PEV - Pokémon Estilo de Vida escrita por Kevin


Capítulo 26
Capítulo 25 – Eu não vou morrer


Notas iniciais do capítulo

Acharam que eu ia furar, né? huahauhuha
Só que não!



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Pokémon Estilo de Vida
Saga 02 – Fantasmas do Passado
Etapa 06 – Laços

"Às vezes somos forçados a driblar a verdade,
transformá-la,
porque somos colocados à frente de coisas que não foram criadas por nós.
E às vezes, as coisas simplesmente chegam até nós."

Capítulo 25 Eu não vou morrer

Estava escuro, mas não acenderia a luz e alardear a casa. Conhecia o caminho. A mão direita poderia ser mantida na parede, a sua direita, até chegar as escadas e ali trocar o apoio guia para a esquerda. Chegaria a cozinha com facilidade e sem incomodar ninguém.

Já havia incomodado a todos com gritos devido ao pesadelo que teve a pouco mais de uma hora e não pretendia interromper o sono de ninguém novamente. Uma luz talvez não acordasse a ninguém do andar de cima, mas Kevin estava dormindo na sala e uma luz certamente o incomodaria.

Pisou suave pelos degraus, até restar apenas um. Dali podia ver, mesmo na penumbra, o loiro deitado no sofá, enrolado e parecendo sereno. Moveu os olhos para a porta de entrada da casa onde um grande pokémon dormia. Era a Meganium, pokémon que ela já havia visto em ação e impressionava pela personalidade. Imaginou se ela estava realmente dormindo, pois parecia que Kevin estava muito despreocupado com Meganium montando guarda naquela noite para que a pokémon viesse a dormir em vigília.

Manteve a mão esquerda como guia, deslizando-a pela parede e foi a cozinha em busca de pouco de água. Sua garanta havia ficado seca após o grito e o choro. O pai havia saltado da cama, imaginando que algo havia acontecido e precisou gritar a Kevin que havia sido apenas um pesadelo. Maya por outro lado quase enfartara ao seu lado com os gritos. A loira precisou ser acalmada também, afinal Riley começara a berrar no ouvido dela como se realmente estivesse sendo atacada.

A água era mais desculpa para deixar Maya sozinha por alguns minutos, já que a loira desde então lutava contra o sono para poder fazer companhia a amedrontada Riley. Por isso, não fez questão de ser rápida no caminhar pela casa ou mesmo em beber a água. Quado terminou ainda demorou-se alguns instantes na cozinha antes de voltar a sala e copa da casa, dirigindo-se a escada, fazendo agora o caminho contrário.

Parou, com o pé no primeiro degrau e ficou fitando o próximo.

– Acordado? -

A voz saiu insegura e quase que num sussurro inaudível. Demorou para conseguir decidir em fazer aquela pergunta e mais ainda por formular o que falar. Virou o corpo e observou que Kevin ainda estava na mesma posição e uma rápida olhada para Meganium mostrava a mesma coisa. A jovem Mevoj respirou e vagarosamente caminhou até o sofá menor, que ficava na frente do que Kevin dormia. Sentou-se com cuidado e levantou-as pernas abraçando-as.

Ficou com queixo apoiado nos joelhos, onde a calça vermelha do pijama parecia ser bem visivel naquela penumbra. Podia escutar apenas o seu coração disparado, seu lento respirar e o o respirar sereno de Kevin.

– Sinto muito por ter envolvido-o nisso. - Riley disse de forma baixa. - Sinto por não agradecê-lo como eu deveria ter feito, mas não consigo deixar de pensar que você vai morrer por isso. -

A voz de Riley falhou por um momento ela fechou os olhos se encolhendo.

