O Pedido de Reneesme escrita por camila belle


Capítulo 4
Angelina!


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que vcs vão pirar com esse cap.! /o/ Boa leitura =]



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Cap 4 - Angelina


 


- Já, já chegamos. - Edward sussurrou, olhando pela janela. - E nada melhor. Hoje é chuva em todo o Brasil.


Eu anui, me encostando no banco, esperando ir logo ao encontro de Lizzie.


 


Como Edward previra, em minutos estávamos no aeroporto. Carlisle e Edward tratavam de ajeitar tudo, enquanto eu apenas olhava-os conversando pelos celulares. Carlisle estava com uma maleta branca na mão, e teve alguns problemas em desembarcar com ela. Mas logo ele explicou ser médico, e fomos liberados. Pegamos um táxi e viajamos durante alguns minutos, indo em direção ao cais. Já lá, Edward pegou uma lancha (o mesmo que usamos na nossa lua-de-mel) e fomos atravessando o mar. Carlisle direcionando-a. E como eu mesma pude comprovar, nenhum dos Cullens parecia ter problemas com navegação. Tirando eu, claro.


 


O caminho até ali tinha sido bem rápido até para mim. Mas a partir do momento que entramos na lancha, eu estava ficando cada vez mais impaciente. O caminho atravessado entre as águas pra mim foi longo e doloroso. A espera estava sendo um martírio. E eu nem conseguia mais pensar na idéia de perdê-la. Eu nem a conhecia e apenas a menção de tais pensamentos me fez sentir enojada. Eu não suportaria perdê-la.


 


Um longo tempo depois paramos numa ilha próxima a ilha de Esme. Descemos rapidamente, numa velocidade não-humana, e passamos a observar o local. A princípio achei que estávamos numa ilha deserta, mas ao apurar meu olfato, pude sentir sangue-humano á uns 30 km á norte. Não estávamos sozinhos.


 


- Por aqui. - Edward pegou minha mão, guiando o caminho por dentre a densa floresta.


 


- Edward. - Carlisle chamou calmamente. - Não temos muito tempo.


 


- Vamos correr então. - Edward se esgueirou, cheirando o ar, atento aos aromas. - Acho que posso sentir. - Ele comentou, soltando minha mão e apontando pro sudoeste da ilha. - Por aqui.


 


E então começou a correr como um vulto pela floresta. Imperceptível por olhos humanos. Carlisle e eu logo atrás.


 


No caminho eu não consegui prestar muita atenção. Meu nervoso impedia-me de me concentrar nas coisas em volta. Vários gritos de animais ecoavam pela floresta, e isso me deixava mais ansiosa ainda. Eu só queria vê-la salva e segura em meus braços.


 


Corremos durante longos minutos, até que paramos ao avistar uma clareira, com uma pequena cabana no centro, um pequeno córrego não muito distante dali.


 


Edward me encarou e pegou em minha mão, tentando me acalmar. Eu sorri pra ele, tentando tranqüilizá-lo.


 


Agora perto, eu podia sentir claramente o cheiro de sangue humano e outro cheiro menos humano, familiar ao de Reneesme. Um pequeno coração pulsava rapidamente, ansioso.


 


Eu engoli em seco.


 


Andamos rapidamente até a pequena casa. Carlisle á frente. Ele abriu a porta e encontramos o aposento sujo e com forte cheiro de sangue de animal. Era quase insuportável. Eu me assustei ao ver uma pequena pilha de pele de animais largados perto da porta. Um cenário deplorável. Nem precisei imaginar pra saber o porquê das peles estarem ali, vazias. Eu mesma já tinha bebido muito sangue na gestação de Reneesme.


 


Um gemido soou pela cabana, e eu foquei meus olhos de onde viera o som. No canto mais afastado, uma manta se debatia. Tremendo, silenciosamente.


 


Era a mãe.


 


Carlisle correu até ela, e a avaliou rapidamente. Tarde demais. Até eu consegui perceber que ela já estava em trabalho de parto.


 


Ela não hesitou em virar quando Carlisle disse para ela o fazer.


 


- Eu sou médico. Não se preocupe. - Carlisle tranqüilizou-a com a voz calma de um profissional, abrindo sua maleta branca. Edward correu para ajudá-lo. - Sente que pode? - Ele nem olhou pra Edward, apenas continuou a tirar alguns apetrechos de dentro da maleta.


