Temporits Actis escrita por Krika Haruno


Capítulo 27
Capítulo 27: Corda Frates




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Hakurei tentava acompanhar os passos apressados do irmão. Desde que sentira os cosmos dos três titãs reunidos perto da vila Sage resolveu dirigir-se para lá. Em Escorpião encontrou com Kamus que contou sobre o estado de Kárdia. Em Leão viu Regulus e MM desmaiados, a destruição em Gêmeos e Touro e agora perto da primeira casa sentia o cosmo de Shaka diminuir drasticamente.

Rapidamente alcançou a primeira casa deparando com Saga e Kanon que traziam o virginiano.

- Mestre.

- O que aconteceu?

- Créos o atacou.

- Levem-no. E Lara?

- Estou aqui.

A sacerdotisa apareceu juntamente com os outros.

- Lara, por favor.

- Sim.

Os três dirigiram-se para o interior da casa. Sage voltou a atenção para os cavaleiros que retornavam da batalha, todos estavam feridos, alguns com mais gravidade.

- "Os empurrei para a morte." – pensou. – "agi de forma leviana." – culpava-se pelos ferimentos.

Hakurei olhou para Shion, ele estava muito machucado.

- Aldebaran, Hasgard, Mu, Shion e Deuteros ficaram em Touro para tratarem do ferimento. Áurea pode ajudá-los?

- Sim senhor Sage.

- Sísifo, Manigold e Aioria seguiram para Leão onde já estão Regulus e MM.

- Como eles estão? – indagou o leonino.

- Desacordados. Lithos cuide deles.

- Sim.

- Se me permite mestre, - iniciou Miro. – irei para minha casa.

- Eu vou com ele. – disse Dégel.

- Está bem. – Sage consentiu, pois imaginava que eles estavam preocupados com Kárdia.

- Eu também irei para a minha. – disse Asmita. – meus ferimentos são pequenos.

Marin o fitou, aparentemente ele não tinha si ferido, mas queria ter certeza.

- Como quiser Asmita. – Sage o observou, ele tinha alguns ferimentos, depois mandaria Lara ver como ele estava. – Cid, Shura, Dohko, Afrodite e Albafica ficaram em Capricórnio. Athina e Marin cuidem deles. – resolveu mandar as duas pois os ferimentos deles eram mais graves e ate Lara chegar poderia ser prejudicial.

- Mestre posso ajudar a Lara? – indagou Selinsa que ate então estava calada.

- Pensei em mandá-la para ajudar Áurea e Lithos.

A aspirante recuou, queria ficar ao lado de Shaka.

- Está tudo bem mestre. – disse Áurea, percebendo a aflição da amiga. – Selinsa ajuda um pouco a Lara e depois nos ajuda, não é Lithos?

- Perfeitamente.

- De acordo.

A jovem mal esperou Sage terminar correu para o interior da casa. Hasgard acompanhou a cena pensativo.

- Quando todos estiverem bem compareçam ao templo por favor. – pediu em tom de humildade. – dispensados.

Áries

Saga com a ajuda de Kanon deitou Shaka na cama. Eles retiraram o peitoral da armadura a pedido da sacerdotisa. Viram o ferimento. Os geminianos olharam para a grega.

- É grave. – disse simplesmente.

- Lara. – Selinsa chegou na porta e ao ver ferimento engoliu as lagrimas. – como posso ajudar?

- Busque água e panos limpos, primeiro precisamos limpar esses ferimentos. Kanon, vá ate a minha casa e busque minha caixa de madeira.

- Aquela assim. – mostrou o tamanho. – que fica na estante?

- Essa mesmo. Saga vá com ele.

- Está bem. – respondeu surpreso por Kanon saber a localização exata da tal caixa.

Os dois apressaram-se. Segundos depois Selinsa trazia a água e os panos.

Lara molhou o pano, começando a limpar o ferimento.

- Ele vai ficar bom não vai? – indagou a aspirante.

- Vai. Tome. – deu-lhe o pano. – limpe devagar.

Selinsa pegou o pano e com cuidado passava sobre a ferida. Lara a observava com um sorriso.

- Vou buscar mais água enquanto você faz isso.

Deixou-os a sós. A futura amazona fitou-o: o rosto de Shaka estava pálido.

- Tudo por minha culpa... – continuou a limpar – me desculpe...

Levantou e aproximando do rosto dele beijou-lhe a tez.

- "Prometo que vou me afastar de você, assim..." – fitou o ferimento. – não vai se machucar mais... – acariciou o rosto.

Lara acompanhava a cena enquanto pensava em Kanon.

Touro

Devido aos seus estados Mu e Aldebaran se ajudavam. Áurea seguia com eles.

- Vocês estão bem? Seus ferimentos...

- Estamos bem Áurea. – disse Deba.

A grega voltou o olhar para o grupo logo abaixo.

Deuteros seguia lado a lado com Shion, que mesmo ferido, não quis ajuda de ninguém, Hasgard seguia mais atrás calado.

A cena de Shaka acariciando o rosto de Selinsa não lhe saia da cabeça e a reação que ela tivera era muito estranha.

- Você está bem?

Hasgard "acordou".

- Estou Áurea, obrigado. – sorriu. – felizmente apanhei pouco.

- Os titãs são realmente cruéis. – disse. – da primeira vez que atacaram o santuário já provocaram uma grande destruição e recentemente...

Mu e Deba que ouviam a conversa abaixaram o olhar. Shion a olhou discretamente.

- Não se preocupe. – disse o taurino depositando a mão no ombro dela. – vai ser diferente, vamos vencê-los.

- Tenho certeza. – deu um sorriso tímido.

- Eu não estou tão mal quanto Shion. – o olhou. – ele que precisa de cuidados.

- Estou bem. – disse seco. – isso não é nada.

Áurea fechou a cara.

- "Velho teimoso."

- Áurea, - o taurino disse baixinho. – depois o ajude. Ele é meio teimoso.

- E eu não sei. – apertou o passo para alcançar o geminiano. – esta tudo bem? – indagou um pouco receosa, já que não conversava muito com ele.

Deuteros a fitou ressabiado.

- Não é grave. – disse sério, mas sem ser frio.

- Você e Saga se parecem, - o fitava. - não só fisicamente, mas também interiormente.

- Por que diz isso? – ficou surpreso com as palavras dela.

- Vocês passam integridade pelo olhar, não que Kanon não seja, mas essa qualidade é mais percebível em vocês.

- Obrigado pela comparação. – deu um meio sorriso.

Shion olhava-a discretamente.

- Bom chegamos, - ela voltou o olhar para casa, sequer olhou para o ariano. – vamos tratar logo desses ferimentos.

Leão

Sísifo, Aioria, Lithos e Manigold chegaram rapidamente a Leão, foi com surpresa que encontraram com Regulus.

- Regulus. – Lithos o abraçou. – você esta bem?

- Estou. E você?

