminhando até a garota acorrentada e ajoelhada diante dele. Bateu seu Gungnir no chão três vezes, fazendo com que todo o publico que estava envolta calasse-se. O silêncio tomou o salão, onde só era ouvido o choro da morena.

— Está noite, estou aqui presente diante de todos no julgamento de Lady Sigyn, rainha de Vanaheim, sobre a acusação de assassinato ao próprio rei de Asgard — pronunciou Odin. Era possível escutar argumentos do publico contra a garota. Sigyn chorou mais alto.

— Meu rei... Por favor, deixe-me explicar... — balbuciou Sigyn, balançando a cabeça pros lados.

— Quieta! — gritou Odin, fitando a garota furiosamente, com o seu único olho. — Hoje eu tomei a decisão de sua punição, em ordem de Asgard e de Vanaheim. Não queremos que nossas alianças sejam quebradas, então, manteremos o julgamento longe dos ouvidos dos Vanir — disse o rei, despreocupado, com a cabeça erguida, como se fosse superior.

Sigyn levanta a cabeça rapidamente mostrando seus olhos cor de mel vermelhos e chorosos, arregalados. O rosto todo banhado de lágrimas, com alguns fios grudados nas bochechas. Seu corpo começou a tremer de medo e raiva. Então seus familiares não saberão sobre sua morte? Nem tivera a chance de dá o último adeus à sua mãe? À seus avós, que tanto se orgulhavam dela, por ter se tornado rainha? Por que Odin quer tanto sofrimento para ela?

— Não! Por favor, isso não! — implorou Sigyn, se levantando e tentando correr até Odin, mas foi impedida pelos guardas que a puxaram pelas correntes, sem se importar por ela ter caído. — Por favor! Deixe-me apenas explicar! Por favor, meu rei, eu lhe imploro! — a Vanir chorava, soluçando mais alto.

— Pai, por favor, escute a Sigyn. Ela não fez nada disso que você julga — pediu Loki, sentindo seu coração se apertar mais forte ao ver sua amada implorar.

— Silêncio, Loki! — gritou Odin, o fitando. — Fique quieto, não vou ouvir mais nenhuma palavra vinda dessa assassina que tentou me matar! Dessa... Monstra que deixei entrar no meu reino! Em meu palácio! Monstros como ela devem ser exilados e eu farei com que essa bruxa seja queimada! — os gritos do rei eram como uma facada no peito da garota. Ela chorava, balançando a cabeça em forma negativa, enquanto balbuciava coisas.

— Não fui eu... Não fui eu... Não sou um monstro... — Sigyn respirou fundo, fitando Odin. — Por favor, acredite em mim! Eu lhe imploro!

— Odin, escute a menina — pediu Frigga, ainda sendo agarrada por um guarda, mas parou quando viu seu marido levantar a mão, fazendo em pedindo mudo que parasse. A loira só pôde abaixar a cabeça e escutar as palavras da Vanir que tentava se explicar, mesmo com a voz chorosa atrapalhando.

— Eu estava possuída! Por magia negra! Estava sendo controlada, não sabia que estive em seu quarto lhe atacando com a espada! Eu nunca quis sua morte meu rei, por favor, acredite em mim! — gritou Sigyn, se levantando e encarando à todos, rodando em seu próprio eixo. As pessoas a encaravam como se ela fosse um monstro, uma assassina. — Por favor, alguém acredite em mim! — chorou mais alto, caindo de joelhos e chorando compulsivamente. Não estava aguentando mais. Para todos, ela era apenas uma louca tentando se fazer de vítima.

Loki respirava ofegante, segurando o nó que sentia na garganta e o choro. Não conseguia mais ver aquilo, não dava. Era muito sofrimento. Queria ajudá-la, mas se Odin não acredita nas palavras de Sigyn, a rainha de Vanaheim, nem no filho acreditaria.

