Sins of Our Fathers escrita por Catherine


Capítulo 3
Will


Notas iniciais do capítulo

Oiiii, bem, para quem leu os livros lembra-se do prólogo da Guerra dos Tronos. Eu usei a ideia inicial de forma a que Benjen estivesse com os patrulheiros e não em Winterfell, assim como dei um motivo para o seu desaparecimento - bem, mais ou menos. De qualquer forma, espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/592635/chapter/3




– Deveríamos regressar – insistiu Gared quando os bosques começaram a escurecer ao redor do grupo – Os selvagens estão mortos.

– Os mortos o assustam? – perguntou Ser Waymar Royce com não mais do que uma sugestão de sorriso no rosto.

– Um morto é um morto – respondeu – Nada temos a tratar com os mortos.

– Mas estão mortos? – perguntou Royce com suavidade – Que prova temos disso?

– Will os viu – disse Gared – Se ele diz que estão mortos, é prova suficiente para mim.

Will já sabia que o arrastariam para a disputa mais cedo ou mais tarde. Desejou que tivesse sido mais tarde – A minha mãe disse-me que os mortos não cantam – contou.

– A minha ama de leite disse a mesma coisa, Will – respondeu Royce – Nunca acredite em nada do que ouvir junto à mama de uma mulher. Há coisas a aprender mesmo com os mortos.

– Temos perante nós uma longa cavalgada – salientou Gared – Oito dias, talvez nove. E a noite está para cair.

Ser Waymar olhou o céu de relance, com desinteresse – Isto acontece todos os dias por esta hora. Você perde a virilidade com o escuro Gared?

Will via o aperto em torno da boca de Gared, a ira só a custo reprimida nos olhos que espreitavam sob o espesso capaz negro de seu manto. Ele passara quarenta anos na Patrulha da Noite, em homem e em rapaz, e não estava acostumado a ser desvalorizado. Mas era mais do que isso. Will conseguia detectar algo mais sob o orgulho ferido, medo.

Partilhava o desconforto dele. Estava há quatro anos na Muralha. Da primeira vez que fora enviado para lá, todas as histórias lhe tinham acorrido ao cérebro, e suas entranhas se tinham feito em água. Era agora um veterano de cem patrulhas, e a escura e infinita terra selvagem a que os sulistas chamavam floresta assombrada já não tinha terrores para si.

Até aquela noite. Havia naquela escuridão algo de cortante que lhe fazia eriçar os pelos da nuca. Cavalgavam havia nove dias, para norte e noroeste, e depois de novo para norte, cada vez para mais longe da Muralha, seguindo sem desvios a trilha de um bando de selvagens. Cada dia fora pior que o anterior. Aquele tinha sido o pior de todos. Um vento frio soprava do norte e fazia as árvores sussurrarem como coisas vivas. Estremeceu.

Will nada desejava com tanta força como cavalgar a toda pressa de volta à segurança da Muralha, mas este não era um sentimento que se pudesse partilhar com um comandante. Especialmente com um como aquele.

Ser Waymar Royce era o filho mais novo de uma Casa antiga com demasiados herdeiros. Era um jovem bem-apessoado de dezoito anos. Montando em seu enorme corcel de batalha negro, o cavaleiro elevava-se bem acima de Will e Gared, montados nos seus garranos de menores dimensões. Trajava botas negras de couro, calças negras de lã, luvas negras de pele de toupeira e uma cintilante cota de malha negra e flexível por cima de várias camadas de lã negra e couro fervido. Era um Irmão Juramentado da Patrulha da Noite havia menos de meio ano, mas ninguém poderia dizer que não se preparara para a sua vocação. Pelo menos no que dizia respeito ao guarda-roupa.

O manto constituía a consumação da sua glória; zibelina, espessa e negra, suave como pele. Aposto que foi ele próprio quem as matou todas, ah pois aposto. Dissera Gared na caserna, entre os vapores do vinho. Torceu-lhes as cabecinhas e arrancou-as, o nosso poderoso guerreiro. A gargalhada fora partilhada por todos. É difícil aceitar ordens de um homem de quem nos rimos de copo na mão. Refletiu Will, sentado tremendo sobre o dorso do garrano, Gared devia sentir o mesmo.

