Anjo De Cristal escrita por Maria Fernanda Beorlegui


Capítulo 42
Step Out - FIM


Notas iniciais do capítulo

E aqui venho eu com o último capítulo desta fanfic. Apesar de tudo, amei escrevê-la.
A musica que toca neste capitulo se chama Step Out de José González.



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POV Letícia

Leandro Santisteban então desfaleceu em meus braços com doces lembranças de sua infância. Nada foi dito após Leandro morrer, mas minha consciência pesou ao revelar para ele que Amara está viva. Pesou mais ainda por saber que Leandro morreu sem saber que sua mãe foi presa por assassinato, pelo assassinato de Fabiana. Que tola que eu sou em me preocupar com isso! Leandro está morto em meus braços e eu aqui pensando no crime que Maite cometeu com Dalila.

O que será de Lorenzo agora com o filho morto e a esposa presa? O que terei que fazer com o meu tio? — Nosso grau de parentesco agora é este. —Não faço a mínima ideia do que será de nós diante de tantas desgraças.

(...)

—Para onde vai? —Zara pergunta ao deixar meu pai sozinho na sala. —Você não se sente bem. —Foi quando nos abraçamos.

—Eu preciso ir até Maria. Ela precisa saber que Angélica é Amara. —Falo ao me lembrar da forma que Leandro falou de Amara. Ele sonhou tanto em ficar ao lado de Amara que nos momentos finais de sua vida vida, desejou ficar ao lado de Amara.

—Você sempre sendo bondosa com as pessoas...

—Eu preciso fazer isso antes de ir embora, Zara. —Minhas palavras a chocaram. —Eu lamento que tudo tenho terminado assim.

—Cada um seguindo seu rumo. —Zara fala agora de mãos dadas comigo. —Para onde vai?

—Não tenho destino nem hora de partir. Posso ir a qualquer momento, você sabe disso. —Falo. —Henrique já deve ter se entendido com Daniela e agora eu presumo que Rafael já deve ter ido embora com Lúcia e Clarice.

—E Maite? E Dalila? —Zara pergunta aflita.

—Outras pessoas tomaram conta do caso delas, Zara. Eu só preciso ir até os San Román e revelar tudo isso. —Meu olhar caiu sobre Lorenzo. —Cuide dele.

—Eu não sei o que fazer aqui, Letícia. Estou perdida... —Zara fala assustada e me faz rir.

—Você é capaz de muita coisa, Zara. —Falo ao abraçá-la pela última vez. Me despeço rapidamente de Zara e sigo meu rumo á mansão San Román. Está mais do que na hora de todos saberem que Angélica Lafaiete é na verdade Amara San Román.

POV Amara

Olhos castanhos despertaram com o forte barulho de um carro se aproximando da mansão. Me levantei rapidamente e notei que vários carros estavam estacionados de frente para a minha casa. —Rapidamente um flash de memórias se passam pela minha mente e eu me lembro de quem sou. —Me apoio no divã e seguro-me firme para não cair no chão.
Sinto meu corpo ganhar um grande peso e perder suas forças aos poucos enquanto estou de pé, mas sigo firme e vou até a janela novamente.
Vejo inúmeras pessoas usando preto simbolizando luto e isso me faz lembrar do atentado que Daniela e Leandro sofreram.

Lembro-me também que esse atentado foi causado por Fernando e seu momento de loucura, e agora sei o quanto ele pode estar longe de mim. O grande amor que Fernando sente por mim causou tanto estrago, estrago este que nos enlouqueceu.
Por que de certa forma estamos tão loucos que acabei sendo presa em um manicômio e ele quase matou Daniela e Leandro. Agora que tenho a noção do quanto Daniela deve estar feliz e ao mesmo tempo assustada por carregar uma criança no ventre, visto-me apressada para ir até a sala e saber por que de tantas pessoas em minha casa.

Dou gargalhadas ao saber que meus pais estão bem e que Ana Rita e Francisco podem estar lá em baixo. Mas ao mesmo tempo me entristeço por saber que enfrentei minha mãe e não dei muita atenção para Ana Rita e Francisco. Agora que me lembro de tudo o que aconteceu posso fazer as pazes com minha mãe e viver ao lado de Daniela e do meu sobrinho que se gera no ventre da mãe.