 


- Sem problemas. - Edward respondeu, ajudando Carlisle com o que podia, obedecendo seu comando.


 


Eu estava estática.


 


- A criança. Salve-a. - A mãe pediu, num claro inglês, ofegante de dor.


 


Ela passou os olhos por Carlisle e então pra Edward. Ela não estava assustada, dava pra ver. Um humano normal se assustaria com a temperatura negativa das mãos deles, mas ela parecia estar acostumada. Na hora nem me passou na mente de que ela estava grávida. De um vampiro. Claro, que ela estava mais que acostumada com o gélido toque. Mas então seus olhos pararam em mim.


 


Eu ofeguei. Seus olhos eram suplicantes, turvos de dor, mas com um quê de força e decisão ao mesmo tempo.


 


- Não vai dar tempo! - Edward alertou. - O bebê vai nascer de parto normal.


 


Eu não ouvia mais as palavras de Edward. Minha mente também não reagiu as palavras de Carlisle, nem aos gemidos desesperados de dor das contrações da mãe. Porque os olhos delas, marejados, desesperados, me chamavam.


 


Eu me aproximei e peguei sua mão fria e trêmula (até pra uma humana). Ela tentou apertar de volta. Seus olhos agora desfocados. A criança rasgando-a internamente pra nascer.


 


Ela gritou de dor, apertando minha mão com uma força incrível comparada a um humano normal. Eu fitei-a horrorizada. Mas eu sentia que ela ainda me pedia algo.


 


- Eu cuidarei dela. Eu prometo. - Prometi, tentando consolá-la. - Cuidarei da nossa menina com todo o amor. - Continuei, falando com uma intensidade incrível até para os meus ouvidos.


 


Então seu rosto de angústia se suavizou. Ela sorriu fracamente. E mesmo vestida de trapos encharcados de sangue, sua beleza aparecia. Ela parecia um anjo.


 


Ela focou seus olhos castanhos no meu. Olhos puros e graciosos, eles lembravam a cor dos meus quando humana. Eles brilhavam.


 


- Ange…lina… - Ela disse, num último suspiro, e expirou. Na mesma hora que Carlisle exibia um grande bebê em seus braços.


 


O bebê era grande pra ser recém-nascido, parecia ter uns 2 meses. Era uma menina terrivelmente bonita. Ela tinha cabelos vermelhos que se misturavam com o sangue, confundindo-os. Seus olhos continuavam fechados, e ela não chorou. Ela estava serena. Sua beleza era surreal.


 


- Angelina. - Eu sussurrei, chamando-lhe, e ela abriu os olhos. Revelando um par de olhos violetas, como safiras no escuro, brilhando pra mim, um brilho intenso como o de sua mãe cintilando em seus olhos inteligentes, que estudavam meu rosto.


 


Eu a peguei nos braços de Carlisle, e pra minha surpresa ninguém pareceu se preocupar com o fato de que eu era vampira e de que a menina estava coberta de sangue. Eles confiavam em mim. E até eu me sentia satisfeita comigo mesma. Foi como na vez de Reneesme. O ardor surgiu em minha garganta, mas eu não sentia vontade de atacá-la. Eu a amava. E esse amor era muito maior que minhas necessidades vampirescas.


 


Eu a enlacei nos meus braços, esperando que ela me mordesse, ou pelo menos tentasse, faminta. Mas ao contrário de Reneesme, que me mordeu faminta, a criança tocou meu braço. E algo estranho ocorreu.


 


Meus nervos do braço se contraíram, e era como se eu sentisse um beliscão no braço, e alguém o puxasse pra fora, com força. A dor era penetrante, e então lentamente fui sentindo meu braço adormecer e queimar.


 


- Bella! - Edward exclamou, soltando a mão da criança de meu braço.


 


Eu senti um puxão forte, e uma onda de alívio invadiu meu corpo. Eu estremeci.


 


- O que foi isso? - Eu perguntei, assustada, olhando pra menina que agora encarava Edward, estudando-o.


 


- Ela estava… Sugando sua vitalidade com as mãos! - Edward exclamou, chocado. - Surte como sangue pra ela.


