PEV - Pokémon Estilo de Vida escrita por Kevin


Capítulo 27
Capítulo 26 – Mortes Anunciadas


Notas iniciais do capítulo

Recebemos mais uma recomendação! AEEEEE!

Quero agradecer a Lord por mais essa inigualável recomendação que faz a PEV superar a PET 3ª Temporada em número de Recomendações (no momento :D).

Com esta recomendação logo teremos a aparição de mais um personagem da PET (acredito na verdade que no próximo episódio)!

Vocês estão fazendo dessa fic uma experiência sensacional... e garanto... até o final teremos uma SUPER supresa!!!



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Pokémon Estilo de Vida
Saga 02 – Fantasmas do Passado
Etapa 06 – Laços

"Às vezes somos forçados a driblar a verdade,
transformá-la,
porque somos colocados à frente de coisas que não foram criadas por nós.
E às vezes, as coisas simplesmente chegam até nós."

Capítulo 26 Mortes Anunciadas

– Ele precisa de água! -

Cowboy a tempos não via sua casa tão cheia. Desde que voltara de sua participação de uma competição mundial e tornara-se, oficialmente, criador de golpes ele não tinha tantas visitas. Se é que aquelas pessoas todas poderiam ser chamadas de visitas.

Choc e Dalia eram seus parentes e tecnicamente estavam ali quase todos os dias. Era o problema de terem se tornados vizinhos. Até que aceitava-os melhor desde o incidente com Roger, não gostava de admitir mas devia a eles sua vida. Mas, era justamente por eles que havia tanta gente ali naquele dia.

Dalia havia ido a cidade e demorado para retornar. Sentiram um forte tremor a pelo menos 10 quilômetros da fazenda e não tiveram como não se preocupar. Mesmo após meses da invasão de Roger, eles ainda estavam em alerta, ainda mais por saber que o garoto não havia morrido e terem identificado o padrão dele em alguns ataques noticiados de Kanto.

Choc e Cowboy foram averiguar o tremor e ao chegaram viram uma luta inesperada entre um rapaz que Choc não conhecia e outras três pessoas que ele também tinha dúvidas da identidade. Mas, Cowboy pareceu identificar facilmente todos os quatro e após um pequeno choque não teve dúvidas de que interferiria e abateria o rapaz que estava em desvantagem.

Cowboy era bom fisionomista e não demorou em reconhecer Juliana Pendraco, mesmo com aqueles cabelos e olhos coloridos, Reconhecia os irmãos Torques com extrema facilidade. Ver aqueles três que um ano atrás eram rivais trabalhando juntos contra um adversário parecia ser algo surreal, mas indicava que o solitário era problema. Cowboy o reconheceu e a identidade bastava para tudo se explicar.

Um rapaz que ele havia visto pessoalmente uma vez, mas que algumas fotos de antes do encontro e de depois do encontro o fizeram gravar bem o rosto e fisionomia do rapaz. Um antigo aspirante a músico e a treinador pokémon que ao ter um desempenho pífio acabou seduzido pelo mundo dos crimes e filiou-se a uma organização criminosa que meses depois foi desmantelada.

Em um dos furtos que aquele rapaz, que lutou contra os Torque e Juliana, Cowboy esteve como uma de suas vítimas. Então ele jamais esqueceria o rosto dele. Foi um ataque ligeiro com Tauros que nocauteou o pokémon e seu treinador deixando-os desacordado. Dalia chegou ao local da luta, pois era no meio da estrada para a fazenda, e ao ver o irmão atacando o rapaz não demorou em querer levá-lo para a fazenda.

– Água? - Brad riu debochadamente. - Ele é nosso prisioneiro e só terá algo quando nos disser quem comanda os fantasmas! -

O trio que lutava anteriormente acabou seguindo-os, sem ao menos serem convidados. Aos poucos explicaram que estavam caçando o grupo que estava tentando matar Kevin e seus amigos e que ele era um deles, pois atacou-os por duas vezes desde que chegaram a Sinnoh.

Só então Dalia havia se dado conta do problema em que havia sugerido levar para casa. Todos os temores que Choc possuía era de pessoas que caçassem Kevin fossem também atrás deles foi mostrado serem plausíveis e pior, ela havia feito a casa de seus pais e irmão tornar-se cativeiro.

– Deixaram-no trancado, amarrado, vendado, ferido sem comida e água por mais de 48 horas.- Dalia parecia muito irritada com tudo aquilo. As vezes mais consigo mesma do que com a situação. - Ele vai morrer! -

A sala estava com todos os envolvidos. Cowboy sentado em uma cadeira tentando entender como tudo aquilo havia ido parar em sua fazenda. Dark observando o comportamento de todos, como se sentisse que algo estava começando a fugir do controle. Brad louco para torturar efetivamente aquele fantasma até conseguir tirar respostas dele. Choc estava preocupado com Dalia que tentava interceder pelo prisioneiro. Mas, todos ainda prestavam atenção em Juliana que se preparava para interrogar ao rapaz.