— Chega de dizer mentiras tuas! — Odin, com um gesto do seu Gungnir apontou para a garota. Os guardas caminharam até a morena, retirando as correntes dela. Sigyn esfregou os pulsos, ainda fitando o rei. — Não ouvirei mais nenhuma palavra vinda de você, agora eu tenho o meu julgamento completo — ele virou-se para o público, fitando a todos. — Eu acuso Sigyn, deusa da Fidelidade e rainha de Vanaheim, por tentativa de assassinato contra mim, Odin, Pai de Todos, filho de Bor e rei de Asgard. Seu julgamento é culpada e será executada — declarou o homem, recebendo gritos de vitória, vindos do povo.

Sigyn fechou os olhos e abaixou a cabeça; não chorou e nem se mexeu, sabia que estava acabado. Sabia que não podia lutar para mudar alguma coisa, só podia aceitar sua morte. Ninguém mais acreditaria em suas palavras.

Loki balançava a cabeça para os lados, respirando ofegante. Aquilo já era demais para ele. Não podia estar ouvindo isso vindo de Odin, ele mataria Sigyn sem ouvir suas explicações? Recusar em ouvi-las por medo? Diante dos choros e das lágrimas dela? Não dava para acreditar nisso. O moreno olhou para os lados, vendo sua mãe chorar, Sif de cabeça baixa, junto com os guerreiros. Thor tinha os olhos lacrimejados, mas nada derramava. Aquilo era o fim?

— Diga suas últimas palavras — mandou Odin, pegando a tocha em chamas.

Sigyn respirou fundo ainda com a cabeça baixa, ela levantou a cabeça ainda soluçando, só conseguiu balbucia uma coisa:

— Por favor... — balbuciou, fechando os olhos. Só deu para ver Odin com a tocha em fogo, caminhando até a garota, para o desespero de todos. Ela voltou a fechar os olhos, vendo que não dava mais para lutar. — Eu te amo, Loki.

O moreno arregalou os olhos no momento em que viu Odin jogar o braço para trás e depois para frente, quase jogando o fogo na criatura, que um dia o chamara de mestre. Ele não podia fazer isso, o deus não deixaria que o pai fizesse isso, logo com a única mulher que amou.

— Não! — berrou Loki tentando impedir, mas era tarde de mais. O fogo pegou na deusa, que gritou de dor, enquanto ela se enchia em chamas.

A Vanir se levantou em chamas correndo pros lados tentando apagar o fogo que a banhava. Ela gritava de dor, pedindo ajuda, e chamava por ele. Sigyn se jogou no chão rolando pros lados tentando parar com aquilo, mas não conseguiu. Ficou de barriga pra cima, se contorcendo, enquanto ainda gritava, ela virou a cabeça esticando o braço direito gritando e chamando por Loki, que se debatia com mais força, tentando ir até a menina. Não conseguia mais controlar as lágrimas, o deus já tinha derramado duas solitárias.

Loki, foi a última palavra dela antes de morrer.

~oOoOo~

O deus abriu os olhos, assustado, sentando-se rapidamente, respirando ofegante. Loki abaixou a cabeça, fitando suas mãos, que agarraram o lençol. Foi apenas um pesadelo, uma lembrança ruim, do dia em que a viu ser queimada viva.

Apertou com força o edredom branco, sentindo mais raiva, não por ter se lembrado desse dia, e sim de Odin. A forma de quanto ele foi cruel com a pessoa que amava, era isso que ele fazia: destruía as pessoas mais importantes para ele. Perdeu Sigyn há oito anos – meses antes de cair no buraco negro – e agora, Frigga; uma foi nas mãos de Odin, a outra, foi por não ter sido protegida. Sentia raiva dele por isso.

— Você sonhou com ela? — Loki escutou a voz de Thor. O loiro estava com uma roupa midgardiana mais confortável; uma camisa social azul escuro, uma jaqueta xadrez de tecido fino e calça jeans, estava sentado no chão perto da grande janela, colocando a meia. O trapaceiro riu pelo nariz, passando a mão pelos cabelos.

