Anjo De Cristal escrita por Maria Fernanda Beorlegui


Capítulo 41
Tears


Notas iniciais do capítulo

Oi,oi,oi,gente! Estamos no finalzinho do fanfic então vou logo avisando que fortes emoções estão por vir.



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POV Zara

Eu sempre tive dúvidas em relação a morte de Fabiana, algo me dizia que ela não era burra o suficiente para cometer suicídio. Mas saber que Maite foi capa de matar Fabiana com a ajuda de Dálila, eu nunca poderia ter pensado nisso! Mas eu tento entender toda a sua fúria, Maite estava tão amargurada ao saber que Fabiana foi capaz de sequestrar Leandro e ainda ser a mãe biológica de Fabiana.

—Eu também menti. —Lorenzo fala de repente e me faz parar de chorar. —Mas eu menti por quê não adiantava mais contar toda a verdade sendo que Fabiana já estava morta.

—Você sabia que Fabiana era mãe de Letícia? —Pergunto.

—Não. —Lorenzo responde secamente. —Eu soube de um segredo da minha família que envolvia Fabiana.

—E qual é?

—Fabiana não é minha irmã. —Fiquei sem reação ao receber essa notícia. Fabiana e Lorenzo não são irmãos? —Eu encontrei isso no diário de minha mãe, faz muito tempo. E quando eu ia contar a verdade para Fabiana, ela morreu.

—E agora todos nós sabemos que Fabiana é mãe de Letícia. —Falo em choque. —O que vai ser desta família?

—Maite está presa, Leandro está a beira da morte, Henrique quer se vingar de Daniela...

—Ele sabe que Daniela está esperando um filho? —Pergunto preocupada.

—Ele não sabe. Ana Rita me pediu para não contar...

—Mas Letícia sabe, ela certamente irá contar. —Falo.

—Talvez seja melhor esta criança nascer longe de todos nós, os Santisteban. Essa família sempre foi um misto de segredos e surpresas. É melhor viver com a mãe do que conosco, Zara.

—Então é isso? —Pergunto sem acreditar no que está acontecendo com minha família. —Essa família acabou?

—A família Santisteban ruiu. Ela já não existe mais...

—Você irá revelar para todos que Fabiana não é sua irmã? —Pergunto voltando ao assunto. —Afinal, como Fabiana chegou a família Santisteban?

—Fabiana foi adotada pelos meus pais. —Lorenzo revela para mim. —Peço que guarde segredo sobre isso, não quero que mais ninguém saiba...

—Ninguém irá saber.

POV Letícia

Eu já não sei mais como controlar o prazer que sinto em ver Dálila sendo algemada. Se antes eu morri de felicidade ao ver Maite ser levada para a prisão, agora estou mais do que satisfeita com Dálila sendo algemada.
Eu ainda não acredito que Fabiana é minha mãe, mas se ela é, então eu sou sua única filha. Não faço ideia de quem possa ser o meu pai, mas isso não me interessa.

—Acho que tudo acabou. —Lúcia fala gélida. —Não iremos trabalhar juntas depois de tudo isso.

—Não é nada pessoal. —Falo e ela força um sorriso. —Mas que bom que tudo isso acabou.

—Eu só não sei o que será de Fernando...

—Estamos só eu e você. —Falo séria e Lúcia me olha com temor. —Vamos dar tempo para que Fernando fuja. —Falo e sorrimos.

—Encontramos isso na casa de Dálila. —Um policial nos entrega um envelope e eu o abro.

—O que será? —Lúcia pergunta e eu tremo ao ver que se trata de um exame se DNA.

—Pertence a Maria. —Falo assustada e abro o envelope.

—Isso deve ser o resultado. Para quê abrir se já sabemos que Angélica não é Amara? —Lúcia pergunta desapontada e eu me espanto com o resultado.

—Ela é. —Minha revelação faz Lúcia se assustar. —Dálila fraudou o resultado. Angélica é Amara!

—O que? Mas foi por causa disso que Fernando enlouqueceu! —Lúcia fala incrédula e eu começo a rir de felicidade. —Amara está viva! Viva!

—Como vamos dar esta notícia para Maria e Estevão? —Lúcia pergunta fazendo com que eu me acalme mais. —Como vamos dizer para eles que a filha que pensavam que estava morta na verdade está viva?

