Anjo De Cristal escrita por Maria Fernanda Beorlegui


Capítulo 16
O Começo de Um Novo Reinado




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POV Fabiana

Fui para o meu apartamento e decidi não manter nenhum contato com mais ninguém, não me sentia bem. Eu só queria ficar deitada na minha cama e fingir que assim irei ficar bem. Não quero ver minha família, também não quero planejar o meu plano para quando Ana Rita e Francisco chegarem.

—O que eu estou fazendo comigo?—Pergunto para mim mesma. Não, a essa altura do campeonato eu não posso me arrepender.

Minha meta foi concluída com sucesso, Maite agora é uma morta viva graças á mim. Leandro esta longe de minha vida, assim como Amara da vida de Maria. Todos estão sofrendo, assim como eu sofri. Eles vão sofrer por que eu também sofri.

—Estou apenas igualando todos. —Falo e sorrio. —Mas eu ainda preciso acabar com Ana Rita. —Falo. —Ela também merece sofrer. —Falo pensando em um plano. —Os filhos como sempre. São os que vão me ajudar... —Falo.

POV Regina (Amara)

—Gosto mais deste. —Daniela fala me mostrando os livros que escolhia na prateleira. —Olha que maravilha esse aqui... —Fala e me mostra a capa do livro. —Já procurou algum?—Minha irmã pergunta.

—Vou para o outro lado. O seu gênero não é o meu gênero. —Falo desafiando a minha irmã e ela me desafia de volta.

Vou para outra prateleira de livros da livraria, um pouco mais afastado de Daniela. Uma mulher alta de olhos verdes-amarronzados se aproxima de mim e me olha desconfiada. Carregava uma bolsa preta de couro e estava vestida formalmente, parecia ser uma mulher madura.

—Gostamos do mesmo gênero. —Ela fala e sorri. O sorria dela era sincero, seus lábios vermelhos faziam seu rosto ganhar um certo contraste.

—Conheço poucas pessoas que gostam da mesma coisa que eu.—Falo sendo sincera.

—Já pensou em escrever um livro?—Ela me pergunta e retira um livro de capa marrom escura. —Veja. —Fala e eu presto atenção. Ela abre o livro, que estava em branco, e sorri. —É seu. —Fala e me entrega o livro. —Não fale sobre ele para ninguém enquanto ele não estiver pronto.

—Acha mesmo que terei habilidade em escrever uma história?—Pergunto e ela faz uma careta doce.

—Assim como eu escrevo uma, você também pode... —Fala e eu dos às costas.

—Escreve histórias?—Pergunto.

—Escrevo a sua história. —Ela fala e eu me viro para olha-la. Ela sorri
e eu fico assustada com o sorriso dela.

—Acorda dorminhoca!—Daniela exclama enquanto puxa o lençol que me cobria.

Me dou conta de que acabei adormecendo sem nem me dar conta.

—Dormiu a tarde inteira?—Daniela pergunta enquanto eu me levanto da cama. —Vamos jantar? Pergunta.

—Eu não estou com fome, Dani. —Falo a verdade. —Estou entediada.

—Faça como a mamãe. —Daniela fala irônica e eu sorrio. —Quando estiver entediada atire na parede várias vezes. —Fala e eu me nego a rir. —Me diz o que você tem Regina. —Fala e se senta do meu lado. —Não estou gostando de te ver assim.

—Então não veja. —Falo sem vontade de conversar com minha irmã. —Estou apenas indisposta para... Viver. —Falo.

—Você parece estar entrando em uma depressão. —Daniela fala e eu sinto raiva dela. —Tudo bem. Não vou mais te incomodar, Regina. —Fala e eu me sinto aliviada.

POV Lorenzo

Maite estava sendo examinada pelo médico, estava animada para sair de
casa, para conhecer Henrique, para rever todos os nossos amigos e
aproveitar o que só o tango oferece. Ela sempre me olhava com um
sorriso no rosto, sempre fazendo caretas engraçadas para mim.

—Sua mãe esta tão doce. —Falo para Letícia. —Já viu o olhar dela? É
totalmente diferente do ultimo olhar que tenho dela, de quando ela saiu de manhã e pouco tempo depois soube que Leandro foi sequestrado.