Cabelo raspado e claramente sem forças. Sem comida ou água a pouco mais de dois dias, o rapaz estava nas últimas. Juliana propiciou a ele o mesmo tipo de tratamento que ela ia receber, jogada numa caixa de aço indo em direção a morte com água e comida que não dariam para mais do que três dias em uma viagem de um mês. Deixá-lo naquelas condições foi quase uma vingança particular para a jovem Pendraco, mas a realidade era que apenas queria-o dócil e desesperado.

– Bem... - Juliana começou a beber um copo de água e via os olhos dele, quase sem vida, acompanhando cada golada sua. - Queremos respostas. Se cooperar te damos água e comida, se nos enrolar é bom que saiba que eu fui torturada por muitas horas e lembro exatamente cada uma das coisas que me fizeram. -

Dalia saiu da sala naquele momento. Até ali não sabia que Juliana havia sido torturada e percebia que talvez tudo havia mudado de figura por causa daquilo. Sua decisão de insistir para levarem o rapaz para casa e tratá-lo havia se tornado perfeita para aquele trio recém-chegado torturar o rapaz, sem que ninguém pudesse interferir. Os seguranças de Cowboy estavam em alerta por todo o local e os pais, tanto de Cowboy quanto de Choc, estavam viajando com seguranças. Eles fariam o que quiser com aquele rapaz.

– Quero respostas interessantes. - Disse Juliana ao acabar de tomar água. - DJ. Ou talvez prefira ser chamado de CB-888 Jow. -

Um olhar de dúvida pareceu surgir do abatido rapaz. Juliana sorriu naquele momento. Ela havia reconhecido o rapaz e confirmara com Cowboy que também o reconhecera. A identidade dele como antigo membro de um grupo musical de treinadores de elite e logo após como supervisor da extinta Estilo de Poder estava descoberta.

– Sei que está atrás do Kevin porque acham que ele é culpado pela queda da organização criminosa de vocês. - Juliana encarou-o. - O que vai ser? -

A boca se movimentou, mas o som da voz não saiu. Brad foi dar uma risada, mas Dark bateu no irmão franzindo a testa. Olhou para Juliana que era a mais próxima do cativo e ela também parecia surpresa.

Diferente de Cowboy e Brad, Juliana e Dark eram coordenadoras e leitura labial era algo que um coordenador de alto nível precisava conhecer para pegar os truques que seus adversários aplicavam nas apresentações. As vezes toda uma série de golpes era dita sem que um a pudesse ser escutado, apenas um com um simples movimentar de lábios.

– Ele disse... - Dark pareceu refletir por alguns instantes, não acreditando no que havia entendido. - Está nos ameaçando? -

Cowboy desencostou-se da parede ao entender que o cara havia ameaçado. Não queria entender como as duas haviam compreendido aquilo, apenas imaginou o tipo de problema que viria a seguir. Deu dois passos em direção ao prisioneiro e então estancou quando a casa tremeu e um som de explosão pode ser escutado.

Choc com um salto tentou alcançar a porta aberta, mas sons de tiro começaram e um acertou-o no ombro fazendo cair para trás. Alguns gritos, especialmente de Dalia que parecia estar na varanda. Tudo acontecia muito rápido e quando finalmente o grupo dentro da casa conseguiu se situar, puderam ver o som de risadas, quase moribundas, vir do prisioneiro.

Cowboy agarrou-o pela gola da camisa, erguendo-o e o levando para porta. Ele era um escudo, ele era um cessar fogo. Cowboy Olhou Choc caído, com sangue escorrendo da bala no ombro esquerdo. Não estava morto, mas era certo que aquele ferimento iria ser um problema para ele pelos próximos meses, ou talvez anos. Afinal, a bala teve força de lançá-lo para trás.

– Tenho um dos seus! -

Era um grito idiota que só foi percebido segundos depois de já tê-lo feito. Desarmado, com um ferrado prisioneiro, sair contra quem estava atirando e explodindo coisas ultrapassava o limite da coragem. Não sabia o que estava acontecendo realmente. Tudo levava a crer que eram os tais fantasmas que odiavam a Kevin a ponto de querer matá-lo e para isso estavam atacando os amigos dele. Mas, e se não fosse?

– Tudo bem! Eu tenho dez dos seus. -

Cowboy viu seus dez seguranças rendidos. Estavam perfilados de joelhos com armas apontadas para suas cabeças. Havia uma quantidade tão grande de pessoas armadas espalhadas pela frente de sua propriedade que ele quase não percebeu Dalia rastejando no chão, tentando se proteger e aproveitando o momento de cessar dos tiros para retornar para dentro de casa e dar de cara com o ferido marido. Mas, mesmo a irmã desesperando-se bem aos seus pés a cena a sua frente estava mais alarmante.

– Acho que então só preciso de um deles, né? - Ele olhou para os companheiros que estavam com as armas e mesmo a uma distância razoável, Cowboy escutou o engatilhar das armas. - Pensando bem, vou deixar você na vantagem. -

Dez tiros escoaram pela propriedade quase que em simultâneo, dando uma única certeza a Cowboy, só viveriam se eles permitissem.

