Entretenha-me, Sebastian escrita por Beilschmidt


Capítulo 20
Zwanzig


Notas iniciais do capítulo

Sinto muito pela demora de meses :c, estava muito feliz com umas coisas aí e me veio a ideia de umas fanfic de Amor Doce, depois terminei e fui sugada por Miraculous Ladybug....e desandei tudo, e tem a falta de criatividade.
Bem, e a fic está chegando ao fim. Teremos mais dez capítulos pela frente, terminando no 30.
Espero não ser sugada novamente pela falta de criatividade, isso me deixa coisada.



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Ciel voltou a usar sua carranca.

Era inaceitável aquele tipo de comportamento de seu mordomo. Mas mesmo com o resmungo que havia dado mais cedo, não seria capaz de quebrar a alegria que se espalhava pela sala. Até mesmo Lizzy estava radiante com aqueles gatinhos.

Sebastian, que cuidava dos pequenos pessoalmente, e com todo o tipo de luxo possível, havia os levado para a estufa a fim de poder começar a acostuma-los na presença dos outros animais e dos serviçais também. Fazia pouco mais de dois dias que os filhotes haviam aberto seus olhinhos, então o mordomo estava mais que derretido.

Já enjoado com aquela cena melosa, Ciel tentava se distrair como podia; ainda teria de esperar meia hora para o seu chá da tarde ser servido. Passava o polegar direito lentamente no cabo de sua bengala.

— Será que é só esse imbecil que tem esse mundo de gatos na cabeça? — resmungou.

.x.

Sebastian havia percebido sim a mudança de humor de seu Mestre desde que os pequenos entraram para a “família”. Ciel já era mal humorado normalmente, agora piorou. Certo que sabia o quão irritado o jovem ficaria se fizesse uma pergunta mais direta sobre o que estava acontecendo; queria ouvir do garoto, mesmo quando já soubesse a razão. Mas também, pensava na relação entre eles, que de alguma forma esse afastamento dele poderia afetar em algo entre eles.

Resolvera bater de frente.

Empurrou o carrinho até a porta do escritório do garoto e deu três toques. Ouviu um resmungo em resposta e suspirou; girou a maçaneta e entrou sem muito barulho. Ciel estava sentado em sua cadeira, de costas para Sebastian.

— Aconteceu algo, jovem Mestre? — arriscou a pergunta já sabendo a resposta.

— Aconteceu que temos mais inquilinos felinos dentro desta mansão, somente. — resmungou entredentes. Sabia que ficar se esquivando da pergunta não resultaria em absolutamente em nada, visto que o demônio era ardiloso.

Sebastian suspirou, sabia que eram ciúmes, mas não conseguia tentar explicar que seu amor por gatos era totalmente diferente do que sentia por aquele toco de gente chamado de Conde.

Delicadamente pousou a xícara de chá em sua mesa, já preparando uma fatia de torta de laranja com calda de caramelo e frutas secas. Virou a cadeira do garoto e o olhou seriamente.

— Poderás parar com esses resmungos? — pôs o delicado prato nas mãos dele.

Ciel fez bico e inclinou-se para frente, dando-lhe um selinho rápido.

— Só se não esquecer de que tem um Mestre para servir, demônio.

.x.

Petrus conversava com Finny sobre os arranjos novos que Sebastian encarregou-o de fazer. Os vasos estavam em cima da mesa.

— Podemos colocar as rosas brancas, que o Conde adora, e por flores menores para não tirar o brilho do branco. — disse com o dedo no queixo — Olha, não sei, eu disse-lhe que eu não bom com estas coisas.

— Tudo bem, o senhor tem arranjos melhores que eu.

— Oh, não precisas de me chamar por Senhor, apenas por Petrus mesmo.

Snake apareceu tímido com Dhan no ombro.

— Tem visita, e eu não consigo encontrar Black, disse Dhan.

— Oh tudo bem, eu irei recepcionar. — disse sorridente, Finny — Eu já volto!

O loiro saiu correndo até a entrada.

— Snake, espere. — Petrus aproximou-se todo alegre — Por que não conversamos um pouco enquanto Sebastian não aparece?

Sem ter o que responder, o jovem fora arrastado mais para dentro da estufa, regado a risos e histórias do alemão.

.x.

A porta do quarto de Ciel estava devidamente trancada. O mordomo havia aprontado o banho dele mais cedo, agora já estava a vesti-lo. Sabia que não tardaria a visita de Héracles.

O grego recebeu uma ligação do mordomo há alguns dias e resolvera passar na mansão Phantomhive para uma visita e poder ver os “netos” de Michaelis. Lógico que Sebastian estava todo pomposo na ligação; e isso alimentara a sua curiosidade por ver os pequenos. Héracles não era assim tão preguiçoso quando se tratava de gatos.

