Lost Wings escrita por Slendon6336


Capítulo 5
4. Mágico de Oz


Notas iniciais do capítulo

Sem enrolar okays? Espero que gostem apenas.

Recomendação do capítulo:
Música: Nightcore Poker Face_By Lady Gaga (?)
Link: https://www.youtube.com/watch?v=5BNtnzw0Dv0

~Boa Leitura o/



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Ezekiel

O lugar era acabadinho, admito. Havia muita pouca iluminação, lembrando-me bem do restaurante Outback que já havia mencionado antes. A diferença era que você não era nem um pouco bem-recebido pelas pessoas e o cheiro não era dos melhores. Uma mistura de tabaco e álcool.

Quando Jim e eu entramos pela porta vermelha desbotada da frente, já nos deparamos com um homem de cara de poucos amigos nos indicando com pouquíssimo entusiasmo a mesa em que eu jogaria. Uma redonda ao centro da sala, que por sua vez se encontrava abrigando vários jogadores de olheiras profundas. Raramente você encontrava alguém que não estivesse segurando um cigarro.

— Seus oponentes de jogo não estão nem um pouco felizes em te ver. — Jim murmurou ao meu lado, ao contrário do que eu esperava, aquele sorriso rebelde dele não estava mais presente em seus lábios. Tentei não parecer estar com medo, e de fato eu não estava. Aquilo seria muito divertido.

— É a vida.

Andei firmemente até a mesa iluminada por uma lâmpada nua, me sentando na única cadeira disponível.

— Então é você aquele tão famoso jogador? — Um dos três homens me pergunta.

— Senti um pouco de sarcasmo na sua fala. — Debochei enquanto pegava as cartas que me eram dadas.

— Quem é você, playboyzinho? — Outro indagou com desdém.

— O Mágico de Oz — Sorri de canto e a partida já havia começado.

Competições de pôquer no meu país funcionam assim: Um jogo normal que dura até as fichas de todos estiverem acabadas, deixando apenas o vencedor com todas elas. Depois disso, você é classificado para a próxima eliminatória e assim por diante até atingirmos o número oito de jogadores vencedores que competirão entre si e o vencedor ganha título, prêmios altos em dinheiro e troféus. Embora eu só estivesse interessado com o dinheiro.

Jim puxou uma cadeira atrás de mim e observou o jogo começar de verdade. Todos pareciam peritos no conceito “poker face”, ninguém demonstrava uma expressão diferente, nenhuma.

Mas você não quer saber como foi o jogo tudo em detalhes, não é mesmo? Durou cerca de quarenta minutos até que um dos jogadores perdesse a cabeça e apostasse tudo o que tinha (Já era uma quantia pequena, então não fez muita diferença) e o perdeu, saindo da mesa, irritadíssimo.

A partir daí o jogo tomou um rumo mais rápido, às vezes eu imaginava que as cartas estavam de mal comigo, me fazendo ter de correr várias vezes. Acho que o outro cara também não estava em seu dia, pois também saiu zerado, deixando-me sozinho com o último jogador. As cartas continuavam ruins. Isso até que...

— Tem certeza que você vai apostar tudo isso? — Indaguei para o homem a minha frente.

— Apenas cale a boca e jogue. — Respondeu friamente.

A aposta era grande, Jim estava inquieto atrás de mim. Eu não sabia o motivo, mas escondi um sorriso meu com as cartas e paguei sua aposta.

E ele atacou de novo! Mais da metade de suas fichas estavam em jogo, e eu, ganancioso, apostei mais, empurrando todas as minhas fichas para mais ao centro da mesinha verde. Seus olhos se arregalaram levemente, e depois de alguns segundos de pura hesitação, ele cobriu. Era a hora de mostrarmos as cartas.

— Não acho que foi uma boa aposta. — Comentei.

— Tenho confiança nas minhas cartas. — Rosnou ele, as olheiras lhe davam um toque de: “Hoje eu mato um”.

