Fita de Seda escrita por moonrian


Capítulo 40
Capítulo 40 - Confissões Desesperadas


Notas iniciais do capítulo

Olá, galerinha o/
Eu demorei pakas, eu sei, e me desculpem mesmo! Mas eu ainda estou sem internet e minha casa tá cheia de problemas... Mas esse problema logo, logo vai chegar ao fim, ok? E como eu não esqueço nunca das minhas leitoras lindas e amadas, fiz um esforço e cá estou eu *-*
Agora vamos falar desse capítulo :3 Bem, por votação, o capítulo de hoje será narrado por ele; o lindo, maravilhoso, albino, cheiroso, goxxtoso com muito goxxto (hehehe) e apaixonante Zero Kiryuu *mãos para cima balançando loucamente*
Queria dizer que nesse tempo que eu fiquei distante apareceu leitoras novas!! Uhuuuul
Um super abraço e uma canção de “Seja bem-vinda a FDS” Bella Hathaway, Dredrey e KaramelDragon. E claro, não posso me esquecer das minhas leitoras fiéis: Katricce, Thamyres, Ayuno, asukakazama, Cni, Hailang, Uchiha Taciane, Lily e Haruno Esther.
Agora vou parar de amolá-las!
*Boa Leitura*



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Observei Hime se afastar com tanta raiva queimando em mim que sentia que poderia entrar em combustão espontânea.

O cabelo negro e longo dela se agitava enquanto corria para longe, e mesmo que estivesse tão sufocado por minhas próprias emoções ainda conseguia ser bombardeado pelas dela – Hime sempre foi sentimentalista, mas ninguém no mundo tem sentimentos tão fortes quanto os dela.

Nervosa, amedrontada, ansiosa para fugir.

Não havia nada remotamente associado à fúria, o que apenas me levava a crer que essa idiota estava tentando me enganar e arrumando uma justificativa para não responder minhas perguntas.

Ela só podia estar cogitando o convite de Kira para ir embora da Academia Cross, e eu queria entender o motivo para ela ser tão estúpida para escolher algo assim; encontrar a raiz de tanta idiotice e dar fim a ela para que parasse de me dar dores de cabeça. Hime era pior do que uma criança de dois anos e trazia tantos problemas junto consigo que era frustrante, e como se não bastasse ainda tomava as piores decisões possíveis.

Ela não o conhecia direito, não sabia quem ele realmente era; como poderia colocar o seu destino nas mãos de alguém como ele?

Aquela estúpida por acaso estava ansiosa para se casar com aquele patife? Ela não dissera com tanta certeza naquela noite que eu lhe contei que estava noiva que não desejava se compromissar com aquele sanguessuga? Ela se lembrara de alguma coisa que o envolvia e estava me escondendo?

Cerrei as mãos em punhos, desejando amarrar Hime em uma torre bem alta e amordaça-la, pois era difícil confiar naquela criatura para cuidar de si mesma.

– Percebe como você precisa sim de ajuda para manter um olho nela? – Inqueriu Kaname friamente.

Aquele vampiro estava escolhendo a hora errada para tentar esfregar coisas na minha cara.

Virei-me para ele com os olhos estreitos de fúria, a mão coçando de desejo de pegar Bloody Rose.

– Você está fazendo nada além da sua obrigação, Kuran – retruquei. – Ela é minha responsabilidade. Agora deixe que com aquela idiota eu me preocupe.

– Como você fez na cozinha da sua casa na noite passada? – Ele pareceu gostar da minha surpresa horrorizada – Oh, sim, eu sei. Você não parecia muito preocupado com a possibilidade de alguém os ver, não notou quando eu apareci na porta e saí.

Mesmo que a ideia de Kaname me vendo ceder as minhas emoções e nos ver em uma situação tão comprometedora fosse horrível, e que eu tivesse milhões de argumentos para jogar em seu ridículo rosto composto, estava perdendo um tempo precioso discutindo com aquele patife.

Eu não estava com paciência e nem tempo para trocar farpas com aquele ser desprezível; precisava ir atrás daquela garota e coloca-la contra a parede.

Sem dignar-me a respondê-lo ou olha-lo, e por mais que desejasse pegar Bloody Rose em meu casaco para fazer dele uma peneira, me apressei a seguir o mesmo caminho que Hime usara, afinal ela tinha muito a me contar e dessa vez eu não a deixaria fugir independente do quanto ela estivesse magoada. Eu não me importaria com a possibilidade de ela me odiar, desde que eu pudesse mantê-la viva.

