Things we lost in the ice escrita por FAR


Capítulo 22
Capítulo 2




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/596100/chapter/22

Tudo bem. Apenas uma coisa a dizer sobre as roupas dos dias atuais, extremamente apertadas. Steve saiu da sala e voltou com um roupas em suas mãos, mas lembrei que a moça havia entrado no exato momento em que levantei, provavelmente alguém podia me ver do lado de fora, então ele me levou para um lugar fora daquele quarto.

Ao sair dele, pude ver que eu estava certa em pensar que aquilo não se passava de uma simulação, quando sai pude ver que não apenas as paredes eram falsas, mas a bela vista de Nova Iorque e a leve brisa... tudo era falso.

–Tudo bem? -perguntou Steve ao ver que eu encarava o lugar quieta. Apenas confirmei com a cabeça.

Depois de andarmos por alguns pequenos corredores, ele me deixou na porta um banheiro onde eu poderia me trocar, apenas para descobrir que as roupas eram horríveis de se vestir.

–Okay, essas são as calças mais desconfortáveis que já vesti em toda a minha vida. -disse para Steve assim que saí do banheiro, ele me entregou um par de sapatilhas e eu os coloquei.

Assim que chegamos no que parecia ser o saguão, havia algo que parecia um monumento com letras grandes escritas "The Wall Of Valor", olhei diretamente para aquilo, ao notar Steve me levou até ela.

Era cheia de nomes na qual eu não conhecia, até que avistei o nome daqueles que foram parte do tempo em que nós vivemos. Dugan, Morita, Falsworth, Jones, Dernier...

–Barnes. -eu disse em um sussurro ao ler o nome dele, mas foi alto o suficiente para Steve ouvir e se aproximar.

–São os nomes daqueles que foram importantes durante a história da S.H.I.E.L.D. -ele disse em uma voz séria. Me aproximei e toquei a escrita do nome dele, ao fazer isso a imagem dele naquele hospital veio à mente. Ele ainda não deve saber, disse a voz da garotinha em minha cabeça.

Voltei minha atenção para o nome e notei que os símbolos não eram todos iguais, alguns eram da S.S.R, outros eram formas diferentes do mesmo desenho, então perguntei oque já martelava minha cabeça.

–O que é S.H.I.E.L.D?

–Uma organização secreta de inteligência. -ele disse depois de um longo suspiro - Na nossa época era conhecida como S.S.R, como as coisas mudaram, agora se chama S.H.I.E.L.D.

–Peggy trabalha para essa S.H.I.E.L.D agora? -perguntei ao lembrar da agente, mas a expressão no rosto de Steve fez com que meu estomago embrulhasse. -Peggy está viva?

–Sim. -ele disse rindo da minha pergunta. -Está viva, basicamente todos que conhecíamos já se foram, mas... ela está bem. Com a aparência... velha, mas está viva.

–Velha... -pensar em Peggy já com a aparência idosa, com filhos e netos me assustava, mas ao mesmo tempo parecia bem melhor do que descobrir que ela havia morrido. -Steve, quantos anos temos agora?

–Bem... -ele riu olhando para o chão e logo voltando seu olhar para mim - Eu tenho 95 anos, você obviamente está com 94.

–Noventa e quatro? -eu disse com uma voz espantada, voltando meu olhar para o nome do Bucky na parede. -Deveríamos parecer velhos à essa altura.

Steve me guiou até o estacionamento onde ele subira em sua moto e esperou que eu subisse atras dele.

–Você e seu amor por motos. -caçoei dele, não havia notado o quanto senti falta disso, até o momento em que fiz. Senti saudade dele, muita saudade.

Assim que subi na moto, perguntei à onde iriamos, e ele apenas disse:

–Vamos para casa.

Mas não foi exatamente o que fizemos, ele me levou até o centro de Nova Iorque, onde tudo parecia ter o dobro do tamanho desde que vi esses prédios pela última vez, era quase impossível ver a ponta deles lá de baixo, era como se eles tocassem o céu...

A moto de Steve parou na frente do que parecia ser um museu, ele desligou a moto e pediu para que eu descesse dela, depois disso ele fez o mesmo e começou a andar até a entrada do museu, mas antes de entrar, ele tirou do casaco um chapéu estranho e o colocou na cabeça.

