Leitura Indiscreta escrita por Metal_Will


Capítulo 9
Capítulo 9 - Disputa de Chapas


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora...minhas aulas começaram



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Mais uma manhã, mais um dia de aula. Desirée, como de costume, acorda logo que o despertador toca e se espreguiça. Para variar, sua irmã ainda estava dormindo pesado. Bem, uma hora ela teria que acordar. A garota se levanta, coloca os chinelos e vai para o banheiro. Depois de um banho relativamente rápido, ela começa a preparar suas coisas, enquanto Karen ainda sequer parecia estar prestes a levantar.
"Essa aí não tem jeito mesmo...", pensa Desirée, enquanto arrumava os brincos e arrumava suas coisas. Antes de pegar a bolsa, ela vê o Livro dos Segredos na estante. Será que ela devia? Bem, aquele livro, ao contrário do que os bibliotecários daquela biblioteca misteriosa lhe disseram, a tinha ajudado muito e ajudado outras pessoas também. Mas e aquele lance de magia perigosa? Bom, Desirée concordava que era um livro perigoso para cair em mãos erradas, mas ela o estava usando até muito bem. Seria interessante levá-lo com ela caso precisasse usá-lo, não? Será? Nisso, Karen dava sinais de que ia acordar. Ela pega rapidamente o livro, coloca dentro da mochila e disfarça.
- Hã? Já levantou, Dê?
- Já sim. Que tempo
Karen olha para o despertador. É, já estava na hora de levantar.
- Sei...uaaahh...não tô tão atrasada assim...dá pra dormir mais cinco minutinhos
- Nada de cinco minutinhos! Levanta logo! Depois não vai reclamar se levar bronca da mamãe!
Karen geme e afunda a cara no travesseiro, mas ela iria levantar logo. Desirée desce, toma seu café e sai mais cedo de casa, mais uma vez. Em sua caminhada matinal ela passa pela mesma praça em que viu aquele sequestro. Péssima lembrança. Por sorte tudo acabou bem, graças ao livro. Era realmente um livro peculiar. Basicamente, bastava se pensar na pessoa que se quer ver: uma imagem em tempo real da pessoa aparece como um holograma. Não era só isso: uma descrição detalhada da ação aparecia descrita nas páginas do livro, o que justificava o fato do livro ter páginas. Esse texto era escrito com o nível de detalhes que a dona do livro desejava. Desirée percebeu isso nas vezes que o usou para sondar o professor que tentava seduzir sua irmã. Uma dúvida na mente da pessoa e a resposta aparecia nas páginas. Por exemplo, ao se ver a pessoa digitando seu acesso a uma conta de e-mail é possível perguntar qual é a senha. Imediatamente essa informação aparecia no texto. Desirée também folheou as páginas várias vezes, mas não achou nada escrito. Provavelmente quando o antigo dono do livro morre as informações antigas desaparecem. Aliás, essa história do livro ser dela até o dia que ela morrer era o que mais assustava Desirée. Dava uma impressão de filme de terror ou coisa assim. Mas, fora isso, ela não via mais problemas no modo que estava usando livro. Se o usasse certo, não tinha perigo.
No meio de pensamentos distraídos, logo ela chega na escola e senta-se num banco do pátio. Hã? Mensagem no celular? Ah, outra daquelas mensagens de propaganda. Que chato. Ela raramente recebia mensagens. Aliás, Desirée também não era do tipo mais popular da escola.
- Desirée? - diz uma voz conhecida para a garota, que, ainda excluindo a propaganda de sua caixa de mensagens, demora para olhar para cima. Ah, era o Caio! Não era exatamente um amigo dela, mas ela tinha uma quedinha por ele (apesar de não admitir isso nem para si mesma)
- Ah, oi Caio. Como vai? - ela cumprimenta com um sorriso no rosto.
- Tudo bem. Queria te perguntar...você fez a lição de Geografia? Eu tive uns probleminhas e não consegui terminar...posso ver como você fez?
- Hã? É claro! Está aqui
Ela empresta a lição para o rapaz que agradece, dizendo que já devolve. Ela o fica admirando por uns instantes, até outra voz conhecida a assustar
- Bu!
- Ah! Você...Priscila...que susto!
- Se assustou é porque estava distraída...pensa que eu não vi, é?
- Hã? O que? Eu só emprestei minha lição de Geografia para ele dar uma olhada...só isso
- Sei...você sabe que ele só vai copiar a lição, não é?
- Bom, aí já é problema dele
- Hahaha. Tá bom, vou fingir que você fez isso sem nenhuma segunda intenção
- Ai, Priscila. Foi só uma lição. Eu, heim?
- Hahauha. Tudo bem. Tô só te enchendo. Mudando de assunto, já sabe em que chapa votar para o ano que vem?
- Hã? Vocês já estão decidindo a nova chapa? Mas ainda é cedo
- Nessas coisas quanto antes começar, melhor. Se não tiver nenhuma chapa em mente, vota na nossa
- É claro que eu vou votar na sua, né Pri? Ainda pergunta
- Hahahaha. Mas política não pode se misturar com coisas pessoais. Se você acha que a nossa chapa não tá legal, você tem todo o direito de votar em outra
- É claro que a de vocês é a melhor! Vocês melhoraram a quadra de esportes, conseguiram mais livros didáticos e até conseguiram abaixar o preço do almoço!
- Putz, nem me lembra do trabalho que deu abaixar o preço do almoço. A diretora tava quase me batendo
- Você nasceu para essas coisas! Daria uma ótima política!
