Seu nome é Shine escrita por Cake


Capítulo 3
Segredos, mentiras e chantagens.


Notas iniciais do capítulo

LEIA ESSA NOTA, PELAMOR! A FIC NÃO ENTROU EM HIATUS E EU NÃO DESISTI DELA, APENAS VIAJEI E NÃO PUDE POSTAR, ME DESCULPEM, POR FAVOR! Enfim, outro aviso importante que eu não vou colocar em caps: troquei de PC e é o primeiro dia que uso esse note, por isso, estou sem os meus programas. Quando conseguir instalar o photoshop, coloco a imagem desse capítulo. Também tenho que entrar no meu PC antigo e passar um monte de styles e materiais para esse, então seria impossível eu conseguir fazer o banner daqui. É isso. Espero que gostem e boa leitura!



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As últimas semanas haviam sido torturantes para Bruno. Seus ombros pesavam com os inúmeros problemas que devia resolver. Havia dias que não conversava com Shine, apenas a avistava algumas vezes passeando pela cidade junto de Jenna. Ela parecia feliz, com aqueles cabelos laranjas desbotados e mal cortados. Ou melhor, parecia.

– Pai, a Shine não vai mais visitar a gente? - perguntou Vítor enquanto o pai arrumava seu uniforme. Bruno, por sua vez, não respondeu. Apenas olhava para o chão pensativo, com olhos tristes e preocupados.

Havia pouco mais de uma semana desde que ele e Jenna a acharam. Shine fingia bem ser uma garota de intercâmbio canadense. Até mesmo Dona Suzan havia acreditado. Porém, o que ocupava seus pensamentos pela maior parte do tempo era o desconhecido passado da garota. Jenna, agora uma irmã para Shine, o fez jurar que não se meteria na vida da jovem, sem ao menos explicar o porquê.

Após Vítor terminar de se aprontar para a escola, ele e Bruno rapidamente pegaram o velho elevador do prédio em direção à garagem. O pai abriu a porta do carona para o filho, que logo foi sentando-se em sua "cadeirinha". Bruno prendeu os cintos de Vítor e sentou-se no banco do motorista. - Eu posso ligar para a Shine? - perguntou Vítor mais uma vez sobre a garota - Por favor, deixa...

Bruno mais uma vez ignorou, fingindo-se estar muito interessado em ligar o som do carro. Acelerou após um funcionário do prédio abrir o portão da garagem. Ao longo do percurso, ambos permaneceram quietos, observando a paisagem fria de Loster. Ao passar em frente à uma das principais praças da pequena cidade, Bruno pôde mais uma vez avistar Shine, o que fez sua memória voar para o dia em que sua vida girou.

Lá estava ele, ajoelhado a beira de um enorme lago, ao lado de uma garota desesperada repetindo inúmeras vezes a mesma curiosa frase. Ele queria protegê-la por toda a eternidade, sem ao menos conhecê-la. - Onde está a garota de cabelo rosa? - dizia - Por favor, só me responde!

Bruno não sabia o que responder. A garota quase chorava, desesperada pela resposta. Ela o deixava curioso, aliás, quem seria tal garota? Será que ela que havia escrito o bilhete? Em meio ao turbilhão de perguntas, Jenna chegou segurando com força o braço de Vítor, que por sua vez, resmungava estar sentindo dor.

– Então a garota de cabelo ruivo, que no caso está na cara que é artificial, acordou? - resmungou Jenna.

Bruno a encarou assustado com o comentário sem ao menos protestar. Logo depois, dirigiu seus olhares para a garota desolada, perdida, querendo apenas respostas. - O QUE A GAROTA DE CABELO ROSA FEZ COMIGO? - gritava com a voz chorosa.

Bruno aproximou-se da garota com olhar solidário. - Desculpe-me, mas não sabemos do que está falando...

Ela, por sua vez, desviou a face para o lago. - Então é melhor o casal ir embora. Desculpem-me por tê-los feito perder tempo comigo. Não há mais nada a se ver por aqui. Ah, e por falar nisso, linda criança.