- Felizmente não me aconteceu nada.

- Sísifo? Aioria? – viu os ferimentos.

- Estamos bem Regulus. – o leonino mais velho brincou com os cabelos loiros. – cadê o Giovanni?

Regulus abaixou o rosto.

- O que aquele idiota aprontou? – indagou Mani.

- Precisamos chamar a Lara, ele não está bem. – disse sério. – fomos acertados por um ataque de Céos, mas ele me protegeu.

- Onde ele está?

- No quarto.

Os cinco dirigiram-se para lá, Aioria levou um susto ao ver o amigo. Ele estava com vários ferimentos e pior desacordado.

- A quanto tempo ele está assim? – Aioria aproximou da cama.

- Não sei, quando acordei ele já estava assim.

- Vou cuidar dele ate a Lara chegar. – Lithos saiu do quarto para providenciar os utensílios.

Manigold um pouco afastado fitava-o.

- "Está sim porque protegeu o Regulus?" – ficou surpreso. – disse que ele o protegeu?

- Eu pedi a ele. – respondeu Aioria.

- Não imaginava que atenderia um pedido, ainda mais proteger outra pessoa. – disse Mani.

- Giovanni pode ser um porre as vezes, mas é muito prestativo. Se ele visse o Regulus sendo atacado, mesmo que eu não pedisse ele iria ajudá-lo.

Lithos entrou no recinto.

- Eu te ajudo. – disse Sísifo.

Sob os olhares dos leoninos e de Manigold, o sagitariano e Lithos começaram a cuidar de MM.

Virgem

Asmita foi direto para o lavado. Lavou-se deixando a água morna cair sobre o ferimento do braço. Depois de passar algumas ervas foi para a sala de meditação. Procurou não pensar em Marin e em como ela estaria cuidando de Cid.

Escorpião

Dégel e Miro assim que chegaram foram direto para o quarto de Kárdia, felizmente o cavaleiro estava acordado. Miro suspirou aliviado ao vê-lo.

- Kárdia? – Dégel aproximou da cama. – como está?

- Estou bem. – disse seco. – não foi nada. E você? – o fitou. – deixou os titãs baterem em você?

- Melhorou. – disse Dégel. – como vai Kamus? – o olhou.

- Bem. – levantou da cadeira. – vou deixá-los conversar. Vamos Miro. – tocou no ombro dele.

- Ai.. – gemeu de dor.

- Você esta bem?

- Só um pouco quebrado, apesar de ter recuperado a armadura andei apanhando. – sentiu uma pontada, agora que o corpo estava esfriando é que as dores apareceram.

- Vem, vou olhar esses ferimentos.

- Não precisa estou bem.

- Anda logo Miro. – o puxava.

- Ai Kamus, esta doendo.

Dégel e Kárdia acompanhavam a conversa, o escorpião do passado observava o companheiro de signo, realmente Miro estava bem machucado, sendo parte dos ferimentos devido aos golpes que tinha recebido para protegê-lo.

- Você precisa olhar seus ferimentos Miro. – disse Dégel.

- Vou fazer isso. – olhou para Kárdia. – queria pedir desculpas pelo que disse ontem. Agi como um idiota.

- Ainda bem que admite. – disse o do passado.

- Hoje eu vi que seu problema não o impede de ser um grande cavaleiro.

Os três o fitaram surpresos.

- Mais uma vez me desculpe. – deu um meio sorriso, saindo em seguida. Kamus o seguiu.

O aquariano o levou ate a sala, Miro sentou numa cadeira e tirou a parte de cima da armadura. Seu corpo estava com vários ferimentos.

- É melhor você limpar esses ferimentos e depois peça para a Lara olhá-los.

- Farei isso. – Miro soltou um longo suspiro.

- O que houve?

- Kárdia teve um colapso. Ele havia conseguido fazer 14 perfurações em Temis e estava prestes a aplicar um espécie de Antares, mas seu coração não agüentou. Para que ele não se ferisse muito entrei na frente dele.

- Você o salvou? – Kamus ficou surpreso.

- Não o deixaria morrer. – o fitou. – ele é mimado, mas um grande cavaleiro. E apesar do problema no coração desempenha muito bem as suas funções.

- Elogios vindo de você são surpreendentes ainda mais para ele.

- É tudo verdade. Acho que entendo porque o mestre o deixou continuar com a armadura.

- Mas é uma faca de dois gumes.

- Sim. E dos dois modos ele sai perdendo. Pode conseguir derrotar um inimigo, mas morrer logo em seguida, ou morrer antes de dá o golpe final e ainda arrastar mais alguém com ele. Mesmo assim vou respeitar a decisão dele.

- O que disse para pedir desculpa?

- Que ele era um doente.

- Imaginei. – Kamus de um suspiro. – vá limpar esses ferimentos.

- Está bem.

Capricórnio

Cid, Dohko e Albafica subiam calados, enquanto Marin, Athina, Afrodite e Shura conversavam sobre a luta. Chegando em capricórnio...

- Se não se importar Marin, eu vou para minha casa. – disse Dite.

- Mas e seus ferimentos?

- Eu cuido deles sem problema.

- Eu cuido Marin. – disse Athina. – eu cuido dos dois.

- Mas não precisa Ath... – Dite calou-se. – eu agradeço. – disse dando um leve sorriso.

- Quando eu terminar eu te ajudo. – disse Marin.

- Obrigada.

Os piscianos e Athina seguiram.

- Vamos entrar.

Cid e Dohko sentaram num sofá, enquanto Shura em outro.

- Onde posso pegar panos limpos? – indagou Marin a Cid.

- Num móvel ao final do corredor.

A japonesa tomou o rumo do corredor e minutos depois voltava com os panos mais uma bacia com água.

- Cuide do Dohko primeiro, por favor. – pediu o capricorniano do passado.

- Eu estou bem. – respondeu. – foram poucos ferimentos, você é que precisa de mais cuidados. Pode cuidar dele Marin.

- Como quiser.

Aproximou-se do cavaleiro.

- É melhor tirar a parte de cima da armadura. – disse, com o rosto rubro, por sorte coberto pela mascara.

- Sim... – ficou envergonhado.

Retirou as peças ficando apenas com o dorso nu. Marin prendeu a respiração.

- "Marin!" – policiou-se.

Molhou o pano na água e com a mente totalmente vazia começou a limpar os ferimentos. Cid acompanhava cada gesto dela.

- Com quem lutaram? – indagou querendo quebrar o silencio.

- Iapeto. – respondeu.

- Eles estão nos fazendo de idiotas! – bradou Dohko.

- Para não dizer mais fortes. – disse Shura. – pelo menos Miro, Saga e Afrodite conseguiram a armadura... mesmo assim.

- Vai recuperar a sua Shura. – Marin o fitou. – você, Kamus e o Giovanni.

- Se é que pode dizer sorte, foi Temis ter recuado em Escorpião. Se tivesse chegado ate Capricórnio...