— Bom dia para você também, irmão — disse Loki, irônico, levantando a cabeça e jogando os cabelos bagunçados para trás. Não contaria do sonho que teve, da lembrança, mesmo achando divertido jogar na cara do mais velho as maldades que Odin fez; achou melhor ficar calado.

— Você não respondeu minha pergunta — insistiu Thor calçando os tênis pretos se levantando. Loki bufou mexendo nos cabelos.

— Não lhe interessa — jogou o cobertor para o lado e se levantou, caminhando, mas foi interrompido.

— Não mude de assunto, Loki, eu sei que você sonhou com ela e não quer admitir — disse o loiro, se levantando e cruzando os braços. — Sei o quanto é difícil, eu também era amigo dela, até aquele dia — Thor desviou os olhos para o canto.

— Se eu te contar, vai defender Odin, como sempre fez. E se fosse amigo dela, teria feito alguma coisa para salvá-la — pronunciou severamente, abrindo a porta do banheiro e, antes de Thor dizer alguma coisa, o trancou. Encostou as costas na porta, cruzando os braços com os olhos fechados, forçando para não dizer em voz alta o que tanto queria. — E mesmo que não o defenda, você nunca entenderá — murmurou, antes de ir até o chuveiro tomar um banho, tentando esquecer aquelas lembranças que, não importava como, sempre o amaldiçoaram.

~oOoOo~

As risadas eram ouvidas na sala onde os Vingadores estavam reunidos, tomando café da manhã. Lottie gargalhava ao lado de Tony e Steve, que também riam de uma historia vinda de Peter. Ela colocou a mão enfrente a boca junto com o garfo tentando segurar a risada, mas era impossível. Bruce teve que colocar a caneca na mesa para não deixar cair por causa da história.

— Então... — Tony gargalhou apoiando-se no ombro do Capitão. — Você... ficou todo... — não conseguiu e voltou a rir.

— É. Após a batalha com Electro eu não consegui dormir por uns três dias por causa dos choques que sentia. Meu corpo pulava toda hora que caia na cama, eu parecia um vaga-lume quando dormia — Peter fingiu estar levando um choque, dando uns pulinhos na cadeira. Todos riram.

— Azarado do jeito que você é, nada me surpreende — disse Danny, bebendo seu suco de laranja, recebendo um olha duro de Peter.

— Olha quem fala: o ninjazinho que quase perdeu a cabeça por causa de um peru de Natal — o repreendeu Peter, cruzando os braços. O loiro o fuzilou com um olhar frio, que só atraiu mais risadas.

Lottie esfregou os olhos, sentindo-os lacrimejar de tanto rir. Ela sorria para os amigos a sua volta, fazia um bom tempo que não ria com os Vingadores, ainda mais com os dois melhores amigos. Natasha e Bruce riam discretamente, Steve até tentava controlar-se, mas sem sucesso; Clint e Tony gargalhavam sem importância alguma. Danny e Peter, só faltavam cair na briga de tanto que se fuzilavam com os olhos.

A morena escutou passos vindos da escada e fitou-a, vendo o grandão loiro descendo com as mãos no bolso. Ela digeriu um sorriso simpático para ele e se levantou, pegando o prato com oito panquecas que tinha feito para Thor. Sabia o quanto o deus comia muito, então fez uma quantidade grande.

Caminhou até ele sorrindo e estendeu o prato, Thor sorriu como se fosse um cumprimento.

— Bom dia, Thor.

— Bom dia, Lady Lottie.

— Eu imaginei que você e seu irmão acordariam tarde, então fiz o seu café — disse Lottie, apontando com a cabeça o prato. — Me disseram que as comidas daqui não satisfaz os deuses, então fiz em grande quantidade — ela sorriu, achando engraçado o fato dos deuses comerem muito. Thor riu, pegando o prato.

— Muito obrigado, Charlotte Stark. É, as comidas de Midgard são muito pequenas para nós asgardianos, mas admito que elas sejam as melhores que já provei — falou o deus, recebendo olhares mais brilhantes vindos de Lottie.

