O Coração Quer O Que Ele Quer escrita por MissAnnie


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Oin gente! Voltei com mais um hoje porque sou linda, cheirosa e maravilhosa. Esse capítulo tá grande e de acordo com a Mica:

ABRE ASPAS
esse capítulo deve ter ficado um pouco chatinho, com poucas cenas Perina, mas eu precisava escrevê-lo. Desculpem se não agradar.
FECHA ASPAS

Não ficou nada chato. Eu particularmente amo esse capítulo. Vou explicar porque.. Novamente usando as palavras da Mica:

ABRE ASPAS
E eu queria dedicar esse capítulo às minhas micas lindas: Cá, Babi, Gabi e Loris ♥ Acho que vocês vão encontra-las ao longo do capítulo haha.
FECHA ASPAS



Enfim, vocês vão entender quando lerem. Até lá embaixo.



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“Toda estrada é uma subida escorregadia, mas sempre há uma mão na qual você pode se segurar. Olhando profundamente pelo telescópio você pode perceber que seu lar está dentro de você. Apenas saiba que não importa aonde vá, não, você nunca está sozinho. Você sempre voltará pra casa.”

93 Million Miles – Jason Mraz

Um mês depois...

“K, acorda minha filha...” Seu Gael despertava-me enquanto abria as cortinas do meu quarto, deixando com que o sol entrasse. “Você não pode se atrasar.”

“Já vou levantar, pai.” Disse ainda deitada, enquanto meu pai saía do quarto.

Bom, hoje é um dos prováveis dias mais importantes da minha vida: finalmente sairia a convocação para o intercâmbio em que me inscrevi. A universidade vai disponibilizar a lista de convocados, por isso em plenas férias estou indo até lá. Meus amigos estarão lá e se tudo ocorrer bem, sairemos para comemorar.

Levantei-me, escolhi a primeira roupa vista no guarda-roupa e estava pronta. Encontrei meu pai e Bianca tomando o café da manhã e aproveitei para juntar-me a eles.

“Bom dia, menina! Ansiosa?” Beth aparecera com uma jarra de suco nas mãos.

“Ah, só um frio na barriga, Beth.”

“Você vai conseguir, maninha!” Bianca dizia enquanto servia-se do suco que Beth trouxera.

Ao me servir, notei que meu pai estava calado. Depois de sair do meu quarto, ele não pronunciara mais nenhuma palavra, e isso me preocupava, já que ele não era assim.

“Pai, tá tudo bem?” Ele virou o rosto, fungando. “Ah, não, seu Gael. Você não tá chorando, não é?!”

“Seu Gael chorando? Essa é boa...” Beth disse rindo, indo para a cozinha.

“Pai, olha pra mim.” Ele voltou-se para mim, seus olhos eram tristes e marejados. “Pra quê isso? Eu nem fui convocada ainda, qual o motivo do choro?”

“Karina, eu quero que saiba que eu sempre vou torcer por você. Quero que você consiga tudo que almeja nessa vida, minha filha. Mas isso não impede que eu fique triste, minha menininha cresceu e pode ir embora a qualquer momento...” Ele era durão, mas pela primeira vez ele estava desarmado.

“Pai, bem...Muito obrigada, primeiramente. E pára com isso, não precisa chorar. Eu não sei nem se eu vou embora, e mesmo se eu for, um ano passará voando. Não fica desse jeito, ok? Vai dar tudo certo.” Disse enquanto acarinhava sua mão, sorrindo.

“But just remember on the way home. That you were never meant to feel alone. It takes a little while, but you'd be fine: another good time coming down the line...” Ele cantarolava e todos na mesa riam.

“Pai, então é por isso que meu Paradise Valley sumiu lá do quarto, não é? Estou de olho em você!”

Eu, Bianca e Beth tentamos a todo custo descontrair o ambiente, para que meu pai animasse um pouco. Terminado o café, fui até meu quarto pegar a chave do carro e minha bolsa. Despedi-me de todos, e em questão de minutos já estava a caminho do meu futuro, ou universidade, como queiram chamar.

Algumas músicas no aleatório e logo havia chegado na universidade. Estacionei o carro, apanhei meus pertences e rumei para o auditório. Enquanto caminhava, vejo uma garota ruiva se aproximar.

“Oi, dá licença...Você sabe onde está sendo divulgada a lista de convocados para o intercâmbio?”

