Um Toque do Destino escrita por Ninna Leite


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Estou postando logo este capítulo porque sei que é meio difícil analisar uma fic apenas pelo prólogo. Possivelmente farei algumas alterações nele depois, mas por hoje é só pessoal. Não esqueçam de deixar um review ;)



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As duas adentraram a porta da frente com algumas malas. O resto de seus pertences tinham chegado uns dias antes em um caminhão de mudança. Nossa casa, como já havia dito antes, é relativamente grande temos dois quartos no andar de cima sendo e um banheiro. Já no andar de baixo temos a sala, a cozinha e mais um banheiro, sem contar o nosso jardim. A filha de Effie dividiria o quarto comigo, portanto eu já tinha deixado um espaço disponível no meu quarto para ela. Haymitch me disse que Prim era uma garota bem temperamental e, que apesar de termos idades bem próximas, ela não se parecia nem um pouco comigo. Tinha lindos cabelos louros e olhos verdes, definitivamente os puxou de sua mãe, e por algum motivo me parecia bem familiar. Não sei onde está o pai dela e meu pai nunca tocou nesse assunto comigo, nunca eu quero dizer entre esses dez dias em que eu fiquei sabendo de sua existência. Nem sei porque meu pai não havia comentado dela comigo, mas provavelmente teve suas razões.

– Oi amor. - Disse Effie largando as malas na entrada e abraçando meu pai. - Katniss. - Disse me dando um longo abraço também.

– Tudo bem Prim? - Meu pai perguntou analisando a garota encostada com um pé na parede.

Pude notar suas malas jogadas de qualquer jeito no chão. A garota mantinha os olhos fixos no celular e provavelmente não ouviu meu pai já que está com fones de ouvido. Duvido até que ela já tenha olhado para mim.

– Prim. Haymitch falou com você. - Disse Effie puxando seus fones de ouvido e recebendo em troca um típico rolar de olhos adolescente.

– E aí Haymich. - Disse ela sem tirar os olhos do celular. Logo em seguida tendo seu queixo levantado por Effie.

– Filha esta é Katniss, filha do Haymitch.- Pude reparar a garota resmungando um 'e daí' baixinho, mas tenho certeza que Effie ouviu e a repreendeu no mesmo momento com um olhar.

– Olá Katniss, é um prazer te conhecer. - Disse em tom irônico.

– Igualmente. - Disse me movendo em sua direção para pelo menos um aperto de mão, mas recuei sem graça quando a mesma deu um passo para trás.

– Satisfeita? - Perguntou Prim para a mãe assim que eu falei.

– Prim por que você não sobe para guardar suas coisas, querida?

Não precisou nem falar duas vezes para a mesma sair voando em direção ao quarto com algumas malas, visivelmente agradecida por ter se livrado de nós. Ao mesmo tempo foram arrancados suspiros de Effie e meu pai.

– Foi um pouquinho melhor do que imaginei. - Disse meu pai se encostando no braço do sofá.

– Ah Haymitch, eu sinceramente já não sei mais o que fazer com ela. - Disse Effie se sentando em um tom choroso.

– Bom, ela é bem... diferente do que eu imaginava, mas não tem problema. - Eu disse me sentando ao lado de Effie. - Deve ser só uma fase. - Disse também tentado conforta-la.

– Não Katniss, não é só uma fase. Faz tempo que Prim começou com esse jeito dela. - Disse Effie começando a chorar. - Talvez seja culpa minha, ela sempre diz que é minha culpa por ela não ter conhecido o pai.

– Ah Effie me desculpe mas eu acho que isso não justifica nada. Aliás a culpa não deve ter sido sua se o pai não quis assumir a criança...

– Katniss meu amor, acho melhor pararmos com esse assunto. - Disse meu pai com o olhar perdido. - Eu vou mudar isso. - Disse ele subindo, provavelmente para falar algo com ela.

Effie e eu ficamos conversando por um tempo após meu pai subir. Ela estava realmente feliz por estar com ele, era possivel ver em seu olhar o quanto estava apaixonada. Foi quando Effie me contou que Prim e eu estudávamos no mesmo colégio que eu me lembrei porque ela me era tão familiar. Prim era a garota que brigou com uma de minhas amigas Clove, o que ocasionou uma ida das duas à diretoria. Tudo bem, eu já sei que uma das minhas melhores amigas odeia minha nova irmãzinha. Eu não ligo se a Prim é desse jeito com sua mãe, mas comigo ela não vai ser assim de jeito nenhum. Hoje foi só o primeiro dia mas amanhã eu vou deixar bem claro o respeito que vou exigir da parte dela.

Continuei por meia hora conversando com Effie até comentamos que os dois estavam demorando demais lá em cima. Falei cedo demais, um minuto depois ouvimos o barulho de algo quebrando la em cima e uma gritaria desgovernada nas escadas. Effie e eu levantamos correndo para ver o que estava acontecendo. Prim estava berrando palavras realmente ofensivas para meu pai, enquanto ele tentava acalmá-la, mas por esse pequeno tempo que a conheço, suas palavras foram em vão. Ela só parou de gritar após bater a porta do quarto, deixando bem claro que não queria que ninguém entrasse lá.

– O que houve? - Effie perguntou ao meu pai quando ele se juntou a nós.

– Nada demais, só estávamos conversando normalmente quando eu resolvi falar para ela que a gente é para valer Effie. Quer dizer, uma hora seremos uma família de verdade, e ela tem que aceitar isso. Aí ela começou a gritar e tentou me acertar com um abajur.

