Chaos escrita por Scoutt


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Iêeeee, oi gente? :3
Vambora que hoje tem tretaaaaa, novidade né?



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À noite, quando os grupos voltavam, era interessante pra se dizer o mínimo. Alice fala de um milhão de coisas, Frank continuava conversando com Brian, EunBi e Selma falavam de alguma informação crucial tirada do computador de um terrorista e vendo aquela agitação, por um momento eu quis que alguém me seqüestrasse de novo.

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— Entediada? – uma cadeira foi puxada na mesa e Teddy se jogou nela.

— Tá assim na cara?

— Tá. – ele riu.

— Ah, sei lá, não me deixam sair e agora mesmo eu estava querendo ser sequestrada de novo, sei lá, dessa vez pra algum lugar perto de uma praia ou um castelo assombrado do século 18. – ele fez uma careta – Desculpa, não quero de verdade, é só... – ele riu.

— Sei. Vem. – levantou e me chamou para fora do refeitório.

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Estávamos andando no corredor e eu ache aquilo estranho, muito estranho.

— Você vai me matar e me torrar até as cinzas? – ele riu, parou e estalou os dedos fazendo surgir chamas, então as sufocou nas mãos.

— Você sempre vai me perguntar isso? – dei de ombros – Hum, então eu vou perguntar. Você vai me beijar de novo? – engoli em seco.

— Eu... er... não, quer dizer. Ah, não! – me virei para voltar pro refeitório, mas o riso dele me fez virar de volta.

— Hey, eu to brincando, relaxa. – levantei uma sobrancelha – Sério, a Tina andou me beijando e nós estamos bem, nada estranho, então porque você não faz o mesmo?

Sorri vencida.

— Então, o que vamos fazer, estranho?

— Assim que se fala, estranha.

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Faziam 3 dias que o “auxílio aos civis” tinha começado, e Teddy tinha notado duas coisa: 1. Os agentes nunca perguntam para onde você vai, 2. Se você for encontrar um instrutor, você pode sair da torre com a autorização do mesmo.

Até aí nada demais, exceto que: 1. O instrutor de Teddy era Johnny Storm, 2. Johnny não respeitava regras e se você pedisse pra quebrar uma, considere-a quebrada.

— Johnny? – Teddy falou no meu celular – Hey cara, hum, eu tenho um encontro com uma gata – olhou pra cara e colocou o dedo na boca pedindo silêncio dando um sorrisinho, puff – e não me deixam sair da droga da Torre Stark, quer me ajudar? – silêncio – Valeu, então é isso, é só ligar pra Torre e dizer que está me esperando ou sei lá o que eles me deixam sair, ah, e diga que eu preciso de um ajudante, tem um amigo que vai junto ok? Valeu.

Olhou para mim.

— Feito.

— Certo, você tem como sair, seu amigo tem como sair, mas eu não, acho que o Aranha não vai gastar uma ligação me ajudando a sair.

— E quem disse que precisa? Hoje você vai ser o Victor. – olhei pra ele esperando que risse.

— Hein Teddy?

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No final eu entendi o plano, vestida com uma camisa e um boné de Teddy e um jeans qualquer meu e óculos de grau falso, chegamos à saída da Torre, Victor sempre estava mudando, logo não serias estranho ele estar parecido comigo.

— Boa noite, acho que Johnny Storm ligou para avisar que eu iria o encontrar? – perguntou tão educado a recepcionista que eu achei que ela ia derreter.

— Hum, er... Sim – falou, olhando a tela do computador – O senhor Storm avisou, e disse que você ia sair junto com um amigo. Mas não informou o nome.

— Victor Fraser, ele vai comigo.

— Hum, sim. Então podem ir, vou avisar a portaria.

— Obrigado linda. - Teddy piscou para a recepcionista, ela não devia ter mais de 25, e ele havia completado 20 à pouco tempo, quase legal, quase, segurei o riso.

O porteiro não falou muito nem nada, estava vendo um jogo de basquete que parecia muito, mais muito importante, então saímos sem problema.

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Do lado de fora fazia um pouco de frio e eu desamarrei o casaco da cintura para m enfiar dentro dele.

— Certo Teddy, e agora?

— Agora é hora de você pedir uma carona.

— Não, nem pensar. Eu não vou pedir uma carona a qualquer um, nem pensar entro no carro de um estranho.

— Por acaso eu disse carro?