—Tem razão. Além do mais, não sabemos por quê Amara não se lembra de quem realmente é, Lúcia. —Falo sendo tomada pela preocupação. — O que será que aconteceu para que ela perdesse a memória?

—Talvez a cirurgia tenha provocado isso, não acha? —Lúcia pergunta me fazendo lembrar dos riscos que Amara corria ao ser operada. Lúcia tem razão, é a única explicação.

Amara perdeu muito sangue antes e após a cirurgia, a aneurisma tinha se rompido e causado um grande dano a saúde dela. Talvez seja isso! É a única explicação que eu tenho para dar para Maria e Estevão. Amara está sofrendo com uma amnésia momentânea que bloqueia todas as suas memórias antes dela ter entrado em coma e, possivelmente alguém a levou para a França. Mas por quê alguém manteria Amara tão longe da família?

—Mas mudando de assunto... Você vai falar para todos que é filha de Fabiana? —Lúcia pergunta curiosa.

—Eu não posso negar o meu sangue. —Falo risonha. —Terei que ser filha dela, querendo ou não. Sou a única filha dela.

—Vindo de Fabiana, somente você se salva. —Lúcia fala. —Cada uma para o seu lugar, agora?

—Está tudo resolvido a muito tempo, Lúcia. Não me importo que esteja casada com Rafael, eu não sinto nada por ele. Nem amor e muito menos ódio. —Lúcia respira aliviada ao saber que não temos nenhum assunto pendente. —Tudo agora será como deve ser.

—Isso é um adeus? —Lúcia pergunta penosa.

—É um ponto final, minha querida Lúcia. Eu vou fazer tudo àquilo que Fabiana mais gostava de fazer. —Lúcia me repreende e eu começo a rir. —Tirando a parte de sequestrar crianças.

—E para onde vai?

—Não importa para onde eu vou. —Falo entregando o resultado para Lúcia. —Eu vou conhecer cada lugar que ela conheceu, viver sem rumo, como se não tivesse lugar para voltar nem parada.

—E Daniela? Já sabe se Henrique e ela...

—Eu passei toda a minha vida me preocupando com meu filho. Está na hora dele saber o que eu fiz por ele. —Falo. —Por que Daniela fará o mesmo com essa criança...

(...)

—Veio ver minha derrota? —Dalila pergunta irônica e sorri para mim. —Gosta do que esta vendo?

—Eu estou feliz por ver você apodrecer tão rápido na cadeia. —Falo severamente. —Encontrei o resultado do exame se DNA de Angélica...

—E agora sabe que falsifiquei o resultado. —Dalila confessa e sorri. —Que manipuladora eu sou.

—Por que fez isso? —Pergunto incrédula.

—Por amor á Fernando. —A revelação de Dalila fez meu estômago embrulhar ao sentir tamanha repulsa. —Eu o amo tanto e mesmo assim sempre foi devoto a lembrança de Amara.

—Ele quase matou Leandro por isso. E pior! Quase matou Daniela! —Esbravejo.

—Ele deveria ter matado ela, Letícia. Você não sabe o quanto foi fácil forjar a morte de Amara, de queimar todas as pistas e eliminar o médico que queria me entregar para vocês. Mas eu consegui por quase cinco anos, manter aquela miserável longe de Fernando! —Dalila fala histericamente. —Fernando agora é um fora da lei graças ao grande amor de sua vida.

—Ele será caçado se eu quiser. —Falo fazendo Dalila se assustar. —Ou você acha que Fernando pagará pela sua loucura?

—Ele vai fugir. Conhecendo bem o meu amor, ele irá fugir sem ela. —Dalila fala se aproximando das grades. —Ele a deixará com Leandro morrendo. Sabe por quê? Por quê ele pensa que ela não é Amara.

—Não importa com quem ela fique, Dalila. O que importa é que Maria e Estevão irão saber que Angélica é Amara. —Falo deixando Dalila arruinada e sentindo sua derrota. —E que você irá apodrecer ao lado de Maite na cadeia...

POV Daniela

—E é isso que farei. —Falo para meus pais que se assustam com a minha decisão. —Não quero que ele se aproxime do meu filho.

—Você não vai nem mesmo dar a notícia para ele? —Meu pai pergunta incrédulo. —Você não pode negar a Henrique o direito de ser pai.

