Odisséia Cosmopolitana escrita por Lucas Raphael


Capítulo 2
Partindo


Notas iniciais do capítulo

Primeiro Capítulo dos amigos, que vai dar forma pra aventura! Também é reapresentado o Dr Chimithi...



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Guadalupe era um modesto bar da cidade local conhecido popularmente por possuir a cerveja mais barata dali. Possuía diversas características marcantes, como por exemplo a música ao vivo todas as noites de atividade e também o gênero musical, que se alternava entre MPB, Rock, Reggae e mais alguns derivados, ou então sua atmosfera escura, que se baseava em lâmpadas meia luz. Essa combinação gerava um ambiente muito agradável e singular que fugia da repetitiva e genérica cultura sertaneja que predominava toda a região.

Naquela sexta, um cantor iria se apresentar cantando clássicos do rock brasileiro, mas um detalhe curioso não lhe permitiria isso: o estabelecimento havia sido quase todo destruído.

Assim, em volta dos restos mortais do finado bar, dezenas de olhos curiosos dificultavam a visão de três amigos que tentavam se aproximar.

— Não pensei que fosse real. Puta merda, logo no nosso último dia aqui, isso acontece! – Comentou Pedro. – Espero que o Isaac fique bem depois dessa.

— Com certeza. Se ele tiver seguro não há com o que se preocupar. – Considerou Raphael, sentindo-se desapontando enquanto sentia o cheiro desagradável de metal queimado. – Só quero saber o motivo desse helicóptero ter caído aqui. O piloto deve ter dormido, no mínimo.

Luiz, o último integrante do trio, concordava com seus dois amigos. Fizera muitos amigos ali, além do local fazer parte da sua rotina semanal e só queria que Isaac, o dono, reabrisse logo. Mas tinha certeza que isso seria altamente improvável e se realmente fosse acontecer, iria demorar muito.

— Gente, a Mari mandou uma mensagem. O carro tá pronto. Podemos ir agora? – Para Luiz, era detestável perder algo que amava. Não sabia como reagir, portanto evitava essas coisas de modo inconsciente, não queria ficar mais tempo ali.

Saíram do meio da multidão e começaram a discutir sobre quem iria buscar o carro.

— Eu posso ir. – Ofereceu-se Pedro. – Já aproveito comprar mais algumas coisas antes de irmos.

— Ótimo. Eu e Raphael vamos pra casa então. Aqui, pega. – Luiz puxou do bolso sua carteira e passou uma pequena quantidade de dinheiro para o amigo, o mais discretamente que pode. Mas não o suficiente para um sem teto deixar de ver.

O mendigo se aproximou dos três, que já ficaram na defensiva.

— Pode me dar um troco pra eu comprar uma pinguinha? - O homem estendeu suas duas mãos para frente, certo de que não teria seu pedido recusado.

— Opa. - Inesperadamente Raphael sacou uma nota de dez reais e deu para o homem.

— Obrigado! – Sorriu o sem teto. Antes de se afastar ele entregou para Raphael um objeto. – Pela ajuda. Isso ai não serve nada pra mim. Pode ser mais útil para vocês. - Raphael pegou o item e o guardou-o, não tinha muito interesse nele, parecia ser só um pedaço de ferro velho mas não iria desfazer a retribuição. Após isso, o homem segurou firmou os seus dez reais e saiu andando na direção do bar mais próximo (depois do Guadalupe, é claro).

— Não sabia que você era desses, Raphael. – Luiz riu da atitude do amigo.

— Cara, ele foi sincero, não tinha como negar! Se ele pedisse dinheiro para comida provavelmente eu não daria. Quer dizer, eu ofereceria a comida ao invés de dar a grana, ai seria mais justo. – Admitiu Raphael.

—Depois desse ato de bondade eu me retiro daqui. Estou indo lá, nos vemos mais tarde. – Pedro se despediu dos amigos e se afastou.

Durante dez minutos andou no sol escaldante da tarde até chegar em um ponto de ônibus, que o levou para próximo da oficina onde seu carro estava. Na verdade, não era só dele, e sim dos três. Pelo menos na maior parte do tempo, conseguiam compartilhar seu uso sem problemas, porém vez ou outra acontecia algum conflito de agenda que os levavam a uma discussão sem fim.

