Anjo De Cristal escrita por Maria Fernanda Beorlegui


Capítulo 26
Primeira Lição


Notas iniciais do capítulo

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‘’Não é questão de ser egoísta ou fria, eu apenas decretei para mim mesma que nunca mais amaria alguém. Sei que não se pode mandar em um coração. Mas a questão é que eu não tenho mais um. ‘’

POV Maite

Rapidamente peguei o punhal e o enrolei em uma toalha. Quando me dei conta Dalila já estava abrindo a grade da cela para que eu fosse embora. Me desesperei com a possibilidade de ser presa por ter matado Fabiana, mas rapidamente me lembro que Dalila irá me ajudar se algo acontecer.

—Vá embora antes que alguém te veja Maite. —Dalila fala e sorri diabólica ao ver o corpo de Fabiana sem vida no chão frio.

—O que vai fazer?—Pergunto assustada e ela sorri descontroladamente. —Pare de rir feito louca.

—Tenho tudo planejado, minha querida. —Dalila fala me dando confiança. —Agora fuja princesinha. Ninguém pode saber que uma pessoa tão nobre como você matou Fabiana. —Dalila fala com ironia e eu evaporo de sua vista.

POV Henrique

—Meu pai?—Pergunto assustado e minha mãe se senta para não cair. Eu olho fixamente para Rafael e ele permanece incrédulo.

—Eu nunca soube que tinha um filho. —Rafael fala e eu olho para a minha mãe.

—Mãe. —Falo com raiva e ela evita olhar para mim.

—Eu te deixei grávida sem saber. —Rafael fala e leva as mãos á cabeça. —Por que nunca me procurou?

—Nunca te procurei por orgulho e também por que você deu mais atenção aos seus negócios do que á mim. —Minha mãe fala com raiva e deboche. —Eu sou melhor do que você, Rafael. Eu tive mais coragem do que você.

—Eu não sabia que você estava grávida. —Rafael fala pausadamente e minha mãe nos surpreende com sua atitude.

—FORA DAQUI!—Minha mãe grita e joga um vaso azul em direção do
meu pai.

Eu me afasto assustado e ao mesmo tempo com raiva. Minha mãe
lança um olhar de puro ódio sobre o meu pai e eu sinto um sentimento
de ódio dentro de mim. Meu pai olha a minha mãe com desprezo, mas ela
não recua.

—Eu vou. Mas saiba que não estarei muito longe. —Meu pai fala
e minha mãe lança outro objeto, que por pouco, não acerta o meu pai.
Meu pai se retira e eu olho com raiva para a minha mãe.

—Meu filho, eu...

—Cale-se. —Falo ríspido e ela se assusta comigo. —Você é pior que ela e não sabe...

—Pior que quem?—Minha mãe pergunta e eu vejo meu avô se aproximar assustado.

—Pior que Fabiana. —Falo e minha mãe mostra a sua indignidade com o que falo. —Não me assustaria nem um pouco se vocês duas fossem mãe e filha.

—Saia da minha frente, Henrique. —Minha mãe fala com raiva ao ser comparada com Fabiana. —Agora!—Ela esbraveja e meu avô se aproxima de mim. —E enquanto ao senhor... —Minha mãe fala se aproximando de meu avô. —Muito cuidado.

POV Maria

"Mamãe”.

Foi o que Regina falou ao me ver. Estevão se manifesta e se aproxima de mim com
o intuito de me proteger, mas acaba demonstrando seu medo assim que Regina se aproxima.

—Senhor e senhora San Román, sou Fernando Montenegro. Um dos responsáveis pela prisão de Fabiana Santisteban. —Fernando fala e eu o olho abismada. —Sei que tudo isso parece ser loucura...

—Acharam a minha filha?—Pergunto chorando e começo a sentir uma dor enorme dentro de mim. —O que significa tudo isso?

—Maria seja forte. —Ana Rita fala e se ajoelha. —Me perdoe por não ter contado tudo antes...

—Maria. —Fernando fala se aproximando de mim. —Regina é sua filha. Regina Gutiérrez é na verdade Amara San Román. —Meu coração bate tão devagar que penso que irei entrar em um colapso. Não consigo escutar nada a não ser o choro de Regina. Estevão passa na minha frente e abraça Regina, me deixando totalmente confusa em relação ao que sentia e o que sinto agora.

—Abrace a sua filha, Estevão. A abrace e nunca mais a solte. —Fernando fala enquanto eu me sento no degrau da escada, sinto Heitor passar perto de mim e o vejo abraçar Regina. Regina é minha filha.