—Henrique me odeia por quê sabe o quanto não preciso dele e que não desejo casar. —Minha revelação surpreende até a mim mesma. —Deixei que as coisas entre mim e Henrique fossem longe demais.

—E essas coisas se estenderão ainda mais durante os meses e anos, Daniela. —Minha mãe me repreende nervosa. É então que vejo Henrique entrar em meu quarto. —Me perdoe. Tive que impedir sua loucura.

—Mãe! —Falo brava e Henrique sorri.

—Precisamos conversar. —Henrique fala com calma.

(...)

—Eu sinto muito pelo o que Fernando fez. —Henrique começou a falar após um curto tempo dado pelos meus pais. —Mas não vim aqui para falar sobre isso.

—Veio para falar do nosso filho. —Falo rispidamente.

—Entendo que não queira se casar comigo...

—Oh! Agora você entende! Que bebê milagroso esse que carrego em meu ventre... —Falo ironicamente e Henrique acha graça.

—Gosto da ironia. —Henrique fala ainda sorrindo. —Mas gostaria também que acreditasse no que vou falar agora...

—Não importa o que você fale, Henrique. Não iremos nos casar nem agora, nem nunca mais. —Falo. —Você sabe o que aconteceu com nós dois...

—O mesmo que aconteceu com meus pais. —Henrique fala deprimido. —Eu sinto muito.

—Não vai me fazer nenhum mal? —Pergunto na defensiva.

—Eu estava fora de mim quanto falei todas aquelas coisas. Você não é digna de tanto ódio, pelo contrário. É digna de admiração. —Henrique fala e eu acabo sorrindo. — Vamos ser presentes na vida do nosso filho, mesmo separados, levando nossas vidas com rumos diferentes.

—Está bem. —Concordo fazendo Henrique sorrir ainda mais. —Tem algum nome em mente? —Pergunto dando iniciativa.

—Se for menina... —Henrique fala deixando claro a sua preferência. —Se chamará Ana Leticia. Terá os nomes das avós...

—É um nome bonito... —Falo tentando me adaptar ao nome desde já. —Que a suposta Ana Leticia venha com saúde...

POV Lúcia

—Eu só lamento pela forma que Fernando se separou de mim. —Falo observando Clarice dormir. —Meu irmão é um foragido da polícia agora, Rafael.

—Eu não sei nem o que dizer. —Rafael fala. —E o que faremos agora?

—Iremos embora. —Minha notícia deixa Rafael abalado. —Não temos mais nada para fazer aqui, Rafael.

—Fora o meu neto que está para nascer, não temos mais nada que nos prenda aqui. —Rafael fala com ironia. —Eu sendo avô...

—Que Clarice não me faça sentir a velhice tão cedo! —Falo aliviada por saber que minha filha ainda é uma criança. —Mas e você? Gosta da ideia de ser avô?

—Eu ainda não acredito que sou pai de Henrique. —As palavras de Rafael me fazem rir. —Então a minha reposta é não.

—Quando Clarice estiver prestes a forma sua família...

—Clarice não vai se casar nunca. —Rafael me interrompe com seus ciúmes. —Aliás, a menina é muito nova para você estar pensando nisso...

—Estou apenas te prevenindo. —Falo dando o braço a torcer. —Por isso iremos para longe daqui...

—Lúcia... —Rafael fala após pensar demoradamente. —Notou que seu irmão quase matou o sobrinho da nossa filha? —Rafael pergunta após entender os parentescos entre Fernando, Clarice e a criança que irá nascer que no caso é filha de Daniela com Henrique. —Estamos em família.

—Isso não muda nada. —Falo decepcionada. —Não sei o que será de meu irmão, Rafael. —Falo indo até a janela do apartamento. —Ou melhor, eu sei.

—E o que será dele? —Rafael pergunta curioso.

—O mesmo que Leandro Santisteban. —Falo profundamente decepcionada com o destino que Amara terá sem os dois. —Nada. —Falo voltando minha atenção para Rafael. —Fernando não será nada daqui para frente como Leandro também não.