— Fala senhor Pedro! Veio pegar o Dolly? – Mari perguntou.

Mari era uma conhecida de longa data dos amigos, principalmente de Luiz que a conhecia desde que era criança. Para lá de seus sessenta anos, ela deixava muitos outros mecânicos para trás no quesito de conhecimento técnico e qualidade de serviço.

— Sim. Quanto ficou? – Respondeu.

— Olha só. Eu precisei trocar algumas peças e consertar outras. Troquei o carburador, fiz vistoria do óleo, troquei umas luzes quebradas e mexi nas rodas também. Troquei aquele rádio velho de vocês e coloquei um novo, que eu tinha sobrando. É por conta da casa! No total deu dois mil e trezentos reais. Mas pra vocês eu consigo fazer por dois mil. – Mari explicou.

Pedro suspirou. Era uma quantidade muito superior do que eles estavam esperando gastar na reforma do carro. Mas era velho e detonado, então era um preço justificável.

— Olha só, no momento eu só tenho mil pra te dar. Posso te dar o restante quando nós voltarmos da viagem? De 30 à 40 dias, no máximo.

A mecânica fez uma cara de dúvida, mas disse:

— Claro, por quê não? Eu sei onde vocês moram. – Ela o encarou com ódio no olhar. Ele claramente ficou desconfortável, mas viu que ela só estava brincando quando soltou uma gargalhada.

No carro, Pedro sentiu a diferença assim que entrou. Sentia-se bem melhor dirigindo o veículo, a melhoria foi notável.

Longe dali, os moradores da casa se encontravam reunidos na sala. Raphael estava descansando no sofá, mexendo em seu notebook enquanto Luiz estava sentado numa cadeira, jogando seu videogame.

Querendo informações sobre quanto iriam gastar com o carro e sem paciência para esperar o amigo chegar, Raphael pegou seu celular do chão e chamou o amigo.

— Alô, Pedro?

 Fala.

— E ai cara, como ficou a revisão do carro? Deu tudo certo? Quanto ficou?

— Deu sim! O Dolly tá novinho! Já podemos viajar. Mas... o preço é outra história, já que ele estava todo ferrado. A Mari deu um jeito e ficou... dois mil reais, com desconto.

— Vish! Já deu aquela parte do dinheiro pra ela?

— Sim. Eu parei pra por gasolina agora. Peguei uns salgadinhos e bebidas... chegou a minha vez no caixa. Daqui a pouco eu volto pra casa!

— Beleza cara, falou!

— Falou!

Pedro pigarreou, assim que Raphael desligou a ligação.

Depois de pagar, Pedro dirigiu até as lojas Americanas. Ele não encontrou nenhuma vaga para estacionar na Avenida Júlio Campos, então deixou um carro em uma rua lateral.

Dentro da loja, ele foi direto à seção de CDs (depois de dar uma espiada na estante de jogos e ver que não tinha nenhum interessante). Precisava de alguns novos para ouvir na estrada. Pegou um do AC/DC (sua banda favorita, era difícil encontrar um CD deles que ele não tivesse ainda) e pensando no gosto dos amigos, pegou também um do Capital Inicial e um novo do Iron Maiden. Era o suficiente, só para testar o rádio novo, já que iriam usar um pendrive na maior parte do tempo.

Luiz estava voltando para casa ouvindo seu novo CD do AC/DC quando teve a ideia de ir ao cinema mais tarde. Ligou lá e escutou a programação. “Quanta porcaria”, pensou. Decidiu que não iria ao cinema esta noite. Ligou para o boliche.

— Quero reservar uma pista para 21 horas de hoje. - Falou.

— Sim, qual é o seu nome, por favor? – A atendente perguntou.

— Pedro Tenas.

— Certo. Por favor, chegue antes de 21 horas. Boa noite. – E desligou.

Pedro estacionou o carro na garagem e viu Luiz e Raphael aparecerem pela porta, provavelmente para verem como o carro havia ficado.

— Tá bem bonito. – Luiz elogiou.

— Pessoal, vamos reinaugurar o Dolly hoje. Vamos ao boliche. – Anunciou Pedro enquanto descia do carro.

— Que horas? – Perguntou Pedro.

