No sonho, tudo era escuro, eu me sentia flutuar, então eu vi correr, amarelo, azul, preto, verde... dourado. Tinha a sensação de que, as cores me tirariam dali.

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Acordei num sobressalto, respirando com dificuldades, tentei me lembrar do sonho, mas tudo era apenas escuridão.

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Passaram-se duas semanas desde o “agarramento na sala de treino”, era assim que Alice chamava. Isso só foi esquecido, quando Alice e Frank entraram de mãos dadas no refeitório uma manhã qualquer, devo dizer que gostei disso, mais ainda por ter feito o pessoal parar de falar meu nome e o de Teddy na mesma frase.

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— Oi estranha. – Teddy se sentou na minha mesa, mesa a qual, onde Alice e Frank não se desgrudavam. – Segurar vela é um novo hobbie esquisito? – Sorri ao perceber que ele tentava não deixar o clima estranho.

— Cara, é melhor segurar vela, do que SER a vela. – Ele riu.

— Hum, e aquela história? Tá tudo normal agora?

— Teddy, vamos deixar claro, eu não gosto de você, você não gosta de mim, e por isso somos só amigos, certo? – Ele olhou para Peter,Simon, Seth e Nick ao responde.

— Certo. Amigos, estranha. – Ele levantou. – Agora vou pra lá, antes que você faça coisas estranhas, como me beijar ou se jogar em cima de mim.

— Claro, até porque, isso é supernormal né?

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Tínhamos três semanas para escolher o que fazer da nossa vida, a maioria já tinha falado com a agente Hayes, para começar o processo para continuar ali, eu queria voltar para casa, isso se, eu ainda tivesse uma.

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— Alô, pai? Ah, sra. Georgette, tudo bem sim. – A sra. Georgette era a governanta da minha casa, foi minha babá desde que eu me lembro. – Meu pai está?

— Srta Ariza, sinto muito, o Sr O’Neil está fora a três dias. – Como esperado.

— Eu liguei, porque queria avisar que em três semanas vou voltar para casa e...

— Ahn? Mas Srta Ariza, seu pai mandou a secretária enviar alguns papeis ao senhor Stark, para que você continuasse na escola, houve algum problema? – Meu pai? Senti minha boca amarga.

— Não Sra Georgie, está tudo bem, apenas liguei pra ter certeza que ele tinha enviado. – senti a maré de choro se formar.

— Ariza, seu pai só quer o seu bem, pense nisso. Até mais menina.

Meu pai realmente acha que meu bem é longe dele? – foi o que quis perguntar.

— Até mais, Georgie.

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Deixei o fone cair do lado do meu corpo e olhei em volta o escritório da Hayes.

Era uma droga, eu não ligo em ficar com todos, Alice, EunBi, Faur, Brian, até mesmo Teddy, eu não ligo em ter que ficar com eles, mas meu pai... Porque meu pai tinha que fazer essas coisas, nunca me perguntar nada?

escuro, frio e solidão Eu ainda estava triste, havia mandado recados para meu pai, mas nenhuma resposta, estava sentada na sala de jogos, olhando para a TV e não pegando nada do filme que passava.

— Triste? – Faur sentou ao meu lado no sofá.

— Nham, to legal.

— Com raiva de mim? – virei-me para ele.

— Claro que não! – Ele sorriu.

— Então converse comigo como antes. – pensei em algum assunto, casa.

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— Como era o lugar de onde você veio Faur? – ele fez uma cara pensativa.

— Não sei Ariza. – ele suspirou. – Tudo que lembro, é de muita luz, então escuro, frio e solidão, por muito tempo, então de novo luz, e seu mundo. Eu fui puxado para seu mundo. – ele fez uma pausa tão longa, que achei que não falaria mais. – Meu planeta ao existe mais, meu universo não existe mais. Onde um dia brilharam as estrelas azuis, hoje só resta o nada. O nada onde eu vaguei, até me tirarem de lá.

— Agora você está em casa? – perguntei.

— No inicio não, mas descobri, logo depois de ver a sua mente, que casa é o lugar onde seu coração está, onde você está feliz e se preocupam com você. – sorri.

— Eu já havia esquecido que eu pensava assim, eu não tive muitas casas. Acho que essa foi à primeira. – olhei em volta, todos estava na sala, jogando, discutindo, se paquerando a metros de distância... – Mas então, se você foi puxado, de um universo morto, o que aconteceu lá?

— Eu não lembro, mas, eu também não quero lembrar, a morte de algo é triste, principalmente quando se trata de toda a sua raça. – assenti.

— Então não lembre. Você não é mais Faur do nada escuro e frio, você agora é Faur da Terra, não pense muito no escuro, ou pode acabar cegooo. – rimos.

— Certo, agora eu sou da Terra, mas o que é um smurf? – ri.

— Pare de ler minha mente! Ou talvez a de todos! – rimos de novo. e eu fui me juntar a EunBi.

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No meio do caminho tinha uma pedra, e essa pedra se chamava Teddy.

— Sério, você só pode ter um fetiche por caras azuis! – Teddy brincou, andando ao meu lado. - Vamos fugir de novo esses dias? Tem um show que eu quero ir.

— Então talvez, você queira entrar para o Blue Man Group? – ele riu.

— Porque não? E a falta de resposta pra mim é sim. – ele bateu seu ombro no meu, e entrou em combustão.

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— Merda Teddy, o que você está fazendo? Isso é a sala de jogos! – ele olhou as mãos.

— Não sei... eu não consigo parar! Merda!

— PARE! – eu gritei, e em um reflexo, coloquei as mãos em seus ombros, péssima escolha.

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Ouvi gritos, então fiquei leve; abri os olhos, vi o chão; olhei em volta e os vi...

Teddy estava encostado em uma das paredes com uma mão no ombro, Cristina estava na minha frente, com as mãos viradas para mim, EunBi tinha um corte na testa, muitos estava desmaiados... Olhei para minhas mãos, havia fogo na direita, a esquerda soltava pequenos raios, e vi meu cabelo flutuar em frente a meus olhos, dourado como ouro e então tudo que eu vi foi medo, medo nos olhos dos meus amigos.

E então tudo se reduziu a escuro, frio e solidão.

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Eu me sentia deitada, mas também me sentia flutuando. Tudo era escuro e frio, então vi as estrelas, e as estrelas falaram.

— Quase pronta. Você saberá o que fazer em breve, Ariza.