E as cartas foram abaixadas, ele jogou com total confiança. 6, 7, 8, 9 e 10 de copas. Um Straight Flush. Ao ver minha expressão de surpreso, o homem se levantou com um sorriso vitorioso no rosto já se adiantando a pegar todas as fichas do centro da mesa.

— Boa sorte na próxima, o Mágico de Oz. — Debochou ele, gargalhando.

Eu o impedi, aumentando um sorriso. O homem me encarou perplexo e foi então que mostrei o que eu tinha em mãos.

— Royal... Flush... — Balbuciou ele — Mas... Como? As chances são quase nulas!

— Quase, mas se não existissem, essa jogada não teria nome, não é mesmo?

...L&W...

Consegui ganhar uma grana apenas com essa eliminatória. Minha cabeça latejava de tão cansado. Jogar poderia ser viciante, mas mesmo assim acabava com a gente. Na saída daquele lugar, percebi uma mulher nos fundos, me encarando de uma forma estranha... E nem era um estranho bom, era um estranho ruim mesmo.

Mas nem dei muita atenção, e acompanhado de Jim estávamos voltando para a minha casa de caminhada. Deveríamos andar o máximo que conseguíamos para não ter de pagar um táxi por um preço absurdo.

— Você estava bem nervoso para alguém que sequer estava jogando. — Comentei para o moreno ao meu lado, que andava com as mãos nos bolsos.

— Bem... Foi uma aposta em tanto. — Respondeu-me, olhando o chão passar sob seus pés.

— Qual é? Ainda tem coisas bem piores esperando nas próximas eliminatórias. Aquilo foi apenas questão de sorte, sabe? E, aliás, não tinha como perder com um jogo bom daqueles. Você não disse que gostava de pôquer? Como é possível que não conheça as jogadas?

— É, mas... Já disse que não sei jogar.

Continuamos a caminhar em silêncio por um tempo. Na verdade eu tentava arranjar assunto, e a questão de eu ter me classificado já não era tão relevante assim.

Estávamos prestes a sair daquela cidade em direção a minha quando decidimos dar uma parada em um banco coberto próximo a estrada. Já era tarde da noite e poucos carros passavam por ali.

— Jimmy... eu posso te chamar assim, certo? — Comecei, vendo o mais baixo assentir fracamente. Apoiei as mãos atrás no banco e olhei para cima, encarando a cobertura acinzentada sobre nossas cabeças. — Você já sabe um pouco da minha vida, mas eu não sei nada da sua. Não quer me contar?

Jim engoliu em seco nesse momento.

— N- não saberia bem por onde começar.

— Onde você morava ou o que você fazia antes de acordar na minha casa já seria um bom começo... Você trabalhava em algum teatro ou algo do tipo?

— Hã... Bem, na verdade... Eu morava em um lugar um tanto rígido, envolto de regras e coisas mais.

— Tipo um internato? — Chuto, agora fitando seu rosto.

— N- não sei se posso considerar algo assim. E eu tipo que trabalhava como um... Guarda?

— Hein? Guarda? Que profissão estranha para alguém da sua idade.

— Hey! Sou mais velho do que você imagina!

Rimos um pouco e logo estávamos perdidos no asfalto a nossas frentes, mergulhados no silêncio novamente.

Ao que parece, acabamos fazendo com que nossas mãos se esbarrassem por um rápido segundo, quando fui tentar apoiá-la no banco pela segunda vez.

Jim automaticamente puxou sua mão para si, enrubescendo quase que violentamente. Deixou escapar um sussurrado “desculpe” ao mesmo tempo.

Não sei ao certo o motivo, porém me senti diferente naquela hora. Acabei fitando mais tempo do que deveria um Jim rosado encarando o chão, sentindo aquela sensação estranha florescer cada vez mais dentro de mim.


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Notas finais do capítulo

Comentem porque eu respondo tudinho agora. Claro que se você me mandar um bilhete te responderei com um bilhete e se você me enviar um 'texto' eu te respondo com um texto. Se estiver favoritando ou recomendando estará me ajudando MUITO. Obrigado para quem leu e espero que tenham gostado. o/



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