POV Misto. (Jay e Damon.)

Entrei no carro.- Belo carro.

– Obrigado. Adoro Ferrari.- Disse.

Sorri.- Para onde vai me levar?

– Ainda tem pier aqui?- Perguntei.

– Tem. É lindo lá.- Disse.

– Então vamos para lá.- Falei.

– Ok.- Coloquei o cinto e relaxei no banco. Me sentia bem ali com ele.

Eu tentava descobrir porque estava com ela ali. Se não queria aquilo, devia me afastar.

Peguei um prendedor de cabelo e prendi o meu. Hoje estava um dia quente. Adoro quando faz dias quentes. Posso usar shorts e blusas mais confortáveis. Olhava pela janela.

Ela era linda como sempre, aquele mesmo sorriso... Não podia cair nessa armadilha.- Então sua mãe explicou quem é Klaus?

– Explicou. Ele é um hibrido da família original, o mais forte do mundo e quer o meu sangue para fazer híbridos.- Disse.

– Faltou o sotaque irritante.- Disse.

– Acho que o sotaque pode ser legal.- Sorri.- Minha mãe disse que ele pode não prestar, mas é bonito.

– Quando ele ameaçar toda a sua família para você ir a ele, tire suas conclusões.- Disse.

– Ui, ficou nervosinho foi?- Perguntei rindo.

– Já tive uma boa cota de Klaus. Sei do que ele é capaz. Não fiquei apenas nas historias. Estava lá.- Disse.

– Tudo bem. Não tá mais aqui quem falou.- Disse sorrindo e olhando pela janela novamente.

– Desculpa, é que não dá para ouvir boas coisas vindo daquele lá.- Disse.

– Tudo bem Damon, eu entendi. Minha vida vai virar um inferno.- Disse.

– Talvez não. Não disse que sua mãe está dando um jeito?- Perguntei.

– Na verdade minha linhagem de bruxas é muito boa.- Sorri.

– Então você tem suas chances.- Tínhamos chegado e descemos do carro.

– Daqui a três dias eu vou virar bruxa. Vou me tornar imortal.- Disse.

– Bom para você.– Era mesmo lindo ali. Mais do que foi quando estive aqui, ótimo para pensar.

Olhei para ele.- Eu sei, eu falo demais. Prometo que não falo mais.- Sorri e me sentei com os pés dentro da água.

– Não tem problema. Sou acostumado.- Disse.

Minha cabeça estava cheia de pensamentos. Esses seriam um dos meus últimos momentos de paz.

Me sentei junto a ela.– Você tem vantagem. Pelo menos sabe o que está acontecendo antes de tudo.

– Não. Isso torna tudo pior. Preferia não saber de nada e morrer na inocência.- Ontem quando minha mãe disse que porque a filha dela tinha que ser a cópia, doeu em mim. Eu era um fardo.

– Acredite, ser pego no meio do furacão é pior. Pelo menos você tem tempo de analisar a melhor opção.- Disse.

– Melhor opção? Morrer ou deixar que sua família morra? Nenhuma soa melhor para mim.- Falei.

– Dá para ver uma defesa. Planejar nem que seja uma fuga. É melhor do que se ver sem saída de um minuto para o outro.- Disse.

– Porque você está fazendo isso?- Perguntei.

– O que?- Questionei.

– Porque está aqui comigo? Se lá na boate você disse que não me queria perto. Acho que deve ser por causa que sou a cópia delas.- Disse.

– Você não tem culpa de ter nascido assim. Acho que sabendo o que sei deveria ajudar. Disse aquilo na hora do susto, achei que nunca mais veria esse rosto.- Falei.

– Eu queria ter nascido uma pessoa qualquer por ai.- Disse enquanto uma borboleta posava em minha mão.

– Sinto muito por isso. Lembro como é ser uma de vocês. Quem fez o feitiço das cópias deveria ter botado o nome de maldição.- Disse.

– Não Damon, você não sabe. Você não é uma de nós. Ninguém sabe o que é ser uma. Você teve a sorte de nascer você e você não precisa se meter nisso de novo. Sei da sua historia com Elena. Mas era diferente, você a amava. Agora não tem motivos para ficar e correr risco de morrer.- Disse.

– Não, você não sabe de nem metade disso. É muito além de um simples amor.- Disse.

– Pois é. Você a amou muito, eu sei. Amou mais do que amou Katherine. Nunca é um simples amor.- Disse.

Senti a cicatriz desses malditos amores queimar ao falar no assunto.- Não é assim Jay. Sempre tem algo a mais envolvido. Mas você não precisa saber dessas coisas.

– Damon, se toca. Não nos conhecemos nem a dois dias, trocamos algumas palavras e de repente você quer me ajudar. Você está fazendo isso porque eu lembro elas. Não vem com essa de " não é isso". Eu sei e você sabe.

– De nada por ajudar.- Disse olhando para o mar. Ela estava errada. Estava fazendo isso porque pelo menos uma delas merecia uma vida tranquila, a medida do possível. Não o inferno que passamos. Eu estava pagando meus pecados, era isso. Ter cruzado com ela só podia ser minha penitência.

Me levantei. Não podia mais ficar ali. Eu juro que estou começando a me apaixonar e não quero isso. Não quero. E ele nunca vai me querer. Eu preciso fazer algo. Não posso me apaixonar. Fui até o carro dele e peguei minha bolsa.

– Ei, vou levar você. Tyler pode estar por ai.- Disse abrindo a porta do carro.

– Não, obrigada.- Peguei a bolsa.- Acho que é melhor você ficar fora disso. Não quero arriscar sua vida. Adeus.- E comecei a andar.

Comecei a rir.– Você está querendo me proteger, é isso?

Parei.- Sim e não. Não quero que se machuque por mim e também você não tem obrigação nenhuma em me ajudar.

– Primeiro; não preciso que se preocupe. E segundo; sei bem onde me meto, fique tranquila. Agora pode entrar no carro para te levar ou vou ter que te colocar aqui dentro?- Perguntei.

– Eu prefiro ir á pé.- Disse começando a caminhar de novo.

– São vinte quilometros até sua casa.- Disse.

– Não importa. Assim eu perco as calorias que ganhei com a torta que comi ontem.- Disse.

Teimosia também era genético. Ela estava decidida a não ir.- Jay, sou de uma época onde se levamos alguém, trazemos de volta. Quer fazer o favor de entrar no carro e deixar de ser birrenta.

– E eu sou de uma época que é muito bom andar sozinha.- Disse.

– Tudo bem então.- Entrei no carro e dei partida.- Cuidado com o lobo mal, está ficando escuro.- E sai. O tempo estava fechando para chover. Ainda a via pelo retrovivsor quando a chuva começou.