- Você e Kamus teriam defendido o templo com a mesma garra. Não tenho duvida disso.

- Eu também não. – Cid manifestou. – aquelas imagens que Pontos nos mostrou, não significam nada.

Os três o fitaram surpresos.

- É tão digno quanto qualquer um de nós.

- Obrigado Cid. – Shura sorriu. – é muito bom ouvir isso.

Dohko ficou calado, de certa forma Cid tinha razão. Mu, Aldebaran, Saga, Giovanni, Miro, Shura, Kamus e Afrodite tinham lutado com todas as forças. Talvez as imagens fossem falsas.

- É... – levantou. – fizeram um bom trabalho. Vou para minha casa. – acenou. – ate mais tarde. – saiu.

- Isso foi um elogio? – Shura fitou Marin.

- Parece que sim. Você sabe como o mestre ancião é. – disse para depois calar-se, falara demais.

Cid que prestava atenção, arqueou a sobrancelha.

- Mestre ancião?

Continuou calada, qualquer mentira que dissesse ele não iria acreditar.

- É que o Dohko se parece muito com um morador do santuário, qualquer um confundiria, não é Marin? – Shura deu um sorriso amarelo.

- Claro. Eles se parecem no jeito de falar. – o fitou. – terminei. – levantou apressada. – vou atrás da Lara pedir algumas ervas para você e para os piscianos. Não demoro.

A amazona saiu rapidinho. Shura também levantou.

- Vou ver se o Afrodite precisa de ajuda. – sumiu.

O cavaleiro continuou em silencio, era evidente que era mentira e que havia algo a mais, mas por hora não perguntaria a Marin. Sentindo-se um pouco melhor foi ate o quarto onde tirou a armadura colocando roupas leves, iria ate Leão saber como os outros estavam e claro ir atrás da amazona.

Peixes

Albafica entrou primeiro em sua casa, passou direto para o cômodo onde se lavava. (não havia banheiros). Athina queria ajudar, mas conhecendo o jeito do cavaleiro não disse nada.

- Você está bem mesmo Athina? – indagou Dite.

- Estou, desculpe pelos problemas que causei.

- Não tem porque se desculpar. – brincou com os cabelos dela. –ficou preocupada com o Albafica.

- Com o senhor também!– ficou corada.

- Está certo. Ai. – sentiu o braço doer.

- Vou cuidar dos seus ferimentos, eu não demoro.

Sem cerimônia entrou casa a dentro e minutos depois voltava com uma bacia com água e panos limpos.

- Depois pedirei a senhorita Lara que lhe aplique algumas ervas.

- Não precisa estou bem.

- Precisa sim. E não pense que é um incomodo.

- Você é muito gentil. É por isso que Albafica se apaixonou por você.

- Co-mo? – Athina ficou escarlate.

- Torço para vocês serem felizes, mesmo com limitação. – disse sério.

- É... – murmurou entristecida.

- Ele não será cavaleiro para sempre, no futuro... – sorriu.

- Quem sabe. – sorriu mais alegre e umedecendo um pano. – pode arder um pouco. – começou a limpar um ferimento no braço.

- Ai.

Áries

Não demorou muito para os dois voltarem. Lara começou rapidamente os procedimentos sendo acompanhada de perto por Selinsa.

- Fiz tudo ao meu alcance.

- Ele não corre risco... – Kanon a fitou.

- Não. Felizmente não, mas acho melhor ele ficar no templo. Será que pode pedir ao Mu que utilize sua telecinese e o leve ate lá?

- Vou pedir.

- Saga e Selinsa vão para Touro daqui a pouco cuido de vocês.

- Mas... – protestou a garota.

- Hasgard está preocupado com você. – a sacerdotisa a fitou fixamente.

- Está bem. – entendera o "olhar" dela.

- Assim que Mu chegar subirei.

Os três saíram.

Touro

Com as limitações do tempo, Áurea improvisou algumas ataduras e arranjou água e ervas que Lara havia lhe ensinado. Mu tinha oferecido sua vez para seu mestre, mas ele não aceitou. Áurea portanto, começou no ariano do futuro.

- Vai doer só um pouquinho. – disse passando um chumaço de ervas nos braços dele.

- Tudo bem.

A grega trabalhava com todo o cuidado sendo observava atentamente pelo futuro mestre. Depois de cuidar de Mu, começou os trabalhos em Aldebaran.

- Vai arder.

- Com você cuidando de mim não vai doer. – brincou.

- Deba...

- Não estou mentido, suas mãos são de fada.

- Não exagera.

Shion estreitou o olhar sendo reparado pelo geminiano, que balançou a cabeça negativamente dando um sorriso.

- Pronto.

- Obrigado Áurea.

- Não há de que. – levantou indo na direção de Deuteros. – oi. – disse antes de aproximar.

- Não precisa se preocupar.

- O santuário precisa de todos os cavaleiros em bom estado. – ajoelhou diante dele. – ainda mais cavaleiro de ouro.

- Como quiser.

Áurea fazia os mesmos procedimentos que havia feito nos dourados, Deuteros a fitava diretamente o que a deixou um pouco constrangida.

- É de Rodoria? – indagou sem parar de olhá-la.

- Sim. Morei ate a guerra titânica, depois minha família mudou-se e uns dois meses atrás voltamos para o santuário.

- Então não presenciou o fim da guerra.

- Isso mesmo e nem os acontecimentos posteriores.

Deuteros calou-se, não adiantaria perguntá-la sobre "esses tempos", olhou discretamente para Shion que estava vermelho.

- "É uma criança." – pensou dando um leve sorriso nada inocente. – Aldebaran tinha razão quando disse que tem mãos de fada.

Shion estreitou o olhar.

- Eu não disse? – Aldebaran sorriu. – sara qualquer ferimento.

- Obri-gada.

- Não tem porque agradecer, - Deuteros brincou com os cabelos dela, claro na intenção de deixar o ariano ainda mais possesso. – só estou dizendo a verdade.

- Obrigada... – murmurou abaixando o rosto.

Shion levantou na hora, com o rosto possesso e tomando o rumo da saída...

- Onde vai Shion? – indagou Hasgard sem entender.

- Para a minha casa.

Deuteros queria rir.

- Boa tarde. – apareceram na porta Saga, Kanon acompanhado por Selinsa.

- Selinsa. – Hasgard foi ate ela. – você esta bem?

- Estou. E o senhor?

- Tranqüilo por vê-la bem.

- Kanon. – Mu aproximou. – e o Shaka?

- Lara conseguiu parar o sangramento, mas o estado dele não é bom. Ela pediu que você fosse ate Áries e usar sua telecinese para levá-lo ate o templo. Ela acha que será melhor ele lá..

- Claro, vou agora mesmo.

- Eu vou com você. – disse Kanon.

Os dois partiram.

Apesar da mascara encobrir seu rosto, era claro para todos que ela estava tensa.