– Stannis disse-nos para os encontrarmos, e encontramos – disse Gared – Estão mortos. Não voltarão a causar-nos problemas, temos uma dura cavalgada à nossa frente. Não gosto deste tempo. Se nevar, poderemos levar uma quinzena para regressar e a neve é o melhor que podemos esperar. Alguma vez viu uma tempestade de gelo, senhor? O rei estará na muralha antes de nós.

– Eu vi – soa uma voz conhecida, aproximando-se deles silenciosamente. Will sentiu alivio ao vê-lo. Ninguém conhecia o norte como Benjen Stark, o homem era um dos melhores patrulheiros que possuíam na Muralha – Diga-me o que viu Will. Todos os detalhes. Não deixe nada de fora.

Will fora um caçador antes de se juntar à Patrulha da Noite. Bem, na verdade fora um caçador furtivo. Os cavaleiros livres de Mallister tinham-no apanhado com a boca na botija nos bosques do próprio Mallister, esfolando um dos seus gamos, e apenas pudera escolher entre passar a vestir-se de negro e perder uma mão. Poucos eram capazes de se mover pela floresta tão silenciosamente como Will e os irmãos negros não tinham demorado muito tempo para descobrir o seu talento.

– O acampamento fica duas milhas mais à frente, ao lado de um córrego – disse Will – Cheguei o mais perto que me atrevi. Eles são oito, com homens e mulheres. Ergueram um abrigo contra a rocha. A neve já o cobriu bem. Não vi nenhum fogo, mas a cova da fogueira ainda estava clara como o dia. Ninguém se movia. Observei durante muito tempo. Nunca um homem vivo ficou tão quieto.

– Viu algum sangue?

– Bem, não – admitiu Will. Ao seu lado Ser Waymar revirou os olhos.

– Viu armas?

– Algumas espadas, uns quantos arcos. Um homem tinha um machado. Com ar de ser pesado, duas lâminas, um cruel bocado de ferro. Estava no chão.

– Prestou atenção à posição dos corpos?

Will encolheu os ombros – Um par deles está sentado junto ao rochedo. A maioria está no chão. Como caídos.

– Ou dormindo – sugeriu Royce. Benjen manteve-se calado.

– Caídos – insistiu Will – Há uma mulher numa árvore de pau-ferro, meio escondida entre os ramos. Uma olhos-longos. Assegurei-me de que não me conseguiria ver. Quando me aproximei, vi que ela também não se movia.

– Que lhe parece que possa ter matado aqueles homens, Gared? – perguntou Benjen com ar casual.

– Foi o frio – disse Gared, com uma certeza férrea – Vi homens congelar no inverno passado e no outro antes desse, quando era pequeno. Toda a gente fala de neve com doze metros de profundidade, e do modo como o vento de gelo chega do norte uivando, mas o verdadeiro inimigo é o frio. Aproxima-se em silêncio.. A princípio estremece-se, batem-se com os pés no chão e sonha-se com vinho aquecido e boas e quentes fogueiras. Nada queima como o frio. Mas é só durante um tempo. Então, penetra no corpo e começa a enchê-lo, e passado algum tempo já não se tem força suficiente para combatê-lo. É mais fácil limitarmo-nos a nos sentar ou a adormecer. Dizem que não se sente dor alguma perto do fim. Primeiro fica-se fraco e sonolento, e tudo começa a se desvanecer, depois é como afundar num mar de leite morto. Como que pacífico.

– Quanta eloquência, Gared – observou ser Waymar com um sorriso – Nunca suspeitei que a tivesse dentro de si.

