A Ordem de Drugstrein escrita por Kamui Black


Capítulo 26
O Casamento de Sakuro - Parte Única


Notas iniciais do capítulo

Um homem e uma mulher; um mago e uma maga; unem-se em matrimônio. E, durante a festa que celebra esta união, revelações e relações interpessoais, ambas que certamente terão sua repercussão no futuro.



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Capítulo 025

O Casamento de Sakuro (Parte Única)

Era o dia trinta e sete do inverno do ano 2354 da Terceira Era. O pouco utilizado salão de festas da Ordem de Drugstrein estava lotada e ricamente decorada por tapeçarias e flores. Ali seria realizado o casamento de Sakuro Cyren e Katherine Sttiken.

Os homens utilizavam gibões de seda de cor preta ou cinza escuro. E nada das botas que os magos geralmente utilizavam e sim sapatos de cano baixo da mesma cor do gibão.

As mulheres utilizavam belos e variados vestidos de festa. Com direito a bordados e babados. Apesar disso, nenhum deles dispensava os brasões que caracterizava o título de cada um dentro da ordem.

Os magos, diferente do restante da humanidade, não acreditavam em deuses. Sendo assim, não haveria nenhuma cerimônia religiosa. Apesar disso, quando os magos se casavam, era comum haver um pequeno evento com algumas palavras trocadas, música e muita festa. Grendolow iria presidir aquele evento e vestia-se com um gibão muito requintado com traços de dourado.

O granmestre estava em frente a uma grande tapeçaria com o brasão da ordem. Um longo e decorado corredor conduzia até ele. Em uma das laterais havia uma trupe de bardos contratados especialmente para aquela ocasião. Do outro lado havia uma grande mesa com diversos e variados alimentos, além de muitas bebidas. Atrás do corredor decorado, ficava um grande espaço aberto que seria utilizado para dançar.

Kayan estava vestido com um gibão preto, como era seu costume. E estava acompanhado de Thays, que vestia-se com um vestido longo e vermelho. Eles estavam bem afastados do restante do pessoal e criticando o atraso tanto dos noivos quanto de Sarah e Ellien, que estavam se arrumando juntas mas demoravam para chegar.

Não levou muito mais tempo para que as duas chegassem. Sarah foi diretamente até onde Kayan se encontrava. Ela vestia-se com um vestido na cor amarelo que chegava pouco abaixo dos joelhos e tinha um belo decote; chamativo, mas nada vulgar.

– Como estou? – perguntou enquanto girava em volta de si mesma para que Kayan pudesse ver.

– Está linda – respondeu com sinceridade. Ele a achava linda, independente do que estivesse vestindo.

– Obrigada! – sorriu. – O que aconteceu que você não está com o Mathen?

– Ele estava aqui há pouco tempo, mas a Thays chegou e ele saiu junto com o Fredrick e o Bren.

– E agora que eu cheguei a Thays saiu com a Ellien, por que será? – observou ela em meio a uma risadinha.

– Pois é, por que será? – disse Kayan, enquanto segurava-se para não rir.

Sarah observou o salão a procura de quem estava ali. Viu vários mestres e magos. Tantos que haviam muitos que ela nunca tinha visto antes.

– Será que o Sakuro vai demorar muito pra chegar?

– Espero que não, mas se você demorasse mais um pouco iria acabar chegando depois dos noivos.

– Muito engraçado, senhor Atreius. Ah! Olha lá, o Sakuro chegou.

As portas duplas do salão se abriram para que Sakuro pudesse entrar. Naquele momento os bardos mudaram de música para uma mais propícia para casamentos. O granmestre utilizava uma túnica ainda mais ornamentada que as vestes de Grendolow. Ela era totalmente preta com detalhes dourados. Um longo manto se estendia a partir de suas costas e um colar de ouro pendia em seu pescoço. Ombreiras prateadas completavam sua indumentária.

Os convidados ainda tiveram que aguardar mais alguns minutos até que Katherine Sttiken entrasse no salão. A noiva estava linda com um vestido totalmente branco e rendado, com uma calda que se arrastava pelo enorme tapete que demarcava o corredor central. Uma coroa de flores do campo ornamentava sua cabeça enquanto um belíssimo pingente podia ser visto preso no colar em volta de seu pescoço.

Seu pai era um mago muito velho que fora um mestre em Drugstrein, mas havia se afastado da ordem devido a idade. Apesar disto, ele ainda vestia-se de maneira respeitosa. Conduziu a filha até Sakuro, entregando-a para o noivo.