“Oi, eu tô indo pra lá. Se quiser ir comigo...”

“Obrigada, vou com você então.” Ela sorriu e eu sorri de volta. Ficamos alguns segundos assim, até que eu voltei a caminhar para o local da divulgação, e ela acompanhava-me. “Qual seu nome?” Parei e encarei-a. “O meu é Gabriella.” Sorria novamente.

“Eu sou a Karina, prazer.” Voltamos a caminhar.

“Prazer. Você foi convocada?”

“Vou descobrir daqui a pouco. E você?”

“E eu o que?” Parecia confusa.

“Você parece muito nova, você é de qual curso?”

“Eu tenho 15 anos, acabei de me formar no ensino fundamental.”

“Ah, sim. E desculpa perguntar, por que você tá aqui? Digo, veio ver a lista de convocados... Conhece alguém aqui?” Paramos na entrada do auditório.

“Ela ME conhece, Karina.” Assustei-me ao ouvir sua voz.

“Cobra?”

“E aí, loirinha? Já conheceu minha dama?”

“Dama?” Eu alternava o olhar no Cobra e na nova conhecida. “Isso não é pedofilia não?”

“Não, porque é com o meu consentimento.” A menor pronunciou-se, indo para o lado do rapaz.

“Entendi. Enfim, foi um prazer revê-lo, Cobra. E um prazer te conhecer, Gabi. Agora vou procurar meus amigos. Até.” Despedi-me do casal, que logo estava se atracando na entrada do auditório.

Cobra, ou Ricardo, era um ex-lutador da academia do meu pai e que hoje cursa Educação Física. Nós éramos bastante amigos até ele mudar de academia, que por coincidência era de um dos caras que meu pai mais odeia - Lobão. O pessoal da nossa academia se revoltou contra o Cobra, ele chegou a ser hostilizado, e eu fui afastada dele. Meu pai não queria nem eu nem seus alunos próximo a ele e a academia em que ele praticava.

Mas, apesar desse tempo todo, nossa amizade permaneceu a mesma. Tanto é que depois dele se meter numa luta clandestina e ser preso, fui eu quem o ajudei a sair da cadeira – o advogado do meu pai, Dr Heideguer conseguira seu habeas corpus. E depois da confusão toda, eu o encorajei a tentar cursar Educação Física e agora lá estava ele, a espera do seu nome na lista de convocados.

Acabei encontrando Sol, ela fora lá para acompanhar-me, já que não se inscrevera para o intercâmbio. Junto a ela estavam Jeff com sua namorada Mari, e Wallace, abraçado a outra garota, que supus ser sua namorada. Jeff cursava artes cênicas e Mari música, Wallace é um discípulo do seu Gael que hoje luta profissionalmente.

“Oi, gente!” Cumprimentei a todos, recebendo um abraço de Sol.

“Antes de mais nada, quero apresentar minha namorada. Karina, esta é a Babi. Babi, essa é a Karina.” Enquanto saudávamos com dois beijinhos no rosto, Wallace prosseguiu. “Ela faz engenharia civil, K. Minha mulher é correria, fala tu.”

“Hahaha, é claro que é, Wallace. Você também tá esperando a lista?”

“Estou sim, mas estou a ponto de ter um treco. Negão, não tem como você buscar um suco pra mim não?” Disse manhosa.

“Mas é claro, vai querer o de sempre?” Ele abafara um riso. “Suco de Raranja!” Todos caíram na gargalhada e eu fiquei sem entender. “Jeff, moleque solto, vamos lá comigo.” Deram um beijo em suas respectivas namoradas e saíram.

“Gente, só eu que não entendi a parada do suco?” Olhava confusa para Sol e Mari, que ainda riam, enquanto Babi parecia sem graça.

“É que a Babi tem certa dificuldade para falar laranja...” Sol dizia em meio a risos.

“Que maldade...” Agora era eu que estava reprimindo um riso.

Passados alguns minutos, Wallace e Jeff voltaram com o tal suco e com alguns agrados para as namoradas. Estávamos entretidos no papo, que assustei-me com a chegada de Pedro.

“Fala, galera. Tudo tranquilo?” Cumprimentou a todos, e quando foi a minha vez fora um pouco confuso, pois não sabíamos cumprimentarmo-nos direito. Os outros perceberam a cena e um silêncio se instalara, mas tratei logo de quebra-lo.

