Harukaze escrita por With


Capítulo 50
Capítulo 50


Notas iniciais do capítulo

Bom dia!
E vamos continuando!
Boa leitura.



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Harukaze

Capítulo 50

 

Você está chamando meu nome

Mesmo que eu esteja a ponto de quebrar

Você está me abraçando fortemente

Tenho medo de ir embora

 

  — Henge no Jutsu... — Tsuhime exclamou consigo, olhando a mulher inerte sobre a maca. Cogitara em mandar algum ANBU chamar a Hokage, contudo ela perderia a chance de descobrir quem era o responsável. Deu continuidade a Técnica de Reanimação Instantânea, e infundiu chakra no corpo.

  Rogou em pensamentos que funcionasse, que não fosse apenas uma tentativa falha, e afastou quando o chakra fluídico recobriu a mulher em um tom roxo e preto para logo ser absorvido por todos os poros. E daquela vez a técnica apresentava efeitos diferentes, enchendo o peito de Tsuhime de uma leve esperança. Aprendera a não esperar muito das situações, já que poderia se decepcionar, mas somente daquela vez ela se permitiu sorri ao ver a mulher se sentar na maca e olhá-la de forma curiosa.

  Os cabelos curtos e negros possuíam algumas manchas de sangue, os olhos verdes e luminosos esquadrinhavam o local para se situar, o leve subir e descer do peito indicava uma respiração regular e a cor da pele aos poucos assumia um tom saudável. Tsuhime mal acreditava que aquilo tinha mesmo acontecido, que tivera chakra suficiente para trazer uma pessoa à vida por completo. Seu pai ficaria orgulhoso, contudo não havia ninguém na sala disposto a parabenizá-la e nem ela queria.

  — Quem é você? — A voz dela era suave e calma e ecoou pela sala fria, arrepiando a pele de Tsuhime. Embora fosse uma revivida, a reanimação obtivera índice de sensibilidade assustador. — O que estou fazendo aqui?

  — Sou Yatsuki Tsuhime e você está na sala de autópsia.

  Dito isso, os olhos da mulher se arregalaram, buscando por qualquer sinal de mentira, porém bastava se analisar com mais atenção. A fala da mulher se condensava no ar e ela vestia um jaleco pesado por cima das roupas, enquanto continua com as mesmas roupas que vestira... Ela não se lembrava do dia. Sua mente era um borrão branco, permitindo que mínimos flashes perturbassem sua consciência.

  — Eu morri? — A mulher interrogou, lágrimas marejavam sua visão.

  — Sim... — Tsuhime ajeitou a postura, sentindo os efeitos do sucesso da técnica. Se continuasse a se negligenciar se tornaria incapaz de criar qualquer jutsu e sustentar a reanimação. E perder a conexão agora era tudo que ela não queria no momento. — Pode me dizer o seu nome?

  — Natsumi.

  — Eu preciso te fazer algumas perguntas, Natsumi-san. — Tsuhime puxou uma cadeira e sentou-se de frente para a mulher. — Do que se lembra antes de morrer?

  — Hm... — Natsumi refletiu por um tempo, quase fazendo Tsuhime acreditar que as memórias dela começavam a desaparecer. Era possível em alguns casos. — Eu acordei às sete da manhã, me vesti e saí de casa. Falei com uma ou duas pessoas no caminho e me dirigi a Academia. Muitos professores ainda não tinham chegado, de modo que fiquei responsável por abrir as janelas das salas. E foi então que ele apareceu.

  — Ele quem? — Tsuhime perguntou com interesse, anotando tudo que Natsumi narrava. — Se lembra de como ele era?

  — Sim... A princípio ele chegou dizendo ser pai de um aluno, mencionou “Tori”, acho que se referia ao filho, mas achei estranho porque não temos ninguém na Academia com esse nome. Pelo menos que eu saiba.

  — Como assim?

  — Fui designada sensei há duas semanas e estava em fase de adaptação. — Natsumi confessou, constrangida. — Então ele entrou na sala, trazendo um sorriso estranho nos lábios. Como se a qualquer momento fosse dizer que era brincadeira e se transformar em um aluno. Acredite, fui alvo de brincadeiras bem criativas.

  — Espero que meu filho não tenha nada a ver com isso. — Tsuhime retrucou, deixando-se levar pela história de Natsumi.