– Nos reunimos aqui esta noite para celebrarmos a união deste homem e desta mulher – iniciou Grendolow.

Ao contrário da cerimônia dos humanos comuns, a dos magos era bem breve. Havia apenas alguns juramentos de amor e fidelidade, união e cumplicidade, e tudo se encerrava com um beijo apaixonado entre o casal ali presente.

– Sendo assim, declaro Sakuro Cyren e Katherine Sttiken como esposo e esposa e que a magia ilumine seus caminhos.

Com o fim da cerimônia os bardos começaram a tocar as músicas mais animadas que eles conheciam e a festa se iniciou. Enquanto alguns mais apressados serviam-se na mesa dos alimentos e das bebidas, outros dirigiam-se até os noivos para cumprimentá-los. Thays foi a primeira à chegar até seu primo.

– Primo, que bom que finalmente se casou – disse enquanto beijava-lhe no rosto e em seguida Katherine. – Espero que sejam muito felizes juntos.

– Pode ter certeza de que seremos, minha prima.

– Agora eu quero logo um priminho, hein, Sakuro. Vou deixar vocês livres porque tem mais gente para cumprimentá-los.

Não levou muito tempo para que Kayan e Sarah se aproximassem para cumprimentá-los. O rapaz apertou a mão do noivo e beijou a noiva no rosto. Sarah repetiu o gesto logo após ele.

– Que bom que você e a Thays insistiram para que o Sakuro se casasse comigo. Senão pode ser que ele nunca tomasse a iniciativa.

– Que isso, mestra Katherine, ele já queria isso faz tempo, só precisava de um empurrãozinho.

– Isso mesmo, meu amor, mas ainda penso que sou muito jovem para me casar.

– Você vai continuar dizendo isso até os cinquenta anos, não é? – brincou Katherine.

– Pode ser, temos que levar em consideração que envelhecemos em um ritmo muito menor que o restante dos humanos.

A fila de convidados prosseguiu até que chegasse a vez de Spaak que, não contente em apertar a mão de Sakuro, abraçou-o e ergueu-o do chão.

– Antes você do que eu, meu amigo – brincou.

– Você fica aí brincando, Spaak, mas é bem possível que no futuro sejamos nós a assistir o seu casamento.

– Sem chance. Não fui feito para ser de uma pessoa só, Katherine.

– Você fala isso apenas porque ainda não encontrou a pessoa certa.

– Ou talvez porque tenha encontrado... mas ela já tenha partido.

Percebendo que Spaak havia perdido um pouco da alegria, Sakuro resolveu mudar de assunto.

– Agradeça-me por te livrar de sua missão, Spaak, assim você pôde comparecer à esta festa repleta de magas solteiras.

– Muito bem observado, Sakuro. Depois vá até minha mesa para bebermos um pouco juntos. E você também, Katherine. Agora que são casados não devem mais se separarem.

Depois que todos os convidados seguiram até os noivos para cumprimenta-los, uma pessoa inesperada atravessou a porta e seguiu até os recém casados. Ele trajava a costumeira roupa negra que era seu uniforme, além do manto da mesma cor e ornamentado em dourado.

– Meus parabéns, Sakuro, Katherine.

– Radamanthys! Fico muito feliz que tenha vindo.

– Vim apenas para cumprimentá-los. Apesar de qualquer diferença que tenhamos no passado quero que saiba que desejo-lhe a felicidade, Sakuro.

– Granmestre Radamanthys, o senhor devia ter visto a cerimônia. Ela foi linda! – exclamou Katherine.

– Eu imagino que sim, mestra Katherine – ambos tratavam-se com cordialidade devido ao fato de nunca terem sido íntimos. – Com sua licença, irei me retirar.

– Não pretende mesmo ficar para a festa, Radamanthys?

– Temo que não, Sakuro. Não gosto muito de festas.

No entanto, antes que o Atreius pudesse deixar o local, Arthuro se aproxima segurando um corno de hidromel em sua mão.

– Radamanthys! Venha, junte-se à nós nesta festa.

– Agradeço o convite, Arthuro, mas acho que vou ter que declinar.

– Vamos, Radamanthys, não é todo dia que Sakuro se casa. Beber um pouco conosco não o fará parecer menos austero e sério.

– Tudo bem, tudo bem, já que vocês insistem tanto ficarei mais um pouco.