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A chuva caia forte. A muito uma tempestade como aquela não caia, de repente, em Khubar. No geral, as tempestades iam formando-se ao longo de dois três dias, devido a posição em que a ilha ficava. O fato repentino preocupava os Mejvoj's que fugiriam naquela sexta feira, mas acabou que o navio em que embarcariam, sequer chegou a Khubar.

As malas estavam prontas desde o início da semana, quando iam fugir. Por isso a frustração não fora tão grande. Mas, a cada dia a mais que permaneciam em Khubar, mais perigoso a jornada se tornava. Uma tempestade que começou com uma estranha ventania no meio da tarde e chegou a ser noticiado como um ciclone no meio do oceano. A chuva veio em sequência, forte como se parte da água do oceano sugada tivesse sido sugada pelo ciclone e jogada só em cima de Khubar.

– Nunca vi uma chuva como essa. - Riley comentou. Não escondia que aquela tempestade a assustava. - Nos Países Livres não chove assim. -

– Onde morávamos não chove assim. - Comentou Maya. - Mas, em algumas áreas dos Países Livres isso aqui é diário. - Maya olhou para o relógio e para porta. - Será que o Kevin está bem? - Ela mesma sacudiu a cabeça contrariando-se. - Ele sempre está bem. É só uma chuva. -

Estavam jantando. Tentaram esperar Kevin até as nove da noite. Mas, como a chuva parecia só aumentar e não parava imaginaram que talvez ele tivesse ficado preso em algum lugar devido a chuva.

– Passei por algumas chuvas como esta, ou talvez mais fortes. - Comentou Mejov tentando distrair as filhas, uma pelo medo e outra pela preocupação com Kevin. - A mais marcante foi sua mãe quem me forçou a viver. -

Maya percebeu que seu tio falava com ela. A mãe de Riley, esposa de Cody, era irmã da mãe de Maya. Quase ninguém além da família de Riley costumava falar da mãe dela. As vezes ela até se perguntava como conseguia ser tão humana vivendo sem mãe e com um pai violento.

– Seus pais tinham tido uma discussão. Ela saiu e a chuva começou e se mostrou uma forte tempestade. Inúmeras pessoas se meteram na tempestade para procurá-la, mas quem encontrou-a foi seu pai. - Ele riu. - Ela dizia que foi a primeira vez que poderia dizer que houve romance na vida dela quanto a seu pai. Nove meses depois você e seu irmão nasceram. -

Riley percebeu que a mãe de Maya também casara como ela casaria, por um combinado. Pensou em comentar algo, mas viu que a loira parecia sorrir e prestar atenção no que o pai estava falando. Ela nunca se queixou de não ter uma mãe, mas era nítido que ela sentia falta.

A morena levantou-se levando seu prato para a cozinha para jogar fora o resto de comida. Deixou o prato na pia e abriu a geladeira e fechou-a suspirando. Havia esquecido, por um instante, que fugiriam naquela noite. Um doce cairia bem para distraí-la daquilo tudo. Escutou algumas falas do pai ali mesmo, da cozinha e quase riu ao perceber que o pai havia puxado aquele papo para as distraí-las. Preparou-se para sair da cozinha para voltar a escutar sobre a mãe da Maya e então parou de andar, de repente.

Franziu o cenho e voltou a geladeira, abrindo e observando-a. Como fugiriam naquela noite esvaziaram a geladeira deixando apenas água e alguns alimentos com validades longas que era para enganar quem viesse vasculhar a casa. Mas, havia algo que não estava ali antes, afinal ela mesma limpara a geladeira a pouco mais de quatro horas.

– Pão? -

Era um pacote de pão de forma, fechado. No entanto, o pacote parecia molhado. Deixou a questão de lado, as vezes o pai tirara da bolsa e acabara molhando enquanto o colocava na geladeira. Fechou a geladeira e foi até a beira da pia pegar um pano para enxugar. Foi então que viu que o pano ficava avermelhado. Olhou para a geladeira e viu que sua mão havia deixado uma marca vermelha nela.

– Sangue? -

Ela engoliu um seco e verificou rapidamente se havia se cortado. Voltou a geladeira e viu que o pacote não estava molhado de água e sim de sangue. Começou a respirar com dificuldades. Os olhos arregalados precipitou-se para a porta da sala, para sair da cozinha, mas então parou. Olhou para a porta da cozinha que daria na garagem. Ela passaria por um pequeno corredor antes disso.

Riley! Você enlouqueceu! Só pode ter enlouquecido. Deu um passo na direção da porta e depois dois para trás, temendo a garagem. Olhou em volta, mas não havia nada que estivesse a mão para que ela usa-se como arma para acompanhá-la até a garagem. Ela esticou a mão e deu alguns passos para frente até chegar a maçaneta e segurou-a. Volta! Ele não é fraco. Se fosse ele já teria nos chamado! Abriu-a.