Seja como for que acontecera de nós acabarmos por sentir o que o outro sentia, aquela ligação, como ela chamava, tinha mais utilidades do que eu a informara e uma delas era saber onde exatamente ela estava quando desejava encontra-la – e no dia em que eu resolvi ignorar e dar um voto de confiança, essa idiota foi correndo atrás daquele vampiro.

Mesmo que ela se lembrasse de Kira salvando-a de Leigh, Hime tinha que entender que vampiros não eram confiáveis e eram muito diferentes dos humanos; que não passavam de criaturas nojentas que não conseguiam controlar seus instintos, e mesmo o Kira não era diferente.

“Por que você ainda se preocupa com ela, idiota? Ela deve ser como eles!”.

Eu andara me perguntando demais nesses últimos tempos como ainda podia me preocupar tanto com aquela garota quando havia tantos indícios de que Hime podia ser uma vampira, mas eu sabia a resposta para essa pergunta, sempre soube. Parte de mim, uma parte mais forte do que queria admitir para mim mesmo, tinha esperança de que ela fosse apenas uma humana que fora iludida por um vampiro e convencida que se casar com ele não seria má ideia – como se fosse dar certo casar um cordeiro e um leão.

Avistei Hime sentada em um banco de pedra muito distante dos dormitórios e das salas, com a sombria floresta que cercava a Academia Cross as suas costas. Seus olhos fitavam o chão de maneira vaga e lágrimas se derramavam em seu rosto, mas ela não parecia notar.

Sentia sua angústia e sua dor, o que me fez hesitar em minha raiva.

Parte de mim queria se aproximar dela para consolá-la, puxar seu corpo para o meu colo e abraça-la, mas eu sabia que não podia fazer tal coisa. Eu abdicara da possibilidade de demonstrações de carinho que pudessem influenciar pessoas a terem algum apreço por mim e de sentimentos românticos havia muito tempo, dessa necessidade tola de outro alguém; além do mais, um dia eu iria acabar decaindo, manter Hime com raiva de mim seria melhor e tornaria mais fácil para ela me ver em um estado tão deplorável.

Esse foi um dos motivos pelo qual eu desistira de Yuuki antes de sequer tentar, mesmo que a amasse...Por que não teria forças para fazer o mesmo com essa menina, quando tudo que eu sentia por ela era uma paixãozinha adolescente?

Eu não queria pensar em Yuuki naquele instante, a pior decepção da minha vida, o que não foi suficiente para matar os sentimentos que eu tinha por ela.

Caminhei em direção à garota de cabelos negros e me sentei ao seu lado em silêncio, mantendo meu olhar sobre o chão. Via pela minha visão periférica que ela enxugava as lágrimas tão rapidamente quanto podia.

– Você percebe que tudo que você faz da sua vida é me perseguir? – questionou Hime, tentando parecer brava, a voz trêmula. – Isso está ficando muito cansativo, Zero.

Apoiei os antebraços em minhas pernas.

– Percebe que se você não fizesse tanta idiotice, não seria necessário eu vir atrás de você? – Rebati com o máximo de impassibilidade que eu consegui reunir.

Ela se voltou para mim, finalmente amontoando a coragem necessária para me enfrentar.

– Você não pode me deixar sozinha por um minuto sequer? Eu não quero a sua companhia, Kiryuu, então me deixe em paz.

Eu sentia o quanto a machucava olhar para mim, como um espinho em seu coração, e tinha consciência dos sentimentos dela por mim, mas eu não podia deixar aquilo atrapalhar na minha responsabilidade de protegê-la.

– Eu não vou te deixar em paz até me explicar que história é essa de aceitar ir embora com Kira. E não adianta tentar argumentar porque eu sei que você optou por isso, Hime, eu tenho uma ligação direta com suas emoções reais e nada indica ultraje ou revolta por eu a estar acusando disso.

Voltei meus olhos para ela, vendo suas bochechas ainda úmidas com as lágrimas e que os rechonchudos e tentadores lábios vermelhos dela estavam inchados – por um segundo fiquei com vontade a me inclinar e experimentar como seria beijá-los naquele instante, cobiçando sentir a maciez incrível deles uma vez mais, mas eu me contive.

Aquilo fizera eu me lembrar da noite anterior, quando os saboreei na cozinha e delineei cada curva dela com minhas mãos, sentindo sua pele esquentar e se arrepiar com os meus toques e nossos corações acelerados com o momento que... Inferno, eu não devia pensar nessas coisas. Foi apenas um lapso momentâneo, um erro que nunca iria se repetir.

Eu havia me descontrolado com os desejos daquela paixão passageira, um momento de fraqueza súbita. Eu sabia quem era a verdadeira dona do meu coração, os lábios que eu desejara por tanto tempo, mesmo com minha raiva por ter sido enganado sobre ela ser humana e que ela agora fosse a minha inimiga.