* * *

– Você viu que seu tio apareceu na festa? – Sarah comentou com Kayan.

– Eu vi. Achei bem estranho, ele não é muito sociável.

– Mas parece que o mestre de elite Arthuro se dá muito bem com ele. Com mestre de elite Ashtar e aquela mestra que não sei o nome que está com eles também.

Kayan observou a mesa onde eles estavam sentados e percebeu que até mesmo seu tio estava conversando.

– Talvez ele apenas converse com os magos da mais alta casta – observou o Atreius.

– É, pode ser. Esqueça isso e vamos dançar.

Sarah convidou-o enquanto puxava-o pelo pulso.

– Eu não sei dançar, Sarah.

– Vamos lá, Kayan, é uma ótima oportunidade para aprender.

Sem ter outra saída, o Atreius praticamente foi arrastado por Sarah. Apesar de ter sido ele a ser conduzido pela garota, conseguiu disfarçar bem para não passar tanta vergonha.

* * *

Arthuro e Radamanthys juntaram-se a outros dois mestres e os servos do castelo não demoraram muito tempo para servi-los. a conversa tornou-se animada quando foi alimentada com um pouco de bebida e até mesmo Radamanthys participou dela.

Depois de algum tempo, Arthuro chamou-o até uma outra mesa para tratarem de um assunto um pouco mais particular.

– Gostaria de conversar com você sobre o Kayan.

– E o que teríamos para falar dele? – o granmestre respondeu em um tom seco.

– Você deveria se orgulhar dele. É um mago talentoso e está seguindo os passos do pai.

– O que quer dizer que segue o caminho de um tolo. Kattus foi um tolo e Kayan será um tolo de igual tamanho.

– Kattus fez o que fez porque precisou fazer.

– Foi apenas por causa deste garoto e da mãe dele que ele morreu como morreu e por isto digo que meu irmão foi um tolo.

Arthuro respirou fundo perante a teimosia do granmestre, mas não desistiu de argumentar.

– Não foi isto que aconteceu, Radamanthys, e você sabe que não foi.

– Para que remexer no passado, Arthuro? O que passou já está enterrado.

– Não estou querendo mexer com o passado, Radamanthys, apenas quero dizer que você deveria tratar melhor o legado que seu irmão deixou.

– Legado? Foi por culpa dele que...

– Não. Você sabe tão bem quanto eu que não foi este o motivo. Tente, Radamanthys. Não é fácil para você, eu sei, mas ao menos tente.

O granmestre não respondeu ao mestre de elite. Apenas afastou-se em direção à mesa de bebidas.

* * *

Kayan e Sarah haviam se cansado de tanto dançar e foram até a mesa de bebidas para se reabastecerem. O garoto enchia dois cornos com vinho pra ele e para a garota quando ela exclamou.

– Kayan! Não se vire agora, mas veja quem vem vindo até aqui.

Ignorando o pedido de discrição da amiga, o mago negro virou-se assim que ela avisou-o.

– Mas é o granmestre Radamanthys!

– Quanta discrição – reprovou a garota.

Radamanthys parou em frente à Kayan. Por alguns momentos tudo o que os dois fizeram foram encarar-se. Os olhos negros cheios de vitalidade de Kayan mantinham-se fixos nos olhos negros e austeros de seu tio.

– Tudo bem com você, garoto?

Espantado com o que acabara de ouvir, Kayan permaneceu estático até que Sarah lhe desse um cutucão para que reagisse.

– Tu... tudo bem. E com o senhor?

– Sim, tudo ótimo. Fiquei sabendo que você tem liderado sua equipe muito bem.

– Eu faço meu melhor, senhor, obrigado.

– Que fique claro que não sou eu quem está dizendo isto. Você ainda tem muito o que melhorar.

Estava bom demais para ser verdade, pensou Kayan enquanto ouvia aquelas palavras. Bom, ao menos não estamos discutindo.

– O que quero dizer é que, talvez, eu estivesse equivocado quanto à sua capacidade.

Após dizer o que tinha para dizer, Radamanthys simplesmente deixou o ambiente.

– Isso foi... estranho – comentou Sarah.

– Seria isso algum tipo de pedido de desculpas de Radamanthys?

– Seu tio não parece o tipo de pessoa que pede desculpas, mas pode até ser.

– Isso foi coisa do Arthuro. Ele vive me dizendo que eu e meu tio deveríamos nos aproximar e eu digo que é meu tio que não me deseja por perto.

