Anjo De Cristal escrita por Maria Fernanda Beorlegui


Capítulo 33
Before




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POV Leandro

Meus olhos estavam procurando uma explicação na mulher que está sentada bem na minha frente. Ela estava com os braços cruzados, parecia balançar o pé freneticamente, seus olhos observavam o ambiente, mas as vezes eles iam de de encontro com o meu. Seu olhar em minha direção era como uma corrente elétrica que me dava poder, seu olhar me fazia ser o dono do mundo.

—Leandro, primeiramente, esta mulher não é Amara, ou Regina se preferir pensar que seja ela. —Fernando fala e eu acabo me convencendo. Não tem como essa mulher ser Amara.

—Uma sósia? —Pergunto pausadamente. —Não tem como ser uma irmã gêmea perdida.

—Angélica não se lembra de absolutamente nada, Leandro. Mas ela sabe a data,mês,ano e sobrenome. —Fernando fala me deixando confuso.

—Eu estava presa em uma clínica, fugi, e encontrei Fernando. —Angélica fala.

—Qual mês você nasceu? —Pergunto curioso. Amara nasceu dia 26 de agosto, dias antes do aniversário de Fabiana. E pensar que Amara morreu um dia após a morte de Fabiana...

—26 de julho. —Angélica responde. —Sou um mês mais velha que Amara.

—Vai levar ela até os San Román?—Pergunto para Fernando.

—Não. —Fernando responde, mas eu sinto que ele mente. —Vou pedir ajuda à Lúcia. —Ele responde vagamente. Fernando só irá responder o que eu perguntar, nada mais que isso.

—Já podemos ir? —Angélica pergunta para Fernando. —Eu sinto muito pelo o soco. —Ela fala e eu sorrio.

—Jogaram uma taça em mim hoje de manhã... —Falo. Fernando me olha assustado e parece saber quem fez isso comigo.

—Daniela. —Fernando fala enquanto Angélica nos observa.

—A irmã mais nova de Amara? —Angélica pergunta com um sorriso no rosto. —Você me disse que ela era simpática e calma. —Ela fala e olha para Fernando.

—Ela mudou. E mudou para pior. —Falo. —Desde a morte de Amara que Daniela e eu estamos em guerra.

—Você se debandou para o lado que é considero "inimigo" para Daniela, Leandro. —Fernando fala. Sinto a antiga rivalidade retornar para dentro de mim. —Você mudou, ela mudou, eu mudei...

—Pena que a Amara não pode mudar. —Angélica fala se retirando da mesa. —Ela está morta, eu estou viva. —Ela fala olhando para mim e em seguida para Fernando. —Ela está morta, e eu preciso mudar assim como vocês mudaram. —Ela fala me olhando novamente. —Você pode me ajudar ou disputar Amara, que está morta, com ele...

—Boa viagem. —Fernando fala se retirando da mesa.

—Quer dizer que vai ser assim? Você encontra a sósia de Amara, mas não vai contar para Maria e Estevão? —Pergunto me alterando.

—Não quero novos pais, quero a minha identidade de volta. —Angélica dá fim a conversa. Os dois vão andando até a saída do restaurante e me deixam sozinho novamente.

—Pediram para entregar isso. —Um garçon fala e me entrega um bilhete amassado. Ele se retira e eu leio o pequeno bilhete.

"Segundo as lendas, o rio Nilo foi constituído pelas lágrimas de Ísis com saudades do marido. Você pode acabar com a saudade que Maria sente por Amara, basta olhar para a cicatriz de Angélica."

—O que? —Questiono. Olho desesperado para todos os lados, mas nada de anormal vejo. —Cicatriz? —Pergunto para mim mesmo. Não consegui ver nenhuma cicatriz em Angélica, ou consegui ver e não me recordo bem... —Que brincadeira de mal gosto é essa? —Pergunto ao reler o bilhete novamente.

POV Fernando

—Não consigo entender o que Amara viu nele. —Angélica fala com deboche. —Ele é muito simples.