Não havia luz no corredor, mas pode ver perfeitamente sentado na segunda porta, no chão, pingando e empoçando a área ao redor dele.

– Pai! Pai! -

Riley correu na direção do caído. Apesar da pouca luz identificou Kevin, talvez pelo fato de todas as noites anteriores terem ficado conversando no escuro, mas a verdade era que ela havia sentido que era ele. Como, não sabia. Mas, quando vira o sangue a tentativa de correr para o pai freou-se com a imagem de Kevin aparecendo em sua mente. Tentou se convencer que Kevin teria pedido ajuda, teria entrado de uma vez em casa, mas no final ainda foi a garagem acreditando que ele estava ali, pura e simplesmente porque estaria ali.

– Me achou! - Kevin sorriu para Riley, murmurou e falou calma e pausadamente. Sentiu que ela o tocou tateando seu corpo e de repente se levantou, saltando por cima dele e indo a garagem acender a luz. - O que foi? -

Kevin pareceu não compreender o que acontecia. Viu Cody e Maya chegarem correndo e assustados e pararem ao passar pela porta, acalmando-se. No mesmo instante, a luz da garagem se acendeu. E a família Mevoj pode ver o rosto de Kevin manchado de sangue, bem como as mãos. A roupa estava salpicada, mas totalmente manchada de vermelho.

– Não! - Maya parou do lado dele assustada. - Quem fez isso? Meu Pai? Meu tio? -

– Eu estou bem! - Disse Kevin confuso até perceber que eles estavam assustados com ele todo molhado de chuva e sujo de sangue. - O sangue não é meu! -

– Bem... - Riley que já tinha voltado para junto dele parou. Realmente não conseguiu identificar onde estava o ferimento antes. Olhou para o pai que parecia um pouco mais aliviado. - Por que ficou aqui? -

– Riley vá procurar umas toalhas para o Kevin. - Disse Cody. - Maya deixe o Kevin respirar querida. Procure algo quente para ele vestir, tudo bem? -

Cody havia visto algo além da água e do sangue. Os olhos do Kevin estavam irritados, ele estava encharcado, mas via perfeitamente o caminho que as lágrimas fizeram e aquelas que agora ele segurava. As meninas apenas não percebiam porque ainda estavam muito agitadas com o sangue e os últimos acontecimentos.

Riley olhou para Kevin, viu-o sorrir e resolveu procurar as toalhas como o pai sugeriu. Mas, Maya continuou parada ao lado dele. Cody deu um passo na direção dos dois, mas pareceu lembrar de algo. Deu um sorriso e foi fazer o que havia pedido a jovem Neet.

– Não está mesmo ferido? - Maya ficou olhando para ele. O sangue parecia estar por vários pontos do corpo. - Tem tanto sangue! -

Kevin não disse nada. Pegou a mão da loira e ela sentou na outra parede do corredor, ficando de frente para ele, apenas um pouco para o lado. A mão esquerda dele estava segurando sua mão esquerda também, mas ele pareceu parar de repente o brincar com seus dedos.

– Desculpa. - Ele saltou a mão dela de repente. - Estou sujando-a de sangue. -

– Não tem problema. - Ela sorriu e pegou a mão dele. - O que aconteceu? -

Kevin não respondeu nada. Apenas sorriu e Maya pareceu perceber que ele não queria falar sobre o assunto. Imaginou que não deveria ter sido algo bom, mas se ele não estava ferido ele deveria ter sido tão letal quanto contra Razor. Maya não vira a luta, mas pelos relatos de Cody e Riley, ele parecia saber o que estava fazendo e não mostrou dificuldade em finalizar a luta daquela forma.

Ele está chorando? Está... Sofrendo? A loira inclinou-se um pouco e tentou retirar uma das lagrimas do rosto dele que começaram a escorrer.

Kevin não fez nada. Nenhum movimento ou esboçou alguma coisa diferente daquele sorriso. Viu Maya trocar de lugar e sentar ao seu lado e simples voltar a segurar sua mão, agora apertando-a, como quem tentava dizer que estava ali.

– Queria poder fazer algo por você. - Disse Maya sem o encará-lo. - Eu... - Ela parou sem conseguir dizer o que queria. Não tinha certeza do que queria dizer.

– Sinto muito por estragar a fuga de vocês. - Comentou Kevin a meia voz.

Maya virou o rosto o olhando sem entender, até que se lembrou da chuva repentina.

– Saí da prova e já estava a me ocultar, como de costume. - Ele comentou. - Fui a padaria porque sabia que vocês iriam embora e precisaria de algo para o final de semana. Mas, quando cheguei a menina que sempre me atende estava sendo levada a força por três caras. Reconheci um deles e os segui, até que cheguei onde estavam os demais. Ataque na mesma hora, não querendo deixar que algo acontecesse com ela... mas, ela estava... - Kevin parou fechando os olhos. - Envenenaram ela dentro da padaria. Eles me viram a sabiam que eu iria segui-los. -

Maya o puxou para o lado e o abraçou. Ele era maior que ela e isso dificultava um pouco, mas ele pareceu aceitar o abraço, pousando a cabeça no ombro direito da menina, ficando ainda sentado ao lado dela.