— Nove. – Respondeu.

— Ah, beleza. Vão levar alguém? – Pedro falou.

Raphael deu seu sorriso sarcástico típico e falou, forçando uma voz de maioral.

— Não dessa vez. As meninas vão ter que esperar, quero me divertir com outras durante a viagem.

Anoiteceu.

No caminho até o boliche, Raphael, que estava sentado no banco de trás, estica a mão para frente.

— O que é isso? – Perguntou Luiz.

— É o que o mendigo me deu. Dá uma olhada. – Em seguida, Luiz pegou o objeto.

— Isso parece aquelas naves do filme Interestelar. – Observou Pedro.

— Rá, verdade. – Riu Luiz, mexendo naquela curiosidade.

Num girar de dedos, o objeto se transforma e uma minúscula gavetinha lhe é projetada.

— Cacete, parece que é um pen drive. – Revelou Luiz, que descobriu como funciona o encaixe. – Olha ai.

Raphael pegou, olhou, e teve uma ideia inofensiva.

— Coloca ai no radio, ve se tem algum som nele.

Luiz pegou e o fez. Mexeu no rádio durante todo o percurso e nada, nenhum som.

— Temos que deixar isso pra depois, já chegamos. – Pedro disse enquanto procurava uma vaga para estacionar.

— Tudo bem. Vamos.

Depois de saírem do boliche, Pedro enxugou os olhos. Estava lacrimejando de dor, seu pé direito estava latejando exageradamente inchado.

— Merda de bola de boliche! – Reclamou. - Vai ficar um caroço enorme no meu pé.

Todos riram. Durante o jogo, Pedro havia se atrapalhado e derrubado a esfera em seu pé descalço.

No caminho de volta, Raphael (que agora estava dirigindo) colocou no rádio local, mas só havia um ruído muito estranho e frases desconexas.

— Jorchhhhh - - Sai dch - - sem voltar nochhh - - sal preso echhh - - la não querchhh –

 Eu ein. Mais doido que o Batman. – Comentou enquanto mudava de estação.

— No mínimo foi pendrive. Onde será que aquele bêbado arranjou isso? – Perguntou Pedro. Ninguém respondeu.

Antes de irem dormir naquela noite, eles conversaram mais um pouco sobre a viagem e chegaram na conclusão que deveriam sair de casa lá pelas três horas da manhã a fim de evitar transito.

Aquela viagem era um desejo que, em algum momento, já havia passado pela cabeça da todos. Quem nunca desejara atravessar o país todo, apreciando a paisagem e a calmaria rara que só se é encontrada na estrada?

Luiz sempre fora o mais animado para isso, desde o Ensino Médio conversavam sobre isso, mas só conversavam mesmo, pois naquela época uma coisa dessas era apenas fantasia, não dava de se considerar fazer uma viagem dessa realmente. Porém o tempo passa, e as coisas mudam.

Era fim de ano, as faculdades já haviam entrado de férias e o dinheiro havia sido economizado. Economizaram durante quase um ano. Foi quase um ano fazendo diária em bares e restaurantes e economizando nas bebidas para esse tão esperado momento. Queriam mesmo era conhecer outro país, mas, como fariam isso se nem mesmo conheciam sua própria casa?

Luiz era o que menos viajara em sua vida. Tinha ido para alguns outros estados, mas era coisa rápida, ao contrário de Pedro e Raphael, que viajavam com frequência para visitarem a família em outros estados.

No horário combinado, o despertador toca e Pedro é o primeiro a se levantar, meio sonolento. Ele vai até a cozinha e coloca a água do café para ferver. Enquanto não fervia, Pedro pegou duas tampas de panelas e foi batendo uma na outra no quarto de Raphael e no de Luiz.

— Acordem seus vadios, já são 3:30. Estamos atrasados.

— Mas que merda ein. – Diz Raphael. – Por que não chamou a gente antes?

— Como se a responsabilidade fosse toda minha.

Mas para não perder muito tempo, pararam de discutir. Entre tomar o banho, escovar os dentes, colocar roupa, pentear os cabelos, passar desodorante, calçar o tênis, colocar a bagagem no porta-malas, passar o café, gastaram mais de uma valiosa hora.

