POV Karina

Caminhei em direção à minha sala, depois que esbarrei naquele garoto parei de correr não queria mais incidentes como aquele. Quando cheguei a meu destino, encontrei uma sala lotada de alunos que prestavam atenção em uma professora que se apresentava. Tentei passar despercebido, sem sucesso, logo que entrei já recebi um olhar de desaprovação da mulher que se apresentava e a maioria dos meus colegas de classe se viraram para me observar, procurei um lugar no fundo da classe para não atrapalhar mais. Assim que me sentei a menina ao meu lado me cumprimentou:

– Olá, atrasada! – ela disse em um tom irônico. – Meu nome é Jade.

– Oi. – Falei em um sussurro. – Meu nome é Karina, prazer em conhecer. Ela me deu um sorriso simpático e voltou à atenção a professora.

As aulas já começaram esgotantes, mas na última aula antes do intervalo, parecia que os ponteiros do relógio não se movimentavam, até que o imprevisto acontecera, meu celular dá sinal de vida de dentro da minha bolsa ao toque de Another Brick In The Wall, sinto os olhares repreensivos em cima de mim, principalmente da professora, meu rosto fica igual um pimentão de tão vermelho, quando ouço ela cantar pra si mesma:

– Hey! Teachers! Leave them kids alone! - Todos começam a rir escandalosamente.

– EU MATO A BIANCA ! - Sussurro pra mim mesma, o clima tenso que havia se formado fora dissipado, após o momento karaokê a professora finalmente liberou, não consigo mais ficar dentro daquela sala com todos olhando pra mim.

– Jade, vem, quero lhe apresentar uma pessoa. - Saímos comentando sobre " a nova piada da turma " , ao chegarmos em frente ao prédio de administração, logo vi Bianca saindo, aceno para ela, que caminha em minha direção e diz:

– Oi K, como está sendo o primeiro dia?

Já ia responder quando avisto quem eu menos esperava o garoto estressadinho no qual eu esbarrei hoje mais cedo. Ele cumprimenta vários garotos que apareciam ao seu redor, comecei a observá-lo: o típico popular em que no colegial derretia o coração das meninas apenas com um sorriso, eu não precisava saber muito sobre ele, apenas olhando para aquele cabelo bagunçado estilo rock star...

– K? Karina? Terra chamando Karina – Meus pensamentos foram interrompidos pelos gritos de minha prima.

– Hã? - Eu disse ainda observando o garoto.

– Eu perguntei como está sendo seu primeiro dia de aula. KARINA! – ela grita mais uma vez – Pra onde você tá olhando?

– Pra lugar nenhum, só estou observando o campus.

– Campus? O Campus agora tem cabelo bagunçado e usa camisa de banda de rock? – Jade disse logo após.

– Não sei do que você tá falando Jade, acabo de lembrar que nem te apresentei minha prima Bianca, Bi essa é a Jade a garota da minha classe.

– Não muda de assunto loirinha, você tava olhando para aquele garoto ali que eu vi. E muito prazer em conhece - lá Bianca. – Jade disse esticando a mão e minha prima respondeu ao cumprimento.

– Hummm... Então quer dizer que já está de olho nós garotos é? Qual deles? – Bianca disse super interessada no assunto.

– Aquele ali. – Jade aponta para o metido a rock star.

– Ele é da minha turma, quer uma ajudinha? – Bianca disse sorridente

– Não, você me perguntou como foi meu dia né? Pois é, já começou mal, acordei atrasada, entrei no campus correndo e esbarrei nele, só isso tá?! E parem de apontar para ele.

Após a " idiota " insinuação da Bianca, caminhamos pelo campus, a fim de aprendermos a nos localizar melhor, me apaixonei pela natureza ali presente, os coqueiros enfeitavam toda a área central, várias pessoas se concentravam ali, seja para fofocar, para alguma roda de violão, ou até mesmo jogos.

Os prédios brancos de cada curso eram colados um aos outros dando um contraste leve e simples ao ambiente. Percebi que em cada prédio encontrava-se um letreiro com o nome do curso específico. Não era muitos que integravam ao segundo campus, sendo dez no total. O estacionamento ficando logo atrás.

O tempo de intervalo já estava acabando quando a Bianca disse:

– Meninas, o que vão fazer hoje à noite?

– Nada. – Eu e Jade falamos ao mesmo tempo.

– Vamos para uma pub que tem aqui em frente a facul, a galera sempre se encontra lá.

– Ah Bi, acho que não, quero dar uma revisada nas matérias que os professores passaram hoje, vão vocês duas, é bom que se conhecem melhor.

– K, deixa de ser anti- social, vamos, vai que o rockeiro resolve ir também? – Ela disse fazendo sua carinha de cachorro que caiu do caminhão de mudanças.

– Que rockeiro, Bianca? – Eu disse gargalhando.

– Não finge de boba, Karina. Você sabe do que sua prima está falando e você vai sim, nem que eu tenha que te buscar amarrada. – Jade disse toda autoritária.

– Ai gente, eu não quero ir e parem de falar daquele garoto, ele é um chato.

– Tá bom K, você não gosta dele, mas vamos nos divertir, só hoje, amanhã você se acaba de estudar, por favooor! – Mais uma carinha de cachorrinho da Bianca que acabou me convencendo.

– Ok! Eu vou, mas só hoje, amanhã eu vou estudar.

– Uhuuuul. – As duas novas melhores amigas comemoraram juntas.

– Meu Deus! Quando eu juntei vocês duas criei um monstro.

Rimos todas juntas e voltamos para as nossas salas.

Pov Jade

Surpreendentemente as aulas passaram rápido depois de combinarmos de nos encontrar no Covil da Noite, o pub em frente a facul.

Como eu e a Bianca não tínhamos carro, Karina nos ofereceu uma carona, logo aceitamos, não é todo dia que podemos chegar cedo em casa. Ao entrar, não encontro ninguém, acho estranho devido o horário, mas não fico remoendo esse pensamento. Tomo um longo banho vestindo meu shorts cintura alta preta, um cropped azul escuro e um salto alto preto. Fiz minha maquiagem, não queria nada exagerado, dou uma leve bagunçada em meus cabelos, pronta pra sair. Mando uma mensagem para as meninas avisando que já estava pronta. Depois de alguns minutos, vejo o carro de Karina estacionar na frente de minha casa, sinto que vou me dar bem hoje.

– Jade, você está linda. – Bianca diz e eu brinco jogando o cabelo para trás.

– Eu sei. – Falo e começo a rir.

– Podemos ir? – Karina fala mal humorada.

– Uii, podemos sim. – Entrei no carro e fomos em direção ao pub.

O local era bastante arejado e bem iluminado, mas de acordo aos frequentadores, aquilo não se passava de uma capa. Sentamos em uma mesa próxima a janela e reparei em um dos atendentes que me observava fixamente, como ele era um gato fiz um charme com o cabelo, percebo ele vindo em nossa direção e desvio olhar.

– O que as senhoritas desejam? – Pergunta me encarando. Reparo em sua roupa e vejo seu nome. Seu nome era Cobra.