— Então espero que goste das panquecas. O pessoal insiste em dizer que cozinho bem — Lottie levou as mãos para trás das costas, ainda sorrindo, mesmo achando bobo ter dito isso.

— E não estamos mentindo! – gritou Steve e Tony em coro. Lottie rolou os olhos.

— Coma logo isso, Thor, antes que eu pegue-as pra mim — disse Clint, quase babando pelas panquecas. Natasha deu uma cotovelada nele, fazendo-o gemer de dor.

— Deixe de ser olho grande, Barton — advertiu a ruiva, irritada, recebendo varias gargalhadas em troca.

Lottie revirou os olhos, rindo. Thor a fitou de cima para baixo, sentindo-se preso. Realmente, os anos que andara sumida não lhe fez perder nada, ainda era a doce Sigyn que ele conheceu, mas completamente diferente. A personalidade ainda estava ai, mas ele sentia que seus olhos não brilhavam com certa freqüência como sempre. Eles não tinham mais brilho, mesmo sendo feliz.

O deus encarou sua comida e depois para a garota sorrindo de lado, sabia que o irmão não gostaria de alguém perturbe sua privacidade, entretanto achava certo fazer aquilo.

— Senhorita Lottie — chamou Thor, fazendo com que a morena virasse-se para ele. —, poderia entregar a comida para o meu irmão? Eu acho que ele não vira comer conosco, então poderia entregá-la para mim? — perguntou o loiro, sabendo que a morena não se recusaria. Sabia que ela adorava ajudar as pessoas, essa era a única oportunidade de ajudar Loki e a ela mesma, á juntá-los novamente.

Lottie sentiu-se incomodada por ter que falar com o trapaceiro, sentia-se entranha toda vez que conversava com ele, sua cabeça incomodava, porém aceitou. Não recusaria uma coisa vinda de Thor, na verdade até recusaria, mas sabia que ele insistiria então aceitou. Ela assentiu indo até a mesa pegando a bandeja com o prato do deus que era alguns sanduíches e um suco de laranja. Só esperava que o moreno não jogasse a comida nela.

Thor a viu subir as escadas, ele sorriu de lado caminhando para a mesa comer seu café. Estava com muita fome, e após bancar o “cupido” não perderia a chance de ver a cara de Loki, mas antes queria estar bem alimentado.

~oOoOo~

Ela suspirou pela segunda vez quando chegou o quarto do trapaceiro, segurou a bandeja de forma desajeitada no braço esquerdo e bateu na porta. Esperou por uma resposta e nada. Franziu o cenho e repetiu o gesto; nada de novo.

Lottie pensou em dar meia volta, mas imaginou o quanto isso seria falta de respeito e imaginou que o deus estava com fome. Mesmo não querendo vê-lo, decidiu entrar no quarto. Abriu a porta com a mão direita e fitou envolta dele, o lugar era grande; com um closet, duas camas, uma janela grande com vista da cidade, uma mesinha de centro com um carpete embaixo e um banheiro, que estava com a porta fechada.

Entrou no quarto olhando envolta e viu as camas. Uma totalmente bagunçada e a outra arrumada. Lottie riu, balançando a cabeça, ela imaginou que a bagunça era de Thor. Caminhou para a mesinha colocando a bandeja lá e rumou até a cama do loiro toda desarrumada, sabia que daqui algumas horas a empregada arrumaria, mas não queria dar mais trabalho para a doce senhora.

Lottie arrumou a cama de Thor sem demora, deixando tudo esticadinho e arrumado. Quando terminou, ela coçou a ponta do nariz e cruzou os braços olhando o quarto de novo, esperando achar o paradeiro de Loki. Nada. Lottie caminhou pelo quarto, decidida em esperá-lo aparecer, mas parou após ver alguma coisa encima da cama do moreno. Nele tinha um livro grosso de capa marrom e com o titulo dourado.

Sua curiosidade foi tão grande que ela rumou até a cama. Sentando-se nela, Lottie pegou o livro, tentando ler o titulo; ele estava escrito em runas. Quando leu as palavras estranhas sentiu uma tontura muito grande e sua cabeça latejar, a morena colocou a mão na testa, se apoiando na cama macia, tentando não cair. Por que isso?, pensava.