- Shaka vai sair dessa. – Áurea tocou nos ombros da amiga.

- Eu sei... – mexia no bracelete.

Hasgard a observava.

- Estava indo cuidar de seu mestre, será que pode assumir?

- Claro Áurea. – sorriu. – venha senhor Hasgard.

Áurea fitava a aspirante nos primeiros cuidados, apesar de executar calmamente os procedimentos sabia que no fundo ela estava nervosa.

- "E com razão... eu também ficaria nervosa se algo acontecesse a ele..." – discretamente olhou para o ariano. – deixe-me ver seus ferimentos Saga.

- Que o Shaka recupere logo. – disse Deba.

- Ele vai. – o geminiano sentou. - Tenho certeza disso.

Hasgard que ouvira o dialogo voltou o olhar para a discípula. Tinha certeza que o bracelete que ela usava era o mesmo que o virginiano usava, queria perguntar mas estava receoso em escutar o que não queria.

Leão

Manigold só esperou Lithos terminar para voltar para sua casa, pouco tempo depois para alivio de todos, Giovanni abriu os olhos.

- O que aconteceu? – tentou levantar mas sentiu o corpo doer.

- Fique deitado. – Lithos o segurou. – você está em Leão. Como se sente?

- Quebrado. E Regulus?

- Estou bem. – aproximou da cama. – obrigado.

- Moleque teimoso, por pouco não nos matou. – virou a cara.

- Obrigado por protegê-lo Giovanni. – disse Sísifo. – serei eternamente grato.

- Não foi nada. – torceu a cara. – como foi a luta? Tudo não passou de uma armadilha não foi?

- Sim. – Aioria acabava de entrar.

- Eles estão mais fortes. – o rosto ficou sério.

- Estão. – o leonino puxou uma cadeira.

- Alguém mais se feriu mais gravemente?

- Shaka. Créos cravou a espada na barriga dele. – respondeu Lithos.

- Ele sempre leva as piores coisas e como ele está?

- Ainda não temos noticias.

- Quem está com ele? A Selinsa? – MM indagou simplesmente.

Lithos arregalou os olhos, enquanto os outros três ficaram sem entender.

- Talvez esteja... – Aioria respondeu evasivamente. – a Lara.

- Seria melhor ela. – disse sem se importar.

- Giovanni precisa descansar. – sem cerimônia começou a colocar para fora o marido, o irmão e o "sobrinho". – vão conversar lá fora.

Mesmo protestando acataram, ao ser ver sozinha com o canceriano...

- Por que disse com a Selinsa?

- Por que Shaka gosta dela. – disse simplesmente. – não fale com ele, é capaz de me matar.

- Então você sabia?

- Que a loira aguada tem uma queda pela pupila do touro? Estava estampado na cara dele! – ajeitou na cama. – só ele não percebia isso, alias nem o Rasgardo... e alem...

- Eles se casaram. – Lithos o cortou.

- Fora que... – calou-se olhando-a imediatamente. – eles o que?

- Casaram. Lara fez a cerimônia hoje de manha. Mas não conte para ninguém.

- Monge safado! – sorriu. - Não perdeu tempo mesmo.

- É.

- Você também não. – deu um sorriso lavado. – Sísifo.

Lithos corou.

- Não precisa ficar vermelha. – gargalhou. – estou brincando. É uma pena que não tenha sido com o Aiolos.

- Ele era apenas como um irmão para mim. – corou.

- Ele não pensava assim, enfim o que eu tenho com isso? – deu nos ombros.

- Nem uma palavra sobre isso, principalmente de Shaka. Tudo que não precisamos é de confusão.

- Minha boca é um tumulo.

Escorpião

No lugar que outrora Kamus estava sentado, Dégel sentou.

- Seu estado esta critico. – disse o escorpião sentando na cama.

- O que aconteceu? – o aquariano o cortou.

- O de sempre. Estava prestes a acertar a ultima agulha, meu coração não agüentou.

- E Miro te salvou.

- É... – torceu a cara. – faltava pouco! – deu um soco na cama.

- Kárdia... não acha que esta se arriscando? Ou... não acha melhor parar?

Kárdia o fitou na hora.

- Está me dizendo para deixar a armadura? – bradou.

- Está se arriscando.

- Isso nunca! – levantou. – nunca vou deixar armadura! Como tem coragem de me dizer isso?

- Kárdia...

- Jamais! Se eu tiver que morrer por causa disso. – apontou para o coração. – que seja num campo de batalha e não numa cama! Abandonar a armadura... – riu. – jamais.

- Será que não se importa com a sua vida? – disse Dégel em tom alto, o que fez com que Kárdia o olhasse. – só pensa em batalhas? A vida não se resume a isso!

- A minha sim! – rebateu. – isso aqui. – apontou novamente para o peito. – não me dá escolhas, posso morrer a qualquer momento. O que adianta levar uma vida normal nesse estado?

Dégel ficou calado, nada que dissesse mudaria a opinião dele.

- Quando me contou sobre isso disse que respeitaria a sua decisão, vou continuar a respeitá-la.

- Deixe-me levar a vida desse modo.

- Tudo bem. – levantou. – pelo menos deixe esse seu orgulho de lado e agradeça ao Miro.

- Por quê?

- Quer queira ou não ele te salvou.

Kárdia torceu a cara.

- Como foi a batalha? – indagou querendo desviar do assunto.

- Tudo não passou de uma armadilha.

- Eles estão fazendo hora conosco. – socou a parede. – miseráveis. Aconteceu alguma coisa com a vila?

- Não. Lara e as meninas evacuaram-na antes. – foi saindo.

- Aonde vai?

- Vê como Miro está.

O escorpião torceu a cara mas foi atrás. Miro e Kamus estavam na sala.

- Como você esta Miro?

- Melhor Dégel. E você?

- Nada tão grave.

- Está melhor Kárdia? – Miro o fitou.

- Estou... – virou o rosto. – obrigado. – disse bem baixo.

- O que? – nem ele nem Kamus haviam ouvido, já Dégel...

- Repete Kárdia. – pediu o aquariano mais novo.

- Já disse uma vez.

- Kárdia.

- Obrigado. – repetiu mais baixo.

- Kárdia. – Dégel o fitou.

- Obrigado Miro.

Os dois do futuro ficaram surpresos.

- Está me agradecendo?

- Estou. – disse seco. – obrigado.

- Disponha. – sorriu.

- Não pense que vou pedir sua ajuda daqui em diante. Aquilo foi uma coisa esporádica. – virou a cara.

- Tudo bem.

Os aquarianos sorriram, pelo menos para eles parecia que as coisas se acertavam.

Virgem

Já havia algum tempo que estava meditando, mas a dor vinda do braço vez ou outra interrompia-o. Tinha enfaixado o local, mas sentia que as ataduras deveriam está sujas de sangue, pois sentira a temperatura do liquido. Estava prestes a levantar quando um cosmo se fez presente. Rapidamente jogou um pedaço de pano sobre o ferimento.