POV Leandro

Eu me levantei de meu leito e fui até a janela fria do hospital para ver algo de diferente que me fizesse ter sentido. Mas nada tive de diferente como resposta.
É tão deprimente saber que sua vida está escorrendo como grãos de areia em uma ampulheta e que nada poderá te salvar, nem mesmo a esperança de que o amor de sua vida venha te ver nos seus últimos suspiros. —Noto que três gostas de sangue caem no chão após eu fazer esforço para me manter de pé. O meu ferimento não resiste aos meus movimentos e já me avisa sobre o risco que corro. —Eu realmente estou morrendo.

Para cada lembrança que se passa em minha mente, uma lágrima escorre pela minha face gélida e cadavérica. Só me resta saber que Daniela será feliz ao lado da criança que espera e que Angélica ocupará o lugar de Amara na família San Román. —Meu ferimento passa a sangrar ainda mais após me movimentar bruscamente. —Não adianta, eu realmente estou morrendo. A febre feroz, que alerta que estou sofrendo com a infecção, não me deixa calmo e me faz sentir o cansaço, o meu próprio peso.

—Leandro! —Ouço meu pai me chamar e o vejo acompanhado por Letícia e Zara.

—Você não deveria estar fora da cama. —Zara fala preocupada enquanto Letícia tem agilidade em me segurar em seus braços após meu corpo cair.

—Estou morrendo. —Falo nos braços de Letícia. —Estou morrendo... —Repito sem forças.

—Não diga uma coisa dessas, Leandro. —Meu pai fala nervoso. —Chama o médico, Zara! —Ele ordena e a mulher sai desvairada de dentro do quarto. —Você é tudo o que eu tenho!

—Você tem Letícia e o filho que Daniela carrega de Henrique, papai. —Falo sentido todo o meu corpo esfriar. —Está tão frio... —Me queixo fazendo Letícia chorar desesperada. —O paraíso deve existir... —Minhas palavras fizeram os dois chorarem. —E Amara deve estar lá. —Letícia chorou alto e me deixa intrigado. —Eu estou indo me encontrar com ela.

—Amara está viva. —Letícia revela eufórica e me faz sorrir aliviado. —Dalila fez de tudo para que pensássemos que Amara estava morta quando na verdade estava sem memória e internada em uma clínica psiquiátrica.

—E por quê ela fez isso? —Meu pai pergunta em meu lugar.

—Por que ela ama Fernando e ele a desprezou após prometer que nunca amaria outra mulher se não fosse Amara. —Letícia fala e me faz chorar. —Ah meu Deus, o que será de nós?

—Vai ficar tudo bem, Lety. —Falo carinhosamente após levar minha mão ao rosto de minha irmã e a outra ao encontro da mão de meu pai.

—Você sempre será nosso anjo, Leandro. Mas, por favor... Não morra. —Meu pai pede desesperado ao notar que estou morrendo.

—Mas, pai... Todo anjo é destinado a voltar para o céu um dia. —Falo lutando contra o ar que insiste em faltar em meus pulmões. —E hoje é o meu dia de voltar para casa. —Foram minhas últimas palavras após ter, como última lembrança, o belo rosto de Amara e o choro de Letícia demonstrando sua profunda tristeza ao me ver partir.

Então, eu fui de encontro a melhor lembrança de minha infância. Aquela onde eu,Amara e Daniela corremos de mãos dadas pelo jardim da mansão Gutiérrez em um dia ensolarado nas férias de verão, onde Ana Rita e Francisco nos observam da sacada da mansão.
Daniela com um laço de fita azul em seus cabelos e Amara com uma pequena coroa dada por nossa mãe, que brilhava mais que seus olhos negros e doces. É então que sorrio e desprendo minhas mãos das mãos das duas garotas e corro sozinho, as deixando sorridentes no meio do jardim, e sigo rumo ao céu.


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Notas finais do capítulo

Antes de mais nada, gostaria de deixar bem claro que eu já tinha planejado o final desta fanfic, mas acabei prolongando ela por mais vinte capítulos. Então, resolvi modificar algumas coisas no novo final. Para quem não sabe, a história terminaria após a morte de Amara, mas eu decidi dar uma reviravolta na história e dei continuidade e no novo final o nosso Leandro morre.
Sei que muitas pessoas pediram para que eu não o matasse, mas isso estava decidido desde a falsa morte de Amara.
Espero que compreendam e continuem lendo até o final, vocês ainda não viram toda a história.



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