Comíamos na mesinha de madeira, o único som além de nossas vozes eram as folhas das arvores que iam dançando conforme o vento.

Sorriamos, e isso fez um calor no meu coração. Não como ontem a noite, o calor de ontem a noite era só dele.

Agora era um de amizade.

Fiquei muito sozinha esses dois anos, tudo bem que a facildade de fazer amigos foi comigo, mas nada era como isso.

Resolvemos todos que assistiríamos o por do sol.

Foi uma ótima ideia então colocamos dois panos no chão, como de piquenique e cada um levou seu edredom, as noites no japão são sempre muito frias.

Todos conversavam, o sol começava a se por então tiramos algumas fotos com a iluminação alaranjada.

–Como foi lá na America?-Perguntou Onodera.

–Muito bom.-Menti disfarçadamente.

Brincamos mais um pouco até que todos já estavam bêbados.

A iluminação da casa era o que restava, todos foram dormir, mas resolvi tomar um suco antes de deita, então fui até a varanda.

–Você tem uma obsessão por estrelas.-Disse a voz atrás de mim.

Era o Raku, obvio, somente nos dois havíamos ficado sóbrios o suficiente para andar. Ele usava uma calça preta e uma jaqueta verde.

–Como disse, ficam lindas por aqui.

Ele me encarou e sorriu um pouco corado. O que será que ele pesou? Que sou louca?

–Venha vamos entrar.

Me afastei um pouco e ele não entendeu, então sorri e me aproximei.

–Senti sua falta.-O abracei.

O calor, o mesmo calor da noite passada voltara, dessa vez mais forte, com ele abraçando-me pela cintura, poderia ficar ali para sempre.

O abraço foi demorado, demorado pois não foi uma abraço de amigos com saudade ou saudades da mãe, não.

Não mesmo.

Foi um abraço cheio de amor.

–Chitoge-chaan?-Chamou uma voz, que nos fez afastr, era a Onodera. Ela estava bem bêbada, o que me fez sorrir.

–Aqui.-A segurei pelas mãos.-Como prometido vou fazer as trancinhas no seu cabelo.-Falei para ela, que sorriu enquanto subíamos as escadas para o quarto das meninas.

–Eeba!-Ela subiu na minha frente.

Olhei para trás e dei um tchauzinho para um Raku confuso e aparentemente feliz.

...

Na manhã seguinte, tomamos café em silencio, todos de óculos escuros e com roupas refrescantes.

Resolvemos comer dentro da casa, na cozinha, onde pelas janelas de madeira entrava um ar refrescante, olhei para o relógio de pulso e já ia dar 11:00.

–Me passa o chá.-Pediu Shuu baixinho.

–Não grita.-Reclamou Tsugumi com raiva.

–Mas eu...

–Calado!-Pediu Ruri, passando o chá para ele.

Depois de um deprimente café da manhã, Raku falou de um remédio muito bom, que ele havia trago para todos. Voltamos a dormir, e acordamos todos com um sorriso e revigorados.

–Que cheiro bom!-Disse, era cheiro de peixe frito.

Olhei para a Onodera que acordava do meu lado.

Olhamos lá pela janela, e lá em baixo, o Raku, a Ruri e o Shuu faziam algo na churrasqueira.

Deixei que a Tsugumi continuasse a dormir.

–Quer tomar banho junto comigo?-Perguntou a Onodera. Fiz que sim com a cabeça e pegamos nossas bolsas, descemos as escadas e fomos ao banheiro.

Depois de nos lavarmos, resolvemos deitar na grande banheira com água morna.

Ela começou a pentear meus cabelos.

–Ontem eu estraguei o clima de vocês dois.

–Hã.. é..não era bem o clima, só estou feliz de ter voltado.

–Você não me abraçou daquela forma.-Ela fez biquinho e não pude deixar de sorrir.

–Desculpa, desculpa, quer agora?

Nos abraçamos, mas logo ela continuou a pentear meus cabelos.

–Eu fiquei feliz, ansiosa e com medo, quando soube que você vinha.Logo logo tu irias descobrir que namorei o Raku, e pensei que iria me odiar.

–Já-Jamais!-Disse rapidamente.

–Eu sei, briguei comigo mesma por um momento ter pensado isso.

–Ele e eu somos complicados, mas você e eu... nós, somos amigas e isso não mudaria, certo?

–Certo.

Sorrimos e logo mudamos de assunto.

