Saí da boate e fui atrás de Felicity que saiu logo após o discurso. Nunca tinha parado para pensar no que ela falou. Realmente, nós Queen's somos egoístas, nunca olhamos ao redor depois de tomar uma decisão. Não estou disposto a continuar no erro.

Ando alguns minutos, antes de encontrá-la sentada em um balanço num parque, descalça e com os pés na areia, de cabeça baixa. Me sento ao seu lado.

– Oi Loirinha.– Digo baixinho.

– O que está fazendo aqui?– Pergunta de volta. – Não deveria estar lá na Verdant fazendo a Thea desistir daquela ideia suícida?– Abri a boca para responder, mas Felicity continuou falando.– Oh desculpe, os Queen's não mudam de ideia, mesmo que possam morrer com isso.– Completa com sarcasmo.

Suspiro. Essa vai ser difícil, ela realmente está magoada. Procuro palavras para começar a falar.

– Respondendo sua 1ª pergunta. Vim atrás do amor da minha vida, que por acaso, estava certa em tudo que falou, porém não me deu tempo de abraçá-la, beijá-la, dizer que a amo e pedir desculpas por todas às vezes que eu fiz isso.– Felicity levanta a cabeça e me dá um pequeno sorriso. – Respondendo sua outra pergunta. Deveria, mas como você disse, quando tomamos uma decisão vamos até o fim, sem olhar ao redor, sem ver como afetam quem nos ama. Eu não a faria mudar de ideia, então torço para que ele não esteja lá. Também não posso perder mais ninguém.

Felicity levanta do balanço e fica na minha frente, no meio das minhas pernas, se inclina e planta um beijo em meus lábios. Me levanto e aprofundo o beijo. Nos separamos para recuperar em pouco de fôlego.

– Vai ser sempre assim né?– Fico confuso com sua pergunta.– Suas decisões, vão ser sempre assim.– Explica.

– Não, não vão ser. Prometo Loirinha.– Afirmo.– Eu não consigo pensar em magoar você, então... Daqui pra frente, vai ser diferente.– A beijo novamente. Ela calça os sapatos e saímos do parque de mãos dadas num silêncio confortável. Meu celular toca, Dig.

LIGAÇÃO ON

– Oi Dig.

– Está com ela? Ela está bem?– Ele pergunta preocupado.

– Estou. Mais ou menos.– Respondo calmamente.

– Fico feliz. Agora... Oliver, a Thea saiu para encontrar Merlyn e Roy foi com ela. Liguei para a Nyssa que está indo para lá e ela acha que Merlyn vai surtar e machucá-los...– Paro em choque e Felicity se choca com meu corpo por estar segurando minha mão, se vira confusa. E então eu já sei por que ele ligou. - Precisamos da Felicity aqui para ajudar.

– Vou ver o que posso fazer.– Respondo simplesmente.

– Ok, tchau Oliver.

LIGAÇÃO OFF

Guardo o ceular e dou meia volta para voltarmos. Sei que Felicity quer perguntar o que houve.

– Pergunte Felicity. - Falo me dando por vencido.

– O que o Dig falou? Você está tenso e nós estamos voltando.– Ela me disse insegura.

– Pediu que voltássemos para a caverna...– Vejo seus olhos marejarem e completo rapidamente.– Calma. Não é nada com Thea e Roy, mais ou menos, não estão mortos se é isso que está pensando. Nyssa foi ao encontro de Merlyn e ai trazê-los. Provavelmente machucados.

Sem dizer uma palavra, Felicity continuou o caminho de volta. Chegamos e descemos, ela se sentou em frente aos computadores e ficou calada. Dig arqueia as sobrancelhas para mim e dou de ombros, para mostrar que não sei o que houve.

Minutos se pararam, tão lentos que pareceram horas. Ouvimos o clique da porta, nos viramos para esperar.

Nyssa desce com minha irmã desmaiada, corro e a pego, coloco Thea deitada numa maca improvisada. Olho para Felicity e vejo que ela travou quando viu a Thea. Olho para a escada e vejo Maseo que desce com Roy que está com uma flevha atravessada no ombro. Dig corre o pega e coloca ele deitado na maca e puxa Felicity para começarem a cuidar dele.