— O quê está fazendo aqui? — uma voz ao longe a questionou. Lottie virou a cabeça devagar para não sentir mais tontura. Mesmo com a cabeça girando conseguiu ver quem era: Loki.

As bochechas de Lottie ficaram rubras quando notou o estado do moreno: estava só de toalha e todo molhado, as gotas do cabelo caiam em suas costas nuas e ombros largos. Nunca ficou frente a frente numa visão como aquela. Falou mal de sua curiosidade por não ter deixado a bandeja e ter ido embora, ou ter avisado que estava ali.

Loki nem parecia se importar com a timidez da garota, na verdade, estava se divertindo, com aquele sorriso debochado brincando com seus lábios. A garota desviava o olhar para todos os cantos ignorando a tontura, deixou até o livro cair encima da cama. Odiava ficar tímida, mas não dava certo.

— Eu... — Lottie conseguiu achar sua voz depois de segundos, ela fitou a bandeja, apontando-a. — Trouxe o seu café da manhã. Imaginei que você... estava com fome e que não iria comer conosco, então... eu trouxe para você — respondeu a garota, colocando a mão no bolso e a outra coçando a cabeça.

— E isso te dá o direito em entrar sem avisar? E mexer no meu livro? — questionou Loki, cruzando os braços, ignorando a toalha amarrada na cintura. Lottie, imaginando que ela cairia, fitou a porta, ficando vermelha. O moreno por dentro ria loucamente.

— Olha eu já estou saindo, ok? Só vim deixar sua refeição — Lottie balançou as mãos na frente do corpo. — Se me der licença, eu vou voltar lá para baixo. Se precisar de alguma coisa é só pedir para o Jarvis me chamar — ela caminhava até a porta, mas foi impedida por uma mão segurando seu braço.

— Não dê as costas para alguém superior a você, humana, responda minhas perguntas — disse Loki, segurando o braço dela com a mão esquerda e com a outra, a toalha. Tomou sua decisão está manhã: a trataria como uma midgardiana normal, até voltar para Asgard para tirar suas próprias conclusões com Odin; “conversar”. Sabia que ela era a Sigyn, mas não o motivo dela não o reconhecer. De não se lembrar de si mesma.

A garota se arrepiou da cabeça aos pés com aquelas palavras. Ela virou-se para ele, pronta para retrucá-lo e dizer que não devia dar satisfação, mesmo ele sendo um deus, odiava pessoas que achassem superiores. Quando diria alguma coisa, a voz de Jarvis interrompeu o silencio.

— Senhorita Stark, Senhor Loki — chamou o robô. — O diretor Fury ligou solicitando a presença de todos os Vingadores, inclusive vocês, na S.H.I.E.L.D. nesse exato momento. Diz ele que é urgente — disse Jarvis, deixando ambos preocupados.

Os dois se encararam confusos, e Loki encarou o teto.

— Nos dê quinze minutos.

~oOoOo~

| S.H.I.E.L.D. – Base Aérea | 1 hora e meia depois |

Após alguns minutos de viagem, eles finalmente chegaram à base da S.H.I.E.L.D., todos se fitavam, estranhando pelo chamado urgente de Fury. Ultimamente ele não fazia isso por causa da H.Y.D.R.A. que podia rastreá-los, mas mandar uma chamada daquele tipo não era do fértil dele.

Lottie os acompanhava, ignorando os olhares de Loki sobre ela – que agora estava com seu traje. A garota também tinha trocado de roupa, para uma camisa de manga comprida branca com linhas grossas pretas, calça jeans claro e All Stars da cor azul marinho. Ela olhava para os lados, sentindo-se desconfortável por causa do pouco espaço. Desde a primeira vez que acordou na base sentiu-se daquela maneira, Lottie fazia esforço para controlar seu medo, enquanto Loki se divertia vendo o desconforto da garota.