—Fernando. —Falo incrédula ao me lembrar da promessa que ele fez ao pensar que eu estava morta. Mas eu também me lembro que ele quase matou Leandro, ou será que o inevitável aconteceu e todas essas pessoas de preto simbolizam o luto por Leandro?

—Se Fernando matou Leandro eu não ficarei ao seu lado como prometi a cinco anos atrás. —A minha paixão por Leandro falou ainda mais alto do que meu amor por Fernando. É então que , com a mesma fé e coragem que Fernando teve em me prometer que nunca olharia para outra mulher a não ser eu, eu faço a minha promessa. —Se Leandro morrer eu prometo nunca mais amar ou me apaixonar por outro homem. Nem mesmo por Fernando. —Falo ao ver o pequeno anjo de cristal em minha penteadeira. O pequeno presente dado por Fabiana para a minha mãe agora brilha como uma estrela em meu quarto.

—Angélica. —Falo enquanto passo os dedos pelos meus fios de cabelos cortados por Dalila. As cicatrizes que tenho em minha pele não são nada comparados com as que tenho em minha alma. —Quanta diferença. —Falo ao retirar os cachos de meu cabelo e observar cada detalhe de meu rosto com cautela. Me lembro de meus dezessete anos e de o quanto Leandro brigava comigo por me ver fumando. —Eu voltei. —Falo exuberante e me olho no espelho com mais cuidado. Eu não mudei quase nada...

A minha falta de memória me levou a loucura e eu acabei despertando o pior que existia em mim, acabei dando espaço para Angélica Lafaiete amargurar Fernando. —Afinal, como o resultado pode ter dado negativo se eu sou filha de Maria e Estevão? — Dalila! Ela com certeza sabotou o resultado e isso fez com que Fernando ficasse louco de raiva! O amor enlouqueceu Fabiana, enlouqueceu Dalila, enlouqueceu Fernando e me deixou louca também! Maldito seja o amor! Por ele tantas pessoas já morreram e outras ficaram loucas...

—E como ela está? —Ouço uma voz feminina e muito familiar perguntar enquanto desso as escadas naturalmente. Vejo meus dois pais e minhas duas mães na sala de estar e espero que todos me olhem.

—Mães? Pais? —Os chamo emocionada e rapidamente me deparo com os olhares curiosos de todos.

—Angélica? —Maria me chama com receio.

—Pode me chamar de Amara. —Minhas palavras e meu sorriso fizeram com que os quatro se olhassem abismados e surpresos. —Eu me lembro de tudo, família.

—De absolutamente tudo? —Estevão pergunta e então vejo pequenas lágrimas saírem de seus olhos.
Eu não falei mais nada, fui de encontro aos quatro e os abracei sem temer nada. Sentir o calor de cada um, saber que eles estão comigo e que agora seremos felizes me conforta.

—Ela está viva! —Ana Rita fala ao se deparar com o meu olhar. —Eu já não tinha mais esperanças, Regina.

—Amara. —Maria corrigi com humor e lágrimas ao me sentir em seus braços novamento.

—Não importa. —Francisco fala ao me abraçar forte e ao tocar em meu rosto. —O que importa é que ela está viva.

—E com toda a sua memória recuperada. —Meu pai fala e então eu o abraço novamente.

—Senti a sua falta, papai. —Minhas palavras o fizeram chorar. Aliás, todos nós estávamos chorando pela a minha recuperação. —Eu me lembro de quem me fez mal, pai. Eu sei quem forjou a minha morte e se aproveitou da minha perca de memória... Eu lembro de tudo! —Falo eufórica e todos me olham com atenção. —Foi Dalila.

—Dalila? Você tem certeza? —Francisco pergunta assustado.

—Ela me odeia, pai. Ela me odeia por que ama Fernando e ele não a corresponde. —Os quatro permaneceram em silêncio e me deixam intrigada. —Por falar nele... Ele me disse que iria fugir...

—Fernando fugiu? —Ana pergunta.

—Sim, foi o que ele me disse. —Falo e todos ficam indignados. —Mesmo o amando eu não posso concordar com o seu erro.

—Fernando quase matou Daniela e o bebê. —Meu pai fala incrédulo. —Mesmo que você quisesse eu não permitiria que se casasse com ele, Amara.

