Quando o Amor Chega escrita por Miss Viegas


Capítulo 13
A novata - parte 2


Notas iniciais do capítulo

AHAAAAAAAAA Eu não falei que ía demorar menos dessa vez! Agradeço a todos que continuaram por aqui e agradeço de coração os reviews!



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As aulas transcorreram normalmente. Wulcan não era uma CDF obcecada, mas anotou tudo o que o professor disse, prestou atenção nas aulas e até fez uma pergunta. Na sala de aula, ela queria só prestar atenção e nada mais, os colegas de sala, as fofocas, isso ficava para o intervalo. Este que por sinal não demorou a chegar, mal ela viu e já era hora do almoço. Assim que o sinal tocou, ela foi para o refeitório, ficou observando as pessoas saírem da sala antes, queria gravar algumas fisionomias, contudo notou o mesmo em todas que fitavam, que a olhavam e logo desviavam o olhar como se ela pudesse queimá-los com os olhos ou coisa assim. Deviam saber que ela era uma mutante, mas muitos a olhavam com curiosidade, talvez devesse ser pelo seu visual, estava com um short até o meio da coxa jeans preto, uma blusa também preta sem mangas com detalhes em grafite e um laço, e all stars preto e branco cujo comprimento ía até o meio de sua perna, sem contar o escapulário prateado, argolas e braceletes pretos em um dos pulsos.  Não ligou muito, não era muito de fazer amizades logo de cara a não ser que lhe dessem a chance, sabia que dentro de um ou dois dias já não seria mais a novata, só mais uma mutante na escola cheia de humanos.

Seguiu andando pelo corredor, algumas garotas cochichavam insistentes, olhando-a, mas aí era de se aceitar, ela tinha certo estilo, ainda que diferente dos demais.

- Wulcan! Que bom que encontrei você! – ela sentiu alguém tocando em seu ombro por trás.

- Oi Kitty, eu estava indo almoçar...

- Nem precisa dizer mais nada você vai almoçar com a gente hoje! E aproveitar pra contar como foi o primeiro dia. Vamos lá.

Kitty começou a arrastá-la pela mão, as pessoas então tiveram certeza de que ela pertencia ao grupo de alunos daquele instituto só para mutantes do professor Xavier. Não foram só os alunos humanos que tiveram essa certeza, todavia. Pietro estava por ali, guardando um livro em seu armário quando viu Kitty chamar aquela menina tão alegremente e arrastá-la pela mão. Com certeza era uma mutante, os outros alunos não se permitiam intimidades assim, sem contar que nunca a tinha visto, portanto era novata. Tudo se encaixava. Quem seria ela afinal? Precisava descobrir e contar a seu pai, se Xavier a tinha acolhido, devia ter um poder a ser levado em consideração, pensando melhor, Tábitha havia comentado algo a respeito um dia desses, então devia ser essa a garota que mencionara. Não haviam dado bola, mas agora ela estava ali, na mesma escola que eles. Com um sorriso no canto dos lábios, foi procurar os outros membros da Irmandade para expor o que havia descoberto.

***

Wulcan chegou com Kitty até uma das mesas do refeitório, alguns almoçavam por lá mesmo, outros pegavam suas bandejas e comiam ao ar livre em algumas mesas que haviam por ali. Neste dia, a maioria dos mutantes do Instituto estavam juntos e aquilo para Wulcan pareceu bem familiar e acolhedor, uma vez que passara o dia como se fosse uma E.T. no planeta errado.

- Senta aí, Wulcan. Tem lugar aqui. – começou dizendo Scott.

- Obrigada, vou pegar meu almoço.

Wulcan se dirigiu até o balcão onde as bandejas eram servidas, havia sanduíches, batatas e até um pudim de chocolate, ela pegou tudo e tornou a sentar. Antes disso porém, notou que alguém a fitava insistentemente, era a mesma garota de quem derrubara os livros, achou muito estranho porque ela parecia sentir raiva dela, sem que ela tivesse feito nada, livros derrubados não são motivo de rixa. Passou adiante antes que ela resolvesse jogar alguma coisa. Quando sentou o pessoal notou que estava pensativa, mas ela começou a comer enquanto conversavam sobre as mais variadas coisas.