Comeram bolacha e tomaram o café, fecharam as portas da casa e entraram no carro. Quando finalmente saíram já eram quatro horas e trinta minutos. Nem se preocuparam em passar no posto, pois Pedro já havia abastecido o carro no dia anterior.

Luiz abre o porta-luvas onde estavam os CDs que o amigo comprou no dia anterior e pegou um do AC/DC. Pulou algumas faixas e deixou tocando T.N.T.

A primeira hora de viagem foi um pouco silenciosa, pois Raphael e Luiz dormiram assim que subiram na rodovia. Pedro estava dirigindo de forma muito distraída, e seus olhos variavam da estrada para os campos cheios de gado, e da mata para o pendrive ainda plugado no player. Ele puxou o puxou, mas parecia que estava grudado, podia ter dado algum problema e derretido. Deixou pra lá. Um dos amigos poderia ver isso depois de acordar.

Já estavam a pouco mais de um hora na estrada. O CD já havia tocado inteiro uma vez e já estava tocando pela segunda vez quando Pedro notou onde estavam.

— Luiz, acorda. – Chamou. Ele nem se moveu. Pedro o cutucou até acordar.

— Onde a gente tá? Que horas são? – Perguntou, limpando os olhos.

— A gente chegou em Sorriso. São seis horas. Acorda o Raphael pra gente tomar um café da manhã decente.

Enquanto Luiz acordava o outro, Pedro procurava alguma lanchonete. Eles pararam em um posto.

Se sentaram no banco anexado ao balcão. Uma moça veio atendê-los.

— Quero um salgado desse daqui, e um cappuccino. – Disse Luiz.

— Quero o mesmo que ele. – Raphael não tinha muita originalidade.

— Só um café, por favor. – Pediu Pedro.

Na televisão que ficava atrás do balcão grudada na parede passava um velho filme muito conhecido por eles.

— Cara, esse filme é muito foda. Reservoir Dogs. – Comentou Luiz, vendo-o.

(E não vou ignorar mais meus instintos, disse um dos personagem do filme antes de sacar uma pistola)

— Eu não curto muito esse, é meio chato. Sabe? – Disse Pedro.

— Tá de sacanagem? Esse é um dos melhores do Tarantino! – Retrucou Luís.

— Eu não disse que é ruim, mas de todos os filmes dele, esse é um dos que eu menos gosto. – Declarou. Luís sabia que gosto era uma coisa ímpar para cada um e uma discussão desse tipo só gera atrito.

(Perdeu a noção do perigo?)

— Acho melhor pagarmos. Lembrem-se: Não vamos enrolar com paradas longas de mais ou desnecessárias. Precisamos chegar em Cuiabá logo. – Raphael já estava com o dinheiro em mãos.

(Vamos abaixar as armas, e resolver tudo isso com uma conversa civilizada)

Se encaminhou para o caixa. Não tinha ninguém lá. Olhou para trás e viu a mesma mulher que havia lhes atendido vir até ele. Observou, com nojo, que após receber seu pagamento ela foi servir outros clientes que acabaram de chegar, sem qualquer cuidado higiênico.

— Bora. – Disse ele passando pela porta, com o som da tv diminuindo rapidamente conforme se afastava.

(Para de apontar essa arma pro meu pai, Larry! Um rápido tiroteio veio em seguida...)

Entraram no carro, que estava numa temperatura superior ao gélido exterior.

— Está bem melhor aqui. Coloca no rádio alguém ai. – Sugeriu Raphael. Luiz mudou para as estações de rádio. Na sintonia que já estava selecionada, saia uma voz estranha.

— Não lembro. Minha visão está estranha, e me sinto diferente. Quem é que...— A narração foi interrompida por Luiz, que mudou a sintonia.

— Ninguém merece esses poemas logo de manhã. – Continuou mudando, mas em absolutamente todas as estações tocava essa mesma coisa.

 Falem comigo! Estou ficando louco! Vocês não me veem? Eles terminaram de comer e deixaram o rádio pra lá.

— Já que o rádio não presta coloca outro CD ai. – Pediu Pedro. Pedro guardou o que estava dentro e colocou um outro. Mesmo assim, aquele monólogo ridículo continuava.