Marin estava parada na saída de Virgem, o correto seria passar por fora, para ter certeza que não toparia com o dono daquela casa, mas algo a induzia a entrar. Estava preocupada com ele. Ainda um pouco hesitante entrou.

Lentamente tomou o rumo dos cômodos mais internos indo direto a sala que ele usava para meditar. Parou na porta ao vê-lo.

Seguiu alguns minutos de silencio...

...Desde que saíra de Libra, tinha ocultado seu cosmo. Não queria que Asmita soubesse que ele estava indo atrás de Marin, contudo ao sentir o cosmo da amazona entrar em Virgem decidiu segui-la mais de perto. Se ele tentasse algo contra ela, não o perdoaria...

Saindo do estado de letargia aproximou-se do cavaleiro parando a certa distancia.

- O que faz aqui? – indagou com a voz seca.

- Saber como você está. – respondeu com a mesma secura.

- Bem. – disse frio e sem abandonar a postura. – pode ir.

- Pela grosseria deve está bem mesmo. – disse irritada.

Ele não disse nada o que irritou ainda mais amazona. El Cid que havia chegado a pouco acompanhava o dialogo escondido.

- Vou dizer para a Lara passar aqui. Afinal de contas é um cavaleiro de ouro. Precisa está em perfeitas condições.

- Não precisa se dar ao trabalho.

Engoliu a seco, mas também pensou "bem feito", como depois de tudo não havia aprendido que dele só poderia esperar palavras ríspidas. Ficou com raiva dele e de si, muito mais de si, que mesmo sendo tratada de forma grosseira ainda gostava dele e muito.

- Como você quiser. – disse, cansada daquela situação. – faça o que quiser. Quem sou eu, uma reles amazona, a dizer alguma coisa a um cavaleiro de ouro.

- Ainda bem que entendeu. – calou-se, sentira uma fisgada no machucado. – é melhor você ir embora. – começou a levantar.

Marin deu as costas, mas virou-se pronta para dar-lhe uma resposta quando viu o braço dele cheio de sangue. Ao se levantar o pano que cobria o ferimento caiu.

- Você se machucou. – ficou preocupada.

- Não é nada. – tampou o ferimento com a mão.

- Está sangrando.

- Já disse que não é nada. – soltou um pequeno gemido.

- Como não? Precisa olhar isso. – foi para tocá-lo.

- Afaste-se de mim! – recuou. – não me toque.

A japonesa recuou assustada e ressentida. Não imaginava que a aversão que ele tinha por ela era tão grande. Parecia ate repulsa. Os olhos marejaram, sendo salva pela mascara. El Cid por pouco não pulou no pescoço dele.

- Desculpe. – a voz saiu tremida. – já estou indo.

Asmita notou o tom de voz dela e culpou-se. Não deveria ter sido tão rude, logo com ela.

- Desculpe. – pediu. – não quis ofende-la.

- Não tem porque se desculpar. – engoliu o choro. – passar bem.

Foi saindo.

- Espere. – ordenou, o que não foi atendido. – Marin espere.

Ignorou continuando a andar. Asmita foi atrás, se arrependeria mais tarde, mas não poderia deixá-la ir daquela maneira.

- Espere Marin. – a segurou pelo braço.

- Quer me soltar?

- Não antes que me escute.

- Não tenho nada para escutar. Me solta!

- Não vou.

- Eu vou gritar.

- Experimente.

Cid já estava prestes a interceder quando uma cena o parou: Marin dera um tapa no virginiano. Com o gesto Asmita a soltou na hora, a amazona assustada com a própria reação afastou-se.

- Asmita...

- Como ousou? – indagou frio. O rosto ardia.

- Você que é o culpado de tudo! Eu entrei aqui querendo ajudar e me tratou como se eu não fosse nada! Sei que não tenho destaque pois sou apenas uma amazona, mas isso não o dá o direito de me tratar mal.

- Levantou a mão contra um cavaleiro de ouro. – a "fitou."

- Só estava me defendendo! Só estou devolvendo os insultos.

- Desde que entrou na minha vida só me trouxe perturbação. Sai daqui.

- Eu não te fiz nada.

- Fez sim! Eu tinha um único propósito e estava satisfeito com a vida que eu levava, mas você arruinou tudo! – gritou.

- O que eu fiz para te arruinar?

- Apareceu na minha vida!

Cid segurava para não socar o virginiano.

- Minha presença o repulsa tanto?

- Sai daqui.

- Responda! Por que não fala na minha cara! Por que não diz que me odeia?

- Por que eu não te odeio! – berrou. – Ao contrario eu te amo! – disse de uma vez, calando-se.

Tanto Cid como Marin levaram um susto ao ouvir.

- Como...? – ainda não acreditava.

- Eu gosto de você! E por causa disso perdi toda a serenidade que tinha! Você é a razão de eu querer acabar com aqueles titãs, para que você viva em paz! Mesmo que seja com aquele estúpido do El Cid!

O próprio que ouvia não se abateu com insulto estava perplexo pela confissão dele. E agora que escutara as coisas faziam sentido, o comportamento dele em relação a Marin era porque ele queria abafar o que sentia.

- Asmita...

- Já escutou o suficiente, agora sai daqui e me deixe em paz. Vá atrás do Capricórnio.

Asmita saiu andando e dessa vez foi a vez da amazona rete-lo.

Seguiu alguns minutos de silencio, Asmita não a encarou.

Deixando Cid sem chão, Marin beijou o guardião da sétima casa. A principio ele ficara surpreso, mas depois deixou-se levar pelo gesto. Asmita passou as mãos pela cintura dela, trazendo-a mais para si. O beijo durou algum tempo e no fim o virginiano a empurrou.

- Sai daqui Marin.

A amazona ficou em silencio, sem saber o que fazer, de um lado teve a confirmação de que Asmita não lhe era indiferente, mas do outro... ambos eram defensores de Atena e...

- Não podemos ter nada não é? – indagou apesar de saber a resposta.

- Não. – não queria dizer aquilo, mas era a única solução.

- Nem com o final dessa batalha?

Asmita a fitou.

- Ela não vai durar para sempre.

- Se tiver que seguir sua vida com alguém, siga com o Capricórnio, ele tem mais condições de cuidar de você.

- Mesmo se eu quiser que seja você.

- Como você disse batalhas não duram para sempre, vai chegar o dia que nossa missão vai acabar e seremos humanos comuns.

- E o que tem isso?

- Sou cego. Não poderei ter uma ocupação e serei um fardo para você.

Tanta a amazona quanto Cid ficaram surpresos.

- Pouco me importo se é cego ou não.

- Diz isso agora. – rebateu. – enquanto tenho meu cosmo e consigo me locomover... lembra dos momentos que passamos no planeta? Será aquilo todos os dias. Vai ser melhor para todos. – deu as costas. – adeus Marin.