– Quando eu vi que ela já estava morta eu percebi que já estava cercado por vários outros que chegaram e pokémon além da conta. - Kevin parou. - A semana seguiu com dois assassinatos por dia, só não foram encontrados os corpos. Cada assassinato era de uma pessoa que algum momento teve ligação comigo. -

– Não foi sua culpa. - Disse Maya.

– Talvez não a dos meus conhecidos... - Ele apenas moveu a cabeça para tentar olhá-la, mas sem tirar a cabeça de seu ombro. - Mas, a de seu primo e a dos quase quinze dos fantasmas, sim. -

Ele matou quinze pessoas hoje? Maya ficou estática por alguns instantes. Ela não conseguia acreditar que o jovem lindo e simpático pudesse fazer aquilo. Não acreditava que o rapaz sorridente que lhe passava algo tão gostoso pudesse ser um assassino. Não podia crer que o rapaz que a salvou de louco de seu primo poderia matar quinze pessoas de uma vez.

Pidgeot era uma ave rara e maior do que sua espécie deveria ser. A ave conseguia criar tornados muito mais violentos que devastariam pequenas cidades se feito a força máxima, especialmente se a ave estivesse desesperada. Foi o que acabou acontecendo durante a batalha daquela tarde, onde Kevin descobriu que vários conhecidos haviam morrido nas mãos daqueles quinze, só para dar um aviso a ele.

A ave foi liberta e ela pressentiu o perigo criando um tornado inicial que jogou todos em alto-mar. Mas, como a batalha continuou Kevin montou na ave e comandou um ataque com força máxima. Muitas nuvens foram sendo puxadas para o local e muita água foi retirada do mar em meio ao tornado. O final foi muitos mutilados pelo ataque e o que era apenas água e vento, passou a ter pequenas embarcações, pessoas, pedras e outros, voando em velocidade e chocando-se contra tudo e todos. Só mesmo Kevin que estava montado em Pidgeot é que não foi arremessado aos céus e caiu no mar como uma pedra, acabando com o restante de vida que poderia ainda haver.

– Gosto de você. -

Maya não sabia o que dizer. Mesmo acreditando que ele pudesse ter matado tantas pessoas, não conseguia deixar de enxergá-lo como alguém legal, alguém que passava a ela algo bom. Ele a salvou e mesmo que soubesse que sua família inteira iria odiá-lo e tentar matá-lo ela ainda sentia algo por ele.

Não sabia o que era, por isso não queria dizer nada. Até porque ela pareceria uma tola ao dizer aquilo enquanto ele estava ali, totalmente entregue ao remorso pelas mortes que estava causando. Mas, queria poder dizer algo que o confortasse. Queria poder dizer que iria ficar tudo bem. Queria poder tranquilizá-lo. Mas, não tinha a menor ideia de como fazer isso. Só mesmo conseguia dizer aquilo.

– Eu sei que não fez essas coisas por gostar ou querer. Foi obrigado. Para se salvar, salvar aos seus amigos... Me salvar. - Maya moveu-se e ficou encarando aqueles olhos cheios de lágrimas que mostravam o quanto ele estava perturbado com tudo, mas que os lábios tentavam manter um sorriso. - Não deixa isso mudar você. Vai ficar tudo bem! -

Maya não percebia, mas estava sorrindo ao dizer aquilo. Não percebia que Riley havia voltado com as toalhas, parada junto a porta vendo e escutando aquilo. Não percebia que os olhos de Kevin haviam mudado e brilhavam diante dela.

– Também gosto de você, princesinha. - Kevin abraçou forte. - E tem razão... Vai ficar tudo bem! E vou fazer tudo isso quantas vezes for necessário para salvar a mim, meus amigos e a você! -

Riley ficou ali parada, sem saber se interrompia aquele momento ou não. Sentiu uma mão tocar seu ombro e apenas levantou o olhar percebendo ser o pai a retirando dali. Ela caminhou com ele até a sala, meio que abraçada as toalhas, pensativa com a cena de Maya e Kevin.

– Você conseguiu perceber, não é? - Cody sorriu para a filha, enquanto sentava-se no sofa, deixando as roupas secas de Kevin separadas.

Riley apenas fez que sim com a cabeça. Até aquele momento nunca havia notado aquilo, mas com os dois frente a frente, com os rostos quase colados, era impossível não perceber.

Kevin e Maya são muito parecidos. Kevin é quase uma versão mais velha e masculina de Maya, só que sorridente. Riley tentava processar aquilo. Já ouvia escutado sobre pessoas parecidas sem nenhum parentesco.

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Eles contavam cerca de cem pessoas, entre homens e mulheres. Armados como se uma guerra estivesse para acontecer. Tiveram que se render, não havia escolha para ser feita. Uma coisa era lutar contra um grupo de pessoas portando pokémon. Nesse caso quatro dos seis encurralados julgavam-se habilidosos o suficiente para aguentar o combate e quem sabe abrir caminho. Mas, a verdade era que o que um pokémon poderia fazer contra uma arma de fogo?

