Ciel escrita por Kika Honeycutt


Capítulo 4
Novo começo


Notas iniciais do capítulo

Resposta ao desafio #6 do 15/30: "Uma cena que termine com: '(...) e, então, fechou seus olhos e sorriu. Sua missão estava completa.'"



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"O rapaz se levantou altivo e seus olhos adquiriam um tom violeta intenso. No momento seguinte, somente seus companheiros, futuros elementais, estavam de pé."

Para Ciel, sair daquele “abismo” não havia sido fácil. Ver e entender que o inverno não havia sido o principal responsável pela morte dos pais, como ele acreditava que fosse, havia abalado sua consciência. Ignorava completamente o que acontecia naqueles acessos de fúria e, daquela vez, quando acordou, encontrou os pais no chão com a neve começando a cobri-los. Chorou em desespero e chorou de medo, e quando achou que não tinha mais lágrimas aquele homem que passou a chamar de avô, apareceu e o resgatou.

Foi lembrando desse momento que todos os outros voltaram à sua mente. Os bons momentos com os pais, os ensinamentos com o avô e mesmo depois que o deixou, seu encontro com o Rei, e seu reencontro com o príncipe… na ocasião Nereu havia lhe dito que ainda era um estudante e seus pais estavam atrás da cura para seus olhos. Também lhe contou que o segurou nos braços porque Ciel não havia lhe dado outra opção.

Conhecer os outros elementais também havia sido uma lembrança feliz. Eram como ele, exceto pela falta de visão, com apenas um elemento. Conseguia distinguir bem o calor do elemento de Rubi pelo seu carinho, zelo e inconstância; os medos tão bem disfarçados em frieza de Ren, a elemental do vento. A força, o coração enorme e a alegria de Amet, o elemento de terra; e aquele de quem tinha a lembrança mais forte: o elemental de água.

***

"O pequeno Ciel e o garotinho de água estavam brincando no riacho, então quando ouviu seus pais o chamando, voltou se para o menino e perguntou:

–Qual o seu nome?

–A-Agatah. -O outro respondeu um pouco envergonhado.

–Agatah? -Ciel riu fazendo o outro ficar mais envergonhado. -Nome engraçado pra um menino.

–Não é nada engraçado! O seu é que é!

–Você nem sabe o meu nome. -deu de ombros e foi pulando de pedra em pedra na direção da margem.

–…qual é...? -Agatah perguntou se rendendo à curiosidade. -Qual é o seu nome?

–Ciel.

E o menino esperou que o outro risse ou começasse a fazer piadas com seu nome e sua aparência, como normalmente acontecia, mas Agatah não riu. Ao contrário, olhou de Ciel para o firmamento e deu um sorriso confortável.

–É … Você parece um pedacinho do céu. "

Aquela lembrança sempre enchia o jovem guardião de esperanças. E foi o que lhe deu forças para achar o caminho de volta.

***

Os cinco jovens estavam de volta ao castelo de Lothus e depois de um breve descanso, tomaram o rumo da sala do trono.

Ciel e Agatah encontraram se no corredor.

–Nervoso? -Agatah perguntou esfregando as mãos num ato de pura tensão.

–Acabamos de voltar de uma batalha, vamos ficar frente a frente com o rei. -Dizia calmamente enquanto andavam. -Isso seria bem comum se não fossemos jurar nossas vidas e dons ao rei.

Agatah deu uma gargalhada confirmando: o elemental do espírito estava nervoso.

–Mas não é apenas ao rei. -Ele continuou e mais um elemental se juntou a eles no caminho. Era Rubi. -Vamos jurar lealdade à Lothus.

–Uma grande palhaçada se quer saber. -A elemental do fogo disse enquanto mexia nos cabelos brancos de Ciel. Estava maior a cada ano e o rapaz não deixava que os cortassem. -Vai deixá-los soltos? Quer que lhe faça uma trança?

Ciel corou, mas assentiu. Os três estavam parados à porta da sala do trono e enquanto Rubi trançava os cabelos do guardião do espírito, os outros guardiões chegavam.

***

O rei estava satisfeito com os cinco jovens. Conhecia os medos de cada um e havia acompanhando o progresso de cada guardião. Se orgulhava deles.

Em seus aposentos contou para a esposa seus sentimentos lhe dizendo como havia sido difícil o treino de cada um, como se ela nunca houvesse visto ou ouvido cada história, e o quanto seria importante que aqueles jovens estivessem preparados, como se ela mesma não houvesse sido a portadora das previsões do conselho. Desejou um “boa noite” à esposa com um beijo e, então, fechou seus olhos e sorriu. Sua missão estava completa.


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Notas finais do capítulo

Fim.
Sim, fim das histórias com o Ciel.
Em produção está da Rubi, mas ainda vai demorar para postar.



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