Terminamos o banho e colocamos nossos biquínis, o meu branco, então coloquei uma blusa curta rosa com um short colorido, ela com um biquíni azul e um vestido também azul com detalhes brancos.

Mostrei a ela o batom rosa que havia comprado na America, então nos duas passamos.

–Lindas-Disse e sorrimos.

Tsugumi nos encarou do lado de fora do banheiro e deu uma birra por banharmos sem ela, achei engraçado, mas logo a confortamos e ela tomou banho alegremente.

–Bom dia durante a tarde, meninas.-Disse Shuu, sorridente.

–Bom dia durante a tarde.-Respondemos sorridente.

Assim que Tsugumi saiu da casa, comemos o delicioso peixe frito do Raku.

–O que faremos agora? Ainda temos bastante tempo.

–Vou dar uma volta com a Ruri.-Dissse Shuu e assim foram.

–Então eu e Tsugumi, vamos, é...-Onodera encarou Tsugumi.-Dar uma volta também.

–Na verdade, eu queri-Ela não terminou a frase , pois Onodera a puxou para o lado oposto em que Shuu e Ruri foram.

Raku e eu nos entreolhamos e olhamos a louça suja.

–Eles não queriam lavar. –Disse e sorrimos.

Peguei uns pratos e levantei.

–Hã, Chitoge.-Disse ele e me virei, ele se aproximou e por instinto fui apenas me afastando devagar.-Está sujo.-Ele limpou minha bochecha e eu corei.

–Se-Seu idiota!-Pude escuta-lo sorrindo, ia dar mais alguns passos par trás e ir correndo para a cozinha, mas ele me puxou e derrubei os pratos.

Percebi o quão perto estava da piscina, ele me puxou e iria cair no meu lugar, mas ao tentar segura-lo para não cair, ele me levou junto.

Saimos sorridentes, mas eu queria brigar um pouco.

–Tudo sua culpa.

–Minha?-Ele sorriu tirando a camisa.-Sua, eu tentei te ajudar e olha só.

Eu estava ensopada, sorri e tirei o short e a blusa. Ele me encarava corado.

–Que foi?

–Nada, nem podemos entrar tão molhados na casa.

–Verdade. –O encarei e percebi que o clima ficaria parado se não fizesse nada, então o empurrei na piscina.

–Sua...-Ele estava me encarando, então corri.

Ele foi mais rápido e me carregou nos ombros.

–Não Raku! Não... Temos que arrumar isso e nos secar...

–Você quem começou!

Pulou na piscina e antes de subirmos nos encaramos novamente embaixo d’água.

Ele chegou perto, encostamos nossas testas e emergimos.

Respirávamos pesadamente e foi então que ele fez, me beijou.

Ai, como esperei por aquele beijo, como precisava daquele beijo.

Não foi um beijo inocente, nós dois já havíamos beijado antes, outras pessoas, mas nenhuma delas, me fez tão feliz como quando senti seus lábios, sua língua, ele me apertou contra o peito e suas mãos mapeavam minhas costas, enquanto seus lábios invadiam meu pescoço e tudo que eu queria evitar era que a respiração forte se tornasse gemidos.

Mas escutamos vozes e nos encaramos, o empurrei e subi para pegar os pratos no chão, coloquei-os na mesa enquanto ele pegava a bola de vôlei e enchi dois copos com bebidas, sentei na beira da piscina bebendo e deixei o dele ao meu lado, ele brincava com a bola sem um objetivo.

Shuu apareceu de mãos dadas com a Ruri.

–Ah, voltamos rápido de mais?

–Não, não, estávamos só brincando para distrair.

–Ata.-Shuu apontou para o Raku e disse.-Ta sujo de rosa nos lábios, amigão.

Coramos, Ruri sorriu e bebi de uma vez a minha bebida.

Eles se afastaram e eu corei olhando para o Raku.

Logo depois Tsugumi voltou agarrada nos braços da Onodera, como um gatinho assustado.

–Pronto, pronto, chegamos.

–Princesa!-Ela me abraçou.-Não gosto de mata!

Encarei a Onodera que piscou e tirou o vestido se jogando na piscina.

A Onodera tem um corpão, não tem nada em grande quantidade, mas não em pouca quantidade.

Era tudo na medida certa.

Como posso competir com ela? Com um corpo desajeitado desses.

Nossa tarde foi acabando assim.

Raku e Onodera brincando de passes com a bola.

Tsugumi me contando o que havia de assustador na floresta enquanto eu ria de seus exageiros.

Ruri e Shuu brigando por não termos feito nada enquanto eles exploravam o local.