Cowboy não era perito em armas, mas morando em uma fazenda tinha um leve conhecimento sobre calibres e seus estragos. O que acertou seu cunhado deveria derrubar um Tauros, se bem mirado. Se um Tauros cairia por uma bala, nenhum outro pokémon da fazenda poderia ter sorte. Choc dera muita sorte de ter sido acertado apenas no ombro. Talvez nunca mais usa-se aquele ombro, mas ainda sobreviveria, se tudo terminasse logo.

O que Cowboy temia era que identificava cinco a seis rifles que poderiam ter disparado a bala que acertou Choc e todos eles pareciam ter um calibre maior. Certamente o que efetuou o disparo estava, naquele momento, fora do campo de visão.

– Deixar sem água ou comida. - O homem sorriu enquanto observava os companheiros cuidarem de DJ. - Eu falei para Murilo que dar ideias a coordenadores dava nisso. - Ele riu e percebeu o olhar do grupo capturado. - Coordenadores copiam tudo o que veem e escutam. Tentamos fazer isso com Juliana e ela fez conosco. -

Choc foi deixado caído na sala da casa enquanto os demais foram levados para fora e postos de joelho com armas em suas cabeças. Eram obrigados olhar constantemente para o homem que carregava uma pokebola no cinto, um belo rifle e um chapéu de caçador, parecido com o de Cowboy. Todos o reconheceram de imediato como um antigo supervisor da Estilo de Poder. A forma de falar, de andar, o chapéu e a voz eram reconhecíveis.

Aquele homem, cujo nome era desconhecido e a alcunha de Caçador era apenas uma mera lembrança, fora um dos membros da organização criminosa mais conhecida na região de Kanto.

– Nunca gostei do Kevin. Mas, não mato crianças. E olha que ele me humilhou em uma luta. - O Caçador caminhava observando os cinco. Dava atenção especial a Dalia que parecia vertia lágrimas pelos olhos, mas tentava controlar-se. Para ele era claro que ela faria qualquer coisa para salvar o marido que estava abatido na casa. - O problema é que Kevin Maerd Júnior sacaneou muita gente. Diria que ele sacaneou até a morte, muitas vezes, deixando que outros morressem em seu lugar. - Ele suspirou. - Bem, a morte pode até aceitar outras almas em troca da dele, mas eu não. -

– Cara... Eu também não. - Brad começou a falar. - Me deixa cinco minutos sozinho com aquele otário, que eu faço o serviço. -

Caçador sorriu sacudindo a cabeça confirmando que entendia. Kevin era cheio de habilidades, carismático que sabia fazer de tudo e adorava ser herói metendo-se onde não era chamado e fazendo o que não pediam para que ele fizesse. Bonito e atraente, era difícil que uma garota não se encantasse por ele e dificilmente ele parecia dar bola para elas, fazendo-se de difícil. Realmente, Kevin Maerd Júnior era um saco.

– Quero matá-lo. - Disse Caçador. - Todos queremos. - Ele fez sinal para todas aquelas pessoas que o acompanhavam. - Por ele ser um otário, decisão geral. Mas, também por vingança por ele ter ajudado a derrubar nossas organizações. - Ele apontou para si próprio. - A Estilo de Poder havia capturado-o e oferecido-o uma alternativa para ele ficar vivo, o que ocorreu foi ele recusar. No dia que isso aconteceu invadiram a nossa base e ele ajudou a matar alguns dos nossos na fuga. -

Juliana parecia não acreditar nas palavras do Caçador, bem como Cowboy. Mas, Brad, Dark e Dalia pareciam acreditar. Talvez, não importasse acreditar ou não. O que fazia diferença em tudo aquilo era saber a motivação de tudo aquilo e saber que se estavam sendo informados de tudo aquilo algo aconteceria com eles.

– Acreditamos que ele tenha se deixado capturar para guiar as forças armadas até o local. Mas, sabe qual é o real problema para os antigos membros da Estilo de Poder? - O Caçador Abaixou-se próximo de Cowboy. - Eramos uma família. Tínhamos um propósito. Muitos não tinham vida e chegaram no estado de sem vida por treinadores como Kevin e como você. - Ele deu uma cabeçada em Cowboy que segurou-se para não revidar e agradeceu por ter ficado tonto. - Treinadores em ascensão que tinham habilidades e recursos. Treinadores que passavam por cima dos treinadores menores como rolos compressores, pois precisavam chegar logo na batalha contra seus rivais estrelas. -

Caçador olhou para Juliana e então ela se deu conta de que reconhecia um ou dois treinadores que lutaram contra Kevin na Liga Pokémon de Kanto e perderam vergonhosamente.