Notei que a determinação que brilhava nos orbes negros purpúreos de Hime fora lentamente murchando para uma resignação desistente, e ter aquela confirmação de que ela estava mesmo planejando ir embora com Kira foi como uma facada no peito. Depois de tudo que eu já fizera por ela, para mantê-la segura, e para procurar as informações que desejava para saber quem era, Hime estava fazendo armações sobre seu futuro pelas minhas costas? E com um Sangue-Puro detestável que se ela soubesse seu nome já era muita coisa?

– Você tem dez segundos para me explicar o que deu na sua cabeça.

Hime soltou um suspiro baixo e esfregou a testa, uma mania muito comum quando estava irritada ou frustrada – ou os dois.

– Eu não sou obrigada a te contar porcaria nenhuma, Zero – Retrucou. – Você não é meu pai ou meu irmão mais velho, então que tal você ir procurar alguma coisa para fazer e deixar minha vida em paz?

Meus olhos se estreitaram para sua resposta desaforada, e eu apertei o banco de pedra com força para não apertar o pescoço dela.

– Você é obrigada, sim. Está achando que eu simplesmente permitirei que você parta para fora desse colégio com aquela criatura nojenta sem um bom motivo?

– Acho, sim. O que você tem com a minha vida?

– Eu salvei você, mantive um olho atento em você até hoje e é minha obrigação te proteger.

Hime soltou um suspiro baixo.

– Eu não acho que você tem algo a ver com a minha vida.

– Tenho, já que você está aqui, viva e saudável, graças a mim.

Eu nunca pensei que um dia eu precisaria jogar na cara dela todas essas coisas porque ela estava sendo ingrata com todo o meu esforço. Sentia-me indignado com tamanha falta de consideração dela, como ela pode dizer que eu não tenho nada a ver com a vida dela? Eu fiz de tudo para que ela se tornasse mais forte, e eu não estava pedindo nenhum agradecimento, apenas um pouco de escrúpulos.

Senti a grossa camada de culpa rodeando-a, e ela não conseguiu mais suportar me olhar nos olhos.

– Fizemos um acordo. Ele me contava tudo que sabia sobre mim e eu ia embora para sei lá aonde com ele. Não me parecia um mau negócio.

Eu encarei aquela menina de maneira incisiva, sentindo a fúria brotar em meu âmago e crescer até que ela estivesse em cada fibra de meu ser e precisasse de muito esforço para me controlar ao impulso de colocar juízo na cabeça dela a base de sacolejos.

O que Hime tinha naquela cabeça oca? Vento? Como não lhe parecia um mau negócio a ideia de ir embora com um vampiro que poderia ser tão cruel quanto Leigh?

– E você simplesmente aceitou sem relutar? – Perguntei, irritado com sua estupidez. – Estamos falando da sua história, você não estava pedindo nenhum favor a ele, Hime. Quão tola você pode ser? Deixando que ele ditasse condições sobre algo que é seu direito saber?

Uma linha frustrada apareceu entre suas sobrancelhas, ela vendo que eu estava certo e quem sabe finalmente percebendo que ela era uma idiota. Mas então algo mudou nela, uma teimosia brotando em seu interior à medida que ela mudava de ideia e repensava.

– Eu teria que ir embora alguma hora, – deu de ombros, tentando parecer indiferente – o que interessa se for com Kira ou sozinha? Um dia eu teria que partir.

– Você sabe muito bem que Kaien não se incomoda com sua estadia na Academia Cross – Argumentei. – Não há necessidade de um ato tão suicida.

– Sim, ele não se incomoda. Mas eu me incomodo em continuar nesse lugar. Sério, Zero, o que importa a você se eu vou embora com Kira ou não? Ele é o meu noivo, não é?

Para a minha surpresa, meu cérebro ficou branco; logo eu que era tão bom com as palavras e tão talentoso em argumentar qualquer uma das tolices que Hime dizia. Mas naquele instante ela tinha razão, de que me importava se ela estava partindo com Kira, se os dois estavam para se casar? Eu já tinha uma enorme desconfiança sobre ela ser uma vampira, mesmo que eu não quisesse acreditar.

Independente de todos esses pensamentos racionais que me davam mil motivos para me afastar da vida de Hime, para simplesmente deixa-la ir, as emoções que passavam por mim pediam por outra coisa. Aquele desconhecido e poderoso sentimento amargo se tornou um nó em minha garganta, quase me sufocando com a possibilidade de permitir que ela partisse, além daquele impulso superprotetor que ficava sussurrando em minha mente que Hime era minha responsabilidade e que era meu dever manter um olho nela.