– Somos dos Países Livres e lá as tradições, leis e costumes são diferentes. O imperador não gosta de manter relações politicas com outras regiões e vive em guerra, em uma dessas perdeu um de seus três irmãos, pai do Barreira. - Riley voltou a olhar Kevin dormindo. - Os outros dois irmãos vingaram a morte dele e foram considerados mais fortes e habilidosos que Mestres Pokémon atuais. Um deles é o pai de Maya, que vive batendo nela e no irmão. Outro é o pai de Razor. - Riley enxugou uma lágrima. - Quando você desafiou Razor para nos proteger já estava com problemas, mas quando o matou, mesmo que não propositalmente, se condenou. Eles virão se vingar, não importa quanto tempo leve. E não a leis de nenhuma região que os impedirão, são a família real dos Países Livres e assim eles acham que são a lei suprema. -

Riley pareceu mais aliviada após dizer aquilo a ele, mesmo que ele nada estivesse escutando. Tentou levantar, mas então o viu um par de olhos azuis, nada sonolentos, olhando-a de forma sorridente.

– Estava... acordado? - Riley gaguejou enquanto ele sentou-se e a fitou, sorrindo. - Sinto muito por te acordar. -

Ela se moveu rápido e ganhando o primeiro degrau, antes mesmo que ela percebesse que estava fugindo dele. Ela queria contar tudo a ele, não deixar tudo para o pai, já que a culpa era dela e de mais ninguém, mas não conseguia fazê-lo.

– Sou eu ou você está sempre triste? -

Estava no terceiro degrau quando escutou Kevin perguntar aquilo. Desacelerou e ficou sem conseguir para o quarto degrau. A pergunta a fez querer chorar, mas se fosse para cima chorando, certamente acordaria Maya e até que Maya entendesse o acontecido, ela já estaria ali na sala, brigando com Kevin. Ou talvez, ela permanecesse na cama e brigasse com Riley por ter ido incomodar Kevin. Nas duas opções Maya brigaria com alguém e a prima estava muito cansada para ser acordada por bobeiras.

Virou-se lentamente, olhando apenas para o chão e sentou-se no sofá de frente para Kevin. Não abraçou as pernas como fez antes, ficou com os pés no chão e com a mãos presas ao estofado. Simplesmente não sabia o que responder. Demorou alguns instantes para levantar o olhar e encará-lo e desistiu de olhá-lo por três vezes antes de conseguir ficar olhando para aquele sorriso.

– Sou eu ou você está sempre feliz? -

Riley não conseguiu pensar em outra coisa que não fosse tentar entender porque ele sorria tanto. Não era possível ele sempre sorrir, mesmo na luta contra Razor ele sorria a maior parte do tempo. Apenas em um momento, em que sentira um clima altamente ruim vindo dele, o sorriso não apareceu. Mas, naquele momento ela estava tão apavorada que desconfiava que talvez ele estivesse sorrindo, de uma forma diferente.

– Eu quase morri diversas vezes. Algumas vezes pessoas morreram no meu lugar, outras vezes pessoas morreram por imprudência minha. - Kevin respirou fundo e a medida que saltou o ar, vagarosamente, um semblante triste apareceu nele que fez Riley se assustar. Olhos vazios e sem vida, como se não houvesse mais vida dentro dele. - Minha mãe, meu pai, meu primeiro pokémon, mentores, amigos... - Kevin parou por alguns instantes. - Fora as inúmeras pessoas que se machucaram. E ainda assim, todas fizeram de bom grado, sem nunca me culpar por nada ou falarem que eu poderia ter feito algo para impedir. -

Riley puxou as pernas para cima abraçando-se. Olhar para Kevin naquele estado estava a deixando triste e com vontade de chorar mais uma vez. Cada palavra dele era como se fosse um grito de dor. Era horrível vê-lo assim.

É o mesmo Kevin sorridente que está na minha frente com essa amargura?

– Estou vivo porque pessoas sacrificaram-se por mim. Então, não acho que eu deva me deixar abater por qualquer que for o motivo. Tenho que dar u meu melhor sorriso e ver o lado bom das coisas, por eles, que não podem mais fazer isso. - Ele fechou os olhos por alguns instantes e a expressão desolada foi desaparecendo e aos poucos o sorriso foi tomando conta de sua face novamente. - Vivo por mim e por eles. -

Riley começou chorar de repente. Kevin não compreendeu de imediato que ela chorava, só quando escutou-a soluçar, uma vez que ela havia escondido o rosto entre as pernas, no abraço que dava nelas.

