Maldição | Amor Imortal 03 escrita por Lolli Blanchard


Capítulo 46
Capítulo 46


Notas iniciais do capítulo

Fériaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaas! s2 s2 Povo, estou de volta a ativa!
Claro que não estarei postando todos os dias, pois ainda sou uma mera humana, mas também não estarei sumida por quase um mês!! *o*



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Gaia havia tomado uma decisão muito importante em relação a sua vida.

Na noite anterior, ela havia admitido para Dimitrius que estava apaixonada por ele e, literalmente, a sua mente não reagiu de forma alguma diante dessa revelação.

Ela sempre soube que o arcanjo da humanidade jamais a amaria, mas parecia impossível não se sentir mal por isso.

Por esse motivo, a imortal havia passado a noite inteira acordada pensando sobre que atitude tomaria em relação ao seu relacionamento com Dimitrius, desde que o imperador tinha se tornado completamente arisco ao redor dela.

Depois que contou para o anjo sobre os seus sentimentos, Gaia podia contar nos dedos quantas vezes teve Dimitrius ao seu lado e nenhuma delas incluía um baile ou um momento em que haviam ficado juntos mais do que vários minutos.

A imortal evitou sondar a mente do arcanjo, pois não queria se sentir ainda mais pior do que já estava. Naquele momento, Gaia apenas estava tentando curar a ferida que havia aberto em seu peito e tudo o que menos precisava era aprofundá-la ainda mais.

Por causa da reação de Dimitrius, a imortal havia passado a noite inteira pensando sobre o que aconteceria com o futuro deles. Dimitrius seria infeliz por estar com ela e esse pequeno fato causaria a infelicidade em Gaia também.

Isso não era certo.

E tinha que acabar antes que os bons sentimentos que eles construíram se tornassem apenas raiva e ódio.

A imortal não queria que o arcanjo voltasse a odiá-la.

Sem ao menos precisar encontrar a alma de Dimitrius para saber onde o anjo estava, Gaia caminhou até o salão em que costumava tomar o seu café da manhã todos os dias com ele.

Como de costume, o imperador já estava lá com o seu enorme banquete que parecia ser feito para um batalhão de soldados tão grandes quanto Dimitrius.

Gaia caminhou em silêncio até o seu lugar ao lado dele, mas não se sentou como sempre fazia quando essa hora do dia chegava.

A imortal se manteve em pé e segurou com força o encosto da cadeira para encontrar a sua coragem que havia reunido durante toda a noite e que agora havia fugido. Ela manteve seus olhos fixos em uma bandeja de frutas que estava próximo do seu acento, pois não conseguia encarar Dimitrius naquele momento.

— Há algo que deseja falar, Gaia?— O anjo perguntou suavemente quando a filha dos elementos se manteve muito tempo em silêncio.
— Sim.—

Gaia não olhou para o anjo mesmo depois de ouvir o som dos talheres se debatendo contra o prato, um sinal de que Dimitrius estava deixando de lado a sua comida para lhe dar atenção.

— Você pode dizer, estou ouvindo.—

Gaia sentiu sua garganta se fechar, principalmente quando percebeu que Dimitrius estava a tratando com tanta formalidade quando nunca o fez.

Por que ele não estava a chamando de gatinha?

— Eu tomei uma decisão, Dimitrius.— Ela disse.— Sobre… meus sentimentos.—
— Não se pode controlar sentimentos.— O arcanjo da humanidade a respondeu de forma quase seca, apesar de estar tratando de tratá-la com suavidade.

E ela sabia melhor do que ninguém que não podia controlar seus sentimentos, mas isso não significava que aceitaria facilmente se tornar uma tola e sofredora.

— Eu fui obrigada a me casar com você para gerar um herdeiro tão poderoso quanto nós e depois que isso acontecer, meus deveres terão acabado.— Gaia se calou quando sentiu que sua voz começaria a tremer.— Depois que eu lhe der um filho, imperatore, eu não quero permanecer fechada nessa mansão. Eu quero minha liberdade de volta.—
— Você...— Dimitrius pronunciou a palavra com raiva e a imortal tratou de ser mais rápida para cortá-lo.
— O futuro me mostrou o que acontecerá, Dimitrius. Nós não podemos ficar juntos.—

O arcanjo se levantou da sua cadeira com tanta rapidez para se aproximar de Gaia para segurar o seu pulso quando ela tentou se afastar daquele ambiente que o som da cadeira encontrando o chão quase a deixou surda.

Ao segurá-la, a imortal não deu mais nenhum passo adiante e esperou que Dimitrius falasse o que desejava para fazê-la permanecer onde estava.

Ela queria que ele falasse.

Que a impedisse.

Contudo, depois de alguns segundos, o arcanjo da humanidade soltou o seu pulso para que Gaia continuasse com o seu caminho para longe dele.

A filha dos elementos ergueu o seu queixo e caminhou para longe daquele ambiente em que se alimentava junto com Dimitrius, pois agora que havia revelado a melhor decisão que havia pensado e recebido a resposta do anjo, não havia mais nada para ser discutido.

Gaia só tinha que cumprir seus deveres agora, mesmo que fosse doloroso, um dia acabaria e um dia ela superaria tudo.

A imortal já tinha se apaixonado mais de uma vez e estava bem.

Não tinha como essa experiência se tornar tão pior quanto as outras.

Pelo menos era isso que Gaia desejava e esperava.


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