Chocolate e Sedução escrita por Arthur Araujo


Capítulo 12
Capítulo Onze




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Julie.

Está na hora, olho me no espelho, meu cabelo está preso em uma trança única jogada para trás, estou usando um bustiê vermelho apertado e sem alça, ele possui um pequeno decote que deixa meus seios mais volumosos.

Uso uma saia de cintura alta, que segue colada por meus quadris, espremendo minhas coxas umas contra as outras e fazendo que andar seja um grande desafio e luta contra a gravidade que me puxa para o chão. A base é solta deixando meus saltos livres, e a amostra quando consigo me sentar.

Wit escolheu um vestido curto e preto, não chegando nem próximo de seus joelhos, então ela fica toda hora puxando pra baixo. A barra do vestido é pura seda rendada, deixando suas pernas delicadas e sensuais, o vestido é de manga até os cotovelos, e toda área acima do bojo é apenas de redá. Seu salto a deixa ainda mais alta do que já é.

Seu cabelo foi cortado com uma frança, e agora castanho por maioria, fica preso com um rabo de cavalo no todo da cabeça. Passamos o dia no salão meu cabelo se tornou liso ondulado com tom mais claro nas pontas, o que eu não considero luzes.

Saímos do quarto e vamos até a sala, onde os garotos nos esperam, Yamaha esta com um termo grafite escuro simples, apesar deu ter sentido o desespero do Peter não pude evitar deixar de comprar o terno para ele, sei que isso o deixou chateado, mas valeu a pena.

Ele esta com o cabelo espetado para trás, e a barba recentemente feita no meu banheiro, o que é um pouco nojento se for bem avaliado.

Seu termo cinza claro, possui marca d’água de diversas flor-de-lis, beijo-o e me preparo para sair de carro. Meus lábios se curvam quando vêem um limusine branca buzinando na minha porta, ninguém aqui tem condições de pagar por ela, caminho até a janela do motorista que desce rápido sem me deixar esperando.

– Presente da sua mãe pela formatura Srta Zaneze. Ela esta esperando na sua faculdade, junto com seus irmãos.

– Meu Deus, ela sabe que não deveria ter feito isso.

– Senhorita, recomendo que pare de reclamar, e entre, muitas surpresas lhe esperam essa noite.

Finjo estar brava com ele, mas o coitado não tem culpa dos mimos da minha mãe. Viro para meus amigos que me esperam um poucos deslumbrados, apesar de achar que o Peter já andou em uma dessas antes ele me parece feliz com o luxo.

Olhar pelo vidro da janela do carro durante o caminho me deixa triste, mesmo tento o Peter do meu lado me abraçando. O que eu vou fazer agora que estou formada? A pergunta é simples, sei que irei procurar um emprego mais isso significa largar o trabalho na redação?

É gratificante poder ajudar o Peter agora que ele precisa de mim como quando ele me ajudou quando o Gustin sumiu, mas ainda sim é desconfortável não tem nada para fazer, ficar casa só procurando uma nova chance ser ter que estudar.

Sentir falta do Richard não é desculpa, ele vai continuar sendo meu amigo eu espero, e nos veremos sempre. Estou cansada. Essa é a verdade. Beijo o Peter, ele fica desconfiado, e eu me sinto culpada por estar o usando para esquecer o Gustin agora.

Sinto falta do jeito que eu era, pelo menos quando conheci o Peter, fiquei irritada, mas ele me conquistou, quero que ele faça isso de novo estou sendo roubada por um fantasma, não é culpa dele não saber.

– Está tudo bem, Julie? – Peter pergunta olhando nos meus olhos. Não consigo encará-lo. Desvio o olhar pra direita, olhando a pista atrás de nós, os carros na fila da rua de Seattle.

– Estou com problemas, só consigo pensar no Gustin.

– Talvez isso faça você esquecê-lo.

Ele se aproxima, encosta seus lábios nos meus, passo a mão pelos fios inexistentes de sua barba recentemente eliminada. Ele se afasta.

– Quero que você feche os olhos e só escute meus sussurros.

Obedeço-o.

“Pense em um bastão fino”

Faço sim com a cabeça, ele volta e beija meu pescoço não ligo se o Yamaha e a Witija estão aqui tambem, só quero ficar livre das coisas, minha cabeça doe.