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Estavam todos calados e o silêncio era quebrado apenas pelo sibilar do pokémon cobra que parecia ter tomado conta de sua luta. Com pouco mais de dois metros, seu corpo agora rodeava quase toda a pequena arena e assim seu adversário parecia bem encurralado.

Era um jardim bonito e que permanecia daquela forma por mais que seus donos insistissem em usá-lo como palco para suas batalhas constantes. Aquela era apenas um passatempo, mas como sempre mortal para o lado que vacilasse.

Conde Veneno de Cobra havia acordado inspirado. Insultou o irmão, Lorde Empalador algumas vezes e o chamou para uma batalha de trinta minutos. Evidente que era apenas para extravasar a raiva que estava sentido já que o imperador, irmão mais velho dele, havia rido por ele não saber onde estavam os filhos. Arbok foi uma escolha lógica, seu pokémon guia acompanhava perfeitamente o instinto de seu treinador de que precisava ter vitória sobre algo naquele dia.

O pokémon cobra além dos vários metros, era grossa e roxa. Já havia tentado vários ataques para envenenar seu adversário, que agilmente desviava de tudo. As vezes um movimento venenoso era feito, mas mais procurando aproveitar a vantagem de tipo que existia. Afinal, seu adversário era uma planta e isso não podia ser ignorado.

Cacturne era um adversário difícil. Não esboçava suas emoções, apenas de ter toda um ar humanoide de 1,80m. Seu corpo esverdeado parecia ser recoberto de espinhos, mas claramente os principais estavam nos braços, que as vezes pareciam ombreiras e as vezes serviam como armas. Ele soltava velozmente e realizava muitos movimentos humanos, acrobáticos, para desviar. A cada giro acrobático sempre disparava o movimento Missel de Espinhos, procurando empalar ou preparar o empalamento.

O último choque de ataque dos dois quase terminou com Arbok engolindo ser adversário, mas, Cacturne fez seus espinhos crescerem por todo o corpo e ficou claro que o pokémon cobra morreria sendo perfurado por dentro.

– Entendo sua fúria meu caro irmão. Mas, quero voltar aos meus afazeres. Tenho certeza que já está acostumado a ter seus filhos agindo como idiotas e o envergonhando. -

Lorde Empalador era realmente uma pessoa assustadora. O cabelo preto longo caia pelas costas confundindo-se com a capa preta. Sua roupa também negra lembrava algo como um terno antigo, mas ninguém ousava olhar tanto para ele para confirmar.

– Cale-se! - Veneno de Cobra respondeu preparou-se para outro comando, mas sineta chamou sua atenção. O combate havia acabado. - Droga! -

Lorde Empalador retornou seu pokémon sem expressar muitas emoções e enquanto aqueles que assistiam aplaudiam a batalha ele começou a dirigir-se para a entrada do palácio.

– Meus senhores! -

Todos olharam para um dos serviçais do palácio que chegava um pouco ofegante. Não estava apenas cansado, mas seu rosto mostrava que estava um pouco transtornado com algo. Ajoelhou-se ao perceber que recebera um olhar gélido de Conde Veneno de Cobra e perguntou-se, mentalmente, se havia interrompido algo. Mas, como o silêncio permaneceu, levantou-se rapidamente.

– Preciso que me acompanhem. O jovem Barreira enviou uma encomenda. - O rapaz demonstrou algum espanto. - É um contêiner e algo muito feroz dentro dele. -

Os irmãos se olharam. Barreira era filho de um irmão falecido deles, mas era o mais habilidoso de sua geração e talvez viesse a superar seu pai e a eles mesmos se ele se dedicasse as atividades da família ao invés de viver brincando de ser coordenador. Aquilo era uma discussão constante nas reuniões de família, mas ele era o líder da geração e estava a dar ordens aos primos que agradavam ao Imperador e também aos pais.