—Eu sei... —Falo ao notar uma certa inquietação em Ana Rita e Francisco. —E Leandro?

—Morto. —Letícia revela ao entrar em minha casa sorrateiramente. Todos nós ficamos espantados ao saber que Fernando conseguiu matar Leandro. Se não fosse pelos meus pais com certeza eu estaria caída no chão em choque ao receber essa notícia. Eu não posso acreditar que Fernando matou! Que ele matou Leandro! Meu Deus, que tragédia!

—Amara! —Meu pai me chama e em seguida Letícia nos olha assustada.

—Amara? Ela se lembrou? —Leticia pergunta assustada. —Eu sei quem esteve por trás disso tudo.

—Dalila. —Mais surpresa Letícia ficou ao me ver falar. —Eu lembro de tudo, Letícia.

—Mas agora ela está presa assim como Maite. —Leticia nos revela. Maite está presa? Por que?

—Maite presa? —Ana Rita pergunta incrédula. —Não faz sentido!

—Maite matou Fabiana. —Mais uma revelação nos choca. Vejo minha mãe levar sua mão até a boca para abafar seu grito.

—Isso é impossível. —Meu pai nega ao saber que Maite, a imaculada senhora Santisteban, foi capaz de matar uma pessoa.

—E Lorenzo? —Ana Rita pergunta preocupada.

—Com a morte do filho e a esposa presa Lorenzo deve estar se sentindo perdido. —Francisco fala.

—Eu não acredito que Fernando foi capaz de matar Leandro. —Minhas palavras preocuparam todos. —Eu não sei nem o que pensar.

—Você agora precisa pensar em você mesma e na sua família, Amara. —Letícia fala firme. —Não vai ser fácil para você.

—Nunca foi, mas nós estaremos com você. —Ana Rita me conforta. —Você agora sabe quem você é.

—Mas eu ainda estou muito confusa. —Reclamo. —São muitas notícias ao mesmo tempo!

—Se acalme! —Meu pai pede nervoso. —Tem várias outras coisas que precisa saber, filha.

—Não agora. —Ana Rita repreende com cautela. —Você precisa assimilar a morte de Leandro primeiro, Amara.

—Não terei força para isso. —O meu choro foi inevitável. —O que mais me dói é saber que Fernando foi o culpado pela morte de Leandro.

—A culpa não é sua e você não deve interromper sua vida por isso, Amara. —Letícia fala e me dá as mãos. —Você foi arrancada de seus pais e quando pensou que estava prestes a viver a sua vida, Dalila fez por onde você esquecer toda a sua história e pensar que era outra pessoa. Agora você tem todos nós e não pode se martirizar mais uma vez.

—E o que eu vou fazer? —Pergunto atordoada.

—Você perdeu Leandro para a morte e Fernando para a vida. —Letícia acaba me fazendo chorar com suas palavras. —Você precisa da sua família e a sua família precisa de você.

—Ela tem toda razão. —Meu pai fala voltando seu olhar para mim. —Você não deve se atormentar tanto, Amara.

—Como eu não posso me atormentar tanto? Fernando matou Leandro por minha causa sim! —Minhas pernas falharam e eu fui amparada pelos meus pais.

—Não foi! De forma alguma! —Minha mãe insiste em me defender.

Se ela soubesse do que fui capaz de fazer com Fernando enquanto eu estava sem memória! Eu fiz com que Fernando odiasse Leandro muito mais do que ele poderia odiar. Agora eu não tenho nem Fernando, nem Leandro. A loucura de Dalila me fez enlouquecer também e agora eu sofro as consequências de tudo isso.

—Está tudo bem entre nós agora. —Minha mãe me perdoa ao se dar conta de que eu a ameacei. Eu olho em volta e vejo que todos estão dispostos a me ajudar e então eu paro de chorar imediatamente. —Você precisa seguir em frente com a sua vida, filha. Não é por que Fernando é um fugitivo que você deve se tornar uma fugitiva da vida. Não é por quê Leandro morreu que você deve se enterrar viva...

—Eu vou ter que seguir em frente sem eles. —Falo desnorteada. —Ou do contrário ficarei louca...

(...)

Dez anos depois...