Eu e Lyla começamos a cuidar da Thea, colocamos uma máscara respiratória e Lyla injetou um medicamento. Dou um olhada em Felicity que estava lutando contra as lágrimas que teimavam em cair. Apesar de querer abraçá-la, mas sei que agora não dá.

Acaricio o pescoço dela, que está com as marcas das mãos de Merlyn. Seguro sua mão e espero que ela acorde, não ouso olhar novamente para Roy na outra maca, ou a fúria vai me consumir e eu vou matar o Merlyn.

Estava tão distraído e só saio do transe quando ouço a voz de Dig.

– Depois do que aconteceu com você, estocamos meu sangue, do Roy, da Thea e vamos fazer o mesmo com você e o Oliver.

Olho confuso para Lyla que sorri.

– Sangue.– Explica e eu assinto.

Lyla vai falar com Dig sinto sua presença sem ao menos vê-la. Felicity fica tensa assim que chega ao lado da maca. Seguro sua mão e ela me olha.

– Estou com medo. Pelos dois.– Digo sem conseguir impedir meus olhos de marejaram.

Felicty se senta em meu colo e me dá um selinho antes de falar.

– Não fique. Ela é forte e não vai morrer, os dois são.

Ouvi Merlyn rir e dizer.

– Eles só estão assim por que ela é estupida igual o irmão. Ela vai sobreviver por que é uma Merlyn e o garoto... Espero que morra.

Antes mesmo de pensar no que fazer Felicity levanta do meu colo e dá um soco em Merlyn. Quando ia dar outro Nyssa a puxa para trás.

– É melhor mudar de ideia. Se o Roy morrer... Eu. Te. Mato. Você me ouviu?– Merlyn ri e Felicity se solta de Nyssa, se aproxima dele antes de voltar a falar. – Olhe nos meus olhos e me diga se eu estou brincando. Você não tem medo de mim? Se o Roy morrer... É bom ter.

De onde estou vejo ele engolir em seco. Ela dá as costas e flexiona os dedos. Foi um soco bem dado, mas ela deve estar com dor.

– Belo soco.– Nyssa elogia surpresa. Dou um pequeno sorriso e vejo que Felicity faz o mesmo.

– Concerteza.– Falam Dig e Lyla juntos.

Me aproximo de Felicity e estendo a mão.

– Vem.– Ela segura e eu a puxo para as escadas.

– Aonde vamos?– Pergunta.

– Colocar gelo na sua mão.– Respondo e continuamos subindo.

Vou em direção ao bar, a puxando pela mão. A pego pela cintura e a coloco sentada no balcão. Felicity grita com o susto e logo começa a rir e eu a acompanho.

– Me dá sua mão.– Peço com carinho. Ela estende a mão e eu coloco gelo. - Belo soco por falar nisso.– Ela ri sem graça.– Aquilo que você falou para o Merlyn se o Roy... É verdade?

– Sobre matar o Merlyn? Sim é verdade.– Ela fala sério e um calafrio me sobe a espinha. – Eu não sei como, mas se o Roy morrer e ele já não estiver morto, eu vou matá-lo, vou vingar o Roy.– Diz e baixa a cabeça.

– Ei.– Seguro suas mãos e levanto seu rosto.– Ele vai ficar bem e você não vai precisar matá-lo.

Ela me dá um sorriso e a atração está de volta, me aproximo aos poucos e beijo. O beijo começa a esquentar, coloco as mãos em suas coxas e aperto. Ela geme e eu mordo seu lábio inferior. Vou descendo beijos por seu pescoço e escutamos passos na boate. Nos separamos ofegante. Felicty enterra o rosto no meu pescoço para recperar o fôlego. Dig aparece com um sorriso.

– Thea acordou.

Assinto.

– Já vamos descer.

Ele dá um sorriso e desce.

Dou um beijo breve em Felicity e a retiro do balcão. Descemos. Felicity para ao lado de Nyssa e eu me aproximo da maca e abraço Thea.

– Me desculpa Ollie...– Ela diz com a voz fraquinha e as lágrimas descendo.