O grupo entrou na sala vendo um Fury de costas para eles, fitando o vidro, que passava um vídeo onde pessoas corriam e algumas coisas explodiam, fugiam e gritavam. Lottie passou por todos assim que viu a imagem dos vilões conhecidos.

— A H.Y.D.R.A. — Fury virou-se encarando Lottie que assistia ao vídeo, nervosa. — Você nos chamou por causa da organização — concluiu a morena, séria.

— Olá para você também, Senhorita Stark, é bom saber que seu treinamento por aqui ajudou muito no seu desempenho — disse Nick, virando-se para todos com as mãos atrás das costas. — Mas eu não chamei-os para falar sobre isso.

— Treinamento? Charlotte, o que você não me falou ainda? — questionou Tony, virando-se para a garota, que suspirou pesadamente.

— Eu iria contar, mas respondo depois, não viemos para conversar sobre isso — discordou Lottie, tentando controlar o nervosismo, coçando a nuca.

— Depois? Eu quero uma explicação agora! — sibilou Tony, irritado. Peter deu uma risada.

— Até o Tony recebe foras de garotas — ele riu com Clint. Danny apenas deu uma risada discreta.

— Calado Aranha, antes que eu te jogue daqui.

— Desculpa interromper as crianças ai, mas mudando de um parquinho para cá, eu vim avisá-los sobre esse caso — interrompeu Nick, pegando um controle e apertando um botão, fazendo o vídeo começar desde o inicio. Soldados da H.Y.D.R.A. atirando nos policiais e nas pessoas, incluindo neles o Invernal e o Sanguinário com suas armas grandes.

Ao ver o Soldado Sanguinário, as luzes começaram a piscar fazendo com que todos fitassem o teto e depois a garota. Lottie estava com a expressão de raiva enquanto as mãos cerradas, ela respirava pesadamente sem tirar os olhos das imagens. Eles estavam na cor roxa.

— Charlotte — advertiu Natasha, colocando a mão no ombro da menina, que suspirou, fazendo as luzes pararem de piscar.

— Desculpem — Lottie fechou os olhos, balançando a cabeça. — Estou bem, continue.

— Como vocês estão vendo, a H.Y.D.R.A., voltou a atacar — começou Fury, apoiando-se na mesa.

— Novidade — resmungou a maioria dos vingadores.

— Eles começaram a atacar pessoas da cidade chamando atenção da S.H.I.E.L.D., como se mandasse uma mensagem para nós, e foi isso que aconteceu — Fury fitou todos com seu único olho. — Um dos soldados da H.Y.D.R.A., Jackie Trevor, mais conhecido como Soldado Sanguinário, nos enviou uma mensagem ontem a noite; quero que vejam — ele pegou o controle e apontou para a tela, apertando outro botão.

A tela destorceu um pouco antes de a imagem aparecer. Jackie, com seus cabelos loiros escuros compridos até os ombros, olhos azuis e uma pequena cicatriz no olho direito, ajeitou a câmera antes de dar alguns passos para trás. Pela imagem atrás dele, estava num lugar fechado e escuro, que só tinha uma luz encima dele.

— Olá Vingadores — Jackie cumprimentou, sorrindo debochado. —, é bom vê-los novamente depois de muito tempo, incluindo você, Capitão, pena que eu não posso ver vocês — ele deu uma risada. — Como o chefe de vocês deve ter dito, a H.Y.D.R.A. voltou a atacar Nova York, mas não estamos fazendo isso porque queremos vocês lutando conosco...

— E eu pensando que era isso — resmungou Tony, voltando a ver, após receber um “shiu” de Steve.