“Mas fala pra gente, mole...Pedro. Você também vai tentar o intercâmbio?”

“Tá maluca? Tenho um cd para gravar. Eu vim com o João.” Agora eles eram como melhores amigos.

“O João? Ele não me avisou que vinha.”

“Falando de mim, maninha?” Assustei-me e virei para encará-lo, ele estava com uma garota.

“Você vai tentar também? A Dandara não me falou nada...”

“Ela não falou porque eu não vou tentar intercâmbio. Na verdade eu vim com a Lorena, ela que vai.” A morena sorria ao seu lado.

“É, eu faço engenharia aeronáutica e se eu conseguir essa bolsa para estudar fora, vai ser um sonho realizado.”

“Engenharia já é difícil, imagine aeronáutica. Você deve ser muito nerd...Combina com o João.” Eu disse e todos riram, deixando o casal corado.

Voltamos ao papo que logo fora cortado pelo reitor, que subira ao palco pronto para anunciar algo. Todos levaram sua atenção até ele.

“Bom dia, alunos! Estou aqui para informar que em alguns minutos a lista com os nomes será fixada no mural que se encontrada na entrada do auditório. Lembrando que, independente do resultado, quero parabenizar a todos aqui presentes e dizer que não desistam dos seus sonhos. Se não for agora, mais pra frente pode acontecer. E no mais, quero convidá-los para um café da manhã que será servido às 10 horas no bandeijão. Sem mais delongas, desejo-lhes boa sorte nessa nova fase.” Ao terminar, fora ovacionado por todos ali, e logo retirava-se do palco.

Em questão de segundos, uma movimentação repentina acontecera. Pude ver que algumas folhas estavam no mural, então chamei os meus amigos para conferir o que estava lá. Um bolo de gente se formava próximo ao local, olhares ansiosos, dedos nervosos desciam e subiam pela lista a procura de seus nomes.

Não eram muitos nomes, e com o passar do tempo, muitos “passei” ou “consegui” foram ouvidos e minha esperança por uma vaga estava se esgotando. Com certa dificuldade e esforço, consegui passar por entre a multidão, e enquanto procurava por meu nome, escutei Cobra, Bárbara e Lorena gritarem e eu já estava desistindo daquilo.

Foi então que Pedro aparecera do meu lado. Sua cara era um misto de felicidade, emoção, eu não estava entendendo, ele não havia se inscrito. Eu olhava confusa esperando alguma resposta, então fui surpreendida.

“K, você conseguiu! Parabéns!” Ele puxava-me para fora do bolo de pessoas, e quando finalmente chegamos num lugar calmo, eu estava em choque. “Esquentadinha? Você tá bem? Esboça alguma reação, pelo amor de Deus!” Seu olhar era preocupado.

Eu estava digerindo tudo aquilo. Eu consegui? Era isso mesmo? Era verdade? Meu coração batia fora do ritmo, eu estava paralisada, eu estava prestes a explodir de felicidade, meus olhos encheram-se de lágrimas.

“Esquentadinha, por que você tá chorando? Você conseguiu. Vai morar em Nova Iorque. Fica feliz, não chora.” Agora Pedro abraçava-me, mas tratei de afastar-me. “Que foi?” Ele olhava-me confusa.

“PUTA. QUE. PARIU. EU. PASSEEEEEEEEEI.” Nesse momento eu pulava como uma louca, não sabia se corria, se dava cambalhota, se... Não pensei duas vezes, e num impulso colei meus lábios aos do Pedro.

Eu estava completamente feliz e o que eu precisava era daquele beijo. Desde aquele dia no estacionamento eu não me encontro com Pedro. Zé inventara várias atividades para fazermos durante esse último mês, não me deixava ir aos ensaios da banda da Sol, sempre estava por perto.

E hoje foi o dia que consegui uma folga dele, então eu deveria aproveitar. Eu estava com saudades de Pedro, o máximo de comunicação que tivemos foi via sms. Eu precisava matar minha saudade, precisava matar aquele desejo por seus beijos que me consumia. E por isso estávamos lá, nos beijando como se não houvesse amanhã. Mas logo fomos interrompidos por Bianca e Duca. O que eles estavam fazendo ali?

“Hum-hum... Atrapalhamos?” Fuzilei Duca com os olhos.

“Para, Du. Deixa a K aproveitar. Acho que temos boas notícias, não é mesmo?” Bianca dizia ao se aproximar de mim.