“Imagine morangos bem vermelhos presos nele” Ele fala tão pausadamente que seu sotaque parece inglês, ele beija o outro lado do meu pescoço.

“Eles são tão doces” Ele morde minha boca, puxando meus lábios, uma pitada de dor me excita, junto com o sabor da língua do Peter encostada na minha. “Você consegue sentir?”

– Sim. – Digo.

“Imagine agora um catarata de chocolate, ele desce tão calmamente, como se o infinito lhe pertencesse, você lembra-se do gosto do chocolate, Julie?”

“Sim, senhor”

Ele para e respira fundo, sinto sua tensão deixá-lo.

“Agora junte-o com o morango.”

Ele passa a mão por meu cabelo, e pelo meu rosto, toca suavemente minha boca, e posso senti-lo cobrir meus olhos, não resisto os abro, Peter retira a mão e me encara. Me beija como se fosse a ultima vez.

– Eu te amo.

– Eu te amo tambem.

– Talvez não devesse se preocupar tanto.

Não respondo e volto olhar pela janela.

Quando chegamos na faculdade, a limusine para e descemos, me esforço para ficar sobre o salto, Peter entrelaça os dedos nos meus, e caminhamos até a sala da cerimônia.

Há varias cadeiras vagas aqui no auditório, lembro de muitas palestras que eu quase dormi aqui, estão arrumando o microfone ainda.

O reitor, a diretora, o coordenador, e a maioria dos professores estão lá em cima do placo, sorrisos que não são completamente falsos por aposto que estão felizes em se livrar da gente.

– Eu preciso encontrar o Richie. Pode se sentar, eu não demoro.

Caminho em direção ao salão vazio, atrás do auditório onde meus colegas de classe transformaram em um vestiário quase que improvisado. Becca e Lauren, duas garotas que fizeram comigo o ultimo semestre do curso de Políticas Publicas e Administração de Governo, me abraçam e me informam onde devo pegar minha roupa.

Richie esta reclamando sozinho que em todas ele fica gordo, começo a rir até ele perceber minha presença.

– Julie, que felicidade em ver você. – Ele me abraça tambem. – Finalmente alguém pra prestar atenção enquanto eu me lamurio.

Sua voz as vezes forçadamente alterada me faz rir, até que ele fica serio, e pega duas becas, uma ele me entrega.

– Quer ajuda pra vestir?

– Se você acha necessário... – Digo.

Visto a beca preta com faixa vermelha por cima do meu vestido de cor parecida, Richard fecha meu zíper. E se veste sem minha interferência. Então pega um chapéu e Poe na própria cabeça e outro na minha.

– Você é minha formanda favorita.

Sorrio.

– Você tambem é o meu.

Percebo que algo o incomoda. Fico balanceada em perguntar a razão quando voltamos para as cadeiras, Vejo Peter mexendo no celular e olhando ao redor. Yamaha e Witija conservação e riem das próprias piadas. Paro de andar. Richie para tambem.

– Pode me contar tudo.

Ele espreme a sobrancelha.

– Eu... Vou embora, Julie.

Seu olho enche de lagrima assim como o meu.

– Com quem? Com seu namorado?

Ele faz sim com a cabeça. Mordo os lábios, não quero borrar minha maquiagem, mas imagine que a Witija tenha posto a prova d’água credo hoje sobre seria um bom dia pra desperdiçar lagrimas.

– Quando? – pergunto, sem ter certeza se quero mesmo saber, alem do Isaac e a Witija tenho poucos amigos, perder o Richard depois de todo tempo estudando juntos seria realmente ruim.

– Hoje depois da festa se nada mudar meus planos.

Abraço-o. Seguro firme sua mão.

– Por favor, vem se sentar com a gente, poder conversar você me contar os detalhes.

– Não posso. – Ele me olha triste. – Tenho que encontrar-lo lá fora.

– Tudo bem, Então isso é um adeus?

– Acho que sim.

Nossas mãos se soltam e continuo andando.

Peter desliga a tela do celular e olha para mim, me analisando.

– O que houve?

– O Richie foi embora.

Ele fica em silencio, seus olhos vagam procurando uma resposta.

– Sinto Muito. – Diz por fim.

Seco minha bochechas e sorrio para ele.

– Vamos jogar alguma coisa... Pedra, papel, e tesoura? Só que tem ganhar tem direito a uma pergunta com resposta verdadeira.

Ele concorda.