– Mas, há pessoas como Murilo que possuíam um estilo de vida alternativo. Viviam na clandestinidade, como uma família das sombras. Suas próprias regras sem que ninguém fosse obrigado a ficar. Mas, Kevin tinha que entrar e sacudir o mundo dessas pessoas. Tinha que ser herói para aqueles que queriam sair e só não saiam porque não eram capazes de pagar suas dívidas. -

Dark não entendia bem o que era falado naquele momento, mas lembrou-se que uma liga pokémon clandestina havia sido desmantelada em Hoeen pouco antes da queda da Estilo de Poder. Imaginou se Kevin teria tido envolvimento na descoberta da liga clandestina, mas ficou difícil imaginar o herói Maerd se envolvendo com um mundo daquele.

– Então um dia Murilo, DJ e eu nos encontramos por acaso. - Caçador riu. - Enquanto Murilo tentava nos tapear e nós esperávamos para matá-lo descobrimos nosso desamor pelo jovem loiro e descobrimos que possuíamos recursos para fazê-lo pagar por tudo isso e muito mais se nos juntássemos. -

– Onde eu assino? - Questionou Brad. - Também quero fazer parte do clube cortem a cabeça de Kevin Maerd Júnior. -

Caçador chutou o rosto de Brad que caiu em meio a risada dos demais ao redor. O Torque mais velho demorou para conseguir se reerguer, de volta a posição de joelhos. Não era fácil para ele saber que morreria por causa de Kevin.

– Sinceramente não tenho nada contra vocês, Torques. - Caçador sacudiu um dedo. - Mas, vocês nos enfrentaram para salvar essa vadia e depois resolveram nos caçar. Entendam, o caçador sou eu. -

– Qual era nossa alternativa? - Questionou Dark. - Iamos saber que era só por causa do Kevin? E depois que fizemos a merda de salvar Juliana qual era a alternativa? Vocês iriam atrás de nós então resolvemos ir atrás de vocês. -

– Infelizmente isso vai resultar na morte de um dos dois. - Disse o Caçador.

Dark piscou algumas vezes aturdida e olhou para o irmão. Aquilo não era, nem de longe, o que eles esperavam. Um sairia vivo dali? Aquilo não fazia sentido.

– Gostamos de ir atrás dos amigos de Kevin, pois nós perdemos muitos entes queridos. Humanos e pokémon. Então, pegamos todos que podemos para ele saber como é perder o que mais ama, antes de perder a vida. - Ele sorriu. - Hoje tenho seis amigos dele aqui, ou quase amigos. Vou levar três e os outros podem cuidar do abatido Choc e levar uma mensagem para o Maerd herói. -

– Não sabemos onde ele está! - Disse Juliana.

Caçador olhou para Juliana por alguns instantes e de repente ela levou uma coronhada na cabeça, desabando na grama. Sua cabeça ficou tonta e sentiu que sangue escorria pelo ferimento. Tentou levantar-se, mas faltou forças e orientação.

– Agora que consegui abrir sua cabeça vou inserir uma informação legal nela. - O caçador se abaixou até Juliana. - A cidade de Khubar em Arton foi um ótimo esconderijo, mas tenho certeza que ele esqueceu de esconder as habilidades de luta dele. -

Juliana forçou um levantar de olhar e então viu que o Caçador estava com um celular, mostrando a cena de uma batalha entre Kevin e Lúbia. Os dois nunca lutaram antes e tudo parecia bem organizado, com em um torneio local. De relance a imagem mostrou um placar eletrônico onde estava o nome da escola e a cidade onde aquilo acontecia.

– Ficou na internet pouco mais de quatro horas. Não sei exatamente o que aconteceu, mas nossa equipe conseguiu isso na sexta e no sábado já estamos lá deixando um bélissimo recado para o loiro. - Ele levantou-se. - Brock morreu. Os amigos dele daquele lugar estão morrendo e vocês vão morrer em breve. -

Caçador encarou o grupo analisando a todos. Já estavam ali a quase uma hora. Então precisavam ir embora, a polícia poderia ser um problema e a ideia não era perder nenhum membro naquele momento. Sabiam que Kevin

– Juliana! Você seria uma escolha lógica. Kevin faria quase tudo por você. - Ele riu. - Infelizmente você não sabe ser torturada. - Ele suspirou. - Apaguem-na! -

Juliana sentiu uma agulhada no pescoço e a visão dela ficou turva. Passou a mão pelo rosto por um pequeno instante e virou-se para DJ. O antigo prisioneiro ainda estava ali, acabado.

– Quem você quer torturar, mais tarde? - Caçador questionou-o.

Dalia arregalou os olhos ao ver que ele apontara para ela. Ela que tentara defendê-lo e ajudá-lo todo o tempo. Aquilo enfureceu a mulher que levantou-se rapidamente. A agulhada quase a acertou, ela virou o braço de seu atacante e tentou quebrá-lo, mas levou uma coronhada. Ao cair no chão um outro patrulheiro a espetou com a agulha.

– Murilo quer Cowboy, ele pode ser útil para enfrentar Kevin. Apostos que dois a três movimentos únicos servirão. -

Cowboy não reagiu. Não havia muito a se fazer. Começou a imaginar qual seria o movimento correto para ensiná-los sem que fosse torturado, sem que a irmã fosse torturada e perigoso suficiente para matar o usuário.