Surpreendendo-o a japonesa o abraçou.

- Se você é cego ou não isso pouco me importa. Não foi pelos seus olhos que me apaixonei e sim pelo que você é. E se quiser eu serei seus olhos. – abraçou com mais força. - Sempre estarei te guiando.

Cid recuou um passo, escutara o suficiente e da mesma forma que entrou sem ser visto saiu.

Peixes

- Pronto Gustavv.

- Muito obrigado Athina, você é um anjo.

- Não foi nada. – corou.

- Bom... – levantou-se. – vou ver como está o Shaka. Estou preocupado com ele.

- Ele se machucou muito. – disse entristecida. – Selinsa deve esta se culpando. – disse para calar em seguida.

- Ela não teve culpa. Qualquer um que tentasse contra ela, seria acertado pela fúria dele. Eu só não imaginava que ela também gostasse dele.

- Então percebeu? – indagou surpresa.

- Claro. – sorriu. – Os dois se amam.

- Tomare que o senhor Hasgard não descubra, é bem capaz dele querer separá-los.

- Por mais que ele tente, não vai conseguir. As únicas coisas que podem separá-los é a morte ou se voltarmos para o futuro. Não vai acontecer nem uma coisa nem outra... que eles sejam felizes. Bom vou indo, sinto o cosmo de Shura por perto. – beijou-lhe a fronte. – ate mais tarde.

Athina apenas esperou que ele sumisse no corredor para ir atrás do outro pisciano. Andou cuidadosamente pelo corredor, temendo ser vista. Ao ver a ultima porta entreaberta parou. Viu o cavaleiro sentado em sua cama, enfaixando algumas partes de seu corpo.

Encheu o peito de ar, antes de bater a porta.

- Entre.

- Desculpe incomodá-lo, senhor Albafica. – parou na porta. – quer que eu o ajude? – indagou abaixando o rosto.

- Não há necessidade. Pode voltar para a vila.

- Eu peço que me perdoe. Se eu não tivesse aparecido naquela hora tinha evitado muitos problemas ao senhor.

- Não deveria ter ido.

- Eu sei. Só que... eu fiquei preocupada. – o fitou.

Os pisciano encarou aquele olhar, para em seguir desviar.

- Agradeço a preocupação. Pode ir Athina.

A garota soltou um longo suspiro e ignorando a frase dele entrou no quarto, sentou na cama e sem cerimônia puxou o braço que ele estava enfaixando continuando o serviço. Albafica a fitava pasmo.

- O que...

- É uma maneira de me desculpar pelo que fiz.

- Não toque nessas faixas. – tentou puxar, mas ela segurava fortemente.

- Só vou parar quando terminar. – disse seriamente.

Albafica ficou calado, nada que dissesse a faria parar. Voltou a atenção para a porta, contudo a observava as vezes.

- Mestre Sage vai ordenar uma batalha novamente?

- Provavelmente. – disse sem olhá-la.

- E será aqui ou na fortaleza deles?

- Será na fortaleza. O santuário não pode mais sofrer com esses ataques. Por que pergunta?

- Pode me prometer uma coisa? Sei que estou faltando com respeito ao senhor por ser uma simples moradora, mas queria lhe pedir algo. – não o fitou hora nenhuma.

- O que?

- Volte para mim. – olhava fixamente para o braço enfaixado e com as bochechas vermelhas. – mesmo que não posso tocá-lo... quero ficar sempre perto de você.

O pisciano ficou surpreso.

- Promete que voltará? – o fitou. – promete que vai voltar para mim? – os olhos estavam marejados.

Athina fechou-os, para reabri-los ao sentir um toque. Usando um pano como luva o cavaleiro tocou o rosto dela.

- Prometo. Vou voltar para você. – deu um sorriso.

X.x.X.x.X.x.X

Em Áries Lara velava pelo sono do virginiano quando Mu e Kanon chegaram. Rapidamente o ariano teletransportou o amigo para o templo, para em seguida fazer o mesmo com a amazona. Kanon também iria para o templo mas iria caminhando.

No templo...

Hakurei estava no quarto onde havia recebido o cavaleiro de Virgem e a amazona de Taça, o ferimento de Shaka era grave, mas não corria risco de vida.

No salão do trono, Sage se encontrava sozinho, sua expressão era séria. Havia agido de forma imprudente ao mandar seus cavaleiros atrás dos titãs as conseqüências poderiam ter sido desastrosas.

- "Fui um estúpido."

- Não foi. – disse o gêmeo mais velho acabando de entrar. – fez o que achava que era o certo.

- O certo era manter todos aqui.

- O que faremos agora?

- Como Shaka está?

- Vai se recuperar.

- Ainda não sei o que fazer, por oras... – Sage elevou seu cosmo. – " os que tiverem em condições, venham ate aqui por favor." – sumiu com sua energia.

- O que pretende?

- Apenas me desculpar.

Em poucos minutos, todos os cavaleiros estavam lá. Asmita e Marin haviam chegado juntos. O ultimo a chegar era Cid, que sequer olhou para a amazona, posicionando-se ao lado de Shura.

- Obrigado por terem vindo.- a voz do canceriano saiu bem leve. – vejo que, felizmente, estão todos bem e diante disso queria pedir desculpas pelo meu ato. Deveria ter avaliado melhor a situação.

Houve um silencio, quebrado por Afrodite.

- O senhor não tem por que se desculpar mestre Sage. Suas ações foram as melhores possíveis, não se pode esperar muito dos titãs.

- Obrigado Afrodite. – ficou satisfeito ao ouvir tais palavras. – quero agradecer por ter ido defender a vila, não só você mas como todos os cavaleiros do futuro que ficaram.

- Não fizemos nada que não fosse a nossa obrigação mestre. – disse Saga.

- Queria aproveitar... – iniciou Dohko. – estive pensando nos últimos acontecimentos e ... creio que deve ser o pensamento de muitos aqui. – olhou para os companheiros. – as imagens que Pontos nos mostrou... elas não significam nada. Vocês são tanto cavaleiros quanto nós. – sorriu. – juntos iremos derrotá-lo.

- Obrigado Dohko em nome de todos, pela confiança. – disse Saga.

- Vocês merecem um descanso. – Sage levantou. – dispensados.

Assim que ouviu o dispensado, Cid foi saindo, Marin o alcançou na porta do templo.

- Cid espera.

Ele a fitou.

- Podemos conversar?

Não disse nada, tomando o rumo para um local próximo ao templo, a amazona foi atrás, Asmita vendo a cena não se importou indo para seu templo.

- Cid.

- Não precisa dizer nada Marin. Eu vi tudo.

- Viu o que? – estranhou para depois arregalar os olhos. – você...

- Desconfiava que ele sentia algo por você, mas não queria ver. Assim como você sente algo por ele.

- Cid...

- Quero sinceramente que vocês sejam felizes. – disse cortando-a. – espero que essa guerra acabe logo e que você possa guiá-lo.