– Um, Dois, Três, já...

Ponho pedra, ele também. Tentamos novamente. Ponho pedra novamente e ele Poe tesoura.

– Porque o nome do carro é “Brad”?

Ele ri.

– Serio isso?

– Sim.

– É meio que por causa do Rafe, a gente assistia um desenho juntos e o nome do irmão mais velho do garoto era Brad, quando a empresa decolou, ele escolheu e pediu para eu comprar o carro da mesma cor do capacete de dublê do menino. Crianças grandes podem sonhar.

Gosto de saber sobre a vida dele, quero ganhar, já sei sobre o que perguntar, tentamos outra vez. Ponho Papel e ele pode tesoura.

– De onde você conhece o Isaac?

– Em um bar do colegial.

– Em um bar? Não sabia que Julie Colasanti freqüentava esse tipo de lugar! Intrigante.

– Bobo! – Exclamo dando um tapa em seu ombro. – Eu fiquei bêbada o August me deixou sozinha, então ele me ajudou, sem se aproveitar de mim eu acho.

– Por que você “acha”?

– Eu tava chapada, você não sente nada, nem lembra, de nada. Ele era um Beluts, seu pai tinha um bar, e outras pequenas empresas, eu sempre ia lá, e ele disse que me observada, como eu já estava comprometida ficamos só amigos.

Ele não diz nada, fico tensa, então prepara-se pra jogar.

Ponho Pedra, ele papel, fico irritada.

– Como foi seu primeiro trabalho, me lembro do seu currículo, não que eu tenha procurado sobre você nos arquivos nem nada, mas me conte sobre essa tal de “Beluts”?

– Era mais como uma distribuidora de bebidas, e eu tinha que arrumar os processos legais, assim que eu comecei na faculdade e já tinha uma base, era tecnicamente casada, o pai do Isaac me deu um emprego, onde eu trabalhei até o Gustin sumir e eu entrar em crise, então ele me demitiu. Obrigada por não me deixar virar uma mendiga americana.

– Não acho que isso fosse possível, mas eu tenho que te contar uma coisa... – Peter enrola.

– Você esta grávida? Que droga, cara, falei pra se proteger. – Ele não consegue evitar a risada, mas primeiro me olhar como se eu fosse uma doente mental.

– Serio, naquela noite depois que a Isabela te fez ir embora,eu sabia que você voltaria, preparei o contrato e não foi tão acaso eu “salvar” você do Isaac, sinto muito por ter coagido você.

Beijo seus lábios.

– Tudo bem, vamos outra rodada? – pergunto.

Um barulho do mau contato do microfone me faz olhar para frente.

– Boa noite, caros cidadãos americanos, e possíveis moradores de Seattle, frequentantes da nossa universidade e amigos, quero primeiramente parabenizar todos estudantes por terem chegado aqui. – Um salva de palmas é direcionada para o Sr. Kinney, Reitor da faculdade de direito. – Antes de dar prosseguimento peço que você que iram se formar sentem um pouco mais próximo do palco, juntos para facilitar o trabalho.

Levanto-me deixando o Peter e meus amigos, espremo-me entre duas pessoas que não faço idéia do nome.

– Tirian Lewis, oradora da turma, poderia subir ao palco e apresentar seu discurso.

Demora um pouco até que uma menina alta com pernas longas, óculos vintage, e batom nude chegar até o microfone.

– Boa noite a todos aqui presentes, a mensagem que tenho a trazer, poderia ser resumida em poucas palavras, como dizia 50th Harmony, “Garota que segue em frente, me ligue”. Isso que fizemos por muito tempo continuar caminhando mesmo quando tudo do passado nos puxava para trás, chegamos aqui hoje, estamos aqui agora com todos nossos fantasmas na mala, pra gritar que estamos preparados.

Sorrio, e aplaudo até minhas mãos doerem, Henry August, talvez seja hora deu abrir a mala e deixá-lo ir. Tirian continua:

– Depois de toda luta, seremos advogados, ou juízes, como for desejado, mas não deixaremos de sentir dor, fúria, mas conseguiremos separar sentimentalismo do dever, mesmo quando nosso telefone tocar as três da manhã com alguém querendo falar sobre o caso, conseguiremos engolir os palavrões, pelo menos eu acho que sim. Já assistimos Lei e Ordem, por tempo suficiente a poder salvar alguém. Tudo que passou foi nosso treinamento, a verdadeira luta começa agora.

