Alleine In Die Nacht escrita por Maty


Capítulo 16
Capítulo 16 - Flor Branca




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Faziam 2 meses que eu estava naquele lugar, mesmo que eu sentia como se estivesse lá há pelo menos 4.

Todos os dias eu me encontrava com Carl e ele me ensinava um pouco mais sobre o violão. Eu era um desastre.

Tentava sempre seguir o conselho do Doutor Mayer e passei a conviver melhor com a voz em minha cabeça, aprendi a não chamá-la de “Tom” por que não era o meu irmão falando. Eu obedecia á tudo que ele falava. Na maioria das vezes isso me ajudava. Agora ela era um pouco menos constante. Eu já cheguei a ficar um dia inteiro sem ouvi-la. Claro que isso não significava que eu sentia menos a falta de Tom, ao contrário, a cada dia era mais difícil.

È como se ele fosse voltar. Como se só estivesse em uma viajem. No fundo eu continuava esperando o dia de sua volta. Era algo que eu não conseguia controlar, como se o fato de ele ter me abandonado para sempre fosse demais para minha mente lidar. Essa era uma das coisas que eu mantinha em segredo de todo mundo. Dos meus pais, dos meus amigos e do Doutor Mayer.

Eu queria sair daquele lugar o mais rápido possível, ocultava fatos do Doutor Mayer e contava mentiras, dizia que a voz na minha mente já não me falava coisas maldosas, que ela me ajudava e que agora já quase nem falava. Dizia que eu ainda sentia a falta de Tom, mas que já era um pouco mais fácil do que antes. Mentiras. Eu sorria e lhe contava coisas engraçadas, no fundo rezava para que ele não percebesse que todos aqueles sorrisos eram falsos e forçados.

Antes de dormir a voz sussurrava em minha cabeça palavras maldosas, mas ela realmente está menos freqüente. A voz também parecia gostar de Arabella, quando eu estava com ela a voz se calava.

Minha mãe me visitava todos os fins de semana. Eu sentia muito a sua falta e a de Gordon também. Meu pai veio somente no primeiro fim de semana e então teve que voltar a trabalhar. Georg, Gustav e Andreas também sempre apareciam. David vem ás vezes, Natalie também, até a Dunja já apareceu por aqui! Eu começava a perceber quem realmente se importava comigo.

-Bom Dia, Bill! – Genevieve sorriu por trás do balcão.

-Bom dia. – me aproximei e sorri também. – Você viu a Arabella?

-Ela está lá fora no jardim, eu acredito. Você anda passando muito tempo com ela ultimamente. – cerrou os olhos, mas logo se pôs a rir, mexendo nos papéis á sua frente.

-Eu só converso com você, Carl e ela. Carl ainda não chegou e eu não gosto de te atrapalhar enquanto trabalha.

-Sabe que você nunca me atrapalha. – sussurrou e eu sorri sem graça.

-Atrapalho sim... Fico horas tagarelando aqui e acabo esquecendo que você tem um monte de coisas para fazer! – sorrimos os dois.

Procurar Arabella pelos cantos daquela clínica se tornara extremamente freqüente. No começo eu fazia isso só para calar a voz em minha cabeça, mas com o tempo eu fui me familiarizando com seu jeito infantil e me peguei surpreendido ao perceber que sua companhia era agradável. E o seu sorriso o mais bonito de todos naquele lugar.

Coisas simples pareciam ser extremamente preciosas para ela.

Semana passada eu achei uma flor no chão do jardim e acabei por lhe dar, depois disso ela passou o dia inteiro sorrindo de um lado para o outro com aquela flor atrás da orelha se exibindo para todo mundo. Outra noite eu sonhei com Tom, ele dizia para mim fazê-la feliz... Eu não podia negar esse pedido.

-Olá. – me sentei ao seu lado em um dos bancos do jardim. Ela olhou para mim e sorriu de uma maneira estranha, desviando seus olhos dos meus, voltando-os para seus dedos que acariciavam com carinho a cabeça peluda de Annie. – Qual o problema?

-Eu sonhei com a minha irmã esta noite. – sussurrou cabisbaixa, então levantou seu rosto e olhou para mim com uma tristeza estranha e incomum em seu rosto. - O que eu fiz de errado para ela esquecer de mim? – seus olhos se encheram de lágrimas, e um desconforto tomou conta de meu peito.

-Você não fez nada de errado. E sua irmã também não esqueceu de você. Ninguém te contou?

-O que?

-Sua irmã se apaixonou por um homem muito, muito rico. E por isso você saiu daquele outro lugar escuro que não gostava e veio para cá! Ele é um homem muito bom que se preocupa com você, que nem sua irmã. Mas ele também é um homem muito importante e teve que viajar para longe... E como sua irmã ama muito ele, ela também foi. – sorri passando a mão em seus cabelos. Eu não sabia se era certo contar isso para Arabella sem saber se era realmente a verdade. – Isso não quer dizer que ela te esqueceu. - ficamos em silêncio, Arabella continuava chorando e eu me perguntava o que fazer para fazê-la parar. Um pouco sem graça passei meus braços sobre seus ombros e a puxei um pouco para mais perto. Ela encostou sua cabeça em meu peito.

-O seu irmão também foi viajar para bem longe? – a inocência voltara á sua voz e ela era novamente a criança de sempre quando olhou para mim e secou as lágrimas com a parte de trás de sua mão.

-Não sei. Talvez ele esteja ao meu lado nesse exato momento. Eu não posso mais vê-lo, então não tem como saber.

-Bill. – olhou séria para mim. – Seu irmão morreu? Como meus pais? – fiquei olhando para ela, atônito, e por isso demorei alguns segundos para responder.

-Sim. – mentalmente eu me xinguei por estar chorando, mas Arabella não parecia se importar com isso. Ela olhou ao redor, deixou Annie ao meu lado no banco e saiu correndo. – Arabella? – chamei secando as lágrimas. Poucos segundos depois ela voltou correndo, seu vestido florido balançava de forma bonita. Ela trazia uma pequena flor branca nas mãos.

-Aqui está! – pulou á minha frente sorrindo, estendendo a flor em minha direção. – Para você. Isso vai te deixar mais feliz? – eu estava rindo quando peguei a flor de suas mãos e brinquei com ela entre meus dedos por alguns segundos.

-Com certeza. Obrigado. – ela sorriu mais ainda.

Arabella havia esquecido de sua própria dor para diminuir a minha, quantas pessoas eram capazes de fazer isso?

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Notas finais do capítulo

Gente... Espero que gostem do capítulo!


Então.. meu tempo livre, SUMIU!
eu não sei oq acontece, mas agora quase não arranjo mais tempo pra aparecer por aqui
sei que estou atrasada em muitas fics, mas se leio a fic de alguma de vcs, prometo que ainda vou ler e comentar


E também não tenho planos de nenhum de parar com a fic!
pretendo atualizá-la em intervalos curtos de tempo!
o/


próximo capítulo

"-Vocês... – cocei a parte de trás da minha cabeça um pouco sem graça. – Vocês se lembram daquela menina sobre a qual eu contei? Aquela que tem 19 anos, mas ainda é uma criança?

—Claro que sim, querido. Você sempre fala dela quando me liga. – mamãe sorriu.

—Falo? "

" ... vocês querem conhecê-la? "

" Ela é única. "