Suas íris me observaram em um desafio silencioso para questiona-la, então metamorfosearam para a dúvida e em seguida a esperança. Hime engoliu em seco e voltou sua atenção para as suas mãos em seu colo, as palmas viradas para cima, parecendo se sentir impotente.

– Eu estou apaixonada por você. – Ela confessou em um rompante.

Eu congelei, meu coração parou e meus olhos se abriram com surpresa. Meu estômago gelou e por mais astuto que eu fosse, naquele momento tudo que consegui fazer foi piscar e piscar, incrédulo.

Mesmo que eu tivesse visto a intensidade de seus sentimentos em seus olhos na noite anterior, através daquela ligação e na maneira como ela correspondera os meus beijos, ainda era surpreendente tê-la confessando-os para mim, quase como se eu estivesse esperando que tudo não passasse de uma ilusão minha. E quem me dera fosse...

Eu tinha certeza de que eu não estava apaixonado por ela, que eu ainda tinha meu coração preenchido por Yuuki Kuran como sempre. Mas mesmo assim, eu senti meu coração inflar e uma vontade enlouquecedora de puxar essa menina para os meus braços. Mas eu não podia fazer isso por motivos muito simples, e um deles era que eu não correspondia os sentimentos dela com o mesmo ardor.

De repente ela soltou uma risada curta e baixa de si mesma, quase como se ela se achasse uma completa tola. Hime voltou seus olhos para mim, os lábios distorcidos em um sorriso de puro escárnio.

– Eu não estou pedindo um “Eu te amo”, Zero, não precisa ficar preocupado. – Soltou um suspiro. – Eu não tenho certeza do que eu vi em você ou desde quando sinto tanta paixão, seja como for que você quiser chamar o que eu guardo aqui dentro – apontou para o peito – por você. Talvez seja desde o primeiro momento em que te vi em Lunier, talvez por causa de cada momento que você demonstrou preocupação por mim... Eu não faço ideia. – Sacudiu a cabeça vagarosamente. – Mas sei o que sinto e que estou catastroficamente apaixonada por você, Zero, e que não é justo o que você está fazendo comigo agora, fingindo se importar com minha partida. Você sabe que isso acaba me dando esperanças vãs de um dia você olhar para mim mais do que como um estorvo ou uma obrigação, uma idiota que só sabe falar asneiras. Você está me destruindo. Está destruindo meu coração e… e... – Lágrimas começaram a cair de seus olhos e ela as limpou de seu rosto com irritação. – Droga! Apenas pare de se importar comigo, está bem? Você já fez tudo que podia por mim e eu agradeço de todo o coração, mas é hora de eu procurar meu próprio caminho. Esqueça-me. A partir de agora, o que eu fizer da minha vida não será da sua conta.

A forma como ela me olhava era quase como um pedido para eu negar, para que eu dissesse que ela estava enganada e que eu nunca poderia parar de me importar com ela. Vi mil coisas naqueles olhos, a forma como ela desejava que eu desmentisse suas palavras e mostrasse para ela que tudo aquilo era um mal entendido dela, que eu correspondia aos seus sentimentos e que eu daria a ela todo o amor que merecia. E mesmo que não viesse a gostar tanto dela quanto gostava de Yuuki, uma parte muito grande de mim queria muito fazer o que ela desejava e cessar seu sofrimento... Mas eu não podia. Estaria mentindo sobre o tamanho da minha reciprocidade e que ela apenas despertava o meu senso de dever. E de qualquer maneira, eu iria decair, estava muito mais perto de acabar como um Nível-E e saber que ela se importava tanto comigo apenas firmou a minha ideia de que deveria parar.

Mas se eu sabia a coisa certa a se fazer, por que eu não conseguia me levantar? Por que eu não a dava as costas de uma vez e partia? Eu estava dividido e eu sabia que ela tinha notado. Eu vi uma determinação negra em seus olhos, como se ela estivesse prestes a testar os meus sentimentos.

– Kira me disse que sou uma vampira. – Ela soltou de repente.


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Notas finais do capítulo

E agora???? Hime soltou tanta coisa pra esse lindo que está no ar a dúvida: QUAL SERÁ A REAÇÃO DE ZERO? E vamos falar sobre coisas que nosso albino falou no decorrer de sua narração, como categorizar seus sentimentos por Hime como “Paixão passageira” e o que sente por Yuuki como “amor”. O que vocês acham disso? Zero poderia estar enganado? Ou será que os sentimentos dele por nossa princesa não são nada além disso? Dúvidas, dúvidas.
Talvez o baile seja no próximo capítulo, galera, inclusive a partida de Hime. Será que Zero fará alguma coisa para impedir que nossa menina se vá?
Esperam que tenham gostado do capítulo!
E até a próxima, gente linda o/