A Chegada Dela escrita por Kam_ted


Capítulo 3
Capítulo 3




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/59404/chapter/3

O céu nos dias de outono eram limpos, as formas estreladas brilhavam remota sobre nossas cabeças; o frio cortante estremecia até o último pelo. E foi assim a primeira noite que passamos juntas. Ela distante ao meu lado e eu concentrada em nossas mãos dadas. Quando o corpo da outra não parecia o bastante para nos mantermos aquecidas, levantamos e fomos para nossas respectivas camas. Me abraçou demoradamente, sua respiração quente no meu pescoço; seu corpo parecia frágil: agora era eu a mais velha.

- Obrigada. Beijou-me na testa.

Deitei com seu cheiro indefinível, o gosto de boca molhada e ainda sentia as lágrimas dividas entre nossos lábios. Ainda levantei para olhar a casa azul no escuro. Não havia respostas para coisas que eu sentia ou que pensava. Sonhava constantemente com ela, sua imagem passava fugidia numa noite escura iluminada com luzes coloridas. Enquanto estava acordada, aguçava os ouvidos para ouvir qualquer roído que fizesse na casa dela mas nossas casas eram consideravelmente distantes separadas por quintais largos. Debaixo da árvore, às 14 horas, sentei-me e em um segundo ouvi um estilhaçado de vidro com um palavrão em seguida: puta que pario. Imaginei seu próprio semblante estressado com algo que deixara cair, se partindo em mil pedaços ao chão. Sorri de sua imagem. No segundo seguinte, crispava dedos dos pés dentro da sapatilha, queria ir correndo para vê-la por instantes mas minha mãe dormia no quarto, farta do almoço. Resolvi arriscar. Corri com o coração batendo nervoso, jurando que seria um minuto e voltaria. Zoé estava em seus pés comendo ração que sua dona colocava, Agenor levantou uma orelha ao me ver chegar subitamente. Sorri envergonhada ao vê-la levantar o rosto em minha direção. Minha timidez sempre fora desconcertante, o amor nunca havia acontecido, meu signo naqueles instantes de desejos eminentes falava mais alto, a ariana agia impulsiva e de repente estava lá, corada, arrependida, embaraçada. Iniciei uma corrida de volta mas a ouvi me chamar. Por que ela não conseguia perceber o que me fazia correr para vê-la? Todas as horas me via correndo ao seu encontro e ao nos chocar, interpretávamos as cenas dos filmes de romances. No entanto, sua figura real à minha frente, não despertava um milímetro de desejo, nem o de falar. Gostava de vê-la gesticular, sorrir, piscar os olhos, os dedos finos mexendo nos cabelos.

Alguém apareceu dizendo olá do vão da porta enquanto eu me deleitava na beleza dela fazendo carinho no Agenor. O coração acelerou, me lembrando dos minutos que jurei ficar, ofuscando minha visão impedindo que discernisse a imagem escura que havia chegado. Fingi olhar para a pessoa quando respondi um oi e disse tchau simultaneamente, e corri outra vez.

A voz era feminina, lembrei quando estava trancada no quarto. chorei o resto da noite inteira. Me sentia infeliz. De madrugada, ouvi a porta ranger ao ser aberta. Ouvi o barulho de fechadura ser trancada no quarto ao lado. Minutos mais tarde, dei a volta na casa e, da janela pelo lado de fora, encontrei meu irmão nu de joelhos na cama atras de uma mulher nua também que estava de quatro. Ele empresava as nádegas dela contra seu pênis, apertava o corpo dela com as mãos deixando marcas. Assustei-me com tamanha brutalidade. Me sentei na terra, encostada à parede. As luzes da casa em frente estavam apagadas. Espiei meu irmão novamente: estavam em outra posição, ela se tocava no clitóris. Meu corpo começava a latejar. Angústia, insatisfação corporal. Queria outra mão me tocando.

Pulei a cerca com cuidado sem fazer alarde. Abri delicadamente a janela da minha vizinha. Meus pés estavam sujos de terra. Ela se assustou com o barulho, levantou brusca que senti receio que revidasse suspeitando de um assaltante. Seus olhos brilhavam refletidos na luz de fora. Tentou perguntar sonolenta. Tirei a camisola passando pela cabeça. Ela acordou.

- Angélica.

Beijei-a sem dar chances para perguntas. Um beijo desajeitado, choquei meu dente ao dela, me arrependi. Mas já havia respostas em sua boca, fui me ajeitando em seu espaço. Meu corpo estava sendo violado com sofreguidão, tateada por língua, por dedos, o corpo arqueava de prazer, senti o deleite dos orgasmos múltiplos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Chegada Dela" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.