– Também tive o frio dentro de mim – Gared puxou para trás o capuz, oferecendo a Ser Waymar um longo olhar sobre os cotos onde as orelhas tinham estado – Duas orelhas, três dedos dos pés e o mindinho da mão esquerda. Tive sorte. Encontramos meu irmão congelado no seu posto de vigia com um sorriso no rosto.

– Devia vestir coisas mais quentes.

Gared lançou ao nobre um olhar feroz, e as cicatrizes em redor das suas orelhas ficaram vermelhas de fúria nos locais onde o meistre Aemon as cortara – O inverno está a chegar – disse Benjen, antes que o homem pudesse falar. As palavras da Casa Stark sempre lhe haviam enviado calafrios pela espinha, como se profetizassem algo ruim – Veremos quão quente poderá se vestir então – Ser Waymar não respondeu, mas ficara com um ar carrancudo. Benjen voltou-se então para Will – Fez alguma vigia nesta última semana?

– Sim, senhor – nunca havia uma semana em que ele não fizesse uma maldita dúzia de vigias.

– E em que estado encontrou a Muralha?

– Úmida – respondeu, franzindo a sobrancelha. Agora que Benjen o fizera notar, via os fatos com clareza – Eles não podem ter congelado. Se a Muralha está úmida, não podem. O frio não é suficiente.

– Leve-nos lá. Quero ver esses mortos com meus próprios olhos.

Will seguiu à frente, escolhendo com cuidado o caminho por entre a vegetação. Uma neve ligeira caíra na noite anterior, e havia pedras, raízes e covas escondidas por baixo da sua crosta, à espreita dos descuidados e dos imprudentes. Ser Waymar vinha logo atrás, com o grande corcel de batalha resfolegando de impaciência. A montaria errada para uma patrulha. Benjen Stark vinha ao lado do jovem comandante, e os seus olhos cinza observavam atentamente o que se passava em redor. Gared fechava a retaguarda, resmungando enquanto avançava. O crepúsculo aprofundava-se. As estrelas começavam a surgir. Uma meia-lua ergueu-se. Will estava grato pela luz.

– Podemos decerto avançar mais depressa – disse Royce depois da lua se erguer por completo. Benjen balançou a cabeça.

– Não com estes cavalos – respondeu – E a menos que queira tomar a dianteira, sugiro que fique calado.

Em algum lugar nos bosques um lobo uivou. Will levou o garrano para baixo de uma velha e nodosa árvore de pau-ferro e desmontou.

– Porque parou? – perguntou Ser Waymar ainda do topo do seu cavalo. Benjen e Gared desmontaram sem levantar questões.

– É melhor ir o resto do caminho a pé, senhor. O lugar é logo depois daquela colina.

Um vento frio sussurrou por entre as árvores.

– Há qualquer coisa de errado aqui – murmurou Gared.

O jovem cavaleiro dedicou-lhe um sorriso desdenhoso, desmontando do seu enorme corcel – Ai há?

– Não o sentiu? – perguntou Gared – Escute a escuridão.

Will sentia. Em quatro anos na Patrulha da Noite nunca estivera tão temoroso. O que era aquilo?

– Vento. Ruído de árvores. Um lobo. Que som te apavora tanto, Gared? – o homem mais velho não respondeu e Royce atou com segurança o cavalo a uma ramada baixa, afastado dos restantes. Retirou a espada da bainha. Joias cintilaram no punho. Era uma espada magnifica, forjada num castelo e, segundo aparentava, novinha em folha.

– O arvoredo é espesso por aqui – preveniu Will – Essa espada o atrapalhará, senhor. Uma faca é melhor.

– Se precisar de instruções, eu as pedirei – disse o jovem – Gared fique aqui. Guarde os cavalos.

– Precisamos de uma fogueira.

– Não – respondeu Benjen – Se houver inimigos por perto, uma fogueira é a última coisa que queremos.

– Há alguns inimigos que uma fogueira manterá afastados – disse Gared – Ursos, lobos gigantes... Outras coisas – a boca de Benjen transformou-se numa linha dura.

– Não haverá fogo.

Gared baixou o olhar, mas Will via a fúria escondida, mesclada com o medo.