  — Você tem filho?! Mas é tão nova! — A mulher levou o dedo ao queixo, pensativa. — Ah, você é a esposa de Kakashi-senpai!

  Tsuhime apenas sorriu. As pessoas sempre se mostravam surpresa por saberem que Hatake Kakashi tinha uma esposa e filho, então se acostumara com reações como aquela. Antigamente, se não estivesse casada com ele, também duvidaria. Não que Kakashi fosse péssimo marido, pelo contrário, mas a imagem distante e entediada do jounin deixava qualquer um com dúvidas sobre sua vida pessoal.

  — Continue, por favor, Natsumi-san.

  — Claro... Eu me ofereci para procurar nos registros, explicando a ele que era nova ali, mas ele recusou. Percebi tarde demais que era um Henge, e o homem na minha frente tinha os cabelos longos e presos em uma trança grossa e olhos negros, muito diferente do homem simpático por qual se passara, vestido como um jounin e sem hitaiate que o identificasse. — Natsumi inclinou-se, como se fosse contar a Tsuhime um segredo. — É uma vergonha dizer isso, mas eu não sou muito boa em combate.

  — Ele a atacou. — Tsuhime supôs o óbvio, tentando fazer Natsumi seguir a linha de raciocínio.

  — Sim. — Os olhos verdes adquiriram um brilho magoado. — Foi muito rápido, só me lembro de ter sentido um vento forte e arranhões pelo corpo. Acredito que ele tenha isolado a sala, pois ninguém veio me salvar. Lutei para fugir da rajada de ar cortante, a porta estava tão perto... Mas ele me agarrou pelo pescoço. Desejei muito ter uma kunai para me defender, mas fiz o possível com chutes e socos. Eu deveria ter me dedicado mais aos treinos.

  — Não lamente tanto, Natsumi-san. — A Yatsuki a confortou, sentindo-se na obrigação já que despertara do sono da morte.

  — Eu sei, mas... É como dizem: Depois que você conhece a morte passa a perceber suas falhas e se arrepender. Não vou dizer que vi minha vida passar diante dos meus olhos como um filme, mas sei que podia ter feito mais.

  — Já está fazendo. Me conte mais sobre esse homem, talvez consigamos pegá-lo. Nós precisamos pegá-lo.

  — Ele também fez mal a sua família? — O semblante de Natsumi se contorceu solidário, vendo a mulher assentir tristemente. — Ele me envolveu em um redemoinho pequeno e afiado, que roubava o meu ar e deixava ainda mais impotente. Caí no chão sem conseguir respirar e vi mais alguém entrando na sala. Mas como estava sem força, mal consegui erguer os olhos. Ele disse algo como “faça agora” e uma pontada atingiu a minha nuca. Segundos depois tudo ficou escuro e, bom, você já sabe.

  — Eu sinto muito, Natsumi-san. — Os nós dos dedos de Tsuhime estavam brancos devido à força com a qual apertava o lápis. Então, havia mais um homem com Daichi, embora não pudesse afirmar que tais habilidades eram dele. Mas o elemento Futon fizera um show especial para ela, e isso era o bastante. A não ser que ele fosse capaz de alternar naturezas de chakra, o que era uma hipótese que não deveria ser descartada.

  — Tudo bem. — Ela sorriu afável.

  Tinha muitos pontos que Tsuhime necessitava ligar, principalmente descobrir como o Henge no Jutsu durara tanto tempo em uma pessoa morta. Ilusão? Conversou consigo, martelando respostas sem nunca dar razão a nenhuma delas. Olhou para Natsumi, esperando que ela lhe desse o sinal que faltava, mas o que ocorreu foi bem diferente: Sangue escapava pelos ouvidos de Natsumi e a mulher caiu para trás, o corpo entrando em convulsão violenta. Findou a técnica e Natsumi voltou ao estado de quietude, embora o sangue formasse uma pequena poça no chão.

  As informações que Natsumi lhe confiava poderiam não fazer sentido agora, mas sabia que logo se encaixaria. Criou uma barreira de suspensão, envolvendo Natsumi. Não poderia se dar ao luxo de perdê-la. Escreveu um relatório sobre aquele primeiro contato, explicitando que a utilização da reanimação seria impossível ou transformaria o cérebro de Natsumi em líquido. O tempo máximo era apenas de duas horas, e ninguém havia chegado perto ou ultrapassado aquele limite. Definitivamente Tsuhime tinha que criar algo eficiente e rápido.

