Hermione foi a primeira da casa a acordar. Ela desceu os vários lances de escadas da Mansão Lestrange enquanto quadros de ancestrais a cumprimentava pelas escadas. Todos a contando como foram seus anos em Hogwarts e como haviam sido bem sucedidos.

—Eu me lembro do meu primeiro dia como se fosse ha uma década. Todos aqueles bruxos e bruxas. Sabe menina, naquela época não havia tantos sangues ruins. Agora parece que é algo tão normal ter de conviver com esses imundos.— O quadro de um antepassado no pé das escadas falou quando Hermione chegou lá.

— Não se preocupe, o chapéu é mais seleto com quem vai para a sonserina.— Ela falou e correu até a cozinha onde Kitcher já estava pondo a mesa.

Depois que Walburga e Orion Black morreram, sua mãe havia acabado herdando o elfo deles, já que o único filho que tinham que realmente valia a pena havia morrido.

— Bom dia, Pequena Lady.— O elfo falou fazendo uma reverência que fez seu nariz encostar no chão.

Hermione o ignorou e se sentou em seu lugar. Seu malão já estava pronto há dois dias, e logo seus tios e seu primo chegariam para o café e iriam juntos para King's Cross.

Não demorou muito para que Hermione se pegasse pensando como seria. Será que ela iria para a sonserina? Ela tinha de ir, todos em sua família iam. Todos os Lestrange e todos os Black, exceto Sirius, um dos traidores do sangue da família Black. Pior do que ele era só a irmã de sua mãe, Andrômeda, que havia se casado com um trouxa. Será que Hermione faria amigos? Ela já tinha Draco, e ambos entrariam juntos, e sempre contariam um com o outro, como sempre haviam feito a vida inteira. Mas além dele, e como seria?

—Eu também fiquei nervosa no meu primeiro dia.— Bellatrix falou entrando na cozinha e depositando um beijo na cabeça da filha.

—Eu estou bem.— Mentiu Hermione.

— Bom dia amores da minha vida.— Rodolphus falou aparecendo na cozinha logo em seguida.

Ele caminhou até Bellatrix e deu-lhe um selinho nos lábios. Hermione observou aquela cena como fazia todos os dias. Ela esperava um dia viver um amor como o de seus pais. Ela sabia que seria prometida a alguém que fosse digno de se casar com uma Black Lestrange, mas será que esse alguém a faria feliz, e eles se amariam assim como seus pais?

— Nervosa?— Rodolphus perguntou tomando seu lugar na mesa.

— Um pouco.— Hermione falou olhando para o prato vazio a sua frente.

— Pequena Lady deseja algo até que seus tios cheguem? — Kitcher perguntou quase em um sussurro aproximando-se da garota.

— Não.— Hermione respondeu.

Os minutos que se passaram até que os Malfoy finalmente chegassem pareceram bem mais longos na mente de Hermione

Já eram nove horas quando eles finalmente treinaram o café. Em compensação em um piscar de olhos os seis estavam na plataforma 9 ³/4 .

Hermione e Draco entraram e colocaram seus malões em uma cabine vazia, depois voltaram para a plataforma.

Narcissa não parava de passar a mão nos cabelos louros de Draco para arrumá-los mais. O que na opinião de Hermione era perda de tempo já que o cabelo de Draco era totalmente liso assim como o dos pais.

Bellatrix e Rodolphus não ficavam atrás, estavam a todo momento arrumando os cabelos negros de Hermione ou endireitando suas vestes que já estavam impecáveis desde o momento em que Hermione as vestiu.

O tempo que faltava se passou com os quatro mais velhos se divertindo com histórias de suas épocas em Hogwarts, e como era o local. Porém nada daquilo fazia Hermione ou Draco se sentirem menos nervosos.