– Indique o caminho – disse Royce a Will.

Will teceu um rumo através do matagal, depois subiu o declive da colina baixa onde encontrara seu ponto de vigia, por baixo da árvore sentinela. Sob a fina crosta de neve o solo estava úmido e lamacento.

Não fez nenhum som subindo. Atrás de si ouvia o roçar metálico da cota de malha de Ser Waymar, o restolhar de folhas e pragas murmuradas quando os ramos espetados se agarravam à espada e puxavam o magnifico manto de zibelina. Benjen Stark movia-se com o silêncio de um homem morto.

A grande árvore estava mesmo no topo, onde sabia que estaria, com os ramos inferiores não mais que trinta centímetros acima do solo. Will deslizou por baixo, com a barriga apoiada na neve e na lama, e olhou a clareira vazia mais abaixo.

O coração parou no seu peito. Por um momento não se atreveu a respirar. Tudo estava como estivera algumas horas antes. Exceto os corpos, todos eles tinham desaparecido. Uma espada golpeou um ramo quando Ser Waymar atingiu o topo da colina. Ficou em pé ao lado da árvore, de espada na mão.

– Abaixem-se – segredou Will com urgência – Há algo de errado.

Benjen deitou-se ao seu lado, os olhos percorrendo rapidamente o espaço. Royce não se moveu. Olhou para a clareira vazia e riu – Parece que os mortos levantaram acampamento, Will.

A voz abandonou-o. Não era possível.

– Levantem-se – ordenou Ser Waymar – Não há ninguém aqui – Will obedeceu, mas Benjen permaneceu no mesmo local, escondido pelo arbusto. Ser Waymar olhou-o com aberta desaprovação – Não vou regressar a Castelo Negro com um fracasso na minha primeira patrulha. Vamos encontrar aqueles homens e levar um conosco, como era o desejo do rei – olhou de relance em volta – Suba na árvore, Will, procure uma fogueira.

Virou-se, sem palavras. Não valia apena argumentar. O vento movia-se. Trespassava-o. Dirigiu-se para a árvore e começou a subir. Em breve tinha as mãos pegajosas de seiva e estava perdido entre as agulhas. Murmurou uma prece aos deuses.

Embaixo, Royce gritou de repente:

– Quem vem lá?

Parou de escalar; escutou; observou. Os bosques deram resposta: um restolhar de folhas, o correr gelado do riacho, o pio distante de uma coruja das neves. Os Outros não faziam som algum. Will viu movimento com o canto do olho. Virou a cabeça, viu de relance uma sombra branca na escuridão. Logo depois ela desapareceu. Ramos agitaram-se gentilmente ao vento. Will abriu a boca para gritar um aviso, mas as palavras pareceram congelar na garganta. Talvez estivesse errado.

– Porque está tão frio? – gritou novamente.

E estava frio. Tremendo, Will agarrou-se com mais força ao seu poleiro. Aperto o rosto com força contra o tronco da árvore. Sentia a seiva pegajosa na bochecha.

Uma sombra emergiu da escuridão da floresta. Parou na frente de Royce. Era alta, descarnada e dura como ossos velhos, com uma carne pálida como leite. Sua armadura parecia mudar de cor quando se movia; aqui era tão branca como neve recém caída, ali, negra como a sombra, por todo o lado sarapintada com o profundo cinzento esverdeado das árvores. Os padrões corriam como o luar na água a cada passo que dava. Will ouviu a exalação sair de Ser Waymar, num longo silvo.

– Não avance mais – tinha a voz quebrada de um rapaz. O movimento no arbusto chamou a sua atenção, mas não a do Outro. Benjen continuava escondido, talvez ponderando sair e lutar. O vento parara. Estava muito frio.

O Outro deslizou para a frente sobre pés silenciosos. A espada em suas mãos era como nada que Will tivesse visto. Estava viva de luar, translúcida, um fragmento de cristal tão fino que parecia quase desaparecer quando visto de frente. Havia naquela coisa uma tênue cintilação azul, uma luz fantasmagórica que brincava com os seus limites, e de algum modo soube que era mais afiada do que qualquer navalha.