– O que? - Perguntei desesperada. - Ela quebrou o meu abajur do Sr.Linguado? Isso não vai ficar assim. - Disse subindo as escadas, mas antes pude perceber meu pai e Effie trocando olhares preocupados.

Abri a porta pronta para tirar satisfações sobre o meu abajur, mas quando entro no quarto não é só o meu abajur lindo e maravilhoso do Linguado que está destruído. O quarto está todo revirado e pude perceber que ela tirou tudo meu de uma metade do quarto e colocou um bando de coisas dela que vieram no caminhão. Tudo bem o quarto é enorme e nós supostamente devemos dividi-lo, mas isso não a da o direto de sair jogando minhas coisas de qualquer jeito.

– Não sabe bater? - Perguntou a mesma sentada em sua cama mexendo no celular, e nem ao menos tirou os sapatos para pisar na cama. E não, eu não tenho mania de limpeza, mas também não quer dizer que eu ache certo colocar tênis sujos de rua em cima de uma cama.

– Qual é o seu problema? - Gritei para ela. A mesma nem me deu idéia, agiu como se eu nem estivesse ali. - Me responde garota. - Disse mais uma vez irritada com a situação.

– Quando você entrou eu te fiz uma pergunta. - Respondeu tranquilamente sem tirar os olhos do celular. - Primeiramente eu achei que você era estúpida o suficiente para saber responder a pergunta que eu te fiz, mas provavelmente você escolheu me ignorar. Então vai à merda com a sua pergunta.

– Olha só, essa sua pose de garotinha revoltada não vai durar muito tempo aqui não entendeu? Pelo menos não enquanto eu estiver aqui. - Disse finalmente atraindo sua atenção e pela primeira vez seu olhar. - Então eu acho bom você pelo menos ter um pouco de respeito à mim e meu pai. Em relação a sua mãe a gente resolve depois.

– Olha só garota. - Ela disse se levantando. - Você não manda em mim e nunca vai mandar. Então eu faço a porra que eu quiser no caralho da hora que quiser. Então não venha você levantar essa merda de crista para mim, nem a Effie faz isso e não vai ser você que vai fazer. Então fica na sua antes que as coisas fiquem feias pro seu lado também. - Ela disse tudo muito rápido e com a voz visivelmente alterada.

– Vai esperando. - Eu disse. - Pode relaxar que já já você vai saber com as coisas funcionam aqui. - Disse enquanto me retirava do quarto.

– Foda-se. - Ela respondeu segundos antes de eu fechar a porta, e tenho certeza que ela sabe que eu ouvi.

– E aí, como foi querida? - Perguntou Effie quando eu desci, se desvencilhando dos braços de meu pai.

– Sinceramente Effie, não sei como uma pessoa tão legal como você pode ter um filha tão... tão ela. Você definitivamente não merece isso.

Nós três ficamos conversando mais um pouco lá na sala por volta de duas horas. Não quis ficar acordada muito tarde, até porque as aulas voltariam no dia seguinte, e esse foi um dos motivos que meu pai usou para me mandar dormir mais cedo. Deixei os pombinhos namorando lá em baixo e subi para meu quarto. Já estaria satisfeita se a pirralha, sim pirralha, ela é um ano mais nova que eu e chatinha para caramba então o apelido serve para ela, já estivesse dormindo, mas ao invés disso ela não estava no quarto, simplesmente tinha sumido, e não demorei muito para perceber que a espertinha tinha pulado a janela, como eu não sei.

Saí correndo para pedir ajuda a meu pai e Effie mas quando cheguei na sala os dois não estavam mais lá, então fui para o quarto deles, a porta estava trancada.

– Ótimo. O que eu faço? - Me perguntei em voz alta.

Decidi voltar para o quarto para esperar um pouco por ela, se não voltasse em dez minutos teria que chamar Effie e meu pai. Não precisei esperar muito para ver a mesma adentrando o quarto pela janela.

– Posso saber a onde estava? - Perguntei vendo seu olhar contendo um pouco de desespero assim que pôs os pés no chão.

– Não, não pode. - Disse se jogando em sua cama se preparando para dormir com a roupa do corpo.

– Ah tudo bem, então acho que devo ir agora na Effie dizer...

– Tudo bem, meu namorado me ligou dizendo que estava aqui em baixo me esperando, então eu fui.- Disse ela como isso não fosse nada demais. Tudo bem eu apelei dizendo que iria contar à Effie, e pelo que percebi, mesmo Prim desrespeitando a mãe, ela deve ficar bastante encrencada quando apronta por aí.

– Viu, não custa nada dizer a verdade. Mas entenda uma coisa, se você continuar com essa criancice de ficar fugindo e enganado meu pai e sua mãe, pode saber que não vou pensar nem um segundo antes de te entregar. - Disse num tom ameaçador

Adivinhem o que eu ganhei em troca após ter dito isso. Sim um grande foda-se, e como se não fosse o suficiente ainda me mostrou o dedo do meio. Era só o que faltava, minha nova irmã era uma garota chata, rebelde e ainda por cima infantil. Gostava muito mais da época em que não sabia da existência dela, e agora vou ter que aturar seus olhares até na escola. E é pensando em como eu poderia melhorar aquela situação que caí no sono. Mal esperava pela volta as aulas.


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