Desde que Roger, Maya, Riley e Cody desapareceram ele se comprometeu a encontrá-los, mas alguns anos passaram-se e nenhum progresso havia sido feito.

Os irmãos não conversaram enquanto caminharam até o contêiner. Não eram curiosos ou tão pouco tolos para acreditar que Barreira mandaria algo para eles. Certamente, o que estava dentro da caixa metálica, era para ele próprio. Um novo pokémon, provavelmente, que ele resolvera, por qualquer excentricidade, não capturar via pokebola.

Quando chegaram ao local nada escutavam e alguns funcionários pareciam curiosos e indicavam que minutos atrás muito barulho vinha de dentro. A fera parecia ter se acalmado. Lord Empalador fez sinal para que abrissem, mas os funcionários pareceram temer o que havia ali dentro.

– Estão temendo um pokémon que não consegue sair de uma caixa de metal mais do que temem a mim? -

Lord Empalador deu um sorriso sacana. Ele não costumava expressar emoções, mas não resistia em meter medo nas pessoas lembrando que ele poderia fazer qualquer coisa com eles.

A porta rangeu enquanto dois funcionários tremiam ao começar a abrir as portas foram jogados aos chão quando a porta abriu com violência e de dentro um garoto baixinho e cheio de olheiras apareceu irritado. Ele encarou os funcionários e então empalideceu ao ver Lorde Empalador e Conde Veneno de Cobra, seu tio e seu pai.

– Parece que barreira achou um dos fujões. - Lord Empalador observou dentro do Contêiner. - Sempre achei que estavam todos juntos. Não me parece que Barreira capturaria por etapas. -

As falas de Lord Empalador se perdiam ao vento, já que eram dirigidas ao irmão que as ignorava por completo. Encarava o fedelho responsável pelos meses de humilhação, seu filho que fugira como um covarde, como sempre fazia de tudo na vida.

– Você vai pagar por toda a humilhação que me fez pass... - Conde Veneno de Cobra já dava passos largos e furiosos para agarrar o filho e surrá-lo, mas uma pokebola havia sido erguida e os olhos surpresos do pequeno Roger agora estavam tão intensos quanto os seus. - O que é isso? -

– Um desafio. - Disse Roger com desdém. - Achei que era mais instruído no ramo das batalhas. -

– Por acaso sabe o que significa um filho desafiar um pai para uma batalha no Países Livres? - Questionou Conde Veneno de Cobra. -

– Sim! - Um ar forte surgiu em Roger. - Duelo de vida ou Morte! -

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– Minha mãe não é tão doce quanto meu pai, mas é uma boa mãe. Energética ela se meteu em muitas confusões quando jovem e em uma dessas ela causou tumulto em um evento do imperador, junto a uma estrangeira. Ela foi condenada a morte aos pouco mais de 12 anos de idade. -

Kevin havia sentado-se ao lado de Riley e abraçado-a para tentar acalmá-la. Levou algum tempo até a menina interromper o choro. Aninhada nos braços de Kevin, em meio a penumbra, ela ficou ali, parada, quase que deitada do colo do rapaz que sorria para honrar aqueles que se sacrificaram por eles. Perto dele ela achava que seus problemas eram ridículos.

Como ela podia estar sempre chorando se ela nunca perdera ninguém como Kevin perdera? Como podia chorar enquanto quem estava condenado a morte era ele? Como podia ela ficar desesperada se pelo que havia entendido, ele já corria risco de vida antes mesmo dele matar Razor. Se ele sorria em toda as essas situações, porque ela só chorava com tão pouco?

Precisou de um tempo até esses questionamentos saírem da mente da morena que começou a falar sobre sua mãe.

– O imperador parecia admirar a estrangeira, que também morreria, e propôs que um acordo fosse feito entre as duas para que ambas ficassem vivas e se tornassem amigas. Evidente que elas aceitariam qualquer coisa. Mas, o Imperador gostava de jogos e propôs os filhos delas deveriam se casas. -

Riley parou de falar por algum tempo e sentiu que a mão esquerda de Kevin que todo o tempo do abraço ficará sobre seu braço agora, que ela estava mais deitada em seu colo do que apenas aninhada, já que relaxara um pouco, mexia em seus cabeços.