Ser Waymar segurava a espada com bravura, mas estava demasiado preplexo para se mexer. O Outro continuou parado e Will viu os seus olhos. Azuis, de um profundo azul que queimava como gelo. Por momentos atreveu-se a ter esperança. Surgiram em silêncio das sombras, gêmeos do primeiro. Três... Quatro... Cinco... Ser Waymar não chegou a vê-los. Will quis chama-lo, era o seu dever. Estremeceu, abraçou a árvore e manteve o silêncio.

A espada clara veio pelo ar.

Benjen Stark pulou do seu esconderijo e parou-a com o aço. Deteve um segundo golpe, e um terceiro. Depois recuou um passo. Outra chuva de golpes e recuou outra vez. Uma vez e outra, as espadas encontraram-se, até Will querer tapar os ouvidos, protegendo-os do estranho e angustiado lamento de seus choques. A espada cristalina trespassou-lhe o braço. Atrás dele, Royce soltou um palavrão. As gotas pareciam vermelhas como fogo onde tocavam a neve.

O Outro disse qualquer coisa numa língua que Will não conhecia; sua voz era como o quebrar do gelo num lago de inverno, e as palavras, escarnecedoras. Ser Waymar Royce encontrou a sua coragem – Pelo rei! – gritou, ultrapassando Benjen e atacando. Quando as lâminas se tocaram, o aço despedaçou-se. Um grito ecoou pela noite da floresta, e a espada quebrou-se numa centena de pedaços quebradiços, espalhando os estilhaços como uma chuva de agulhas. Royce caiu de joelhos, guinchando, e cobriu os olhos. Sangue jorrou-lhe por entre os dedos. Os observadores aproximaram-se uns dos outros, como que em resposta a um sinal. Um deles segurou Benjen, que se debatia em seus braços como uma criança e gritava, até que uma pancada na cabeça o calou.

Espadas ergueram-se e caíram, tudo num silêncio mortal. Era um assassinato frio. As lâminas pálidas atravessaram a cota de malha do jovem cavaleiro como se fosse seda. Will fechou os olhos. Muito abaixo, ouviu as vozes e os risos, aguçados como pingentes. Quando reuniu coragem para voltar a olhar, um longo tempo se passara, e a colina lá embaixo estava vazia.

Ficou na árvore, quase sem se atrever a respirar. Por fim, com os músculos cheios de cãibras e os dedos dormentes de frio, desceu. O corpo de Royce jazia na neve de barriga para baixo. O espesso manto de zibelina tinha sido cortado numa dúzia de lugares. Jazendo assim morto, via-se como era novo. Um rapaz.

Will encontrou o que restava da espada a alguns pés de distância. Ajoelhou-se, olhou em volta com cautela e apanhou-a. A espada quebrada seria sua prova. Gared saberia compreendê-la, e, se não soubesse, então haveria o velho urso Mormont ou o Meistre Aemon, Will duvidava que Stannis fosse entender.

Estaria Gared ainda à espera com os cavalos? Tinha de se apressar, avisar Ned Stark do desaparecimento do irmão. Dizer-lhes o que viria depois dos selvagens. Will endireitou-se. Ser Waymar Royce erguia-se sobre ele. Suas belas roupas eram farrapos, o rosto, uma ruína. Um estilhaço da espada trespassara a pupila branca e cega do olho esquerdo. O olho direito estava aberto. A pupila queimava azul. Via. A espada quebrada caiu de dedos despidos de força. Will fechou os olhos para rezar. Mãos longas e elegantes roçaram na sua bochecha e depois se fecharam em volta de sua garganta. Estavam enluvadas na mais fina pele de toupeira e pegajosas de sangue, mas seu toque era frio como gelo.

O inverno tinha chegado e a sua morte não seria como adormecer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sins of Our Fathers" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.