- Cid...

- Adeus Marin.

Ela pensou em retê-lo, mas se fizesse isso só o faria sofrer ainda mais e Cid não merecia isso.

- Me perdoe...

Logo após a reunião Shion sumiu das vistas de todos, os demais voltaram para suas casas, mais tranqüilos por saberem que Shaka estava fora de perigo, o único a permanecer no templo foi. Ele estava prestes a sair quando notou a pupila dirigir-se para a parte mais intima do templo. Ocultando seu cosmo foi atrás.

No aposento aos fundos...

Shaka abriu os olhos, tentou se mexer, mas sentiu uma dor incomoda na altura da barriga. Passou a mão sentindo as faixas.

- Foi por pouco...

A frase foi interrompida pela abertura da porta, Shaka desviou o olhar.

- Oi... – murmurou Selinsa.

- Oi. – Shaka sorriu ao ver que ela estava bem.

- Como você está? – fechou a porta.

- Melhor.

- Não está doendo nada? – aproximou, mas não o suficiente da cama.

- Não. Não foi um ferimento muito grave.

A porta não ficou completamente fechada, dando plena visão para Hasgard que acompanhava o dialogo.

- Desculpe, foi por minha culpa que se machucou. Você sempre se machuca por minha causa.

- Eu faria qualquer coisa para te proteger. – disse. – faço qualquer coisa pela minha esposa. – sorriu.

Hasgard arregalou os olhos.

- "Esposa?" – fitou o a pulseira que ele usava. – "Será que..."

- É sobre isso que eu queria falar. – Selinsa tentou não demonstrar emoção na voz. – acho que não devíamos levar essa historia a diante.

- O que? – Shaka a fitou sem entender, assim como Hasgard.

- Essa historia passou dos limites. Somos defensores de Atena e nosso único objetivo deve ser esse. Precisamos focar apenas nisso.

- Eu não entendo Sel...

- Está tudo acabado entre nós. – disse fria. – a partir de hoje sou apenas uma aspirante e você um cavaleiro de ouro.

Shaka a olhava incrédulo.

- Será melhor assim. – tirou o bracelete que usava. – vou devolver a Lara.

O virginiano estava estático, aquilo não poderia ser verdade, Selinsa não desistiria...

- Nossa cerimônia não significou nada?

- Não. – disse seca. – tudo não passou de engano, inclusive meu sentimento por você. Confundi admiração por amor.

Hasgard ouvia tudo surpreso, então os dois tiveram algo? A ponto de oficializar?

- "Mas quem faria... – na sua mente veio um nome. – Lara."

Shaka abaixou o rosto.

- Se é o que deseja. – a voz saiu melancólica. – está certo. – tirou a pulseira. – também devolverei a Lara.

Colocou o objeto sobre uma mesinha, gesto este observado atentamente pela aspirante.

- Acredite é o melhor para nós.

- Acha mesmo? – a fitou.

- Acho. – respondeu desviando o olhar. – deixarei aqui também. – colocou a pulseira sobre a mesa. – desejo melhoras. Adeus Shaka.

- Adeus...

Selinsa saiu tão rapidamente que nem notou o seu mestre escondido atrás de uma pilastra, ele havia se escondido ali. Vendo que era seguro abandonou seu esconderijo.

- "Muito bem Selinsa, recuperou o bom senso."

Vencido pela curiosidade aproximou-se da porta, foi com surpresa que viu o cavaleiro limpando o rosto.

- "Está chorando? Ele realmente gosta dela?"

Afastou-se pensativo. No quarto, o cavaleiro engoliu o restante do choro, afinal era um cavaleiro, não poderia se abater por tal coisa, e no final Selinsa tinha razão, ambos eram defensores de Atena, não poderia haver nada entre eles. Fitou o par de pulseiras sobre a mesa. Pegou as duas e as colocou no punho.

- "Pelo seu bem vou continuar lutando."

Selinsa deixou o templo segurando ao maximo as lagrimas, tomou o rumo de uma trilha secreta que ligava o templo a floresta. No meio do caminho parou, segurou o maximo que pode mas as lagrimas vieram.

- Me perdoe Shaka... mas vai ser melhor... eu não quero que se machuque por mim.

Ela não imaginava mas alguém escutara aquela confissão.

A tarde passou tranqüila. Sage trancou-se em seu quarto, Hakurei foi para o acampamento saber como estava os moradores acompanhado por Lara e Athina. Com exceção de Cid, Hasgard e Shion os demais cavaleiros permaneceram em suas casas. Marin, Lithos e Áurea estavam em leão. Shaka permaneceu no templo e Selinsa havia sumido...

O céu estava cravejado de estrelas, o que parecia que aquela seria uma noite tranqüila.

Sage e Hakurei no templo pensavam numa maneira de colocar um ponto final na batalha.

Em escorpião os dois cavaleiros, cansados pela batalha dormiram mais cedo, Kamus ficou surpreso por vê-los no oitavo sono.

Dohko tinha ido procurar por Shion, não o encontrando voltou para casa.

Aquário

Kamus depois de certificar que Kárdia e Miro estavam bem, já estavam dormindo, refugiou-se na biblioteca. Olhava os exemplares, alguns raros, que Dégel possuía. Achou a capa de um interessante pegando-o.

- Bluegard. – leu o titulo.

- É um lugar muito especial. – disse Dégel acabando de entrar.

- Depois que se tornou cavaleiro não voltou mais lá?

- Não. – caminhou ate a estante. – faz tempo. – ajeitou os óculos. – conta a historia desse lugar. Ganhei de um amigo.

- Eu sei. É um dos livros da biblioteca de Aquário.

- Você ainda o tem? – ficou surpreso.

- Colaram uma capa por cima. Não sei dizer quem foi, mas a maioria dos seus livros foram preservados. E o que depender de mim...

- Acha que Pontos vai mostrar alguma imagem? – indagou mudando de assunto. – tipo aquelas?

- Tudo é possível, podem aparecer imagens piores... – lembrou-se do tempo que vestiu uma surplice.

- Sei que deve haver uma boa explicação. – Dégel deu um leve sorriso. – não se preocupe.

- Obrigado por voltar a confiar em nós. – entregou-lhe o livro. – vou dormir. Boa noite.

- Boa noite Kamus.

Ainda estava sem sono, por isso sentou-se na sua poltrona de veludo, acariciando o livro que trazia nas mãos. Aquele objeto lhe trazia doces lembranças.

- Seraphina...

-FB-

A hora de voltar para o santuário havia chegado, o dia estava particularmente mais frio. Terminava de vestir mais um casaco quando ouviu batidas a porta.

- Entre. – disse sem se virar.

- Atrapalho? – a voz melodiosa invadiu o recinto.

- Seraphina? – virou-se surpreso. – pensei que estivesse em...