 


Carlisle que estava ausente cuidando do corpo da mãe se aproximou, com uma toalha na mão.


 


- Precisamos voltar logo pra Forks. Ela precisa de cuidado. E de observação. - Carlisle disse, pedindo a criança. Eu fui tentar entregá-la, mas ela se agarrou a minha blusa.


 


Carlisle me entregou uma pano úmido. Eu aceitei-o e comecei a passar na criança, limpando o sangue.


 


- Incrível. - Carlisle balbuciou, encarando-a. A menina o encarava, curiosa. – O que acha que é,Edward?


 


- Não sei. - Edward respondeu, sério. - A criança sabe o poder que tem. Mas eu não posso compreendê-la. É como tatear no escuro.


 


- Isso realmente importa agora? - Eu me intrometi. - Vamos pra casa. Ela precisa de cuidados.


 


Carlsle anuiu, e pegou sua maleta. Edward cobriu o corpo da mãe e paralisou por segundos, em frente ao corpo, sussurrando algo que nem eu pude ouvir.


 


Mas então eu ouvi passos, e a porta se abriu num estrondo. A morena, Kaure, que me olhava assustada na ilha de Esme, a mesma que dias depois previra minha morte quando descobri que estava grávida de Reneesme estava ali.


 


Ela olhou de Edward pra mim e pra criança em meus braços, e se rosto se encheu de compreensão. Ela desviou os olhos de nós e então seu olhar parou na volumosa manta no canto do quarto. A mãe do meu anjo.


 


- Morta. - A mulher disse, em português, e eu nem precisei olhá-la, pra ver sua expressão.


 


Ela começou a falar rapidamente, virada pra direção de Edward que escutava atentamente.


 


- Mais lendas? - Eu perguntei, minutos depois, quando Kaure parou de falar.


 


- Não ela está contando o que aconteceu com a mãe de Lizzie. - Edward respondeu calmamente.


 


- Agora entendi o porquê da mãe saber falar um inglês tão fluente. - Carlisle comentou. - Ela era uma bióloga americana muito estudada que veio pra cá a pesquisa.


 


- E coincidentemente também se chamava Elisabeth. - Edward contou, observando a criança que dormia em meus braços. - Kaure contou que ela e Elisabeth eram muito próximas, e que Elisabeth lhe contara algo sobre ter visto um belo homem, próximo ao lago, e que ela se apaixonara por ele. E pela narração ele não era um homem comum. Elisabeth lhe dizia que ele era extremamente forte e rápido, e que seu toque era gélido, e pálido, como a lua. Kaure logo percebeu o perigo que a amiga corria e tentou alertá-la para se afastar, contando inúmeras lendas, mas a bióloga parecia enfeitiçada. Inúmeras noites se passaram e Elisabeth voltava sempre sorridente, mas cheia de hematomas pelo corpo, cada vez mais frágil. Até o dia em que Elisabeth não voltou. E no dia seguinte Kaure a encontrou, chorosa, perto do lago, arrasada, contando que fora abandonada, e que tinha suspeitas de estar grávida. Kaure não teve dúvidas quando viu a pequena mas definida barriga. Elisabeth implorou para que Kaure a ajudasse e ela o fez. Encontrou essa cabana escondida pra ela, e sempre caçava, para que Elisabeth se alimentasse do sangue dos animais.


 


Edward apontou com a cabeça pra pilha de pele de animais próximo a porta. Eu engoli em seco.


 


- Além de muito sangue animal, ela também se alimentava muito de comida humana. Ela vivia comendo, e nunca parecia suficiente, já que ela não dormia, pois sempre tinha a necessidade de se alimentar. Era como se a criança a sugasse a todo o momento.


 


- Ela caçava pra Elisabeth? - Eu perguntei, incrédula, olhando pra morena, que me encarava, me estudando. - E sua tribo?


 


- Está indignada. Ela só não foi expulsa ainda porque é uma das anciãs.


 


Eu deixei meu queixo cair. Ela parecia ser muito nova.


 


- E o mais incrível. - Carlisle observou, tão perplexo como eu. - Ela só teve duas semanas de gestação.


 


Eu gelei. Eu tive longos e terríveis 3 meses de gestação! E Reneesme era ainda menor que ela quando nasceu.


 


- A criança sugava toda a vitalidade e força da mãe, acelerando seu crescimento. - Edward explicou.