– Eu sou a única filha de minha mãe e a estrangeira parece ter tido um filho, com pouca diferença de idade. Então, temos que nos casar quando eu fizer 21 anos ou minha mãe, a estrangeira e ambas as famílias morrem. - Riley ameaçou a chorar, mas sentiu Kevin ainda a mexer com seus cabelos, mais como um carinho para acalmá-la do que apenas brincando como achava que ele estava inicialmente. - Meu pai não sabia de nada disso, nem eu, até que fiz 14 anos. O irmão da Maya tentou me beijar como presente de aniversário, minha mãe viu, impediu, surtou e me contou que eu estava prometida. -

– Então se pai pegou você e Maya e fugiram. - Comentou Kevin casualmente.

– Sim. - Disse Riley. - Mas, não para impedir o casamento. Eu nunca fiz nada na minha vida. Vivíamos no palácio do pai de Maya e de Razor, mas eu achava que era por causa dos serviços de pesquisa da minha mãe. Só que tínhamos aulas particulares, quase não viajávamos, ou mesmo saíamos da área do palácio. - Riley parou por alguns instantes. - Naquele dia entendi que eramos prisioneiros. Tinham medo de que se saíssemos sumíssemos no mundo, já que a estrangeira pode voltar a sua terra natal sabendo que bateriam na porta dela quando chegasse a hora, estivesse ela onde estivesse. -

– Viver como princesa sem fazer nada de interessante. - Kevin comentou pensativo. - Tradições estranhas, -

– Nem imagina o quanto. - Riley disse. - Eu nunca havia conversado com crianças fora do palácio. Nunca havia ido ao cinema, eu nunca fui ao cinema na verdade. Parque de diversões foi a primeira coisa que nos aventuramos e em seguida um salçao de beleza par amudar o visual. Teve tanta coisa que eu nunca tinha feita e tem tanta coisa que ainda não fiz. - Rilei virou o rosto e olhou para Kevin, permanecendo deitada. - Eu sei que parece bobo, mas.... -

Riley se calou. Ela ia dizer que não era justo, mas isso seria dizer que a culpa era da mãe. Se sua mãe não tivesse aceitado, jamais ela teria nascido. Era complicado.

– Querer viver não tem nada de bobo Riley. - Kevin apertou-a um pouco. - Acho que seu pai foi muito corajoso em fugir com vocês para que pudessem ter uma vida normal. - Mas, você disse que não vão fugir do casamento? Po...-

Kevin preparou-se para dizer algo, mas viu que a menina parecia mais tranquila do que na hora que chegou e talvez seus questionamentos fossem apenas fazê-la voltar a ficar abalada. E por alguns instantes, lembrou-se da carta de Mevoj que falava sobre aquela aventura terminar com uma festa. Na certa seria a festa de casamento de Riley.

– Po... Posso confessar que é uma situação diferente da que eu esperava? Gente prometida em casamento antes mesmo de nascer, imperadores, família real... - Kevin soltou um risinho. - … Sempre achei que Maya parecia uma princesa. Mas, não achei que fosse para tanto. -

Riley riu, não acreditando que realmente estava a rir no meio daquela confusão que estava sua cabeça. Pensar em Maya como uma princesa, para ela que a conhecia bem, era quase impossível. Mas, no final ela era algo daquele tipo.

– O que me faz ter que completar a história. - Diz Riley que naquele momento acabou por sentar ao lado de Kevin, levantando-se. - Maya veio conosco porque meu pai não queria deixá-la para apanhar para falar onde nós estávamos. Na verdade, iriamos trazer o irmão dela também, mas não o encontramos e tínhamos pouco tempo para fugir. -

– Você falou disso antes, mas eu achei que era apenas um pai duro. Ele bateria na Maya só para saber onde vocês estavam? -

Riley abaixou o olhar. A palavra apanhar era o que ela usava quando ainda estava no palácio e era bobinha. Hoje ela sabia que o termo deveria ser espancamento, ou talvez até tortura.