–O que está fazendo?

–Aonde estamos, será mais agradável se eu não chamar atenção. -disse ele em um tom mais baixo, não entendi o que ele disse até entrarmos em um corredor azul que à frente carregava em si uma pintura de Steve vestido com o uniforme do Capitão América.

–Isso é um museu, sobre você? -perguntei em um tom que apenas ele pudesse ouvir.

–Sobre o Capitão América. -ele respondeu como se estivesse falando de outra pessoa, não do herói que ele mesmo era, o herói que ele é.

"Bem vindo de volta, Capitão", a frase do presidente Matthew Ellis fora a primeira frase em destaque na entrada do lugar.

Um símbolo para a nação, um herói para o mundo. O Capitão América tem uma história de honra, bravura e sacrifício. –disse a voz de um locutor que ecoava pelo lugar inteiro.

Ao andarmos mais adentro do local, o locutor contou uma breve história de como Steve foi escolhido para ser o primeiro super soldado dos Estados Unidos. Em grandes telas, era possível ver a mudança de Steve antes e depois do soro. Notei que um garotinho com uma camiseta com o desenho do escudo de Steve o encarava como se estivesse hipnotizado.

Steve também notou, sorriu para o garoto e levou dedo a boca fazendo um "Shh", o garoto apenas assentiu com a cabeça e continuamos à caminhar, perto dali, ele parou ao ver uma moto, sua antiga moto.

–Você e seu amor por motos. -repeti a frase que havia dito minutos atrás.

Testados em batalha, o Capitão América e seu Comando Selvagem, rapidamente mostraram seu valor. A missão deles era derrotar a Hydra, a divisão de ciência independente nazista. – disse a voz do locutor. Em uma foto maior do que eu pude ver apenas com um olhar, havia uma foto de Steve e cada um dos membros do Comando Selvagem, com manequins em sua frente com as roupas que se repetiam nas fotos. Isso incluída Bucky.

Engoli seco ao ver a foto dele, as roupas dele. Era as mesmas que ele usava naquele dia no hospital... senti o olhar de Steve em mim, então me virei com a intenção se tirar a imagem da minha cabeça, mas foi em vão, sendo que a primeira coisa que vi depois disso foi um enorme painel, com apenas uma foto e um breve texto sobre Bucky.

"Um comando caído", era o que dizia o painel.

Melhores amigos desde a infância, Bucky Barnes e Steve Rogers eram inseparáveis, tanto no colégio quanto no campo de batalha. Barnes foi o único do Comando Selvagem que perdeu a vida em serviço pelo país. -a voz se sumiu entre as frases assim que terminei de ler o que estava escrito, ali dizia como ele havia "morrido". Senti meus olhos lacrimejarem e olhei para baixo, onde em outra tela aparecia cenas de quando estavam na guerra. Logo a cena mudou para Steve e Bucky, um ano lado do outro enquanto ambos riam.

–Ele caiu do trem em movimento? -perguntei tentando não deixar as lágrimas afetarem minha voz, mas falhou do mesmo jeito. Steve ao olhar para os meus olhos, apenas confirmou com a cabeça. Voltei meu olhar para a foto dele e limpei meu rosto.

Onde estaria ele agora?

Uma nevasca prendeu metade do nosso batalhão atrás da linha germânica. E o Steve... -Peggy, numa gravação feita em 1953, gaguejou ao lembrar que deveria falar formalmente. - hãn... o Capitão Rogers, abriu caminho por um bloqueio da Hydra, que tinham aprisionado nossos aliados à meses. Ele salvou mais de 1.000 homens, incluindo o homem que... que se tornaria meu marido, como aconteceu.

Toquei que Steve abriu sua antiga bússola, a mesma que aparecia nas gravações de seus antigos filmes, nele havia uma foto de Peggy. Ele também sentia falta dela.

Coloquei minha cabeça no ombro dele e ouvimos a frase sair da boca dela, mesmo sendo apenas uma gravação, era possível sentir toda a sinceridade em suas palavras.

Mesmo depois de morto Steve ainda mudava a minha vida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!