Shine lançou um doce sorriso para Vítor. O menino corou e timidamente o retribuiu. Jenna já estava voltando para o estacionamento, até que percebeu que o namorado resolvera ficar. Aparentemente irritada, cruzou os braços e encarou a jovem.

– Eu encontrei esse bilhete na sua mão... - comentou Bruno - Lembra-se de algo ou como está no bilhete, não há nada mais em sua memória?

A jovem abaixou tristemente a cabeça. - Não irei passar mais nenhuma informação quanto ao meu respeito para estranhos.

– Pelo menos você tem para onde ir? - perguntou Bruno, deixando Shine desconfortável. Ela olhou para os lados, como se procurasse a presença de alguém.

Para o espanto de todos presentes, surpreendentemente a garota começou a correr em direção ao... Lago. Provavelmente, não sabia o que estava fazendo. Bruno tentou segui-la, mas era rápida demais para o rapaz. - Cuidado! - gritou, mas infelizmente já era tarde.

Ninguém imaginava o quanto o lago era fundo. Mesmo a garota tendo caído na borda, depois de alguns segundos não havia mais nenhum sinal de vida na superfície. Jenna fazia de tudo para segurar o riso, pois seria até mesmo cômico para algum tipo de humor negro. Depois de alguns segundos, a jovem apareceu se debatendo na superfície para não morrer. Instintivamente, Bruno sem nem ao menos tirar suas coisas dos bolsos, pulou no lago como um herói para salvá-la.

Ao pôr a garota na superfície, a mesma estava desfalecida. Seus cabelos obviamente pintados com tinta fantasia estavam bagunçados, e claro, molhados, o que lhe dava uma aparência selvagem. Naquela mesma situação, com seu rosto bem próximo da jovem, ele percebeu o quanto ela era bonita. Não duvidaria se a mesma não fosse humana. A única imperfeição que havia em seu rosto era um minúsculo buraco em seu nariz, como se ali já houvera um pearcing. No meio da observação, disse a si mesmo que não se arrependeria com o que teria que fazer em breve. Aproximando-se lentamente do rosto da jovem, salvou sua vida compartilhando o ar de seus pulmões para desafogá-la, com a famosa respiração boca-a-boca.

– Que bonitinho... - ironizou Jenna - Como nos filmes de romance! Então é por isso que ela caiu no lago, apenas para ser "beijada" pelo herói bonitão. Só acho que ela deve aprender que nessa história o herói bonitão tem namorada!

Bruno fingiu que nem a ouvia e tentou salvar a jovem mais uma vez, até que finalmente a garota tossiu, fazendo com que respingos de água espirrassem. - Você... Você me salvou...

– Não se faça de santa, flor... Eu sei que você estava doida para que isso acontecesse! - continuou Jenna, que para sua surpresa, Shine apenas riu de maneira inocente.

Vítor soltou a mão de Jenna que apertava o seu braço para correr em direção a garota. Ele encarou o seu pai e riu. Todos o fitaram com expressões confusas.

– Pai, bem que você poderia largar a Jenna e ficar com essa garota... - cochichou no ouvido do pai em uma altura audível a todos. Irritada, Jenna bufou, atraindo a atenção de Shine. A garota corou.

– E o que faremos com a garotinha? Não vai nem mesmo chamar a polícia? Eu mesma posso ligar, ou até mesmo chamar um ex meu que é tira. - a tentativa de causar ciúmes em Bruno foi falha, já que ele nem ao menos se importou com o comentário.

O rapaz já estava irritado com os ciúmes da namorada. Shine estava perdida, sem nem lembrar-se de como viera parar ali. Sem família, sem amigos, sem casa, sem dinheiro... Estava prestes a morrer se eles não agissem. O único problema, que limitava vários meios de resgatá-la, era de não poderem pedir ajuda à polícia. Não sabiam o paradeiro de Shine, e ele mesmo sabia que não deveria ser bom. Nem a abrigaria se pelo menos se lembrasse de algo, mas o que quer que sua eu do passado tenha feito, ela não tinha mais culpa.