Grande parte dos alunos já haviam chegado e entrado quando Bellatrix passou seus braços por Hermione em um abraço protetor. Hermione viu que Narcissa havia feito o mesmo com Draco enquanto todos encaravam friamente uma grande aglomeração de pessoas ruivas que se aproximavam deles fazendo um grande barulho com excessão de algumas poucas outras pessoas que também falavam muito alto junto aos ruivos.

— Ora, ora, ora. Eu pensei que você já tivesse filhos o bastante, Arthur. Agora também sustenta o Black e sua família?— Lúcio falou friamente para o homem ruivo.

Draco já havia falado deles para Hermione. Eram os Wesley, e Hermione reconheceu também Sirius Black, o traidor da família, único Black a ir para Griffindor, e seu afilhado, "O Menino Que Sobreviveu", e o outro menino que se parecia muito com Sirius com exceção dos olhos verdes provavelmente era filho dele, mas Hermione não sabia quem era a mulher loira que tinha as mãos sobre os ombros de Harry Potter e do outro menino, provavelmente mulher do Black e mãe do outro garoto, já que tinha os mesmos olhos verde folha dele.

— Nunca precisei sustentar Sirius, somos amigos, e ajudamos uns aos outros em situações difíceis.— Arthur Wesley falou friamente.

— Levando em consideração que sempre é uma situação difícil para vocês.— Lúcio retrucou e Bellatrix apertou mais Hermione contra si, e em seguida Rodolphus também as abraçou de forma protetora enquanto trocava um olhar ameaçador com Sirius Black.

— Vamos, crianças.—A mulher ruiva, baixinha e rechonchuda falou passando seus braços pelos dois ruivos mais novos, enquanto o homem ruivo fazia o mesmo com os outros três mais velhos. A loira passou seu braço pelos ombros se Sirius Black e guiou ele, Harry Potter e o outro menino ruins para onde os Wesley estavam indo.

— Traidores imundos.— Bellatrix falou como se cuspisse as palavras.

— Quem era aquela loira?— Hermione perguntou e olhou para Draco no mesmo instante, ele parecia não saber muito mais do que ela.

— Marlene McKinnon, agora Black .— Rodolphus respondeu com o mesmo tom enojado que Bellatrix havia usado para descrevê-los.— Uma traidora assim como Black. Ela é a mulher dele, e o garoto era James, filho deles.

— Chega. Hora de irem.— Narcissa falou se abaixando e dando um beijo da testa do filho.

— Sua tia tem razão.— Bellatrix falou repetindo a ato da irmã.— Vai dar tudo certo, você vai ver.

— Nos escreva todos os dias.— Rodolphus falou também se abaixando para ficar da altura da filha.

—E não se envolta com sangues ruins.

—E mostre para todos o quão boa uma Black Lestrange é.— Rodolphus falou e depositou um beijo na testa da filha, Bellatrix fez o mesmo em seguida.

Draco e Hermione entraram no trem e se dirigiram para a cabine onde haviam deixado suas coisas. Agora haviam outras três pessoas nela, um garoto que Hermione já havia ouvido falar e visto em festas, assim como as outras duas garotas, uma loira e a outra morena.

— Espero que não se incomodem. —O menino falou.

Draco havia fechado a cara, porém aliviou quando Hermione disse que estava tudo bem. Afinal de contas que problema teria? Eram todos de boas famílias.

— Você é filha dos Lestrange, não é? Sou Pansy Parckinson.—A menina morena se apresentou entusiasmadamente estendendo sua mão, que Hermione pegou com um sorriso.

— Theodore Nott.—O garoto falou estendendo também sua mão.

—Daphne Greengrass.—A menina loira falou, porém com mais calma e elegância do que Pansy.

— Sou Hermione Lestrange e esse é Draco Malfoy.— Hermione os apresentou.