– Se encostar na minha irmã eu te mato. - Gritou Brad. - Eu faço um acordo com você! Me leva e detono Kevin na batalha por vocês, entregando-o como um cordeiro! -

Brad começou a gritar. Estava a tentar proteger a irmã e faria qualquer coisa para que aquilo acontecesse, mas a verdade era que Caçador já tinha seu plano arquitetado para os Torques.

– Proposta tentadora. - Ele riu e fez sinal para que descem uma agulhada em Dark. Amenina desmaiou enquanto o irmão era erguido. - Sua irmã pela irmã dele. -

– O que? - Brad gelou.

– Traga Julia Maerd para nós e libertamos sua irmã. - Caçador esticou a mão para fechar o acordo. - Será um fantasma. Quando trouxer Julia Maerd eu liberto sua irmã. Te dou uma semana sem que sua irmã seja maltratada. O jogo é esse. Vingue-se de Kevin! Seja um Fantasma! -

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– A coisa está feia. -

A voz saiu meio embargada. Havia acabado de acordar e já havia recebido uma carga de informações forte o suficiente para misturar ao efeito dos analgésicos e todos os outros medicamentos.

– Normalmente eu não passaria essas informações até você estar recuperado. Mas, estamos tentando entender o que aconteceu e o que está para acontecer. -

A oficial Jane estava de pé junto à cama que Choc repousava. Ele passou por uma cirurgia de emergência e identificaram que a bala havia estraçalhado alguns ossos. A polícia chegou ao local onde encontrou os corpos e Choc perdendo muito sangue. No entanto, não identificaram o que havia ocorrido e apenas sabiam que talvez duas pessoas haviam sido levadas. A opção foi tirar Choc da sedação imposta pelos médicos e conversar com ele para saber o que estava acontecendo realmente.

Difícil era fazer o rapaz conciliar a confusão mental, a carga de informações e a dor. Ainda mais quando ele pareceu relembrar tudo o que ele havia passado.

– O que aconteceu, lá? - Questionou a oficial.

Choc estranhou que a oficial estivesse a paisana. Sem uniforme até mesmo com cabelos penteados diferente. Já havia perguntado por sua esposa e os demais por cerca de duas vezes, mas nenhuma resposta veio dela que não fosse uma frase duvidosa de não saber.

– Onde está minha esposa? Onde Está Dalia? - Insistiu Choc. - Você é uma oficial, mas não respondeu nada. Está sem uniforme, sem equipamento e me escondendo as coisas. -

A Jane suspirou foi até a porta, abrindo-a e olhando do lado de fora por alguns instantes. Voltou, não antes de fechar a porta. Encarou o moreno que estava conectado a aparelhos e quase imobilizado por conta do ombro.

– A fazenda de vocês foi invadida. Seguranças mortos, você ferido, e ninguém mais foi encontrado. Disseram que vocês receberam três ou quatro pessoas dois dias atrás. Nada foi roubado. A marca das balas são de diversos calibres, alguns proibidos para civis. Por sinal, o calibre que o atingiu é de caça. - Jane suspirou. - A linha que a delegacia é que sequestraram Cowboy e seus amigos para pedir resgate devido a ele ser bilionário, isso devido ao tal ataque alguns meses atrás. -

Jane aproximou-se um pouco mais de Choc.

– Mas, eu sou fã de Kevin Maerd Júnior. Estive em Hoeen quando ele fez uma passagem por lá e sei dos fantasmas. - Choc engoliu um seco naquele momento. - Não posso falar isso com meus superiores, mas se eles estão envolvidos seus amigos têm pouco mais de quarenta e oito horas de vida. -

– Sete dias. - Disse Choc. - Antes de desmaiar escutei um deles dar sete dias para eles começarem a torturá-los. - Choc fez uma pausa. - Eu não consegui acompanhar, mas deixaram dois partirem e levaram apenas três. Mas, não sei quem está liberado e quem foi levado. -

– Bem... - Jane parou por alguns instantes. - Uma mulher jovem ligou para avisar da invasão, por isso a polícia foi para o local com a ambulância. Agora, porque quem foi liberado não esperou? -

– Você esperaria? - Questionou Choc. - Eu não esperaria. Quantos já morreram nessa caçada a Kevin Maerd e mesmo assim a policia ignora? Significa que alguém do alto escalão sabe e não está fazendo nada. Certo? -

– Sim. - Jane assentiu. - Vou ficar para te proteger. Se os dois liberados não ficaram, significa que eles tem planos que não podem envolver ninguém. Os cativos ficaram nas mãos deles. -

Choc concordou. Ele sentia que seu corpo não poderia fazer nada no momento. Tentava conter o desespero de que Dalia estava prisioneira deles. Tinha certeza que ela era prisioneira ou teria esperado ele estar melhor para partir. Os outros dois ele não tinha certeza, mas não importava. Fosse Juliana, Dark, Brad ou Cowboy eles fariam o que era preciso para resgatar os demais.


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