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Caminhamos até o Central Park, então Teddy saiu do meu lado por um momento e voltou vestindo o colante que era nosso uniforme de treino, e agora ostentava um AY semi entrelaçados no peito, e uma mochila nas costas, jogou duas luvas longas em mim.

— Coloque, a não ser que queira suas mãos bronzeadas até o osso.

— Haha. Você não acha que eu vou realmente sair por ai voando com você em chamas né? – um meio sorriso.

— Alguma forma melhor de chegar até o estacionamento da boate? Acho que não. – ok, não era como se pudéssemos pegar um táxi ou o ônibus, bem, talvez eu pudesse, mas Teddy? Seriam horas de fotos e garotas assanhadas no Tocha Júnior.

— Ok, ok. – o vôo não foi de todo ruim, Teddy me balanço no ar algumas vezes e eu ri, minha tendência a rir em situações perigosas era estranha até mesmo para mim.

Chegamos ao estacionamento e a moto ainda estava lá, mesmo 4 semanas e 3 dias depois de nossa fuga, ninguém rastreia isso não?

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Ao puxar as luvas, percebi que uma pequena parte havia queimado e deixado minha pele a mostra para as chamas de Teddy, mas por mais estranho que pareça sem queimaduras, eu já era estranha sem falar isso, então preferi deixar a “Ariza à prova de fogo” em segredo e enfiei as luvas no bolso, pode ter sido apenas sorte, já ouvi falar de chamas que não queimam, conheci um homem azul e um verde e ah, meu “chefe” tem um coração brilhante, literalmente, por que não fogo que não queima?

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Pegamos a moto e saímos do estacionamento rápido, zunindo nas ruas de NY e desviando de carros e mais carros.

— Sequestrada, para onde? – ri.

— Qualquer lugar perto da praia! – ele assentiu, e então estávamos lá, em Manhattan Beach comendo pretzels e vendo as horas passarem.

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— Hum, faz 3 horas que estamos aqui e ninguém nos achou ainda. Somos tão pouco importantes assim? – Teddy riu.

— Na verdade, aquela torre de rádio atrapalha um pouco qualquer sinal – apontou para uma antena gigante que apontava para o céu – e também, eu arranquei o rastreador da moto ontem e o joguei na divisa da Filadélfia, se nós encontrarem será depois de um pouco de trabalho, Johnny me ensinou a fugir dos agentes assim como ele fosse da irmã e do cunhado.

— Sério? Johnny só ensina coisas úteis! – falei debochando – O Aranha me ensinou a pechinchar um hambúrguer, isso é muito mais útil, nunca morrerei de fome no centro da cidade!

— O desculpe. – ele levantou as mãos, se rendendo.

— Mas, se Johnny consegue fugir de Reed Richards, talvez nós consigamos fugir de Stark e Cia, vamos na fé caro Teddy.

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Impressionava-me um pouco o quanto eu conseguia comer, e Teddy também parecia impressionado quando depois de um pretzel, um cachorro-quente e um hambúrguer pechinchado, pedi um sorvete.

— Hum, será que você está evoluindo para um super monstro?

— Hum?

— Você já comeu praticamente tudo que servem nesses quiosques. – pensei um pouco.

— Sei lá, estou com fome, passo mito tempo com fome. – pensei em todas as barras de cereal que tinha no meu quarto – Devo estar armazenando gordura para hibernar. – rimos.

— Ah, mas isso é legal, conheço meninas que colocam um pedaço de alguma coisa na boca e já ficam pensando em quanto vão engordar com aquilo, é chato.

— Deixa eu adivinhar, já saiu com meninas que nem sequer te deixam comer algo? – ri.

— Bem melhor do que sair com garotas que te ameaçam castrar, vou embora. – fez que ia levantar.

— Não! – ri – Eu estava brincando daquela vez! – ele me olhou sério – Tá, talvez tivesse uma pontinha de seriedade na ameaça, mas não penso mais em fazer aquilo!

— Ótimo.

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Conforme as horas iam passando, nos conversávamos sobre muitas coisas, escolas, expulsões, encrencas e planos diabólicos nunca postos em prática.

— Sério, eu imagino como a Maria Hill ficaria careca, acho que podia colocar creme depilatório no condicionador dela.

— Ariza, às vezes eu realmente acredito que você tem problemas. – olhei para ele, minha boca cheia de ar e de bico como criança.

— Mas seria legal! Tô até pensando em repetir meu último plano e fantasiar alguém de fã número 1 da Hello Kitty. – olhei para ele.