– Cheguei a achar que fosse eu. -

Riley levantou os olhos não compreendendo.

– Que te fizesse ficar triste. - Comentou Kevin. - Sempre estava triste quando eu a encontrava. -

Riley viu o sorriso o rosto dele percebeu que na verdade ele estava tentando brincar com ela para que ela não pensasse no que estava pensando naquele momento, sentiu que o rosto transpareceu certa tristeza.

– Eu sempre te via sorrindo. Mesmo em situações que era para você chorar. Eu deveria achar que era por minha causa? - Riley riu do pensamento de Kevin.

– Talvez! -

Aquela fala junto a um sorriso bobo faria qualquer um ficar sem graça, mas Riley começou a rir. Era um pensamento idiota e sem sentido, mas definitivamente engraçado. Uma pessoa sorrir, sempre, por causa de outra. Nem mesmo Maya que parecia encantada com Kevin conseguia sorrir todo o tempo perto dele.

– Que coisa legal! - Kevin tocou na bochecha dela - Você tem covinhas quando sorri. -

– Quando eu fico sem graça também! - Riley ficou vermelha. - Como agora... -

Kevin franziu o cenho e viu que ainda tocava na bochecha dela, no lugar da covinha. Retirou o dedo sem graça e riu. Segurou um bocejo, que não deixou de ser percebido por Riley.

– Eu sei que você tem prova a manhã. - Ela fechou os olhos e suspirou. - Não vai fazer muita diferença sua nota, já que vai morrer, mas... - Ela abriu os olhos assustada, pois seus lábios foram tocados por algo.

Kevin pôs o dedo indicador nos lábios dela sorrindo e balançando a cabeça negativamente.

– Não fale em morte. Não pense em morte. - Disse Kevin calmamente. - Isso atrai energias ruins e faz você ficar assustada. - Kevin parou por um momento. - Não vou dizer que o pesadelo seja por causa disso. Por você está impressionada. Mas, certamente não deve ajudar muito você ficar com isso na cabeça enquanto está acordada. -

Riley pareceu compreender o que Kevin disse. As covinhas em sua face voltaram a aparecer e um meio bico surgiu nos seus lábios. Era fácil dizer para ela não pensar e a lógica dele estava certa. Mas, ele morreria, ela pensasse naquilo ou não.

– Não vou morrer. Vamos dar um jeito em tudo isso! - Disse Kevin sorrindo.

Riley foi para dizer que não havia como, mas não conseguiu. Perto dele sentia-se segura. Ele resolvera a questão do ataque de Tangrow na sala de aula com tanta facilidade e ainda fora simpático em confortá-la. Ele havia lhe arrumado bebida que imitava álcool para ela enganar os amigos, sendo que aquilo não era algo que alguém esperava e nem mesmo veio a descobrir. Organizou um evento trazendo a maior celebridade de Arton em uma semana. E, se não bastasse ele havia enfrentado Razor e matado-o com alguma velocidade.

Kevin fazia coisas que ninguém poderia dizer serem possíveis, por mais impossível que fosse sobreviver aos generais de guerra dos Países Livres, ele confiava que havia um jeito e transmitia essa confiança por aquele sorriso, mesmo estando exausto no meio da noite a conversar com ela.

E talvez, esse último fosse o maior fator para não permitir que ela insistisse que ele morreria, que não havia jeito. Todas as vezes que tinha seu pesadelo, passava o restante do dia em claro, até desmaiar de exaustão no dia seguinte. Ficava assustada e relembrando aquilo o tempo todo. Mas, naquela noite ele havia a acalmado. Ela estava calma depois de ter o pesadelo duas vezes seguidas. Talvez ele não pudesse sobreviver, mas se ele estava a acalmá-la, porque ela iria forçá-lo a ficar assustado?

– Então precisa dormir para tirar uma boa nota! - Riley sorriu enquanto levantava-se seguindo para as escadas. Parou no segundo degrau e virou-se. - O... Obrigada! -


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