Bruno tirou seu casaco, o dando para a garota que aparentava estar com frio. Ela agradeceu com a voz quase inaudível. - Vamos levá-la para a cafeteria. - disse - Aposto que todos nós iremos pensar melhor com um bom chocolate quente.

– Pai, já passamos da escola! - gritou Vítor, trazendo Bruno de volta para a realidade. Ele dirigira quase instintivamente, pois seu cérebro estava muito ocupado com seus devaneios. Ao freiar, quase bateu a cabeça no volante. - Aconteceu alguma coisa? - continuou - Você realmente não está bem...

Bruno estava tão assustado que nem percebeu que seu filho já havia saído do carro. Desconcertado, manobrou o carro com dificuldade. Estava atrasado para seu trabalho como auxiliar administrativo. Ele havia tido muita sorte de consegui-lo. Nos dois curtos anos em que fez faculdade de medicina, fez um amigo em especial, que depois de anos após Bruno trancá-la, conseguiu um emprego no escritório de seu pai para o amigo, que estava em uma situação difícil.

No caminho, recebeu um telefonema: Jenna. Achou estranho sua ex ter ligado depois do término. Atendeu com ressalvas, colocando no viva-voz por estar dirigindo.

Jenna: Estava conversando com minha "bfff" e ela disse sobre você. Falou que achou estranho você não ter ligado para a coitada e nem ter dado sinal de vida. Lamentou sobre o nosso término e todo aquele mimimi. Aí, no dia seguinte, a pequena Shine disse que você tinha ligado. Perguntei sobre o que haviam conversado, e disse que perguntou se nós duas estávamos bem. Por isso, só liguei para te avisar sobre o juramento, talvez você tenha esquecido.

Bruno: Que? Isso foi há dias, mas de qualquer forma, não devo nada à você. Desculpe, mas acho, ou melhor, tenho certeza que Shine é mais importante do que sua "ordem", madame Jenna.

Jenna: Hunnie, você deve ter se esquecido de um pequeno detalhe: eu sei o segredo. E eu não quero ter que contar para toda Loster a verdade sobre a queridinha do meu ex. Então fica quietinho e eu ficarei quietinha também. Se obedecer o nosso juramento, ninguém ficará ferido, viu?

Bruno: Você não pode fazer isso!

Jenna: Posso sim! Além do mais, eu também posso, DEVO, expulsar o amorzinho da Shine da minha casa. Cansei dela, que garota chata, coisa sem sal! Só estou fazendo isso por você, viu baby? Mas como nós terminamos, vou ter que mandá-la pro olho da rua. Só continuaria sustentando aquela vadia se você e eu estivéssemos juntos, mas...

Bruno: O que você quer?

Jenna: Fique comigo e Shine terá o maior conforto do mundo, porque é impossível se sustentar com aquele emprego medíocre que ela tem. Mas se continuarmos separados, Shine não só ficará no olho da rua, mas nas mãos da polícia. Não sei sobre o passado da vaca, mas provavelmente não é o dos melhores.

Bruno: Ficar?

Jenna: Como nós éramos, amore... Mas para ficarmos juntos MESMO, eu teria que morar com você, né? Que tal você me pedir em casamento?

Bruno: VOCÊ É LOUCA!

Jenna: Louca por você. Agora vou ter que ir, Beijinhos para o noivo mais lindo do mundo. Tchau, tchau, hunnie!

O celular desligou e mais uma vez, a mente de Bruno foi transportada para o passado, onde ele e Jenna ainda eram um casal, quando a crise que os fez terminar começou.


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Notas finais do capítulo

Então, gente... Gostaram do capítulo? Desculpa se ficou meio chatinho. E sim, era para ter ficado confuso mesmo. É fic de mistério, gente, estão achando o que? u.u Ao longo dos capítulos, vocês descobrirão o porquê de várias coisas, e depois seguiremos a história pelo tempo normal, digo, não o tempo do prólogo, chegaremos lá apenas no final. u.u