– Isso não é importante, Kayan. O que importa é que agora você e seu tio não vão mais ser hostis um com o outro.

O Atreius, então, tomou um bom gole da bebida que ele tinha em suas mãos e voltou a falar.

– Vem comigo, quero te mostrar uma coisa.

Kayan apenas puxou Sarah pela mão, sem deixar a opção de segui-lo ou não.

* * *

Do outro lado do salão, Mathen, Bren e Fredrick serviam-se de carne e batatas assadas enquanto comentavam sobre as garotas ali presentes.

– Vocês sabiam que esta festa é uma boa oportunidade para conseguirmos uma namorada? – comentou Fredrick.

– Eu estava pensando a mesma coisa – comentou Mathen.

– Na verdade eu estava até pensando em conversar com a Sarah, mas o Kayan não saí de perto dela – disse Bren, com uma pontada de decepção na voz.

– Será que eles estão juntos? – indagou Fedrick. – Mathen, você que faz parte da equipe, nos ilumine sobre esta questão.

– Não sei. Acho que até agora não teve nada entre eles, mas o Kayan sempre a trata muito bem e ela vive elogiando-o.

– É, meu caro Bren, pode ir desistindo – concluiu Fedrick.

– Pois é, já desisti.

– Enquanto vocês dois ficam aí discutindo eu vou atrás de minha pretendente.

Mathen, após dizer aquilo, seguiu em direção a Ellien, que acabara de se afastar de Thays.

– Eí! Mas eu ia conversar com ela – protestou Fedrick.

– Parece que nós dois ficamos sozinhos.

– Nada disso, ainda tem muita mulher sozinha neste salão.

* * *

Sakuro, Katherine, Spaak e Arthuro dividiam uma mesa no centro do salão. Eles eram os melhores servidos entre os presentes e não cabia mais alimentos e bebidas sobre a mesa.

– Vocês sabiam que a guilda Darthone agora foi elevada à condição de ordem? – comentou Sakuro.

– Eu tinha ouvido algo sobre eles terem feito uma solicitação às ordens. Eles eram a maior guilda, então não me espanta que tenham conseguido – concluiu Arthuro.

Spaak tomou um bom gole de seu hidromel antes de dar sua opinião.

– Então agora Ector Darthone é um granmestre. Ele era um mestre de elite aqui em Drugstrein na época da Rebelião Negra, não é? Até houveram hipóteses dele ser um espião de Zeffirs.

Sakuro fez menção de responder, mas foi Katherine quem falou antes que seu marido o fizesse.

– Eu era bem jovem e apenas uma maga na época, mas pelo que me lembro ele foi inocentado das acusações. Chegou até a perder um irmão, os pais e um sobrinho durante a guerra. Não acho que ele estivesse aliado à Zeffirs.

– Exatamente, meu amor. Apenas Radamanthys votou contra quando nós reunimos os granmestres para decidirmos por Drugstrein. Ele disse que eles eram pequenos demais.

– Serão a menor das ordens, é verdade – observou Spaak. – Mas já estavam grandes demais para uma guilda, com uns cinco mestres. Geralmente uma guilda só tem um ou dois.

– Vamos deixar este assunto para outro dia – protestou Arthuro. – Vocês perceberam que Radamanthys conversou com Kayan antes de deixar o salão?

E a conversa prosseguiu por este assunto e após este outro diferente e nenhuma outra palavra foi dita sobre a nova ordem naquela noite.

* * *

A lua iluminava a noite e podia ser vista da pequena sacada onde Kayan havia levado Sarah. O local era anexo ao salão e haviam mais algumas ao lado daquela, todas com as entradas escondidas por tapeçarias. A vista daquele lugar era para o grande jardim interno do castelo.

– Como você conhecia este lugar? – indagou Sarah.

– Conheço vários lugares ocultos do castelo. Vantagens de ser treinado por um mestre de elite. O que achou?

– Achei a vista linda. Nunca imaginei como seria ver este jardim de cima.

– A vista pode ser linda, mas não é tão linda quanto você.

A garota estava de costas para o rapaz, mas ele pode perceber que ela havia enrubescido com seu comentário.

– Assim você acaba me deixando sem graça, Kayan.

– Não fique, é a mais pura verdade – o Atreius fez uma pausa para tomar coragem e, em seguida, declarou. – Sarah... eu acho que sinto alguma coisa por você.

– O que quer dizer com isso?