— Não olhe pra mim, prefiro carrinhos da Hotwheels.

— Anotado! – silêncio – Teddy?

— Hum? – ele estava com a segundo pretzel, olhando para o mar que começava a ficar escuro com a ausência do sol.

— Aquelas coisas que vi, o que eram?

— Minhas doces lembranças da infância feliz que tive. – primeiro senti a ironia, depois me senti mal.

Desculpa.

— Ah não, tudo bem, não vamos falar daquilo, vamos falar de... – se virou para mim, tirando o pretzel da boca – Como você fez aquilo?

As palavras de Banner e do próprio Teddy passaram na minha mente: quem é você? O quê é você?

— Não sei. – minha voz soou triste até para mim mesma – Eu não sei nem o quê eu sou.

— Ei ei, não o quê, quem. Você é alguém Ariza. Eu lembro que eu disse “o quê”, mas eu estava com raiva, confuso e com uma ressaca emocional, se é que isso existe. – sorri – Na semana que você passou sumida... – voltou a olhar o mar – todo mundo estava meio tenso, alguns com medo, nada parecia muito real, então liguei pra minha mãe, sei lá, de repente eu estava no escritório da agente Hayes perguntando se podia e então ela atendeu, ela chorou e disse que estava com saudades, então eu percebi que todo ódio foi à toa, que você e suas palavras malucas na boate estavam certas, e tive vontade de te ver e pedir desculpas, por isso que eu fui lá no quarto com o pessoal.

— Oh meu deus, quem é você e o que fez com o Teddy? – rimos. – Bem, você foi, mas não teve coragem de entrar. – ele riu.

— Bem, uma vez eu empurrei uma menina e ela quebrou o braço, quando fui visitar ela pra pedir desculpas, um despertador voou na minha cara, não ia correr o risco. – ri.

— Eu não ia jogar nada... Talvez Pepper ou Alice jogasse por mim se eu dissesse o que aconteceu. – ele me encarou sério, já tinha anoitecido bastante, era por volta das 8.

— Você não disse pra ninguém do quê é capaz?

— Do quê eu sou capaz? De nada Teddy. Ah claro, muito natural chegar para alguém e falar: “oi, se eu te der um beijo na boca vou poder ver coisas e mandar mensagens de consolo.”, se a pessoa não corresse, no mínimo ligaria para o hospício mais próximo.

— Verdade, olhando a pessoa que ia ter falado, super verdade. – dei um soco no seu braço.

— Ei, não era pra concordar! – continuamos sentados na areia, agora a lua banhava boa parte do mar e começava a ficar um pouco mais frio, mas, como se um aquecedor fosse ligado, Teddy começou a emanar calor, seria romântico, se não fosse o Teddy! Como era bom ter um amigo que é aquecedor nas horas vagas!

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— Ai ai, como eu tava com saudade de passar a tarde toda na rua. – Teddy me olhou.

— E por que uma patricinha como você, passava à tarde na rua? – sorri sem emoção para o céu.

— Porque apenas as empregadas não são companhia o suficiente, é meio triste ter uma casa grande e nenhum pai por perto.

— E sua mãe? – olhei pro mar.

— Em algum lugar, uma clínica em algum lugar, conheço apenas o seu rosto, não sei quem ela é.

— Seus pais são separados? – neguei – Sua mãe te abandonou? – neguei com uma risadinha triste – Já sei, sua mãe é uma super cientista que cria meninas estranhas! – ri sabendo que algo em mim queria chorar.

— Não, ela era cientista sim, mas depois que nasci ela comçou a ser... – dor – nada. Ela vive em uma cama e nunca diz nada. Já vivi com ela por um tempo, até que quando eu tinha uns 8 anos e ela começou a ter surtos quando me via. – lembrei da cena: minha mãe levantou da cama e me viu, então agarrou meus braços com força e me chacoalhou, “Quando chegar à hora, quando chegar à hora... você sabe o que deve fazer, você sabe... você, só você...”, então a enfermeira a sedou e dois dias depois ela estava indo embora, isso há 12 anos.

Mãe.

— Que droga. – ele falou, meio sem saber se devia.

— Uma grande merda Teddy! – olhei para o mar e em seguida para as luzes que vinham aumentando a proximidade – Hora de ir pra casa.


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Notas finais do capítulo

Natasha, segura teu forninho tá? :v



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