Step Outside,
Gonna step outside,
I'm gonna step out

Ohh! (x3)
Heart's on fire, leave it all behind you
Step outside, time to step outside
Ohh! (x3)
Dark as night, let the lightning guide you

Dez anos se passaram após a morte de Leandro Santisteban e a fuga de Fernando Montenegro. Nesses dez anos eu me dediquei a minha familia e a trabalho. A empresa de meu pai ruiu, mas conseguimos abrir outra e até agora tudo está dando certo como planejado.

—Ana Letícia! —Daniela chama pela minha sobrinha e eu as observo da varanda da mansão.

—Minha sobrinha não tem jeito. —Falo para mim mesma e ando por toda a varanda sozinha e olho para baixo. Exatos três andares, três andares que podem me custar a vida se eu pular desta varanda.

Living life, feeding appetites
Stake through every heart stop in the mood
Being glad, breathing half the time

Ohh! (x3)
Heart's on fire, leave it all behind you
Ohh! (x3)
Dark as night, let the lightning guide you

Nossas vidas mudaram completamente após toda aquela tragédia ter acontecido. A família Santisteban já não morava mais no México, ou pelo menos o que restou dela. Já que Leandro morreu, Lorenzo não teve sua descendência. Ao contrário de Fabiana que teve sua descendência numerosa graças a Leticia.
Maite permaneceu presa pelo assassinato de Fabiana e Dalila por ter sido cúmplice e por ter forjado a minha morte. Além de tudo isso, Dalila também foi acusada de estelionato ao ter falsificado o resultado de exame de DNA que deixava claro que eu era filha de Maria e Estevão.

Broke tooth, one day
Something's not the same
Blank head, 'cuz I sweep the floor
Feel your presence in your absence, shut the door

Ohh! (x3)
Heart's on fire, leave it all behind you
Ohh! (x3)
Dark as night, let the lightning guide you

Soube que Letícia Santisteban herdou toda a herança deixada por Fabiana, sua mãe biológica. Ela hoje reside no Reino Unido, mas sempre mantém contato conosco. Ela e Henrique moram juntos faz alguns meses, acho que isso se deve ao fato dele se sentir sozinho mesmo tendo Ana Leticia como filha.

—Feliz natal, tia! —Ana Letícia fala e me abraça.

—Feliz natal, meu amor! —Desejo para minha sobrinha.

—É para você. —Daniela fala ao me entregar uma caixa de tamanho médio. —Chegou de manhã, mas eu me lembrei de te entregar agora de noite antes do jantar.

—O vovô chegou! —Ana Letícia fala ao ver Francisco e Ana Rita.

—Não diz de quem é. —Falo e coloco a caixa sobre a mesa de meu escritório.

—Não vai abrir? —Daniela pergunta curiosa. Mas nossas atenções são levadas para o telefone que toca sem parar, então eu atendo.

—Amara, sou eu Lúcia Montenegro. —Arregalei os olhos e olhei para Daniela.

—Quem é? —É a única pergunta que sai dos lábios vermelhos de minha irmã.

—Me deixe sozinha, por favor. —Peço educadamente e ela me atende. Após Daniela se retirar, eu falo com Lúcia por telefone. —Soube dele?

—Ele não nos procura faz dez anos, Amara! —Lúcia esbravejou inquieta. —Sabe que dia é hoje? Além de ser natal?

—É o aniversário de Fernando. —Respondo infeliz. —Eu sinto a falta dele, Lúcia.

—Eu também sinto, Amara. Mas se meu irmão está longe é por que ele acha que é melhor assim. —Fala Lúcia com sua calma de sempre. —Feliz natal, Amara. —É uma despedida.

—Feliz natal, Lúcia. —Me despeço e termino a ligação. Após conversar com Lúcia e ver que toda a minha família está chegando para o jantar, vou até a caixa que está sobre a mesa e rasgo todo o embrulho azul da caixa, mas me deparo com uma carta e então a abro e começo a ler.