“O saldo de aprovados é...” O grupo aproximava-se de nós, e Wallace anunciava enquanto Jeff imitava um 'rufem os tambores'. “Babi, Lorena, Karina e Cobra. Aprovadíssimos!” Todos gritavam, os casais beijavam-se enquanto eu e Pedro apenas sorríamos um para o outro.

“K, eu tô tão feliz por você, maninha...” Bianca dizia com a voz embargada, abraçando-me. “Vocês foram selecionados para onde?”

“Nova Iorque.” Dissemos em uníssono, logo nos entreolhamos e rimos.

“Que maneiro! Meu irmão tá lá nos Estados Unidos também.” Duca parabenizava os aprovados.

“É, o Allan foi visitar a futura noiva dele, a Carol. Ela trabalha como aupair em Rochester, uma cidade que fica em Minnesota. Ele sempre vai visitá-la, mas ano que vem ela volta pro Brasil e eles vão noivar.” Bianca explicara.

“Quem diria, o Allan noivando...” Wallace disse e todos riram.

“Pois é, e daqui a pouco é a gente. Não é amor?” Bianca olhava apaixonada para o namorado, que parecia envergonhado.

“Primeiro tem que falar com o mestre...” Avisei-o, tirando novamente risos da galera.

Todos conversavam animadamente, menos Pedro, que agora parecia sério. Segurei em sua mão, chamando-o para um lugar mais calmo, longe do pessoal. Estávamos próximos a um jardim, quando Pedro parou.

“O que foi, Pê? Você tava feliz e do nada ficou assim.”

“Eu não tava feliz.” Encarei-o assustada. “Eu estou feliz.” Relaxei ao ouvir aquilo, sorrindo de lado. “Mas eu estou triste porque você vai ficar longe de mim.” Fez um biquinho que eu não resisti, dando um selinho.

“Mas, tecnicamente, já estamos longe. Nesse último mês mal nos vimos.”

“Eu sei, mas quanto tempo você vai ficar lá?”

“Um ano.”

“Um ano? Tá vendo? É muita coisa. Falta pouco para a banda gravar o CD e eu me livrar de vez da Vicky.”

“É complicado isso, Pê. Eu não vou desistir dessa oportunidade...”

“Não, K. Não tô pedindo pra você desistir. É só que eu...”

“Você?”

“Eu vou morrer de saudade.” Fizera novamente o biquinho e repeti o processo anterior.

“Moleque, não fica assim. Você vai gravar esse CD, vai ficar famoso e quando eu voltar nem vai se lembrar de mim.”

“Eu não vou me esquecer de você, nem se eu quisesse...” Ele abraçara-me forte.

“Se me esqueceres, só uma coisa, esquece-me bem devagarinho. Bonito, não é? Mário Quintana.”

“Bonito mesmo. Mas vamos para com isso. Vamos aproveitar o tempo que nos resta...”

“Falando desse jeito, parece que vamos morrer.” Ri ao terminar. Pedro olhava-me sério. “O que?”

“Mas eu vou morrer.” Arregalei os olhos, do que ele estava falando? “Um dia.” Lançara-me um olhar travesso enquanto ria.

“Só você mesmo, moleque.”

Ficamos rindo e conversando por bastante tempo, e digamos que o tempo voou, como sempre voava quando estávamos juntos. Decidimos procurar a galera e logo os encontramos. Eles estavam combinando de sair para comemorar e juntamo-nos a eles.

Esse fora um dos dias mais felizes da minha vida. Eu estava feliz, realizada e comemorando com pessoas que eu adoro. Nada iria estragar meu momento... Pelo menos era o que eu queria.


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Notas finais do capítulo

E a K vai vir pros States! Eba!!

E aí, concordam com a Mica e acharam o capítulo chato? Eu adoro esse capítulo gente. Pra quem não sabe, as meninas todas "namoradas" fazem parte de um grupo que a gente tem no WPP. HAHAHAHA Muito amor essa Mica nos incluindo na fic né? Eu até sou noiva, olha que chique!

Ah, e a Mica manda avisar também que:

ABRE ASPAS
A Babi ficou treinando para falar laranja, gente. Tá tudo bem agora KKKKK
FECHA ASPAS

Só não pode pedir pra ela falar muito rápido senão ela ainda tem dificuldades né. HAHAHAHA


Gente, vou indo! Estou morrendo de sono.

Beijos e queijos.


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