***

Amanda estava intrigada, mais que intrigada, estava deveras incomodada. Quem era ela afinal? O que ela estava fazendo lá? Não costumava ser grosseira com ninguém, seja com amiga, seja com namorado, ninguém nem se estressava por mixaria. Ela derrubara seus livros, mas não tinha problema, até se abaixou para recolhê-los, contudo quando a fitou logo notou que era a garota que estava com Kurt aquele dia no shopping, teve dúvidas, mas, era ela sim. As roupas meio extravagantes, o cabelo mechado de vermelho, era ela. Algo lhe subiu a cabeça naquela hora, não sabia se era ciúme por ver naquela garota uma ameaça e por ela estar com Kurt no cinema quando era ela quem desejava estar lá com ele. Ficou com dúvidas se eles eram namorados, ficou com dúvidas consigo mesmo, ela e Kurt não tinham nada mais afinal, então porque aquela implicância com a novata?  Talvez no fundo fosse aquela velha esperança deles voltarem, contudo se ela estava ali no meio dos alunos do Instituto devia ser um deles, Amanda se sentiu mais incomodada ainda, não que quisesse ser uma mutante, devia ser uma vida terrível, todos olhando com desconfiança, mas e se Kurt fosse humano? Sim, e se ele pudesse manter sua aparência humana para sempre e não tivesse mais nenhum poder? Seria maravilhoso, eles poderiam voltar, tudo ficaria bem de novo. Ela gostava dele, de verdade, mas aquele “problema”  relacionado a sua mutação era tudo o que os impedia de ficar juntos.  E aquela garota, será que ela também gostava de Kurt, eles foram ao cinema mas será que isso significava algo afinal? Precisava descobrir...

***

- Wulcan, como foi seu dia até agora? – disse Kurt que já havia chegado e estava devorando um pacote de batatas.

- Hum?  - respondeu ela distraída.

- Até agora Wulcan como foi na sala? – Kitty repetiu a pergunta de Kurt. – Algum aluno chato mexeu com você?

- Bem, não. Só aqueles olhares curiosos, eu tenho dois agravantes, sou mutante e novata ao mesmo tempo. – Todos riram.

- Se precisar de qualquer coisa, estamos aqui. Se a provocarem, não revide, mantenha-se calma. Afinal de contas, é um período de transição para todos. – Jean como sempre com seus sábios conselhos.

- Bom, não sou de revidar mesmo. Mas... teve uma coisa que aconteceu. Quando eu estava procurando minha sala, esbarrei numa menina e derrubei todos os livros dela. Eu me desculpei, mas ela olhou pra mim, virou a cara e saiu andando toda metida. Eu achava que ela podia estar brava, mas agora que a vi de novo acho que tem algo a mais. Ela olhou pra mim como se quisesse começar uma guerra de comida ou algo assim.

- Quem é ela, Wulcan? – perguntou Kitty.

- Bem, ela... está sentada lá naquela mesa. – Wulcan olhou para a mesa onde Amanda estava. Kurt que estava comendo suas batatas, engoliu de uma vez. Então Amanda havia sido grosseira com Wulcan, ele entendia tudo. Com certeza, a reconheceu da vez em que foram no cinema, devia achar que ele e Wulcan estavam envolvidos e agora que ela estava lá, descontou sua chateação.

- Que foi? Eu disse algo errado? –  Wulcan notou que Kitty e Kurt ficaram constrangidos, mais do que os outros que conversavam entre si.

- Sabe o que é Wulcan, aquela é a ex do Kurt.

- Então... claro, agora me lembrei! Eu a vi no shopping aquele dia, ela estava fazendo compras e nos viu e... Kurt, eu...

- Não precisa falar nada, Wulcan. Não precisa se desculpar, não é culpa sua afinal. Pra falar a verdade, você não tem nada haver com o que aconteceu entre nós, só que devo dizer que não gostei nada do que me disse. Amanda e eu não temos nada um com o outro, foi escolha dela se afastar e isso não lhe dá o direito de tratar meus amigos mal.

- Está tudo bem Kurt, é melhor deixar isso pra lá.

No entanto, Kurt não queria deixar pra lá. Conhecia Amanda, sabia que da mesma forma como ela era determinada para conseguir seus objetivos, quando implicava com alguém não era fácil. Agora o negócio era com ele, sempre foi. Wulcan podia ser humana, talvez o ressentimento estivesse ainda vivo nela, mas ela escolhera e ele aceitara, os dois eram livres no fim das contas.