"Querida Amara, sei que agora deve me odiar e ao mesmo tempo está assustada por ver que sei que Dalila forjou sua morte por amor á mim. Me entenda, não tive a intenção de matar Leandro, eu entrei em desespero e descontei toda minha fúria nele.
Não volto para você por quê sei da promessa que fez, a promessa de nunca amar outro homem caso Leandro viesse a morrer. Pois saiba que a minha promessa também é válida mesmo você estando viva, minha Amara.
Saiba que da mesma forma que você não olha para outro homem por causa de Leandro, eu também não olho para outra mulher por sua causa.
Hoje é meu aniversário, mas o presente é seu, minha eterna noiva.
Espero que encontre a sua felicidade e tenha o paraíso que todo anjo merece ter, Amara. Você é o meu anjo de cristal mal lapidado e despedaçado pela maldade de Fabiana e Dalila, mas de toda forma eu te amo. Por que tuas cicatrizes para mim são apenas traços feitos por um joalheiro em uma jóia, nada mais que isso.
Não voltarei a escrever, muito menos a dar noticias.
Sinto muito, Amara. Sinto muito por termos o nosso amor impedido por tantas coisas.
Espero que se sinta uma deusa coroada de beleza ao ver o que te mando...

Fernando Montenegro. "

—Eu sinto muito mais. —Falo chorando após ler a carta enviada por Fernando. Então vejo que o presente é na verdade um vestido branco e delicado, longo e com com tecido mais fino por trás que cobrirá todo as minhas costas, mas parece uma espécie de capa que se arrasta pelo chão.

(...)

Ao chegar na sala de estar percebi que toda minha família está reunida, até Daniela que não se agrada de festas está sorridente ao lado de Ana Rita e Francisco. Vejo meus pais rirem com as palavras de Ana Leticia, coisa que nunca irão fazer com um filho meu. Até por que nunca terei filhos por não saber mais o que é amor. Amor não se compra e muito menos se vê, apenas se sente. E mesmo com vários pretendentes não sinto o mesmo amor que senti por Leandro, nem a mesma paixão que ainda sinto dentro de mim por Fernando.
Não sei mais o que é o amor que uma mulher sente por um homem, o amor que sinto é apenas pela minha família.
Um sorriso estampa o meu rosto ao ver que o meu final feliz é a minha família. De certa forma eu uno os San Román e os Gutiérrez, certo? Isso está bem claro.

Este é meu dever e agora posso voar com minhas asas sem nenhum peso nas costas. Por trás de todo aquele caos aparente, existe uma uma ordem impecável de amor e esperança. O amor não foi feito para mim, não nasci para amar ninguém, mas vim para este mundo unir pessoas de personalidades distintas.
Quando olho para a toda a minha família unida e amável, exalando compaixão e parceria, vejo que tudo o que sofri por ser separada de meus pais por culpa de Fabiana e em seguida por Dalila valeu a pena. Valeu a pena por que eu não sinto ódio nem rancor, eu sinto paz. E a paz é o que realmente vale nesse mundo.

Nunca voltei a ver Dalila para buscar uma resposta por tudo o que ela me fez, nunca senti ódio dela e nem permiti que minha família fizesse algo contra a mesma. Assim como eu também não sinto ódio por Fernando mesmo ele sendo culpado pela morte de Leandro. O que eu senti e sinto durante todos esses anos é gratidão, é paz, é uma completa harmônia comigo mesma.
Embora eu saiba que os anos estão se passando e eu não estou fazendo o que me falta ser feito: construir uma família.
Mas o mundo é pleno de maldade e de pessoas com a alma obscura como Fabiana, que descontou toda sua revolta em inocentes.
Então eu não me imagino passando pelo mesmo drama e terror que toda minha família passou, não novamente.

Ohh! (x3)
Step outside
Time to step outisde, time to step outside
Ohh! (x3)
Heart's on fire, leave it all behind you

Posso estar sendo antiquada, mas estou sendo antiquada do meu jeito. Contemplando a felicidade de todos que eu amo em uma noite festiva como todas as outras noites, sem me preocupar com Fernando, sem me culpar pela morte de Leandro. Estou fazendo o que eles querem que eu faça, estou seguindo em frente com a minha vida. Seja lá qual for o meu destino, se um dia meu coração se apaixonar ou não, se for para eu viver sozinha, ou até mesmo as sequelas de minha doença me levar ao óbito, terei plena consciência de que fiz tudo o que minha alma pediu, de que fiz tudo o que foi possível fazer.

Estou vivendo a felicidade sem a necessidade do final. Mas assim que ele chegar, estarei certa de uma coisa. —Todos então me observam descer os degraus da escada. —Eu estarei pronta e me despedirei feliz.

 

FIM


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