  — Se você não é Emi-chan, onde ela está? — Observando Natsumi agora mais calmamente percebeu que possuía a mesma altura que Emi, as mesmas proporções corporais e, uma parcela ínfima, de personalidade. Daichi escolheu muito bem sua vítima, tanto que chegava a assustá-la em ver como ele as conhecia.

  — Está viva, se é o que quer saber. — A voz debochada cantou as suas costas e Tsuhime se virou, deparando-se com Daichi sentado na janela displicente, como se o lugar fosse um ótimo ponto para relaxar. — Qual é, ela é bem bonitinha e eu não consigo ferir mulheres bonitas.

  — E por que eu devo acreditar?

  — Essa mulher aí... — Daichi apontou para Natsumi. — É a prova de que falo a verdade.

  — O que você quer? — Tsuhime encarou-o desafiadoramente, enquanto o homem colocava o corpo para dentro e fechava a janela. Lançou uma olhadela para a porta, temendo que os ANBUs o sentissem.

  — Você até que ficou bem bonita com esse novo corte. — Daichi retrucou, divertido. — É sério!

  — Não brinque comigo. — E era estranho perceber que qualquer palavra dita errada tinha o dom de irritá-la. As mãos já se encontravam fechadas, prontas para desferir um ataque. — Onde está Emi-chan?

  — Pelo honorífico vocês são bem íntimas. — Ele caminhou pelo amplo espaço, analisando os objetos, constando o quão afiados eram. Havia muitos materiais que Tsuhime podia usar, caso resolvesse atacá-lo. — Certo?

  E Tsuhime não conseguiu se policiar. A cinco centímetros de seu rosto finas agulhas de gelo se concretizavam dançantes, todas mirando um alvo: Daichi. Lançou-as, nunca tirando os olhos do homem para ter certeza de que o acertaria, mas Daichi desviou de todas com a kunai para logo estar cercado por mais, mais e mais. Elas não paravam de surgir e eram tão irritantes quanto mosquitos.

  Daichi impulsionou o corpo para cima, grudando os pés revestidos em chakra na parede, entretanto as agulhas pareciam mísseis teleguiados: Nunca o perdia. O ar em volta de Tsuhime caíra, deixando a sala mais fria, os cabelos ondulavam sofregamente, lutando contra a temperatura. As pontas de seus dedos começavam a congelar, arroxeados. Os vasos sanguíneos se comprimiram, diminuindo o fluxo de sangue a fim de manter o controle corporal. Arriscou pisar no chão e foi o maior erro que cometeu: Ele não sabia dizer se piscara ou a mulher aumentara a velocidade, mas agulhas quase imperceptíveis se projetavam em seus ombros, braços, pernas e abdômen, todas sobrepujando o tecido da roupa.

  — Vou perguntar novamente: Onde está Emi-chan? — Tsuhime colocou-se bem perto de Daichi, recebendo a respiração acelerada dele contra a sua. Um incômodo causava pressão em seu pescoço e algumas marcas do Selo se soltaram, tatuando a região e subindo pelo lado esquerdo de seu rosto. — Seja sincero comigo, Daichi-san.

  O homem riu abertamente, embora não estivesse em tais condições. Os pontos que Tsuhime acertara começavam a congelar, formando uma fina camada de gelo que buscava o próximo ponto a fim de unir-se, prejudicando o movimento dos membros. O sorriso que Tsuhime exibia fez vacilar uma batida cardíaca e a saliva desceu pela garganta como areia. Contudo, ele aproveitou tal aproximação e constou gotas de suor se juntando na testa dela. Tsuhime se cansa rápido, então a faça gastar chakra, a voz de Kabuto preencheu seus pensamentos. Estava tudo saindo como o planejado.

  — Eu já disse: Viva. — Daichi não se fez de rogado e ousou encurtar a distância entre eles. Aquela mulher o atraía e Kabuto o mataria se soubesse o quanto estava sendo antiético. Mas não fazia mal provocar um pouco os ânimos.

  — Acho que você não está me entendendo. — Fundida em suas mãos, Tsuhime projetara uma espada de gelo uniforme. Da lâmina desprendia vapor, como se estivesse derretendo. Certeira ela o apunhalou no peito, tomando o cuidado de não acertá-lo no coração. O sangue de Daichi escorreu lento, descendo pelo comprimento da espada e estagnando antes que conseguisse avançar muito mais. — Quero saber o lugar.