—Minha mãe é outra, pai. —Letícia fala e sorri. —É uma nova Maite.

—Esta tudo incrivelmente bem com você. —O médico fala e eu chamo
Letícia para fora do quarto.

—Vamos fazer uma surpresa para Maria e Estevão?—Pergunto malicioso para Letícia.

—Ainda hoje!—Letícia fala animada. —Quem ficara contente será Estevão,
ele e minha mãe sempre foram muito amigos.

—Já tentei me comunicar com Fabiana, mas ela não atende o
celular. —Falo um pouco preocupado.

—Minha tia deve estar muito ocupada, meu pai. —Letícia fala.

—Mãe? Vovô? O que houve?—Henrique nos interrompe. —Algo aconteceu com
minha avó?—Pergunta preocupado.

—Veja você mesmo. —Letícia fala mostrando Maite para Henrique. —Mamãe,
este é meu filho. —Fala orgulhosa e Henrique fica em choque ao ver
Maite.

—Vovó. —Henrique fala e vejo seus olhos encherem de lágrimas. Maite
ergue os braços e Henrique a abraça.

POV Maria

A noite logo chegou e eu me sentia completamente vazia, como sempre. Evitei ao Maximo não ir ao quarto de Amara, não aguentava mais ficar me massacrando. Apenas resolvi beber vinho e ouvir minhas musicas favorita. Assim eu me encontrava nas letras da música, assim eu me sentia mais viva.

—Que estranho... —Falo e olho para o relógio. —Já é hora do jantar e nada de me chamarem. —Falo e então paro a música. Saio do meu quarto e vou até a escada.

Quando olho bem para minha frente vejo Maite me olhando. Será que
estou alucinando por causa do vinho? Como Maite pode aparecer bem na
minha frente?

—Ela esta bem? Consegue falar?—Escuto Estevão perguntar e logo em
seguida ele abraça Maite. Desço os degraus da escada e fico próxima de
Maite, minhas mãos tremiam ao ver ela bem na minha
frente. —Maite!—Estevão exclama e logo se escuta as risadas.

—Eu não acredito. —Falo me aproximando mais de Maite.

—Acredite Maria. Eu não estou mais em coma. —Maite fala e eu levo
minha mão a boca. Ela me abraça com carinho e eu fico sem reação ao
sentir o seu calor em mim.

Uma nostalgia sofrida se passada em minha mente. Desde a chegada de
Maite e Lorenzo em minha vida até o dia em que fomos atacadas e
tivemos nossos filhos arrancados de nossos braços.

—Demorei a despertar não foi?—Maite pergunta e eu sorrio para ela. Eu
estava atordoada, feliz, plena... Maite estava bem na minha frente,
viva.

—Não sei se agradeço ou brigo com você por ter demorado tanto... —Falo
e a abraço novamente.

POV Fabiana

O meu celular tocou assim que me levantei da cama. Pelo visor vi que era Rodrigo. Pensei em não atender, mas acabei atendendo a contra gosto.

—Fala. —Falo com pressa.

—Calma, meu doce. Tenho novidades... —Rodrigo fala. —Lúcia Helena e Fernando estão chegando ao México. Oh, você não os conhece... —Fala irônico. —Eles também fazem o mesmo serviço que nós. E preciso que você os hospede.

—Claro. Eles são marido e mulher?—Pergunto curiosa.

—Irmãos. Lúcia e Fernando são irmãos, Fabiana. Só tenho medo deles no México por causa da chegada de Ana Rita e Francisco. —Rodrigo fala e eu fico irritada.

—Há quanto tempo eles começaram a trabalhar?—Pergunto curiosa. Algo não esta me cheirando bem. —Um ano e dois meses. —Rodrigo fala e eu fico pensativa.

—Vou hospedar eles no meu apartamento. Só venho nele algumas vezes mesmo... —Falo e olho para minha roupa que estava no guarda-roupa.

—Fique atenta com eles. Iniciantes são muito vulneráveis, a policia pode notar o nervosismo deles. —Rodrigo fala e eu reviro os olhos. —Eles chegam ainda hoje.