— Será que ele pretende leva-los? — sussurrou Ciel enquanto pensava alto.

— Mas jovem Mestre… — já foi logo apelando para seus olhos tristonhos. Ciel, de uns tempos para cá, andou caindo muito nesse truque do mordomo.

— Sebastian, eu não quero a minha mansão cheia de gatos. Se for para ele ter o cuidado e casa suficiente para todos os filhotes, por mim tudo bem.

O mordomo se pôs de pé e ficou em silêncio. Queria poder ficar com todos, mas sabia que a saúde do jovem Mestre sempre estará em primeiro lugar. Suspirou.

— Se for essa a decisão do jovem Mestre, quem sou eu para refuta-lo?

.x.

Sebastian estava desolado naquela noite. Empurrou o carrinho até a cama do garoto e em silêncio tratou de oferecer-lhe o leite quente com mel. Havia passado uma semana em que Héracles havia sido convidado para visitar a mansão e ver os gatinhos que logo fariam parte de sua família. Ciel apenas suspirou ao presenciar aquele silêncio.

Após terminar seu leite e devolver a xícara, ele bateu com a mão ao espaço do seu lado, indicando que o mordomo pudesse sentar ali. Sebastian o fez.

— Tire esse bico da boca, essa sua cara não combina contigo. — resmungou e virou o rosto, fingindo estar prestando atenção em algo na parede.

— Jovem Mestre, eu sei que era algo para teu bem, eu estou de acordo com tudo que decidires. — disse.

— Então não ajas dessa forma. Pareces que estás a sofrer. — disse já ao levantar seu olhar para o moreno — Se algum inimigo lhe pegar de guarda baixa tu irás de se ver comigo.

Sebastian sorriu. De alguma forma, mesmo que seco Ciel tentava anima-lo. Bastava prestar atenção na forma carinhosa com que ele lhe fitava. O mordomo levantou-se, pegou a mão do jovem e beijou-a.

— Sim, meu Mestre.

Ciel o puxou delicadamente, abraçando-o. Seus dedos apertavam a gola da roupa do outro. Sentia a maciez daqueles cabelos negros em seu rosto. Adorava estar assim com ele, tão perto, aproveitando cada abraço, cada beijo escondido e proibido na silenciosa noite.

Os olhos de Sebastian brilharam escarlate como dois rubis sedentos. Jogou o garoto na cama e ficou por cima.

— Que?

— Tem alguém tentando entrar pelos fundos. — disse ao levantar, deixando o garoto no monte de lençóis — Tem algo a me dizer, jovem Mestre?

— Como o que?

— Aquele barão.

O garoto irritado cerrou os olhos. Sabia de quem ele falava.

Não fazia muito tempo que Ciel havia marcado uma reunião com esse tal barão. O fato era que, o jovem havia recusado o projeto absurdo do homem de poder integrar sua empresa com a Futon. Absurdo porque Ciel não pretendia fazê-lo com uma empresa que era considerada corrupta. Não admitiria que os homens dele usassem a grandiosa Futon para aumentarem sua ambição. Sebastian havia feito uma investigação sobre o barão e tudo relacionado a essa suposta empresa. Como eram peixes pequenos, Ciel recusou; o barão, vendo suas chances de por as mãos nas ações do “garotinho ingênuo” caírem por terra, resolveu ameaça-lo passando um ultimato.

“Nunca houve alguém que recusasse um negócio comigo. Porque uso aquela frase ‘mortos não falam’, pequeno garoto ingênuo. Então pense bem, temos um grande negócio a fazer, resta a ti aceita-lo, somente”.

Ciel apenas acenou para Sebastian para que retirasse o homem de seu escritório. Lógico que sabia que uma hora ou outra esse homem voltaria para acertar as contas. Por isso resolveu se passar por imprudente e esperar se ele tinha a coragem de voltar.

Não podia negar que gostava de exibir seu mordomo impecavelmente eficiente para seus inimigos na hora da morte. Disso ele não negava. Sentia-se superior por ter um aliado tão poderoso em mãos, mesmo tendo consciência do preço pago. O contrato era uma faca de dois gumes.

— E então jovem Mestre?

— Vá e faça seu trabalho como o demônio que és. — disse se debruçando ao parapeito da janela, afastando a enorme cortina. Um sorriso maldoso moldava seus lábios finos e convidativos; para o demônio — Quero ver isso de camarote.

Sebastian olhou para as costas do garoto. Sabia que a frieza dele para com seus inimigos aumentava cada vez mais. Um sorriso brotou de seus lábios, gostava desse tipo de atitude, sendo o demônio que era. Manipulado pela “inocência” do jovem Mestre.

— Sim, meu Lorde.


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