— Ou esse rádio de graça da Mari tá estragado ou esse pendrive tá zuando o som - Luiz comentou, reduzindo o volume do som a zero. Eles se esticaram para se livrar do sono e logo já estavam na estrada novamente. Passariam direto por Sorriso, a cidade em que estavam, sem nenhuma outra pausa.

Naquela altura da manhã, todos já estavam completamente acordados e conversavam animadamente sobre o roteiro que seguiriam.

— Podemos ficar na casa da minha prima em Campo Grande se quisermos ficar algum tempo lá, eu já falei com ela. – Disse Luiz.

— Não sei se lá tem muita coisa pra aproveitar, apesar de ser uma capital. – Disse Pedro. Nesse momento seus olhos se voltaram para o pendrive plugado no rádio. - Luiz, tenta tirar o pendrive. Fui tirar ele mais cedo e não consegui.

Luiz o puxou e aconteceu nada. Puxou mais forte, aplicou força, e nada.

— Seus fracos. – Raphael se esticou para frente, e puxou. Com toda a sua força conseguiu tirar. – Tá queimado a ponta, derreteu tudo.

Ele entregou para Luiz dar uma olhada.

— Na verdade o que derreteu foi a entrada USB do rádio, o resto está intacto. Grande transtorno de dez reais. – Falou.

— Gente, o carro tá meio estranho... parece que tá meio que sem controle... – Exclamou Pedro, com medo. Luiz e Raphael não prestaram atenção nele.

— Joga isso fora. – Pediu Raphael.

— Tem certeza? Podemos colocar no computador quando voltarmos ainda.

— Só se for no seu. Não quero arriscar minha máquina com isso ai, olha o que fez com o som!

Luiz arremessou pela janela, e o pendrive caiu no meio da rodovia, que estava estranhamente deserta. No mesmo instante, a voz do rádio explode em um volume ensurdecedor.

— Não! Voltem imediatamente! – Pedro se assustou, perdeu a direção e parou deixando o carro atravessado na estrada, após frear bruscamente.

Por um momento Raphael e Luiz não entenderam o que havia acontecido. Pedro desceu do carro e deu uns passos para trás, sem tirar o olho do carro. Luiz desceu do carro.

— Calma cara! Volta aqui! - Gritou.

— O rádio estava falando com a gente! - Falou Pedro, numa mistura de descrença, medo e surpresa.

— Que bobagem, Pedro. - Luiz não acreditava. - Foi só uma coincidência bizarra.

Ele foi ignorado pelo outro, que caminhou até estava o pendrive no asfalto, e depois eles ficaram observando o objeto. Luiz percebeu que o carro vibrava de uma maneira um tanto quanto sinistra.

— O pendrive! Ele tá inteiro?— Veio o som do rádio, desta vez um pouco menos barulhento. Drake já não sabia bem se era coincidência. Pedro decidiu arriscar.

— Está aqui... quem é você? - Perguntou. O carro parou de mover-se.

— Quem são vocês! Como me trouxeram até aqui? E esse carro? Me sinto meio estranho... Disse a voz vinda do rádio.

— Escuta cara, seja lá quem for você, quero que nos diga como está nos vendo e como está se comunicando com a gente. - Ordenou Raphael sentindo-se confinado no banco de trás do carro tentando forçar uma voz autoritária, sem saber exatamente onde olhar.

— Eu estou aqui!– Respondeu o rádio.

Luiz e Pedro ainda estavam pensando, quando decidiram entrar no veículo.

— O que vocês estão...A voz vinha dos alto-falantes. - Espera, acho que já entendi...

— Que foi cara? Explique-se agora ou eu chamo a polícia. - Ameaçou Raphael, mesmo não achando que chamar a polícia adiantaria alguma coisa. O carro acelerou e começaram a andar novamente na rodovia. Raphael inclinou-se para frente pra mandar Pedro estacionar, porém ele estava imóvel, com as mãos levantadas, bem longe do volante.

— Meu nome é Jorge, e falando rapidamente, eu acho que de alguma maneira perfeitamente plausível e possivelmente explicável eu me transformei no carro!

 


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Notas finais do capítulo

Por favor comentem se leram! Tenho mais quatro capítulos escritos, está muito bom de se escrever...



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