— Muito pelo contrário — continuou abrindo um sorriso malicioso. — Estamos atacando porque queremos uma coisa, uma coisa que vocês roubaram de nós e que é de muito valor para nós. Não queremos guerra, apenas uma troca justa. Vocês nos dão o que pertence a H.Y.D.R.A. e em troca, paramos de atacar pessoas inocentes — respondeu, mexendo na pistola que estava em suas mãos, a recarregando. — Mas, se não nos entregarem, mataremos todas as pessoas de Nova York. Sei que isso é bobagem, eu entendo, eu entendo — ele fez uma voz estranha, e riu fitando a câmera. — Esse é o nosso trato, vocês têm duas semanas para nos entregarem nossa experiência, ou esses cidadãos morreram até não sobrar nenhuma criança para contar historia — Jackie sorriu e seu rosto mudou para a forma de um lobo, até ele rosnar para a câmera e mordê-la, acabando com a chamada.

Fury apertou um botão, desligando a tela; ele colocou o controle na mesa, encarando Lottie, a morena continuava com os olhos na tela até pararem no homem. A expressão dentro deles era de fúria e desespero; Charlotte entendia o que aquilo significava. Depois de muito tempo, superando o trauma, teria que voltar para as mãos de Jackie. Teria que voltar para as mãos da H.Y.D.R.A.

— Então é isso — ela começou, rindo irônica. — Você vai me devolver para a H.Y.D.R.A.

— Tecnicamente, não — respondeu Fury, deixando todos em choque. Pois não era dele fazer isso. — Todos vocês sabem que não podemos deixar Charlotte nas mãos da H.Y.D.R.A. novamente, sabendo que ela é uma arma muito útil para a S.H.I.E.L.D. e perigosa para os inimigos.

— Está dizendo que agora eu virei uma arma?! Uma experiência para a S.H.I.E.L.D. também?! — gritou Lottie, irritada; ela respirava pesadamente, tentando controlar-se. — Nesses últimos oito anos apenas servi como um rato de laboratório para a H.Y.D.R.A., agora eu sou uma para a S.H.I.E.L.D., que coincidência! — esbravejou a morena, irônica e rindo. Até que parou fitando o nada.

Loki apenas ergueu uma sobrancelha, franzindo o cenho. Ele entendia o que significava, afinal, os pensamentos dela estavam voando, então riu sarcástico, atraindo olhares de todos, exceto de Lottie. Ele deu alguns passos, colocando as mãos atrás das costas, com um sorriso malicioso.

— Uma humana que sabe se divertir — comentou, fitando Lottie, lendo todos os seus pensamentos e expressões. — O quê fará agora, mortal? — questionou, sabendo a resposta que ela daria.

Escutou-se uma risada de leve vinda de Lottie, ela deu as costas caminhando até a porta da sala, antes dela atravessá-la, fitou Fury por cima do ombro.

— Não vou mais servir como um rato para você, Fury, e muito menos para eles — disse Lottie, e seus olhos mudaram para o violeta vibrante. — Fique bem avisado — então saiu, deixando a porta se fechar.


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Notas finais do capítulo

O inicio não confirma nada sobre a Lottie ser a Sigyn, apenas mostrei o último dia que Loki a viu viva - será? Talvez...

Para aqueles que não conhecem o Danny, o coitado é vegetariano. Então, como os parceiros de Peter "moram" com ele comem juntos e teve vezes que Danny quase desmaiou pelas carnes. Todos se aproveitam disso, até mesmo o Nova ashuashuashua.

Thor bancando o Cupido! Aprendeu com a Freya garoto! o/

Eu fui a única que gostei da cena Lottie/Loki no quarto? Sabem o livro? Ele também vai ser muito importante daqui pra frente! Talvez num capítulo futuro ou em algumas cenas importantes, então prestem atenção. Pode ter algumas coisas que posso jogar ai e ninguém vai perceber ashuashua. Por enquanto, apenas afirmo que o livro vai ajudar muito á Lottie. Por que? Nada sai de mim :x

A H.I.D.R.A. está voltando com tudo! o/ Vai rolar treta, personagens novos e muitas coisas que não posso citar aqui!

Espero que tenham gostado pessoal :) O próximo capítulo vai demorar porque minha beta/amiga/irmã/diva estar muito ocupada ultimamente e eu também, então devo postar em 15 dias ou mais no máximo.

Bye pessoal o/