Entretenha-me, Sebastian escrita por Beilschmidt


Capítulo 19
Neunzehn


Notas iniciais do capítulo

Aaaaaa esse cap ♥



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Francis não parava de tagarelar sobre como a sobremesa que Sebastian havia preparado era deliciosa. Aproveitava também para alfinetar o coitado de Arthur.

— Sinto que Francis seja um incômodo para o Conde. — disse ao garoto — Mais tarde eu acerto as contas com ele.

— Sei que tipo de contas. — sorriu pervertido.

Ciel passou a mão no rosto, sem dúvidas Francis era pior que Grell e Druitt juntos no quesito perversão.

Sebastian observava a tudo ao seu redor. Ordenou aos outros empregados que se retirassem e voltassem aos seus afazeres, evitando assim que o francês pudesse cantar algum deles em serviço.

Mas parece que ao passar a ordem, faltava um empregado.

Ao entregar a sobremesa, um bolo de chocolate com amêndoas — exigência de Ciel, uma pequena cobra ia passando de um pequeno arbusto e subia despreocupadamente para uma árvore. Francis havia visto e encolheu-se na cadeira, deu um gritinho agudo que até o mordomo fez dar uma risadinha.

Uma cobra!

— Sou apenas eu, disse Emily.

Snake apareceu detrás da árvore, a cobra enrolou-se em seu braço e subiu até o pescoço e ali se aninhou — para horror do francês.

— Admito que tu sejas lindo, mas sua cobra me deu um pouco de medo. — passou os dedos pelos cabelos loiros — Admito também que acabei de pensar em pelo menos cinco maneiras de utilizares ela em seu corpo, que suponho ser muito…

Arthur havia se levantado e com um garfo fisgou um grande pedaço de bolo, enfiou sem dó na boca do outro, deixando-o entalado. O mordomo tinha tapado os ouvidos do jovem Mestre; trazia um sorrisinho sarcástico no rosto.

.x.

A passagem de Arthur e Francis fora rápida — certeza que o inglês apressou tudo para sumir dali com o outro loiro, ele só o fazia passar vergonha, pela Rainha!

Sebastian estava prestes a subir as escadas para por o jovem Mestre na cama, quando viu Snake no corredor conversando com Petrus, este trazia Freya nos ombros; ela dormia sossegadamente — e parecia um pouco maior, não vinha tendo tempo para a gata, já que parecia mais grudado ao garoto. O mordomo suspirou, nos momentos em que estava atolado de trabalho, quem cuidava dela e de Betty era justamente o professor; ele havia se apegado com todos os animais, até mesmo domado Pluto, que se dava melhor com o moreno e Finny — talvez seja pela sua telepatia.

Sebastian iria passaria reto, em direção da escada, lançou um último olhar aos dois e subiu os degraus.

— Creio que sejam apenas coisas de tua cabeça. — resmungou Ciel.

O garoto estava em sua cama, com uma xícara de leite e mel nas mãos; ouvia de seu mordomo o que vira no corredor.

— Só porque somos… temos uma relação não quer dizer que todos façam o mesmo.

Devolveu a xícara já vazia, deitou-se de lado, suas costas voltadas para o demônio ali.

— Apenas apressa-te, estou com um pouco de frio. — disse baixinho e dengoso.

Sebastian sorriu e acariciou os cabelos sedosos daquele moleque.

— Tenho de deixar o carrinho, volto logo. — deslizou os dedos pela bochecha esquerda dele. Em seguida passou pela porta levando o carrinho.

Ciel rapidamente pensou se aquela possibilidade de um romance entre Petrus e Snake ser real, ou apenas ser algo unilateral do professor, já que era ele quem demonstrava mais indícios de aproximação. Não costumava prestar muita atenção em detalhes pequenos como aqueles de seus empregados, mas de certa forma notara que os dois costumavam conversar pelos cantos, ou estavam frequentemente juntos.

— Achei que já estivesse aos encantos de Morfeu, jovem Mestre. — o garoto sobressaltou-se — Assustei-o? Desculpe-me, não fora minha intenção.

— Deixe de lado.

Sebastian inclinou-se e beijou a testa dele, seus lábios quentes contra a pele levemente fria — aquele pequeno choque térmico que lhe proporcionava deliciosas sensações, poderia chamar de amor?

— Amo-te!

O mordomo sorriu, era raro ouvir daqueles finos lábios essa frase doce e tão carregada de sentimento. Abraçava-se nela para reconfortar seu ego.

Ciel logo dormiu. Sebastian contemplava a face dele com um sorriso, seus dedos, agora sem as luvas, passeavam pelas mechas macias do Conde.

.x.

Meirin adentrava na cozinha para começar seu trabalho, quando deu de cara com Petrus comendo uma maçã; em seu pescoço uma das cobras de Snake. Dera um grito e recuou dois passos.