Ela levanta a mão ao alto, todos aplaudem com força, encorajados pela beleza poética, Tirian abraça o diretor, enquanto todos se aquietam o Reitor Sr. Kinney volta ao microfone.

– Formandos do curso de direito, por favor, ponham-se de pé. – Levanto-me, junto com todos do meu lado. – Ergam o braço direito e repitam comigo:

Obedeço, e preparo-me para dizer as salvas palavras.

“Prometo,” repito.

“No exercício das funções de meu grau, Acreditar no direito como melhor forma” repito.

“Para a convivência humana, fazendo da justiça” repito.

“o meio de combater a violência, e de socorrer os que dela precisarem,” repito.

“Servindo a todo ser humano, sem distinção de classe social ou poder aquisitivo, buscando a paz como resultado final.” repito.

“E, acima de tudo, juro defender a liberdade, pois sem ela, não há direito que sobreviva.” repito.

“Justiça que se fortaleça, e nem paz que se concretize” Me sinto quase livre.

“Assim prometo” Finalizo.

Isso foi realmente lindo, me sinto realizada, e pronta pra seguir em frente.

– Vamos as entrega dos diplomas e colocação dos anéis.

Agradeço a meu pai silenciosamente por seu sobrenome começar com a terceira letra do alfabeto, pois eu outro caso se eu dependesse de minha mãe acabaria tendo um enfarto.

Olho para trás, em um única fileira, observo minha mãe, Phillip, America, Theo, Peter, Yamaha e Witija conversando, acredito que posso confiar neles, e que estarão comigo por onde eu precisar ir.

Ele começa a chamar os nomes.

– Chandler Abbernaty.

Um garoto com aparência jovem se levanta, ele tem cabelo escorrido sobre os olhos, e parece ter no Maximo vinte, fico admirada. Ele pega o canudo de papel, e desce a outra escada.

– Max Barbara.

Essa tem cabelos pretos com luzes, e peitos fartos, mostra o anel para todos como se tivesse dando dedo, com a língua de fora.

– Dale Black

Um cara que parece ser mais velho que o Peter porem bem bonito, sua barba o deixa com ar serio e sensual.

– Jon Callies

O cara que esta do meu lado direito se levanta.

– Abby Cohan

Uma menina da minha frente.

– Julietta Colasanti.

Minha vez.

Só percebo que minhas pernas tremem quando consigo finalmente me afastar do amontoado de pessoas nas cadeiras, sei que estou sendo observada. Olho para trás, Peter e os outros sorriem para mim.

Subo os degraus da escada, me concentrando para não cair, consigo chegar ao topo. Os professores batem palmas para mim, a direção e coordenação me abraçam.

O reitor me oferece o canudo de papel amarrado com uma fita vermelha, onde está escrito meu nome. Minhas mãos não ficam paradas.

Olho para o publico.

– Quer falar alguma coisa? – Pergunta Sr. Kinney.

Tento dizer que não, mas não consigo falar. Respiro fundo.

Seguro o microfone, olhando todos que estão aqui por mim, Renata, minha chefe do American Show, Minha mãe, Philip, America e Theodore tambem vieram, Yamaha, Witija, Richard, Peter e August, todos estão aqui.

August esta sorrindo para mim, é tão raro vê-lo sorrir, meu corpo treme, ele esta aqui, não é possível ele esta aqui. seu braço esta laçado com a Isabela Kovalic.

Parabéns, queria Julieta” ele sussurra. Ele caminha e se senta em uma cadeira vazia no fundo. Meu silencio toma a curiosidade das pessoas, que olhando para o Henry e começam a conversar espantadas.

Peter olha para o Gustin, e posso sentir seu rosto queimar de ódio, tenho que me recompor.

“Viva as águias de Seattle” Grito.

Pego o meu diploma e desço as escadinhas correndo, meu olho lagrimeja por conta própria, ele esta vivo, eu não posso chorar, seguro para que o chapéu não caia.

Sento do lado de Peter e o abraço apertado, e coloco a cabeça em seu ombro não quero que me vejo chorando, não quero o Henry me veja, Peter me espreme de volta.


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Notas finais do capítulo

Capítulos finais :(( 2 capítulos restantes para o fim de "Chocolate e sedução", sim, terá continuação.



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