Envolvido em seus pensamentos, Kurt nem notou que a Irmandade entrou no refeitório. Todos se viraram para olhar e um certo silêncio se fez presente.  Bob era um cara grande demais para não ser notado e os outros integrantes eram bem exc~entricos. Se dirigiram até o balcão para pegar suas bandejas, e os outros se afastaram, Bob pegou uma montanha como sempre, enquanto os outros se dirigiram até uma mesa de canto. No entanto, passaram antes pela mesa dos X-men, e fitaram muito bem a garota nova. Wulcan não se fez de rogada, não baixou o olhar e se perguntava o que aquele grupo era, porque tinha umas figuras bem diferentes entre si.

- Quem são eles? – perguntou Wulcan

- Bom, eu acho que seria melhor que o Professor conversasse com você, Wulcan, não sei se nós... – Jean começou a falar.

- Ah, Jean, por favor! Ela vai saber de qualquer forma, entçao é melhor que a gente previna logo, antes que algo aconteça. – começou Vampira que havia chegado a 10 minutos atrás.

- Nisso, eu devo concordar, Jean. A Irmandade não é fácil como você sabe e agora que Wulcan veio para a escola, não vamos poder ficar com ela o tempo todo. Ela precisa saber o que vai enfrentar. – disse Kitty.

- Espera, espera. Quem é essa tal Irmandade, vocês já mencionaram ela antes mas quero saber, quem são eles. Ficaram olhando pra mim, achei que era por causa do meu visual. – disse Wulcan com um sorrisinho.

- Bem, Wulcan, devo dizer que com certeza não era por isso. – começou Jean. – Vou começar do início para que entenda. A Irmandade é um grupo de mutantes que estão sob o comando de um outro mutante muito poderoso chamado Magneto. Ele e o professor Xavier eram amigos, mas possuíam idéias muito divergentes á respeito de como os mutantes deviam se relacionar com os humanos. Para Magneto, os humanos são inferiores e uma chance de relacionamento pacífico é totalmente impossível.

- Ele acha que deveríamos dominar o mundo e faria qualquer coisa para tal. – acrescentou Scott.

- Isso mesmo, daí ele e sua parceira Mística, formaram um grupo de mutante que também não gostam da idéia de paz. Mística caso não saiba é a mãe verdadeira de Kurt e mãe adotiva de Vampira. – Wulcan olhou para eles que confirmaram com a cabeça. Parecia que a história era mesmo longa. – Muitos da Irmandade são como nós do Instituto, que não têm família, sozinhos, outros não, como é o caso de Pietro e Wanda que são filhos de Magneto. Eles foram convocados por Mística e integram o grupo, já causaram muitos problemas e arruaça, nós sempre intercedemos tentando impedi-los, pois nos foi ensinado o uso positivo dos nossos poderes.

- Mas, Jean, por que eles não se unem a nós? Por que então não procuram outro caminho?

- Porque é difícil, Wulcan. Eles não encararam da melhor forma a aversão do mundo, podiam ter buscado outra forma, mas não e Mística soube convencê-los a ir pelo caminho mais difícil. Vivemos uma paz superficial aqui na escola e fora também.

- Se bem, que fora até surge uma convivência mais pacífica em alguns casos, não é Kitty? – disse Kurt rindo e dando uam cutucada em Kitty.

- Como assim? – perguntou Wulcan.

- Ah, ela e Lance, um dos caras da Irmandade têm uma queda um pelo outro.

- Kurt! – Kitty estava visivelmente vermelha.

-Mas continuando Wulcan. – retomou a palavra Jean – O que quero dizer com tudo isso é que a Irmandade pode tentar se aproximar de você. Tentar convencê-la para ir pro lado deles, claro que comunicarão Magneto e Mística que há uma nova mutante por aqui, por isso peço que tome cuidado, você é nova e...

- Pode ficar tranqüila, Jean. Sei muito bem o que quero e sei me defender mesmo sem poderes. E depois, não quero confusão, minha vida já foi uma confusão suficiente com uma mãe meio louca e uma rejeição do mundo, achei meu lugar e gostei dele, não pretendo trocá-lo por nenhum ideal maluco vindo da cabeça de um lunático qualquer.

- Bom saber que pensa assim, Wulcan.