- Política? Não, não quero chegar a tanto...ser presidente do grêmio de um colégio é uma coisa, ser prefeita ou vereadora é outra completamente diferente.
- Hahuaha. Modesta como sempre
Desirée sempre admirou muito a amiga. Priscila não só era bonita. Também era inteligente, honesta e sensata, além de ser boa nos esportes (coisa que Desirée não era tão boa assim). Priscila poderia ser o que quisesse quando crescesse. Desde modelo à política. Apesar disso, Priscila ainda não tinha uma ideia da carreira que gostaria de seguir, o que era natural, ainda era muito novinha. Mas que ela era muito esforçada e trabalhadora era fato. Com certeza ela seria a presidente do grêmio estudantil de novo. Mas, ao que parecia, ela estava um pouco preocupada com a situação do grêmio.
- Que outras chapas estão concorrendo, Priscila?
- Ah. A "Chapa dos Espertos"!
- Que? Aqueles caras?
- Aqueles mesmo
Desirée se referia a um grupinho de alunos metidos. Podiam ser definidos como mimados que só queriam saber de bagunça. Se assumissem, com certeza usariam a verba do grêmio para atividades totalmente estúpidas. Claro que alunos do Ensino Fundamental não tinham muita noção de política séria e vários deles votariam nesses tais "Espertos". Por sorte, Priscila tinha o prestígio de gestões anteriores e todos sabiam o bom trabalho que ela fazia. Mas da última vez que a chapa dela competiu com os Espertos, ela venceu por muito pouco. Era difícil competir com os populares.
- Que saco...mas da última vez sua chapa ganhou deles, né?
- Foi por muito pouco! E é por isso que eu já estou pesquisando as intenções de voto desde agora! Se eu der mole eles podem ganhar esse ano
- Ah...e falando neles...
De fato, a marketeira dessa Chapa dos Espertos era uma garota que nunca se deu bem nem com Desirée e nem com Priscila. Bruna podia ser definida como a típica patricinha adolescente, cheia de coisinhas rosas e coisinhas fofas de menina, embora de fofa ela não tivesse nada. Sim, era bonita, com aquele cabelo loiro, não muito comprido mas muito bem tratado, aqueles olhos verdes e a maquiagem sempre impecável, mas sua beleza exterior não era nada parecida com sua beleza interior.
- Ah. Oi, nem vi vocês aí! - chega Bruna, com uma voz adocicada - Se não é a Priscila e a Desirrá
- Desirée! Você sabe! - diz a garota contrariada
- Que seja...vai ter um nome complicado assim na China, pelo amor de Deus. Mas, enfim, fofas...vim saber se vocês já tem uma chapa para votar
- Hã? Como é cara de pau! Você sabe que eu estou concorrendo com vocês, não sabe? - reclama Priscila
- Ah, é? Nem reparei...mas olha, é verdade, tem sua foto aqui! - diz Bruna, de modo cínico, para o papel que Priscila segurava - Bem, então meu assunto é só com a Dê alguma coisa aqui
- É Desirée...e nem perde o seu tempo. Não vou votar numa chapa de cabeças de vento como a sua!
- Nossa, que mau-humor! Quebraram sua boneca, é?
Desirée se levanta séria e sai dali puxando Priscila pelo braço.
- Vambora, Priscila. Deixa ela pra lá
- Ai, como tem gente estressada...ai, ai...será que aquele gatinho do Caio já tem uma chapa?
Desirée ouve isso, mas segura sua raiva e nem olha para trás.
- Espera, Dê. Ainda preciso perguntar as intenções de voto para mais pessoas
- Desculpa. Só não queria ficar perto daquela Bruna!
- Eu sei, ela é metida e tudo, mas é popular e bonita. Muita gente pode votar nos Espertos só por causa dela
- Tsc. Isso que é chato. Todo mundo olha mais para aparência do que para competência. Eu não conheço quase ninguém, senão tmabém saía por aí te indicando
- Se você votar na gente já é mais do que suficiente. Fica com nosso planfeto. Chapa dos Estudantes Unidos, heim?
- Pode deixar
Desirée fica com o planfeto e Priscila aproveita o resto de tempo para perguntar para mais umas duas pessoas. Era perceptível o esforço dela. Mas, depois da aula, ela diz que muitos estão indecisos. A disputa entre as duas chapas seria mais difícil do que parecia. Mas, no dia seguinte, as coisas ficariam ainda mais complicadas. Dê chega na escola, como de costume, e, sem querer, ouve alguns burburinhos.
- Você viu? - diz uma das garotas para o amigo - Quem diria que isso ia acontecer?
- Eu vi...aquela Chapa dos Estudantes se dizendo os maiores santinhos...eu, heim?
"Chapa dos Estudantes?", pensa Desirée, "É a chapa da Priscila, não é?". Preocupada ela procura pela amiga e, quando estava prestes a ligar para ela, a vê andando pelo corredor, com várias pessoas a olhnado de forma reprovadora. O que tinha acontecido?
- Priscila? - chega Desirée - O que houve? Ouvi falar da sua chapa
- Dê! Que bom te ver! - ela abraça a amiga, quase chorando - Estou com um problema horrível!
- Problema? Que problema?
Priscila mostra um tipo de panfleto para a amiga. Desirée começa a ler e fica surpreso logo pelo título. "Chapa dos Estudantes Unidos acusada de desvio de verba"
- Desvio de verba? Como assim?
- Nosso tesoureiro falou na reunião de ontem...que sumiu boa parte da nossa verba. E ninguém sabe quem foi! Está um clima péssimo, Dê!
Desvio de verba? Isso realmente era um problema...um problema sério...

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