– Está tudo bem Speedy, está tudo bem.– A tranquilizo.

– Não, não está se eu não tivesse pedido ao Roy que fosse comigo ele não estaria ali.– Aponta para a maca que Roy está deitado.– É minha culpa.

– Arg!! Qual é? – Felicity fala de lá.– Sério, vocês tem complexo de culpa ou o quê?– Ela pergunta olhando para nos dois. – Não é sua culpa Thea. Roy foi por que te ama. A culpa é de Merlyn. Ele tentou te matar e Roy interviu. Se fosse ao contrário você faria o mesmo. Não vale a pena se culpar. Se a situação fosse comigo e com Oliver, ele não hesitaria em me defender e nem eu a ele. - Falou com um sorriso compreensivo.

Minha irmã assentiu.

– Sinto muito não ter te escutado e ter ido vê-lo.– Minha irmã falou olhando para Felicity que deu um pequeno sorriso.

– Está tudo bem. Seu irmão também é cabeça dura.– As duas riram.

– Ei!?– Falem ofendido. O que as fez rir mais e Dig e Lyla acompanharam.

Nyssa deu um pigarro antes de falar.

– O que vamos fazer com ele?– Ela pergunta apontando para Merlyn.

– Por mim mata.– Disse minha irmã seca.

– Por mim também.– Disse Felicity.

Olhei para Dig que trocava um olhar com Lyla.

– Por nós também.– Dig falou.

Assenti concordando. Antes de qualquer um de nós nos movermos, Merlyn levantou e pegou o arco de Nyssa que estava na mesa próxima a ele.

– Ninguém vai me matar.– Ele falou apontando o arco para Nyssa.

O que aconteceu seguir me deixou em choque. Felicity entrou na frente de Nyssa.

– Vai ter que atirar em mim para isso.– Ela falou decidida.

– NÃO!– Gritei tentando chegar até ela. Merlyn me impediu.

– Mais um passo e ela leva uma flechada.

– Felicity... Não tem por que fazer isso.– Nyssa falou.

– Tenho sim. Pela Sara.– Ela falou e seus olhos encheram de água. – Por algum tempo ela foi como uma irmã. Fez muito por mim. Está na hora de retribuir, e que forma melhor seria se não ajudar a pessoa que ela mais amou.

Vi Nyssa pegar na mão de Felicity e dar um sorriso.

– Vá em frente Merlyn.

Vi que Merlyn ia soltar a fecha, quando ele deu um sorriso frio. Antes que qualquer coisa fosse feita. Ouve um tiro e Merlyn caiu no chão. Nos viramos para olhar e vimos Roy em pé ao lado do armario de armas com uma pistola apontada para ele.

– Ninguém machuca minha irmã mais velha.– Sorriu para Felicity que retribuiu antes dele cair no chão.

– Roy...– Thea tentou falar, mas não conseguiu, começou a chorar. Eu e Dig o pegamos e colocamos ele de volta na maca. Me viro e vejo Lyla ajudando Thea a vir até Roy e Nyssa abraçando Felicity. Me abaixo para ver a pulsação de Merlyn.

– Está morto.– Declaro, e vejo que todos respiramos aliviados.

Vou até Felicity e a beijo com todo meu amor. Me viro para Nyssa e estendo a mão num cumprimento.

– Eu vou te ajudar a lutar contra seu pai.– Afirmo olhando para Felicity que estava abraçada comigo. – Acho que podemos dizer que isso é uma aliança?

– Sim Queen. Podemos dizer que isso é uma aliança. Obrigado Felicity, mais uma vez.

– Sempre que precisar. - Felicity brincou e eu fiz uma careta.

Nyssa já estava subindo as escadas quando Felicity a chamou.

– Nyssa?

– Sim? – Ela respondeu.

– Amanhã quero te mostrar algo.– Nyssa assentiu e saiu. Me virei para minha namorada que quase me infartou hoje.

– Vamos ter uma conversa séria em casa.– Declaro sério e ela cora.

– Eu sei, mas desde já. Eu faria tudo de novo. Pela Sara. - Diz com um pequeno sorriso.

Deus, eu amo essa mulher.