- E não despedir de você? – entrou. – não faria isso. – deu um sorriso tímido. – como se sente sendo o futuro cavaleiro de Aquário? – aproximou.

- Estranho.

A garota parou ao lado dele, tendo que erguer o rosto para fita-lo. Quando o viu pela primeira vez não passava de um garoto baixo e tímido e agora...

- Vai vir nos visitar? – desviou o olhar dele, focalizando algum ponto da paisagem que se abria pela janela.

- Se eu puder virei.

- Quero que fique com isso. – deu-lhe um objeto. – para se lembrar de nós... para se lembrar de mim...

Dégel pegou o objeto envolto em um papel marrom, retirou a embalagem ficando surpreso ao ver o que era.

- Bluegard.. mas isso...

- O livro que a minha mãe me deu. Eu quero que fique com você.

- Eu não posso aceitar, é uma recordação...

A frase foi interrompida pelo abraço da jovem.

- Fique com ele. Por favor, é um presente.

- Obrigado. – Dégel a aconchegou nos braços.

- Pode me prometer uma coisa?

- Sim.

- Cuide-se, - o fitou. – ouvi muitas historias dos perigos que os cavaleiros correm, não quero que nada aconteça com você. Promete que vai ficar bem?

- Prometo. – brincou com os cabelos. – e prometa que vai ficar bem e que vai tomar conta do Unity.

- Pode deixar. – sorriu.

Dégel acariciou aquele rosto que lhe era tão caro. Desde pequeno nutria algo por ela, não sabia se era apenas um sentimento fraterno ou se era algo a mais, mas independente do que se tratava tudo que queria era que vivesse bem.

Seraphina sustentava o olhar apesar de saber que seu rosto deveria está rubro. Sempre tivera Dégel como um irmão mais novo e agora... era uma pena ele ir embora...

O aquariano fitou os lábios rosados, não se atrevia a pensar algo a mais com ela, afinal era a irmã de seu melhor amigo, contudo...

- Seraphina...

- Aí estão vocês! – a porta abriu de repente. – a caravana não vai demorar a partir e se perder...

- Já sei Unity. – Dégel a soltou lentamente. – já estou pronto.

- Então vamos.

Durante o trajeto o único que falava era Unity, Seraphina seguia mais atrás em silencio.

O pai de Unity que os aguardava despediu-se, assim como mais alguns moradores. A garota havia ficado por ultimo.

- Cuide-se. - Dégel a fitou.

- Você também. – deu um meio sorriso.

- Ate logo.

O cavaleiro aproximou e de forma suave beijou-lhe a fronte.

- Ate logo...

A caravana partiu, Seraphina ficou parada até vê-la sumir no horizonte.

- Cuide-se... – murmurou.

Antes de que a ultima imagem de Bluegrad ficasse para trás, Dégel olhou para trás.

- "Cuide-se."

-FFB-

- Sinto sua falta. – disse abraçando o livro. – espero que esteja bem.

Sagitário

Com o principio da noite Lithos foi para Sagitário. Aioria não queria deixar mas depois da insistência da irmã acabou cedendo. A grega encontrou o cavaleiro na porta de casa.

- Aioria deixou você vir? – a fitou sorrindo.

- Somos marido e mulher. – sentou ao lado dele. – acho que foi só agora que ele se deu conta. Por que está aqui fora?

- O céu está bonito, queria apreciá-lo.

- Hum...

- Melhor agora na sua companhia. – a abraçou.

- Está tão tranqüilo, que nem parece que estamos no meio de uma guerra.

- Logo nossos dias serão assim. Talvez ate encontrem uma maneira de voltar para o futuro.

- Espero que não. – voltou o olhar para o céu. – não vamos encontrar nada.

- Talvez possam consertar as coisas.

- Você quer que eu vá embora? – o fitou fingindo indignação.

- Claro que não. Quero que fique aqui para sempre, mas...

- Mas...

- Mas...?

- Estive pensando sobre isso. – o rosto ficou sério. – e se houver uma maneira de vocês voltarem?

- Eu não volto. Vou ficar aqui, meu lugar é ao seu lado. Por que está pensando nisso? Nós estamos presos aqui.

- Espero que esteja mesmo, mas é algo a si pensar. – acariciou os cabelos loiros. – eu não quero perder você, mas também não posso descartar essa possibilidade. Não quero ser pego de surpresa.

- Nós vamos ficar juntos aconteça o que acontecer. – ela o beijou. – não vamos ficar separados. Não vamos. – o fitou.

Sísifo sorriu, o que mais queria era que ele e Lithos ficassem juntos para sempre, mas algo dentro dele estava incomodado.

- Você gosta de olhar o céu a noite? – indagou a ela.

- Gosto.

- O céu conecta as pessoas. – voltou a atenção para o alto.

- Como assim?

- Você pode está em qualquer lugar que estará vendo o mesmo céu.

Lithos ergueu a cabeça.

- Acho que ele não muda nem mesmo com o passar dos anos. As estrelas sempre estarão lá... o céu que verei, será o mesmo céu que você verá, não importa onde esteja.

- Sísifo...

- Se nos separarmos, farei de tudo para te encontrar, mas ate lá, se sentir sozinha... – a fitou. – olhe para o céu. Nós estaremos conectados por ele.

Lithos segurou uma lagrima, rezaria para que aquilo não acontecesse, queria olhar o céu mas tendo Sísifo ao seu lado.

Capricórnio

Shura que passou a tarde toda em Leão voltou para casa no principio da noite, apesar do ar de tranqüilidade estava preocupado. Ele, Mask e Kamus eram os únicos que ainda não tinham recuperado a armadura, e com os titãs mais fortes qualquer ajuda seria bem vinda.

Entrou em casa, estranhando as lamparinas estarem apagadas.

- Cid? Cid?

Não houve resposta. Como havia aprendido tratou de acender as lamparinas, sem muito que fazer resolveu deitar mais cedo, talvez o dia de amanha fosse decisivo.

Preparava-se para deitar quando escutou um ruído.

- Cid? – pegou um lampião seguindo pelo corredor. – Cid?

- Sim.

- Ah! – deu um pulo. – que susto!

O capricorniano do passado arqueou a sobrancelha.

- Deveria está em guarda.

- Eu sei. – Shura se recompôs. – é que me assustou.

- Desculpe.

- Por onde andou?

- Por aí. Boa noite.

- Boa. – respondeu ressabiado.

Cid trancou-se em seu quarto. Caminhou lentamente ate a janela, de onde tinha a visão das casas abaixo. Pensou em Marin. Alias havia pensado nela a tarde inteira, enquanto estava no seu antigo lugar de treino, um rio que ficava alguns quilômetros de distancia. A cada lembrança dela com Asmita era uma rocha que virava pó.

- "Só me resta aceitar." – suspirou fechando a janela.

Caminhou para a cama, onde jogou o corpo. Não demorando a dormir.

Continua...


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Notas finais do capítulo

n/a: Corda Frates - Corações fraternos



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