  — Vadia... — Daichi praguejou, cuspindo sangue. Sua temperatura abaixou mais um grau, e depois outro, até que ele tremesse involuntariamente. — O que fez?

  — Esmagamento de Gelo. Já ameacei Kabuto muitas vezes com isso e, acredite, você vai descobrir o quanto é ruim em breve. — Ela remexeu o braço, aprofundando-o mais no corpo do homem. — Seus órgãos vão congelar gradativamente, até que seja impossível curar. Mas podemos chegar a algum acordo se me contar o que Kabuto está planejando. Ah, e claro, não se esqueça de Emi-chan, por favor.

  Golpes de curta distância... Ele retrucava em mente, avaliando as habilidades dela e tentando traçar um padrão. O gelo anestesiava sua dor, então lhe dava alguns períodos de alívio para pensar. Agulhas perceptíveis e outras não, que atingem os nervos e impedem a movimentação, sensibilidade e comprime os vasos... É uma bela Técnica. E essa marca estranha que continua a avançar pelo corpo dela... O que será?

  — Estou esperando, Daichi-san. — Agora Tsuhime tinha todo o rosto coberto pelas tatuagens do Selo, vendo-o se libertar com mais agressividade. A esclerótica negra havia engolido os olhos amarelos, deixando-os vazios.

  — Tudo bem! — Ele conseguiu gritar, fazendo-a recuar milímetros. — Fui enviado para coletar o seu material genético e levá-lo a Kabuto. No começo eu pensava que estava fazendo isso pelas coisas que ele prometeu, mas agora... O que você disse ontem... Estou em dúvida.

  — E quer que eu acredite nisso? — Ela sorriu, inclinando a cabeça para o lado. — Se esforce um pouco mais, Daichi-san.

  — É a verdade! Eu não esperava que aquele miserável tentasse me matar. — Daichi fez o possível para entoar preocupado e ressentido. — Você tinha razão, Hime-sama. Deveria ter te dado ouvidos.

  Tsuhime estreitou os olhos, retirando o braço do corpo de Daichi. O homem caiu de joelhos no chão, levando a mão ao ferimento. Agora os batimentos cardíacos eram leves e a respiração entrecortada. O diafragma não fazia o seu ritmo constante, causando-lhe um soluço constante. Tossiu, amenizando os efeitos colaterais. Estava mesmo sendo esmagado pelo gelo, como ela explicara.

  — Você não vai sair daqui e se ousar tentar eu te mato. — Ela abaixou-se, sustentando-se com os joelhos, e ergueu o rosto de Daichi.

  — Seria capaz? — Daichi duvidou, abrindo um mínimo sorriso. — Nunca tirou a vida de ninguém, conseguirá viver com a culpa?

  — Eu não preciso me ressentir, você está ameaçando minha família e as pessoas que eu gosto, então acho que ficarei satisfeita.

  — Acha mesmo que eu sou uma ameaça? — O semblante de Daichi se tornou sombrio, inspecionando a mulher a sua frente de forma vazia. — Está totalmente enganada, Hime-sama. Eu sou apenas a ponta do iceberg.

  — Quem é o outro cara que veio com você? — Tsuhime não podia se dar ao luxo de desviar o raciocínio, que por sinal se tornava escasso devido ao chakra do Selo que tentava suprimir o seu. — Natsumi me disse que havia alguém com você.

  — Ajo sozinho, não preciso de ajuda.

  — Vamos começar a mentir novamente? Tudo bem, Daichi-san. — Tsuhime levantou-se, indo até a porta. Chamaria os ANBUs enquanto ainda tinha o controle de seu corpo. E quando abriu os ANBUs caíram para dentro, imóveis, deixando que outros dois homens desconhecidos tomassem seus lugares. Ao menos um batia com a descrição de Natsumi. — São seus amiguinhos?

  — Então você é a famosa Tsuhime? — O homem de cabelos trançados proferiu, adentrando a sala com o companheiro. — Ei, Daichi, eu disse que iria se ferrar.

  — Cala a boca! — Retrucou, escorando-se na parede para se erguer.