—Está criticando o gosto de Amara? —Pergunto com ironia e ela sorri.

—Fernando? —Angélica me chama após olhar para trás. —Esse homem estava sentado na mesa ao lado enquanto você conversava com Leandro. —Fala e eu olho para trás. —Ele está nos seguindo.

—Você não tem mania de perseguição, Angélica... —Falo ao notar que o homem acelera seus passos.

—Ele não teria coragem de nos abordar aqui, teria? —Ela pergunta assustada. Estamos bem no centro da saída do aeroporto, ele terá coragem de nos abordar? Mas por quê? —Ele sabe quem eu sou... —Ela fala assim que seguro a sua mão.

—REGINA!—O homem grita ao olhar para Angélica.

—Por que ele me chamou pelo segundo nome de Amara?—Ela pergunta assustada. Vejo maia dois homens de preto se aproximarem, então resolvo corre com Angélica.

—Corre!—Falo e começamos a correr de mãos dadas.

Angélica corre com uma mala na mão e a outro entrelaçada á minha. Todos estavam nos olhando assustados ao verem que um homem e uma mulher correm de mãos dadas. Quem pode ser este homem que corre atrás de nós?

—Por aqui! —Ela fala e puxa para uma outra rua. Assim seguimos até algumas lojas, mas o homem continua a nos perseguir. —Ele corre bem! —Ela ironiza. —Vou ser chamada por Amara ou Regina, afinal?

—Tem certeza que não o conhece? —Pergunta acelerando os meus passos. Eu olho para trás, mas logo sinto algo pesado cair sobre e Angélica.

—Ótimo. —Angélica fala ao cair. Eu me recomposto e me deparo com Dalila. Dalila?

—Dalila? —Indago surpreso. Ela sorri sem jeito e me olha surpreso.

—Ele sumiu. —Angélica fala sobre o homem que nos seguia. Percebo que Dalila não se surpreende com Angélica, ou será que ela está tentando assimilar o que está acontecendo? Não sei! Dalila é um mistério em pessoa. O que ela faz aqui? A missão dela terminou há cerca de 4 anos.

—Fernando. —Dalila fala com seu jeito doce. —E... —Ela para de falar ao ver Angélica. Angélica e Dalila ficaram se olhando por alguns segundos até Angélica colocar suas duas mãos sobre a cabeça.

—Oh meu Deus! —Angélica exclama de dor. —Está coçando bem aqui... —Ela fala colocando a mão bem no topo da cabeça. Eu vejo uma cicatriz de aproximadamente quatro centímetros no topo da cabeça dela, mesmo com os fios de cabelos marrons, eu consigo ver. Uma cicatriz? Por que Angélica tem uma cicatriz?

—Amara? —Dalila pergunta assustada.

—Preciso que me ajude. —Falo ao ver a dor que Angélica sente. —Temos que levar ela até um hospital.

—Hospital? —Angélica pergunta assustada. —Por que a minha cabeça dói desta maneira?

—Você levou alguma pancada? —Dalila pergunta tentando se aproximar de Angélica.

—Meu pai. —Angélica fala ao retirar as mãos da cabeça. Uma chuva fina começa a cair sobre nós enquanto um vento violento e frio faz Angélica se arrepiar.

—Você lembra do seu pai?—Pergunto incrédulo. Angélica começa a se lembrar da sua família.

—Ele me disse que eu ia entender o conselho dele... —Angélica fala confusa. —Tem um quadro, uma lareira...

—E o que mais? —Pergunto.

—Um quarto. —Angélica fala. —O quarto é meu, mas tem um berço.

—Um berço? —Pergunto curioso. Não pode ser... Tudo indica que Angélica é na verdade Amara. Mas se isso foi verdade... Por que Amara não se lembra de nada?

—Vou levar ela para o mesmo hospital que Amara foi internada, Dalila. —Ao falar isso, Dalila se surpreende. —Preciso saber de toda a verdade.


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