Daphne não era tão extravagante e animada quanto Pansy, porém era alguém legal no qual Hermione conheceu melhor durante a viagem. Theodore Nott também era uma boa pessoa e ele e Draco estavam se dando muito bem. Os cinco compartilhavam o mesmo tipo de pensamento, criação, e situação financeira –exceto pansy, que não era de uma família tão rica como os Lestrange ou os Malfoy, porem também não era nenhuma Weasley.

Quando desceram do trem estavam encantados com o castelo, era impossível não se impressionar. Era maravilhoso.

Havia uma criatura alta a frente que chamava por todos os alunos do primeiro ano.

—O que em nome de Merlin é aquilo?— Pansy perguntou apontando para a criatura.

— Um meio-gigante.— Hermione respondeu olhando a cara surpresa de Pansy e Theodore.

— Isso é estranho.— Theo falou imaginando a cena de como o meio-gigante havia sido feito.

— Senhorita Greengrass.— Draco falou galante indicando o caminho a Daphne, que passou por ele como se não houvesse ninguém ali.

Hermione o encargo boquiaberta enquanto Pansy ria da expressão dela. Ela caminhou em direção aos barcos e deu um tapa forte no braço dele quando passou.

— Abusado.— Ela falou e caminhou até os barcos atrás de Daphne enquanto Pansy e Theo vinham rindo de Draco logo atrás.

Eles pretendiam pegar um barco só para os cinco, mas infelizmente os barcos eram para seis pessoas, e James Black acabou ficando naquele barco.

— Hey, ele não é primo de vocês? — Pansy perguntou em um sussurro que pode ser ouvido por todos.

— Não.— Draco e Hermione responderam juntos rispidamente.

— Você é tão discreta, Pansy.— Theodore falou sarcástico.

— Vai se ferrar.— ela respondeu de volta, porém Hermione e Draco estavam ocupados demais olhando o garoto sentado do outro lado do barco.

— Por que não está no barco dos seus amiguinhos da sua laia?— Daphne perguntou. Sua voz era tão fria quanto a água do lado.

— Não te interessa.— ele respondeu ríspido.

— Além de traidor é mal criado.—Draco falou também ríspido.— Como é?— Draco perguntou provocante.

—O quê?— James perguntou de volta.

— Ser o filho legítimo mas ter de crescer vendo o adotadinho tendo mais atenção e carinho do que você.— Draco respondeu e todos no barco riram.

— Somos irmãos, e fomos criados como irmãos, com o mesmo carinho e atenção.— James respondeu ríspido.—É uma coisa que você nunca vai saber como é, Malfoy.

—Eu tenho amigos, Black, o que é muito melhor do que um irmão. Amigos que não roubam toda a atenção quando estamos juntos. Amigos que não me mandam para outro barco. Amigos que são de boa família e podem me dar algo além de suéters horrorosos feitos a mão no Natal.— Draco retrucou como se tivesse pena no menino e mais uma vez todos riram.

— Pelo menos meu pai não é um comensal da morte.

— Assim como os nossos o seu também foi julgado como tal e não foi para Azkaban por pouco, muito mais pouco do que os nossos.— Dessa vez foi Theo quem falou.

O resto do caminho foi feito em silêncio, tirando o fato de toda hora Pansy sussurrar algo para eles. Quando chegaram a costa Theodore foi quem ajudou Hermione e Pansy a descerem, já que Draco estava muito ocupado tentando ajudar Daphne e provocar James ao mesmo tempo, o que quase a fez cair na água.

Quando eles desceram logo Weasley e Potter correram atrás do leãozinho fora da bando.

O Meio-gigante bateu algumas vezes na enorme porta de madeira, que logo foi aberta por uma senhora velha chamada Mineira McGonagall. Ela era a vice diretora e diretora da grifinoria.

Logo todos os alunos do primeiro ano estavam entrando em direção ao chapéu seletor, enquanto todo o resto da escola olhavam para eles.

— Sonserina.— Theodore que estava atrás de todos sussurro para os outros .

— Sonserina.— Os quatro responderam juntos.