— Oh, desculpe senhorita, não quis assustá-la. — largou a maçã na mesa — Estou cuidando do Goethe por enquanto, Snake saiu para dar comida aos outros. — passou o dedo na cabeça da cobra — Como este garoto aqui já está alimentado então preferiu ficar comigo. Não tenha medo.

— Eu… eu só me assustei.

— Tudo bem. — pegou sua maçã — Sebastian está demorando um pouco, costumamos levantar quase no mesmo horário. Tenho algo para falar com ele, espero que apareça logo.

Meirin olhou para a cozinha inteira, realmente o mordomo não estava ali. Todos os dias ela o encontrava já nos preparativos finais para o desjejum do jovem Mestre.

Estranho.

.x.

Sebastian só foi aparecer meia hora depois, arrumava o fraque e as luvas para começar a preparar o chá e o pão. Resolveu que ficaria mais um pouco com Ciel no quarto, gostava de vê-lo dormindo, era o único momento em que podia ver a serenidade infantil dele.

— Sebastian? — Petrus aproximou-se, já o chamava pelo nome, pelo menos o moreno não se incomodava muito com isso — Bem… como eu lhe digo isso… — passou a mão pelos cabelos.

— Apenas diga, tenho muita coisa a fazer.

— Desculpe, mas eu estava aqui desde mais cedo esperando para lhe contar…

Sebastian suspirou, talvez fosse algo sério então precisava dedicar-lhe um pouco de sua atenção. Bateu as mãos para retirar o excesso de farinha das luvas e virou-se para o loiro.

— Freya… está prenha. — disse — E está tendo contrações, creio que em uma hora teremos filhotes novos.

Sebastian arregalou os olhos e bateu com as mãos na mesa de surpresa.

Serei avô? — disse.

.x.

Ciel estava com uma carranca aquela manhã, havia terminado seu desjejum. Aquela notícia havia lhe irritado de uma forma que Sebastian já havia previsto.

— Quantas vezes eu lhe disse que não queria o número de animais aumentando em minha mansão?

— Mas jovem Mestre, isso eu não pude controla-la. Estou servindo ao senhor o dia todo, além do mais, ela tem o direito de se divertir também.

Ciel resmungou e cruzou os braços.

— Apenas dê esses filhotes para o primeiro que se interessar.

O mordomo franziu o cenho.

— Sim.

Saiu do quarto com o carrinho e sem mais uma palavra.

— Novamente com essa cara maldita. — resmungou, já sabia que iria fazer, e provavelmente iria lhe dar dor de cabeça mais tarde.

Como já estava vestido, saiu do quarto e foi procurar Petrus, encontrando-o no começo da escada com um manto e outros acessórios em uma cesta.

— Bom dia Conde. — sorriu-lhe — Creio que Sebastian lhe avisou, não?

— Infelizmente.

— Não precisa esse mau humor. Então, a aula de hoje estará cancelada por causa desse imprevisto, desculpe-me. Amanhã mesmo organizarei sobre esse tempo perdido.

— Tudo bem. — disse enquanto seguia-o.

.x.

Sebastian estava agachado passando um pano ao redor da gata, iria movê-la para uma mesa que havia no jardim da estufa.

— Era só o que me faltava, parir na mesa em que faço as refeições de primavera. — resmungou o Conde de muito mau humor ali na entrada da estufa, mantinha um pano em seu nariz.

Fora ignorado — o que o deixou ainda mais irritadiço — preferiu então apenas ver o processo em silêncio.

Já estava bem acomodada na cesta que Petrus organizara. Sebastian já de luvas era apenas auxiliado pelo professor a segurar as patinhas dela, caso ela venha a se debater.

— Não podemos fazer muito, apenas esperar que com as contrações possam trazê-los ao mundo. — disse o alemão.

— E eu achando que ela estava engordando… tu nos deste uma bela surpresa Freya. — Sebastian passou o dedo pela patinha que segurava.

— Digo o mesmo. — Petrus sorriu.

Meirin apareceu trazendo um jarro com água, ficando ao lado deles para ver aquela cena maravilhosa. Betty olhava a tudo de trás de um arbusto, curiosa pelo que a gata amiga estava a presentear os presentes.

Cerca de meia hora depois — Ciel estava sentado, Finny havia trago uma cadeira para ele — os primeiros miados dos filhotes foram ouvido. Eram quatro coisinhas miúdas e peladas, Sebastian os recebia de Petrus e com cuidado os limpava com um pano e água.

Ciel podia não gostar de gatos, mas olhar o cuidado com que o mordomo lidava com a situação o fez sentir algo dentro de si que foi além de admiração. Apesar de ele ser um demônio, não podia negar que todo aquele carinho e cuidado era estranho de se ver. Sorriu involuntariamente.

Aquelas coisinhas peladas foram cuidadosamente cobertas por Meirin e entregues novamente para Sebastian. O demônio tinha um largo sorriso nos lábios ao olhar todos os filhotes em suas mãos, cabiam perfeitamente ali.

— Jovem Mestre, eu sou avô!


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Notas finais do capítulo

Sebastian amorzinho



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