Apesar da pergunta, Sarah sabia exatamente o que ele queria dizer, por isso corou ainda mais e sentiu o coração acelerar. Kayan também estava com o coração acelerado e um pouco nervoso, mesmo com o vinho ajudando-o com a coragem. Mas sabia que tinha que agir rápido, senão acabaria não agindo nunca. Ele virou-a para si delicadamente e levou sua mão até o queixo da garota para ergue-lo. Seus olhos se encontraram e ele quase se perdeu nos brilhos daqueles olhos castanhos. Aproximou lentamente seus lábios dos da garota, que apenas ficou olhando para ele.

Quando os lábios se encontraram um beijo teve origem. A principio era um beijo desajeitado, pois era o primeiro para ambos. Depois disso eles descobriram como deveriam fazer e o beijo tornou-se mais intenso, sendo que Kayan até mesmo levou suas mãos até a cintura de Sarah.

Após se separarem do beijo, Sarah voltou a virar-se para o jardim e de costas para Kayan.

– Nós não podemos, Kayan.

– O que não podemos?

– Não podemos ficar juntos.

O Atreius piscou duas vezes tentando entender o que estava ouvindo sair dos lábios da garota.

– Por que não? Eu tenho sentimentos por você Sarah. Sabia que isto ia acontecer desde o momento em que te vi pela primeira vez. E sei que você sente o mesmo por mim.

– Isso tudo é verdade, mas não daria certo.

– Por que não, Sarah?

– Porque estamos na mesma equipe.

– E o que isso tem de mais?

– Se nós fossemos namorados, você ia acabar dando mais valor à minha vida e à me proteger do que cumprir a missão. Iria acabar atrapalhando todo mundo.

– Se você não retribui o que sinto por você, Sarah, diga logo de uma vez, não precisa inventar desculpas – Kayan não estava irritado, apenas impaciente e ansioso.

– Não se trata do que eu quero. Apenas não podemos fazer isso.

Sem mais nenhuma explicação ou encarar Kayan, Sarah voltou para o salão, deixando o rapaz ali sozinho e pensativo.

Sarah, sua tola, não percebe que já é assim? Sempre dei mais valor à sua vida e à do Mathen que para a missão, Kayan tinha a resposta perfeita, mas já era tarde demais.

Sem escolhas, o Atreius retornou para o salão, que já estava com apenas metade dos convidados. Rumou até o local onde estavam Thays, Fedrick e Bren, além de Mathen e Ellien, que estavam abraçados.

– Olá – disse meio chateado.

– O que deu na Sarah, Kayan? – indagou Ellien. – Ela passou por aqui e saiu sem nem se despedir da gente.

– Ah... eu não sei o que deu nela – mentiu.

– Kayan, você sumiu metade da festa – disse Thays. Pensei que iríamos nos reunir com meu primo e com a Katherine para comemoramos o casamento dos dois. Ainda está em tempo, eles ainda não saíram, quer ir até lá?

– Acho que não, Thays, estou meio cansado. Talvez outro dia.

– Ah... ta bom, então – respondeu a garota, visivelmente chateada.

O Atreius, então, deixou o local apenas desejando uma boa noite aos presentes.

– Primeiro a Sarah, agora o Kayan. Que estranho, até parece que tem alguma ligação – comentou Ellien.

Fedrick olhou para Bren e levantou uma sobrancelha, o garoto apenas concordou com a cabeça. Thays, então, também deixou o local sem falar nada e foi se reunir com seu primo.

– Nossa! Todo mundo agindo estranho hoje – completou Ellien.

– Só sei que eu é que não vou aqui ficar de castiçal pra vocês dois – disse Bren.

– Tem razão, vamos para junto da minha equipe ­– chamou Fedrick.

– Eu não me importo com isso – observou Mathen pouco antes de beijar Ellien.

Enquanto isso, Kayan e Sarah permaneciam deitados cada qual em sua cama pensando em tudo o que ocorrera naquele dia. No final das contas, Kayan chegou à conclusão de que depois daquele dia viria outro e o melhor que ele tinha a fazer era dormir, embora fosse mais fácil pensar nisso que fazer.


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Notas finais do capítulo

E finalmente, depois de 25 capítulos, um beijo entre o Kayan e a Sarah o/ Pena que não deu tão bom assim pros dois, né?

Esse capítulo foi bem interessante, com revelações, comentários sobre uma nova ordem, Radamanthys conversando com o Kayan. Enfim, quero ler suas impressões sobre ele. Digam aí nos comentários.



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