Oathkeeper II escrita por Denise Miranda


Capítulo 57
Jaime




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Jaime não conseguia parar de pensar em Brienne nem por um segundo. Será que Tyrion já contou a ela as novidades?, se perguntou.

Hoje, antes de ser convocado para o julgamento por combate, seu irmão voltou à sua cela e conversaram durante todo o tempo que lhes restavam. Jaime até contou ao irmão sobre ser o Azor Ahai, e Tyrion ficou fascinado. Ambos estavam se entendendo rapidamente, e Jaime se sentia imensamente grato por isso. Se irei morrer, pelo menos saberei que meu irmão me perdoou. Pensar assim acalmava seu coração.

Jaime sentia seu coração acelerar toda vez que pensava em como Brienne reagiria ao saber que ele lutaria pela própria vida. Garota, não faça nenhuma besteira..., pensou, preocupado.

— Jaime Lannister, você está aqui para ser julgado por um meio de combate. - Anunciou Qyburn, o homem do qual cuidou de seu toco. O Lannister deu um sorriso sínico. Quantas ironias os deuses gostam de pregar em minha vida, pensou. - Que o Pai o julgue com justiça, que o Guerreiro guie a espada do campeão e que a Mãe lhe conceda misericórdia.

Olhou para a Rainha, sentada em sua cadeira real. Parecia tensa, e seu semblante era sério e imisericordioso.

A Mãe, quem sabe. Mas a Daenerys, não, pensou amargurado.

O leão de Lannister deu os últimos ajustes em sua armadura e pegou sua espada, se preparando para o combate. Um Imaculado entrou na arena, de armadura e lança. Já o havia visto antes, e sabia que ele era conhecido como Verme Cinzento. Não terei chances, pensou, entristecido.

— Jaime! - Uma voz conhecida e amada gritou atrás dele.

Se virou para olhá-la. Brienne corria em sua direção, trajando um vestido azul. Ele a tomou em seus braços, com um abraço apertado. Podia sentir o coração da mesma batendo forte contra seu próprio peito.

— Eu ficarei bem. - Jaime sussurrou em seu ouvido. - Eu prometo.

Brienne o olhou nos olhos. O Lannister segurou o olhar por todo o tempo possível. Não queria esquecer jamais de seus olhos de safiras.

— Jaime, porque não me deixou lutar em seu lugar? - Ela perguntou, seus olhos lacrimejantes. Levou sua mão direita até o rosto do homem, e o mesmo fechou os olhos, sentindo o toque tão desejado.

— Que tipo de homem e marido eu seria se deixasse minha esposa grávida lutar por mim? - Perguntou, abrindo seus olhos novamente. 

Brienne assentiu. No fundo, Jaime sabia que a mulher entendia e aceitava sua decisão.

— Eu te amo. - Ela disse. Uma lágrima escorreu pelos seus olhos, e Jaime rapidamente a limpou com o polegar esquerdo.

— Eu também te amo. - Ele respondeu, levando seus lábios de encontro aos dela.

Após alguns instantes, Brienne se afastou, olhando-o nos olhos. Seu semblante nunca esteve tão triste.

— Irmão... - Jaime ouvindo a voz de Tyrion. Não sabia a quanto tempo ele estava ali, mas o Lannister mais velho estava agradecido por ele ir vê-lo uma última vez.

Brienne se afastou e foi em direção ao público que iria assistir o julgamento por combate, deixando os irmãos Lannisters sozinhos.

— Vou ficar bem. - Jaime prometeu, embora não tivesse tanta certeza. Forçou um sorriso.

— Hoje não é o dia que irá morrer. - Respondeu Tyrion, dando um sorriso triste. Estendeu a mão para segurar a de Jaime.

— É claro que não. - Respondeu Jaime, segurando a mão de Tyrion, e logo seu um sorriso bem humorado. - Eu sou o maldito Azor Ahai, claro que ganharei esse duelo.

Ambos riram e se abraçaram. Tyrion bamboleou para sua cadeira ao lado da Rainha, e o duelo começou.

O Imaculado se mexia em direção a Jaime, pronto para bloquear qualquer ataque do mesmo. Não possuía nenhuma expressão facial, nada que pudesse dar ao Lannister uma dica de qual seria seu próximo movimento.

Jaime resolveu que ficaria apenas na defensiva, cansando o Verme Cinzento. Usarei as táticas de Brienne, decidiu. Quando seu adversário estivesse cansado, ele atacaria.

Então, o Imaculado avançou pela primeira vez, mas Jaime conseguiu bloquear seu golpe. Ainda era desajeitado lutando com a mão esquerda, mas havia melhorado muito desde que havia sido mutilado.  

Verme Cinzento atacou mais duas vezes, dessa vez com mais rapidez, e Jaime conseguiu bloquear o primeiro golpe, mas não foi bem sucedido no segundo. O homem raspou sua lança na panturrilha do Lannister, e o mesmo caiu de joelhos no chão.

Antes que pudesse se recompor, o Imaculado levou sua lança para perfurá-lo no pulmão, mas no último instante, Jaime conseguiu rolar para o lado, sem ser acertado. Com esforço, ficou de pé, pronto para se defender novamente.

Jaime já estava ofegante com o pouco esforço, enquanto Verme Cinzento não parecia nem ter começado a suar.

Decidiu, então, que estava na hora de começar a atacar.

As duas vezes que atacou, fora bloqueado. Verme Cinzento fez uma investida com sua lança no estômago de Jaime. Não o perfurou, porque Jaime estava de armadura. Mas causou o efeito desejado, que era fazer o mesmo cair no chão com o impacto.

Novamente, teve dificuldade para se levantar. Mas, antes que o Imaculado pudesse golpeá-lo mais uma vez, Jaime já rolou de lado, ficando longe do alcance do mesmo.

Se levantou e começou a atacá-lo, uma vez após a outra, com o intuito de fazer o adversário se cansar rapidamente. Verme Cinzento bloqueava todos os golpes de sua espada.

Jaime, nas investidas contra o Imaculado, esqueceu-se de se defender, dando uma brecha para o homem. Verme Cinzento o golpeou habilmente na panturrilha, onde já o havia machucado antes. O Lannister gritou de dor, dessa vez caindo de costas no chão. O público vibrou com a queda dele. Estão sedentos para ver o Regicida morto, pensou, amargurado. Eu, que salvei esse povo do Rei Louco e fiquei conhecido como um homem sem honra.

Verme Cinzento, ainda com o semblante indiferente e sem parecer cansado, levou sua lança até o pescoço de Jaime, pretendendo furá-lo ali. Estou condenado, pensou. Por um instante, procurou Brienne em meio ao público, mas não a achou.

Não havia mais nada a se fazer, apenas esperar por sua morte. A lança ia em sua direção e, Jaime, em um instinto protetor e impotente, abaixou a cabeça e levantou o braço direito. Para sua surpresa, a lança ficou presa em sua mão de ouro. Jaime olhou, espantado. Logo se recompôs e tomou uma atitude perante a isso.

Jaime Lannister levou sua espada até a garganta do Imaculado, dando a ele o destino que pensou que receberia. Perfurou sua garganta, e o homem caiu no chão, morto.

Qyburn se levantou imediatamente de sua cadeira e anunciou:

— Jaime Lannister, você é inocente perante aos deuses. Está libertado.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo! Comentem, por favor. :3