Regina é a minha Amara, a minha filha perdida e tão adorada. A filha que pedi que entrasse pela porta da frente e me chamasse de mamãe, e de fato ela fez isso. Amara está diante de mim e eu não sei o que fazer, não sei como irei agir. A
única coisa que faço é pensar, pensar em como estou sendo insensível em não abraçar a minha filha.

Amara se senta ao meu lado e me olha por alguns segundos e eu seguro sua mão. Logo em seguida nos abraçamos forte e eu sinto uma paz imensa preencher a minha alma, sinto que as saudades e preocupações com Amara acabaram, sinto que estou de novo com a minha princesa. Que ela voltou para mim...

—Acho que agora tudo está em seu devido lugar. —Ana Rita fala e eu a olho. Ela sorri para mim e eu retribuo com outro sorriso.

—Obrigada por ter cuidado de minha filha, Ana. —Agradeço enquanto olho para Amara. Me calo assim que minha filha me abraça novamente, e sinto novamente toda a força que um dia perdi.

—Acho que agora é minha hora.—Leandro fala e eu fico sem entender.

—Leandro é o filho perdido de Maite e Lorenzo.—Francisco fala e eu fico surpresa.

—Deve estar sendo difícil, não é?—Pergunto para Leandro e ele sorri forçadamente.

—Vou tentar ser forte como Amara. —Leandro fala e olha para a minha filha. Amara... Ninguém chama a minha filha de Regina mais, apenas de Amara.

—Quer ir para o seu quarto, Amara?—Heitor pergunta risonho para Amara.

—Eu vou ficar aqui hoje. —Amara fala para Ana Rita e Francisco. Eles dois sorriem orgulhosos de Amara e eu olho para Estevão.

—Aqui é o seu lugar, filha. Você deve ficar aqui. —Ana Rita fala e Amara suspira pesadamente.

—Eu me encontrei. —Amara fala com orgulho e paz em sua voz.—Eu estou no meu lugar. Lugar que eu nunca devia ter saído...

—Ela não se parece tanto com o papai agora.—Heitor fala e Estevão sorri orgulhoso para Amara.

Assim que eu olho para Amara, percebo que minha vida esta completa. Estou plenamente feliz com a volta de Amara, estou mais do que feliz, estou extremamente completa. Depois de tantos anos a minha filha voltou para mim e para Estevão.

—Eu preciso falar com vocês dois.—Amara fala para mim e Estevão.

(...)

—Eu lamento pelo o que vou falar agora.—Amara fala enquanto Estevão tranca a porta do escritório.—Sei que o momento é de alegria, mas eu devo ser verdadeira com meus pais.—Amara fala um pouco envergonhada e Estevão sorri.

—Não fique envergonhada, Amara. Somos seus pais e estamos atentos a tudo o
que você quer falar.—Falo segurando as mãos de minha filha. Percebo o quanto ela treme e fico assustada.—Está tremendo...

—Aconteceu algo de grave?—Estevão pergunta assustado e me olha amedrontado.

—Eu estou muito doente.—Amara fala e eu estremeço.—Por isso vim o mais rápido que pude para cá. Para que vocês saibam que sou filha de vocês.

—Quando soube?—Pergunto curiosa.

—Soube hoje.—Amara fala. Eu e Estevão nos entreolhamos preocupados e Amara respira fundo.—Também soube hoje que tenho um aneurisma cerebral.—Amara fala pausadamente esperando temerosa a minha reação.

—Aneurisma?—Estevão pergunta abismado.—Como você pode ter uma?—Estevão faz a pergunta que eu esperava fazer.—Amara...

—Inúmeros fatos e acontecimentos, pai.—Amara responde um pouco culpada e eu a encaro.—Eu sinto muito.

—Você não voltou totalmente para nós.—Falo e Amara me olha assustada. Amara pode morrer a qualquer momento.

—Quando a artéria se romper eu irei morrer.—Amara fala e Estevão cambaleia mostrando sua fraqueza. Ficamos em silencio por alguns minutos, mas a minha filha decide quebrar o silencio. —Isso pode acontecer antes mesmo da cirurgia.

—E quando vai ser a cirurgia?—Pergunto com a esperança de ver minha filha sã e salva.—Você pode viver por muitos e muitos anos...

—É.—Amara responde demonstrando sua incerteza.—Eu acho que posso.