O almoço transcorreu normalmente e o segundo período de aulas também. Wulcan notou que não havia ninguém do Instituto em sua sala nem da tal Irmandade. Continuou anotando os deveres e fazendo o que o professor pedia. O primeiro dia de aula não tinha sido ruim, foi bem esclarecedor até. Ela estava feliz de certa forma.

N ahora da saída, ela resolveu ir na biblioteca pegar uns livros e deixá-los no armário para ir lendo-os no decorrer da semana. Gostava muito de ler. N avolta deu de cara com alguém que realmente não queria: Amanda.

- Erm.. com lincença? – disse ela sem saber o que dizer de melhor, embora ela tivesse sido grosseira, Wulcan não pagava na mesma moeda, afinal educação é tudo nesse mundo.

- Então, você é a novata não é? – disse Amanda com uma voz visivelmente aborrecida.

- Sim, com licença. – Wulcan já ia embora quando Amanda parou á sua feente.

- Acho que não devia estar aqui, já é suficiente os do Instituto Xavier e aqueles delinqüentes da Irmandade. O Diretor Kelly não devia ter aceito você.

- Olha, acho que quem tem que decidir isso é o governo federal e o Diretor, agora se me dá licença...

- Você deve ter o prazer de me provocar não é? Sentada na mesa do refeitório desinibida, se mostrando com esse estilo esquisito.

- Olha aqui -  Wulcan virou-se – Desd o início, é você que está me provocando, seja com suas grosserias seja com seu olhar me fuzilando. Eu nunca te fiz nada, garota. Não sei o que rolou entre você e o Kurt e não me interessa, é coisa de vocês. Mas estou estudando aqui agora e não queria ter sempre o estresse de ficar encontrando você e ouvindo esses absurdos.

- Você pode dizer o que quiser, mas é de mim que Kurt gosta. – disse olhando-a nos olhos.

- Bem, pode ser mas será que a recíproca é verdadeira? Agora, dá licença que eu tenho mais o que fazer.

Wulcan foi embora deixando Amanda estática, fervilhando de raiva. Quem ela pensava que era, não passava de uma mutantezinha arrogante. Bem que não gostara dela desde o dia em que a viu no shopping, e a cada encontro gostava menos. Foi embora procurando esquecer aquela menina, sem no entnto conseguir.

“Essa ex do Kurt é mesmo insuportável”, pensava Wulcan enquanto ia caminhandop até seu armário. Ela estava chateada, não queria ter que viver isso logo no primeiro dia, já bastava o que o Diretor Kelly fez e falou. Guardou os livros no armário quando ouviu uma voz

- Wulcan

- Oi! – ela disse meio nervosa

- Nossa, o que eu fiz? – era Kitty.

- Me desculpa, Kitty, to meio chateada.

- Com o que?

- Ah, aquela ex do Kurt de novo. Fui na biblioteca e ela estava lá, começou com um papo que não deviam ter me aceito e tal. Acho que ela deve estar com ciúme de mim porque sou nova, porque me viu com o Kurt e tal. Mas é um estresse isso e...

- O que você disse Wulcan?

Kitty e Wulcan viram Kurt chegar por trás, ele parecia chateado, pegara só o final da conversa, mas dera a entender que Amanda tinha mexido com Wulcan de novo. E lembrando dos tempos de namoro, percebeu que depois que ela soube que todos do Instituto eram mutantes, passou a evitá-los, tolerava-os por serem amigos dele. Agora eles não tinham mais nada, mas isso não lhe dava o direito de ficar importunando quem quer que fosse de seus amigos. Eles nunca tinham se falado desde o término, não uma conversa á fundo, talvez tivesse chegado a hora.

- Kurt, eu...

- Não precisa dizer mais nada, já entendi que foi a Amanda. Preciso resolver isso...

- Kurt, espera... – era tarde, só havia uma fumaça e o som de “bunf” no ar.

Amanda estava indo pra casa, o caminho era bem tranqüilo aquela hora, só alguns carros passavam e ela ia por um caminho cheio de árvores ouvindo os pássaros. De repente ouviu o som de “bunf” e Kurt apareceu á sua frente com uma expressão séria e lhe disse:

- Precisamos conversar.


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Notas finais do capítulo

E aí? Alguém desconfiou que a garota de quem a Wulcan derrubou os livros era a Amanda? Gostaram? Reviews?
Bjinhos da Miss Viegas



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