O elevador pareceu demorar tempo demais, meus passos pareciam lerdos demais quando eu queria que tudo passasse mais rápido, o quarto estava próximo de mim logo a porta a minha frente em seguida em dentro do quarto.

No silêncio do espaço quase vazio do quarto de hospital o som do bipe anunciava as batidas ritmadas de um coração que lutava para sobreviver, meus olhos arderam em lágrimas quando meus olhos pararam no corpo posto sobre a cama.

–Dimitri?

Minha voz ecoa vindo de volta para mim como um tapa na cara, eu me aproximo da cama e pesco a mão de Dimitri a prendendo entre as minhas, eu passeio uma de minhas mãos pelo seu cabelo macio e depois percorro as linhas de seu rosto.

–O que aconteceu com você? - pergunto mesmo sabendo que não obterei resposta

–Pensei que você tivesse me deixado plantada. - Digo. - Eu fiquei realmente irritada.

Um riso sem graça escapa por meus lábios seguido de um soluço.

–Quem fez isso com você?

Silêncio.

–Eu sinto muito.

Mais soluços saem de minha garganta.

–Sebe que não pode me deixar não é? se você morrer eu te mato. - Rio em meio as lágrimas de minha frase idiota. - Não morra.

Suspiro.

–Se você está me ouvindo, me dá um sinal?

Silêncio.

–Qualquer coisa, por favor. - Digo

A mesma normalidade permanece no quarto e algo me incomoda, lembro-me de minha irmã e como ela havia partido rapidamente e isso me dá um aperto no coração.

"Ele vai morrer também" - Ouço a voz de Raquel

Meu coração palpita rapidamente enquanto passo meus olhos por todo o quarto procurando pela figura sinistra de minha irmã morta.

–Porque você fica fazendo isso? - Pergunto

"Por que você continua errando?"- Ela devolve a pergunta de um modo irônico

–Talvez se você me contasse o que você quer eu pudesse te ajudar. - Digo

Raquel ri.

"Isso você vai ter que fazer sozinha maninha."

Eu engulo em seco.

"Dimitri sempre gostou mais de mim, você sabe."

–Eu não lembro, esqueceu?. - Digo irônica

"Talvez você devesse..."

–Sério?

Ouço a risada de Raquel.

"Você nem visitou meu tumulo" - Diz ela parecendo ofendida

–Você não me fala quem te matou! - Eu digo perdendo a paciencia

Raquel se cala por tanto tempo que acho que a mesma foi embora, até que ela se pronuncia.

"Não posso te falar"

–E porque não? - Pergunto

"Porque você já sabe."