 


Kaure se aproximou de mim, com os braços estendidos, querendo pegar a criança. Eu rosnei pra ela.


 


- Ela amava Elisabeth. - Edward interveio. - Ela pensava em matá-la pois queria impedir a morte de sua irmã. Mas agora ela viu que era inevitável. Ela não pensa em matá-la mais. Deixe-a.


 


Hesitante, eu passei Angelina pro colo da morena,que a ajeitou nos braços.Ela sacudiu Angelina lentamente,tentando não acordá-la,enquanto estudava seu rosto com atenção.


 


Angelina abriu os olhos e passou os olhos curiosos e violetas no rosto dela, encarando-a. A morena disse algumas frases em português e então a criança sorriu, mostrando seus pequenos dentinhos afiados. Os olhos da morena se marejaram, então ela abraçou a menina.


 


Eu prendi a respiração ao imaginar a mulher descobrindo o dom de Angelina, mas Edward sorriu, me tranqüilizando. Eu olhei paras as mãozinhas de Angelina e vi que elas se fecharam em pequenos nós.


 


- Ela sabe o poder que tem. - Edward repetiu o que dissera á minutos atrás, só que com mais convicção.


 


A morena devolveu Angelina para os meus braços. Angelina automaticamente fechou os olhos, enterrando o rosto em minha blusa.


 


- Vamos Edward… - Eu chamei, mais uma vez. - Reneesme nos espera.


 


Edward falou mais algumas palavras pra Kaure e essa respondeu calmamente, sorrindo por fim. Eu me assustei, vendo que quando sorria Kaure era muito mais bonita. Eu sorri-lhe de volta. Ela virou-se pra mim e disse algumas palavras. Mesmo sem entender claramente o significado eu já sabia o que era.


 


"Cuide de nossa menina" ela quis dizer.


 


- Eu irei. - Prometi, ela se aproximou hesitante e acariciou o rosto de Angelina cuidadosamente.


 


Saímos de dentro da casa. Kaure permaneceu lá dentro. Eu dei uma última olhada pra dentro da casa, pensativa, os últimos momentos vividos dentro daquela cabana queimando em meus olhos. Algo surgiu em minha mente, e eu estava quase voltando lá dentro para o fazê-lo. Mas como lendo meus pensamentos, Kaure descobriu o rosto de Elisabeth, e eu pude ver que ela conservava uma expressão serena, como um anjo adormecido. Levantei Angelina em meus braços, segurando-a em pé, apoiando sua cabeça em meu ombro, para que ela pudesse ver pelo menos uma única vez o rosto de sua mãe. Eu queria que ela lembrasse dela.


 


Um dia Angelina saberia de toda a história.


 


Angelina resmungou um princípio de choro mas não chorou. Ao invés disso, ela se colou mais a mim, enquanto encarava a cabana com seus olhos violetas brilhando. Seus olhos inteligentes pareciam gravar toda a cena, e ela não desgrudou o olho de todo o cenário. Até tudo virar um pequeno ponto distante enquanto corríamos floresta adentro.


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Notas finais do capítulo

*N/A* OMG :O Quem pirou aí levanta a mão o/ Eu sei que eu sou uma louca,e que provavelmente vcs estão tpw:`pera,a menina não ia se chamar Elizabeth? ´ eu sei!Eu tbm fiquei,mas a mãe da menina quis,eu não pude fazer nada ué >.< USHAUHSAUHSUHA Portanto,oficialmente vos apresento á Angelina Elizabeth Cullen ;] Nem é comprido o nome da pobre criança neah =P
Aposto que vcs lembraram da Vampira do X-men quando leram sobre o poder dela certo?xD É exatamente de lá que tirei a idéia,quem gosta de X-men sabe que no penúltimo filme,a vampira abdicou dos próprios poderes --´E eu fiquei tpw:`não! oq?não pode! O.õ/´ Daííí eu já estava com a idéia de fazer uma fic com mais uma pequena pro nosso casalzinho fofo Ed/Bells e estava em busca de algum dom pra menina tbm (claro que ela não seria normal ;]),enfim,junte o útil com o agradável e voalá!nasceu o perfil de A.E.C. em minha mente. (Sério gente,eu sei que eu piro na batatinha >.