POV Lorenzo

Letícia anda de muito mal humor desde que Fabiana foi presa. E agora que Rafael voltou, a minha filha vive esbravejando e descontando sua raiva em todos. Não sei o que posso fazer com ela...E agora não sei por que Maite não está em casa, ela simplesmente sumiu!

—Estou exausta.—Escuto Maite falar ao entrar no quarto. Eu acendo a luz do quarto e ela se assusta.

—Onde você estava,Maite?—Pergunto e ela paralisa bem na minha frente.

—Eu fui andar um pouco. Me senti um pouco presa...—Maite fala e depois sorri com ironia.

—Pois saiba que enquanto você estava fora... Rafael Rivero apareceu aqui.—Falo e ela se assusta.

—Onde está Letícia?—Maite pergunta desesperada.—Onde está a minha filha?

—Ela foi embora.—Henrique fala entrando no meu quarto.

Olho preocupado para Maite, e ela se senta na beira da cama com as mãos na cabeça. O que está acontecendo? Porque Letícia está agindo da mesma forma que Fabiana?

POV Amara

No primeiro dia em minha casa eu fui bem recebida e tratada. Dormi no antigo quarto de minha irmã, já que o meu ainda tem o meu berço e brinquedos.Minha mãe está providenciando tudo enquanto meu pai me mostra cada canto da casa. A minha casa é maior o que eu pensei, tem mais historias do que eu mesma poderia imaginar.

Meu pai parece empolgado ao falar sobre a história da minha família, sobre tudo o que aconteceu com ele e minha mãe. Eu não falo nada, não pergunto nada...Eu apenas observo ele demonstrar através de seu olhar o que tanto eu queria ver. Eu me sinto em casa, estou no meu lugar. Algo me chamava para esse pais, para essa casa! E eu voltei para a minha família graças á Fernando Montenegro.

—Eu não me canso de olhar esse quadro.—Falo admirando o quadro acima da lareira. Nele estavam meus pais e meus irmãos, á cerca de dezessete anos atrás, sorridentes por estarem juntos.

—Teremos que fazer outro. Mas agora com você.—Meu pai fala e eu me lembro do quadro na casa dos Gutiérrez.

—Na casa dos meus pais italianos tem um a qual me encontro.—Falo e sinto uma falta imensa deles.—Passei muito tempo pensando que Daniela e Leandro eram meus irmãos. Crescemos juntos e passamos por muitas coisas.—Falo e rapidamente me vem em mente a imagem de Daniela.

—Não é por que voltou para casa que você deve esquecê-los, Amara.—Meu pai fala e sorri de canto.

—Não sei.—Falo e meu pai me olha confusa.—Entre mim e Leandro houve muito mais que uma relação de irmãos.—Falo e meu pai me olha compreendendo o que eu falo.

—Eu devia ter imaginado.—Meu pai fala.—Mas eu percebi a forma como Montenegro te olhava, Amara. O que está acontecendo?—Meu pai pergunta preocupado.

—Eu terminei a minha relação com Leandro por que pensava no peso de sermos irmãos...—Falo com vergonha. Estou falando da minha vida amorosa para meu pai e não sei o que devo falar.—Então pensei que se eu fizesse um esforço para gostar de Fernando...

—Deixaria de sentir algo por Leandro.—Meu pai fala e eu fico apreensiva com sua reação.

—Mas agora que já sabemos que não somos irmãos...—Falo enquanto vejo meu pai fazer um gesto negativo com o dedo indicador.—Não?

—Apesar de eu ser muito amigo de Maite e Lorenzo, minha filha...—Meu pai fala se aproximando de mim sorrateiro e cauteloso. Ele coloca as mãos nos meus ombros e eu o olho nos olhos.—Não gostaria que minha filha tivesse algo com Leandro.

—Por que?—Pergunto curiosa.

—Leandro é sobrinho de Fabiana, Amara. Ele não foi feito para você e nem você para ele.—Meu pai fala me deixando assustada.—Veja Leandro como seu irmão, minha filha. Nada mudou.—Meu pai fala e eu tento segurar as lagrimas.

—Então acha melhor que eu não tenha mais nada com Leandro?—Pergunto assustada e eu ele tenta me acalmar.

—Cuide de você mesma Amara. Depois você vai ver que você merece muito mais que o amor de Leandro...


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Notas finais do capítulo

Dom Estevão dando lições de moral/amor para a Amarita O_o
Gente alguém aqui vê Os Dez Mandamentos? Tô pensando em fazer uma fanfic Hurmire...uahsuahsuhash



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