POV Lúcia Helena

Desembarquei no México de madrugada. Fazia muito frio, Fernando comprou café para me aquecer um pouco. Precisávamos esperar o carro alugado e chegar à casa de Fabiana Santisteban. —Você sabe o que precisa fazer Lúcia. —Fernando fala. —Vamos fingir que somos como eles. Não podemos dar nenhuma suspeita. Esse nosso trabalho é muito delicado.


—Eu sei. Precisamos encontrar Letícia Santisteban. —Falo. —Ela e a louca da Fabiana têm o mesmo sobrenome.

—Lúcia, tem algo que não te contei. Fabiana é tia de Letícia. —Fernando fala e eu fico surpresa. —Letícia não sabe dos podres da tia, entende? Por isso precisamos ter cuidado.

—Que loucura. Mas, Fernando... Não falam que o irmão mais novo de Letícia foi sequestrado?—Pergunto juntando os fatos.


—Sempre desconfiei de Fabiana, Lúcia. —Fernando fala irritado. —Nossa operação é secreta. Não podemos falar nada para Letícia, entendeu?

—Claro. Ela acima de tudo é humana, não vai aguentar saber que possivelmente a tia é responsável pelo sequestro do irmão. —Falo e ele concorda.


—Me parece que também sequestraram outra criança no mesmo dia que o irmão de Letícia foi sequestrado. —Fernando fala enquanto bebo o meu café. —A filha de Estevão San Román.

—Com certeza Fabiana esta envolvida nisso. —Falo brava. —Temos muito que fazer aqui.

—Temos que ganhar tempo e a confiança de Fabiana. —Fernando fala e o celular dele toca.

Há muito tempo não tenho o que tenho agora. Algo pelo o qual preciso me manter de pé. Destruir Fabiana e todos os que estão envolvidos no trafico infantil. Muito em breve irei mostrar para pessoas assim como Fabiana que a justiça tarda, mas não falha.

POV Fabiana

Resolvi ir para casa de Lorenzo, não falei com ele o dia todo, muito menos o vi. Precisava ficar naquela casa, eu tenho tudo sobre o meu controle. Aos poucos Maite vegetava todos os dias, Letícia sempre esta fragilizada como uma criança, e Lorenzo estavam sempre desolado.

—Tenho que ver Maite...—Falo subindo as escadas e me dirigindo até o quarto de minha cunhada. Minha vontade era de beber vinho apreciando ela em coma, de dançar gozando sua desgraça, de soltar confetes e abraçar o mundo em comemoração a desgraça de minha cunhada.

Entrei no quarto de Maite e olhei automaticamente para a cama, mas
logo me surpreendi. Maite não estava na cama... Como assim? Se ela não esta na cama onde ela pode estar? Será que seu estado de saúde piorou e todos estão no hospital? Espero que esteja morta. —Viro-me para o outro lado do quarto e vejo Maite se olhando no espelho. Assim que ela me vê sobre o espelho se vira para mim. Logo nossos olhos se encontram logo a natureza sente o choque de estarmos frente a frente. Uma chuva muito forte começa a cair. — Ela saiu do coma, a maldita saiu do coma!

A maldita estava bonita, bonita e acabava de despertar! Como essa
desgraçada acordou? Por que essa amaldiçoada resolveu sair do coma?
Maldita, mil vezes maldita.

—Olá, querida cunhada. —Maite fala e se levanta. Ela estava melhor do que nunca. —Quanto tempo não é?—Pergunta e sorri. Maite estava com um sorriso diabólico, malicioso, falso... —Sentiu minha falta?—Pergunta irônica. Ela estava mais bela do que nunca, não posso negar. Estava com ar de vingança, como se soubesse de tudo.

—Quando saiu do coma?—Pergunto me sentando na cama.

—Hoje mesmo. —Fala se aproximando de mim e eu me afasto. —Como esta?—Pergunta se sentando do meu lado. Permaneci calada, sem ter o que falar. Estou assustada, sem palavras... Não tenha medo. Sua majestade não irá adormecer nem tão cedo. —Maite fala com um sorriso no rosto. Ela segura as minhas mãos e eu tento esconder que eles estão trêmulas.

‘’Na maioria das vezes enterro quem amo vivo, para mostrar aos meus inimigos a minha ‘força’. Mas quando quem amo de fato morre, eu choro como uma condenada e mostro minha fraqueza.’’—Maria Fernanda Beorlegui


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