  O Selo se libertou um pouco mais, Tsuhime sentia as marcas enroscando-se por seu tronco e quadril. Faltava pouco para que aquele chakra sugasse o seu. Tentou refreá-lo, nem que fosse por alguns instantes. Rapidamente realizou selo de mãos, fazendo surgir uma pequena quantidade de água aos seus pés.

  — Suiton: Tsunami!

  A quantidade absurda de água varreu os dois homens para fora com força, enquanto Daichi prendia a respiração em meio ao elemento. Concentrou-se em transformar a água em mãos, apesar de nunca ter desenvolvido tal forma, e imaginou-se agarrando os dois homens pela cintura e sufocando Daichi, prendendo-o pelo pescoço. Isso, deixe a raiva fluir e aumentar seu poder... Ela fechou os olhos, fugindo daquela voz que martelava em sua cabeça, e pronunciou algumas palavras antes de petrificar tudo.

  Os semblantes dos homens passavam de terror a dor e Tsuhime se viu de pé naquele meio, gritando pela dor que veio em seguida. A pelagem alaranjada contornou seu corpo, sua altura se elevou e os cabelos açoitavam sua face como se tivessem vida própria. A pressão e quantidade de chakra que inundava as linhas forçavam passagem, fazendo-a se contrair. Não aqui, não agora! Ela rogava em pensamentos. Seria questão de tempo até alguém ser atraído pela euforia. Portanto, ainda em sua consciência ela planejou um poderoso soco revestido em chakra arroxeado e mirou no chão. O gelo trincou, as rachaduras serpentearam pelo comprimento e estourou todo o trabalho que havia feito.

  Daichi e os companheiros receberam o impacto, tendo alojado pelo corpo pedaços mínimos de gelo. Os recém-chegados bateram com força na parede, demarcando o corpo suficientemente profundo enquanto Daichi fora lançado pela janela. Em contato com a luz o gelo reluzia colorido, deixando o ambiente com uma aura mística e surreal. Contudo, Tsuhime ainda não podia se dar por vencida.

  Caminhou até o homem de cabelos trançados e projetou uma lâmina de noventa centímetros, cravando-a no peito. Devido à visão dupla ela rezava para que tivesse atingido um ponto vital. Estava prestes a repetir o mesmo processo com outro, mas algo a cortou nas costas. Gritou, retornando ao estado de alerta e procurou por seu algoz. Daichi debruçava-se sobre a janela e sorria. O nariz dele sangrava, demonstrando um ângulo anormal e doloroso.

  — Kuro...

  Ouvindo seu nome, o homem de vestes pesadas e rosto escondido pela gola alta da blusa se prontificou e atingiu Tsuhime na nuca, fazendo-a ceder momentaneamente. Invocou uma concha, a mesma que usara para proteger os amigos das chamas de Haru, e a prendeu na escuridão total. Tsuhime socava com força as paredes rochosas, rugindo como um animal enjaulado, e logo tudo cessou. Seu corpo tinha estacas duras a perfurando: Duas no ombro e peito, uma no abdômen e outras duas prendendo-a no lugar pelos pés. Quando as paredes cederam, Tsuhime caiu com um baque forte. O Selo recuou, sobrando apenas uma mulher gravemente ferida.

  Daichi se jogou para dentro da sala. Seu estado agravava e precisavam dar um jeito de não desperdiçar a quantidade de sangue que escapava dos ferimentos dela. Kuro pegou três frascos e entregou um aos amigos, que se abaixaram para enchê-lo. Kabuto ficaria feliz em saber que obtiveram sucesso, contudo ralharia ao relatar as condições da mulher. 

  — Isso será o... — Tori parou de falar abruptamente, notando que alguma coisa saía errado. — Mas que porra é essa?!

  Daichi e Kuro olharam na mesma direção que Tori e arregalaram os olhos ao ver paredes de gelo grossas e transparentes em cada pólo, como uma espécie de caixa, refletindo suas imagens assustadas. Logo estacas finas e dispostas começaram a crescer, emitindo um brilho travesso e mortaz na ponta.

  — Ninpou: Sarcófago Espelhado. — Tsuhime disse em seu limite, sentindo as paredes pesadas se fecharem sobre eles.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler, espero que tenha gostado.
Algumas coisas são invenções minhas, então caso tenha dúvida é só me falar. Como eu disse é uma fic muito longa, então ainda tem muitas coisas para acontecer. Críticas construtivas, opiniões, sugestões... Será muito bem vindo.
Até o próximo,
Beijos.



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